A Conversa Secreta



Hermione saiu de trás da árvore em que Harry estava sentado. Ela contornou-o, sentou ao seu lado direito, e só então começou a falar.

- Harry, espero que você não esteja me achando uma idiota completa depois do que aconteceu hoje de manhã. Se bem que você deveria. Foi Gina quem me disse que seria melhor conversar com você do que te ignorar solenemente como eu estava fazendo. – disse ela, muito rapidamente, e sem olhar uma única vez para o rosto do amigo.

- Mas dá para perceber que você não está muito confortável nessa situação, Hermione. Quem diria que um dia eu iria ver essa cena. Hermione Granger desconcertada por causa de um menino! – Ele começou a rir – É claro que eu não te acho idiota, Mione! Você é a menina mais inteligente e esperta do sexto ano!

Visivelmente aliviada de que ele não estivesse com raiva dela, ela começou a rir também, e finalmente olhou para o rosto dele. Os dois pararam aos poucos de rir e continuaram se olhando. Hermione interrompeu bruscamente a ligação e se levantou.

- Bom, Harry, tenho que ir. Gina está me esperando para arrumar o quarto.- dito isso, saiu correndo pelo gramado ensolarado, Harry a observando.

Nesse mesmo dia, mais tarde, Fred e Jorge chamaram Harry, Rony, Hermione e Gina para irem a um pub trouxa, que ficava na entrada de Ottery St. Cachople. Os gêmeos já tinham ido até lá algumas vezes, e tinham dito maravilhas sobre o lugar. Harry ficou um pouco desconfiado, pois sabia que os gêmeos Weasley não eram muito fiéis em suas descrições.

Eles saíram de casa por volta de sete horas da noite, Jorge conduzindo o carro. Era um carro de trouxas, bem discreto, que passaria despercebido entre os outros. Era preto, e bem espaçoso por dentro, admitindo no banco de trás umas cinco pessoas. Fred ligou o rádio, sintonizado na RBB (Rádio Radiofônica dos Bruxos), assim que saíram do jardim. O locutor anunciou que a “Hora do Flu” tinha começado, e milhares de ouvintes de todo o país estavam utilizando a Rede do Flu para mandar seus pedidos de músicas para a rádio.

Harry ia olhando a paisagem pela janela, enquanto pensava no que tinha acontecido no jardim há poucas horas. Os pensamentos em sua cabeça iam realmente muito rápido, e perguntas sem respostas rodopiavam em sua mente. Será que realmente tinha acontecido algo ou ele apenas imaginara? Então desviou sua atenção para Hermione, que ia na outra janela, ao lado de Gina, e ela também parecia estar perdida em pensamentos. Ele só não sabia dizer se seriam os mesmos que o atormentavam.

Quando entraram no bar, Harry teve de dizer a si mesmo para dar mais crédito aos gêmeos. O lugar era enorme, quente, com vozerio alto, pessoas rindo. Os seis procuraram uma mesa para se sentarem, até que acharam uma perto da janela. Se acomodaram e Rony foi apanhar as bebidas que todos estavam pedindo. Quando voltou sem nada nas mãos, diante das reclamações de todos, disse:

- Calma, gente. O dono do bar vai trazer as bebidas para nós, ele disse que iria demorar um pouquinho para fazer todas.

Passados uns dez minutos, o dono do bar veio trazendo uma bandeja com as seis bebidas. Duas cervejas, para Fred e Jorge, uma soda, para Gina, dois choconhaques para Harry e Hermione e uma batida de várias coisas para Rony. Quando o resto da mesa perguntou o que tinha ali dentro, ele desconversou.

Algumas horas mais tarde, e mais vários copos na mesa, resolveram que já era hora de voltarem para casa. Deixaram o dinheiro e uma gorjeta em cima da mesa (dinheiro esse trocado por Harry e Hermione, os únicos que sabiam lidar com ele).

