O papel de Romeu - II

O papel de Romeu - II



No último episódio de ‘Romeu e Julieta’...

‘E o papel de Romeu vai para...
O silêncio na Estufa era sufocante. A platéia até prendia a respiração.
- Draco Malfoy!’



Mister Jean só pode ouvir todos os alunos da Sonserina presentes se levantarem e comemorarem. Draco se levantou e abraçou Blaise, que parecia feliz pelo amigo. Ginny olhou para Harry, que parecia chocado com o acontecido. Ron e Mione também ficaram quietos. Ginny se sentiu na obrigação de dizer alguma coisa.

- Não fique triste, Harry... Afinal, você vai ficar com o papel de Páris...
- Não é por isso que eu estou triste, Gi. – disse ele, olhando nos olhos de Ginny – É claro que eu queria muito esse papel, mas o problema mesmo é você.
- Eu? – ela perguntou, sem entender.
- É! Você vai ter que fazer a peça com o idiota do Malfoy, e isso me deixa preocupado.
- Preocupado? Porque preocupado?
- Ora, Gi... você conhece o Malfoy! Ele pode ser perigoso... e você viu o jeito que ele te agarrou hoje!
Ginny começou a se irritar.

- O que foi? Agora tá caindo na do Ron, é? – perguntou, indignada. Harry fez menção de falar alguma coisa, mas ela o cortou. – Olha aqui, Harry, eu não sou mais aquela garotinha indefesa que você salvou da Câmara Secreta, ok? Eu sei me defender muito bem, e não tenho o mínimo medo do Malfoy.
Harry não sabia bem o que dizer.
- Gi, tente me entender, o Malfoy tem ligações com os Comensais da Morte, ele pode tentar te fazer algum mal...
Ginny passou a mão pelos cabelos ruivos, tentando manter a calma.

- Presta atenção, Harry. Eu não tenho, nunca tive e nunca vou ter medo do Malfoy. Se ele quiser tentar me matar, que tente, mas eu não vou deixar barato. Eu sei me defender, e não vou deixar de fazer uma peça que eu estou louca pra fazer porque você tá com medo do Malfoy me atacar ou sei lá o que.
Harry ia responder, mas Mister Jean voltou a falar.
- Não foi uma decisão fácil, mas no teste de hoje ficou tudo claro. – os Sonserinos que ainda estavam em pé se sentaram para ouvir. – Quando eu vi a Srta. Weasley e o Sr. Malfoy encenando juntos, percebi que eram o casal perfeito.
Ginny olhou discretamente para trás, e encarou Malfoy, que a olhava inexpressivo.

- Os dois se olhavam de um jeito... – continuou Mister Jean – de um jeito que fazia a platéia inteira ficar atenta ao que vai acontecer. Era como se os próprios Romeu e Julieta estivessem ali, e seus corações estivessem lutando com suas mentes, tentando decidir se dão asas ao amor ou ao ódio.
Ginny sentiu um frio na barriga, e virou-se denovo pra frente, evitando o olhar de Draco.
- E o beijo... foi o beijo mais emocionante que eu já vi na minha vida em cima de um palco. – continuou Mister Jean – É como se os dois não pudessem se beijar, mas tivessem uma sufocante vontade de fazê-lo. E não foi um beijo calmo, foi um beijo violento, cheio de significados, assim como Romeu e Julieta se beijariam, com medo do que os outros iriam pensar, já que eram inimigos, mas deixando-se levar pelo amor.

Draco sorriu com o canto da boca. Blaise olhou-o desconfiado. Sabia que Draco estava escondendo alguma coisa, e ele iria descobrir. Mister Jean parecia encantado com tudo o que estava acontecendo, mas voltou a si.

- Bom, agora que os testes acabaram, podem ir todos de volta ao castelo, já está na hora do almoço! Menos a Srta. Weasley e o Sr. Malfoy!
Ginny encarou Harry, que parecia aborrecido pelas coisas que Mister Jean havia falado. Eles se levantaram e foram todos para fora da Estufa, mas Naty e May continuaram ali.