Quando entraram no carro, Harry começou a notar que Rony estava um pouco alegre demais. Em uma rápida oportunidade, em que o amigo estava com a cabeça entre as canelas tentando ver debaixo do banco do carro, ele contou a Gina e Mione que achava que Ron estava bêbado, e as duas concordaram veementemente. Por fim, quando o rosto de Rony começou a adquirir um tom esverdeado, ele pediu a Jorge que parasse o carro.

Eles pararam numa espécie de mirante ali bem perto. Era um pedaço de chão onde tinham erguido um muro de uns quatro palmos de altura e uns dois de largura. Enquanto Rony botava as tripas para fora, ajudado pelos irmãos, ele estava sentado no murinho, com as mãos dentro dos bolsos do casaco. As garotas estavam encostadas no carro esperando. Harry não conseguia desgrudar os olhos delas. Não sabia se era porque era a melhor opção, ao invés de olhar Rony vomitando, ou se era por causa de Hermione. Enquanto as olhava, ela percebeu e sorriu para ele. Ela devia Ter comentado algo sobre Harry olhando com Gina, porque esta se virou quase instantâneamente para olhá-lo, sendo puxada por Hermione com força para fazê-la voltar a olhar para a frente. Ele simplesmente suspirou, deu uma risadinha e disse:

- Meninas...



No dia seguinte, ele acordou tão cedo que suspeitou que ainda estivesse escuro. Se levantou, colocou o robe, apanhou uma roupa qualquer dentro do malão e foi para o banheiro se trocar, descendo em seguida.

Pouco antes de chegar à cozinha, escutou vozes vindas de lá. Hesitou se deveria voltar para o quarto, pois a conversa, para ocorrer à aquela hora da manhã deveria ser confidencial. Já ia dando meia volta para subir novamente a escada quando escutou seu nome. Sabia por experiência própria que quando escutava seu nome em conversas confidenciais sempre era sobre sua segurança. Estava farto daquilo. Já tinha dezesseis anos, e já passara por coisas tão horríveis que a maioria do bruxos mal se atrevia a imaginar. Provara que sabia se cuidar sozinho. Mas também tinha consciência de que todos que o cercavam, todos à quem amava estavam correndo perigo por sua causa. Decidiu-se então por escutar a conversa.

- Mas mãe, um dia Harry vai Ter de saber! Ele é a peça chave do plano, ele precisa saber que sou espião!

- Shh! Não diga essas coisas em voz alta, Percy! – Harry arregalou os olhos e colou mais o ouvido na porta.

- Mãe, o plano vai entrar em ação antes do inverno, ele vai Ter que saber em breve! – a voz de Percy parecia irritada – E essa estúpida briga entre você e o papai por isso... Ele é muito teimoso, esse é o maior problema! Se ele já tivesse me perdoado pelas besteiras que eu fiz, as coisas se tornariam mais fáceis para todos nós!

- Percy, meu filho, até Dumbledore já tentou persuadi-lo de que se vocês conversassem tudo iria ser mais simples. Mas você conhece seu pai, ele é muito orgulhoso, não vai perdoar você tão facilmente. Agora que você é nosso espião, se Arthur, que está comandando a operação se ativesse a trocar ao menos uma palavra com você... – Nesse momento, a voz dela passou de extrema preocupação para ansiedade – Percy, já são quase seis horas! Seu pai vai acordar a qualquer minuto! Rápido, acenda a lareira!

Harry escutou o som de um beijo estalado na bochecha, e em seguida aquele som estranho, próprio de uma viagem de Flu. Subiu as escadas o mais silenciosamente possível, voltando ao quarto então. Sentou-se na cama com a cabeça apoiada na cabeceira e deixou-se absorver por seus pensamentos.

Já haviam se passado duas horas desde que Harry escutara a conversa de Percy e da Sra. Weasley, mas sua cabeça ainda fervilhava idéias e suposições.



Nota da Autora: E aí, gostaram do capítulo? Me faleeeem!!! E milhões de desculpas porque eu não tô escrevendo muito!!! Amo vocês!

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