- Olha Gi, você sabe que eu sempre fui a favor de você ficar com o Harry... – começou Naty, parecendo embaraçada. – Mas hoje eu reparei que você não gosta mais dele.

Ginny ficou sem jeito. ‘Droga! Porque ela tem que me conhecer tão bem assim?’
- Mas... Naty... é claro que eu ainda gosto do Harry! – disse, vacilante.
- Não adianta mentir pra mim, Gi! Eu te conheço melhor do que qualquer outra pessoa e sei que você não gosta mais dele. Pelo menos não do jeito que você gostava antes.
- É, e eu particularmente fico extremamente feliz que você não goste mais do cicatriz santinho. – disse May, sorrindo. – Mas vê se dessa vez você acha um garoto melhor!

Ginny passou a mão pelos cabelos, não sabia o que dizer às suas amigas. Mas não precisou pensar por muito tempo, porque uma voz conhecida a livrou da situação.
- Weasley, será que dá pra andar logo com isso? Eu já tô cansado de ficar dentro desse lugar!

Ginny olhou para o lado e viu Malfoy de braços cruzados e com o rosto inexpressivo. Sentiu um frio na barriga quando encarou seus olhos azuis. Naty encarou Ginny e disse:
- Depois agente conversa, Gi. – se virou e foi em direção à porta, acompanhada de May, mas não antes de olhar Malfoy e lançar um olhar cheio de significados para Ginny. ‘Ela sabe de tudo’ pensou.

- Queridos, venham até aqui! – disse Mister Jean, que estava parado em cima do palco. Ginny foi até o palco, sendo seguida por Draco, mas sem olhar para ele. Subiu as escadas e parou no meio do palco, ao lado do Mister Jean. Ele olhou-a feliz.
- Primeiro, eu queria parabenizá-los pelo teste, foi muito bom! – comentou, quando Draco parou ao lado de Ginny – Fiquei honrado de ter duas pessoas como vocês na minha peça!
Ginny olhou para o lado, e Draco a encarou, com um sorriso irônico no rosto.

- Eu sei que hoje é sábado e que eu posso estar exigindo demais de vocês por pedir isso... – continuou Mister Jean - mas eu gostaria que vocês estudassem um pouco as primeiras músicas que terão que cantar na peça. Não precisam decorá-las ainda, mas eu ficaria feliz se vocês já se familiarizassem com elas.
Ele entregou duas folhas de papel trouxa, uma para Ginny e outra para Draco.
- A primeira música é o Sr. Malfoy que vai cantar, no baile de máscaras, enquanto dança com a Srta. Weasley.

Ginny assustou-se. Ela sabia dançar muito bem vários tipos de música, mas para aquela música era necessária uma dança mais antiga, em pares.
- Mas, Mister Jean... eu não tenho certeza se saberei dançar essa música!
Mister Jean riu.
- É por isso mesmo que eu já estou lhes entregando as duas primeiras músicas, pra vocês se familiarizarem e, na segunda feira, quando será nosso primeiro ensaio, vocês já possam treinar.

- Então quer dizer que eu vou ter que ensinar a Weasley a dançar isso? – perguntou Draco, apontando para o papel onde estava a letra da música.
- Sim, Sr. Malfoy, mas apenas se o Sr. souber dançar esse tipo de música. – disse Mister Jean, sorrindo.
- Mas é claro que eu sei... – disse, sorrindo enigmático para Ginny – afinal, tantas festas da sociedade bruxa que eu já tive que ir...
- Ótimo! – disse Mister Jean, cada vez mais animado. – Será bem mais fácil assim.

Ginny ficou horrorizada com a idéia. ‘Além de atuar vou ter que aprender a dançar com esse garoto?’
- Primeiramente eu estou mais preocupado com as músicas, pois elas precisam de mais trabalho. Já as cenas faladas são mais rápidas e mais fáceis, por isso vamos trabalhar com elas depois. – continuou Mister Jean – E agora vocês já podem ir almoçar.
Ginny e Draco se viraram em direção à escada.

- E não se esqueçam do primeiro ensaio, que será segunda feira, às 7 horas da noite. Vocês dois vão ensaiar a dança.
Os dois continuaram a descer a escada e foram até a porta em silêncio. Draco abriu a porta e deixou Ginny passar na sua frente. ‘Desde quando o Malfoy é gentil?’ perguntou a si mesma, mas o pensamento não durou muito tempo.

- Você deve estar muito animada, não é, Weasley? – perguntou ele, enquanto os dois andavam em direção ao castelo. – Afinal, a dança vai ser a primeira coisa que você vai fazer que tenha classe.
Ginny respondeu, sem parar de andar.
- E daí? O que isso te interessa?
Ele também não parou de andar.
- Me interessa porque sou eu que vou ter o desprazer de te ensinar a dançar.
- Se não quiser me ensinar, não precisa. – disse ela, começando a ficar irritada.
Draco parou de andar e olhou-a no fundo dos olhos.

- Se eu não te ensinar, quem é que vai, hein? O seu namoradinho, santo Potter?
Ginny também parou e encarou-o.

- Ele não é meu namorado.
Draco riu e cruzou os braços.
- Creio que não é isso que ele acha, porque ele pareceu extremamente ciumento quando eu ganhei o papel.
Ginny não respondeu, e ele voltou a andar.
- O Cicatriz tem medo de que eu faça alguma coisa ruim para a namoradinha dele.
Ginny foi atrás dele.

- Pois ele não devia ter medo de você.
- Porque? – perguntou ele, sem parar de andar.
- Porque você é inofensivo. – provocou Ginny. Draco parou abruptamente e se virou, quase trombando com a garota.
- Tem certeza de que eu sou inofensivo, Weasley? – disse ele, parecendo estar se divertindo com aquilo. – Afinal, segundo o cicatriz, eu tenho ligações com os Comensais da Morte.
Ginny se indignou e voltou a andar.

- Você prestou atenção em toda a nossa conversa?
- Eu não diria conversa, diria briga de casal. – comentou Draco, divertido, voltando também a andar. – E como eu não ia prestar atenção se vocês estavam quase gritando na minha frente?
- Agente não estava gritando! – disse, tentando se defender.
- Se você pensa assim... e eu não teria tanta certeza nas coisas que você disse.
- Que coisas? – perguntou, curiosa.

- Mas você tem uma péssima memória, não é Weasley? – zombou, e Ginny fechou a cara. – Você disse que pode se defender sozinha e que não tem o mínimo medo de mim.
- E não tenho mesmo. – disse ela, orgulhosa. Draco encarou-a, com um olhar ameaçador.

- Tem certeza, Weasley? – perguntou, se virando para Ginny e agarrando-a pela cintura. Ginny estremeceu com a proximidade dos dois, mas manteve-se calma. – Se eu quisesse te matar agora eu poderia.

Ginny só sentia o cheiro de Draco invadir suas narinas.
- Você não se atreveria. – disse, desafiando-o.
- Como você pode ter certeza? - perguntou, olhando-a impassível. – Você não me conhece, não sabe do que eu sou capaz.
- Você não seria estúpido o bastante para me matar embaixo do nariz de Dumbledore. – explicou Ginny.
- Não sei... – disse Draco, fingindo pensar, sem soltar a cintura de Ginny – Ás vezes o melhor lugar para cometer crimes é exatamente onde ninguém espera que você cometa.
Ginny encarou o fundo dos olhos azuis de Draco.
- Eu sei o que digo... – disse Ginny – você não faria uma coisa dessas.
Draco chegou bem perto do rosto de Ginny e murmurou:

- A vida é tão incerta... pra que ter certeza de alguma coisa, quando tudo pode mudar de uma hora pra outra?
Ginny sentiu um frio na barriga com a voz rouca de Draco, e então ele a soltou e voltou a andar em direção ao castelo. Ginny se recompôs e foi trás dele.
- O testa-rachada realmente não tem nada na cabeça, não é? – comentou Draco, sem olhar para Ginny. – Ele é idiota o bastante pra dizer que eu te agarrei durante o teste.
Ginny alcançou-o e disse, sorrindo vitoriosa.

- Pois ele não estava enganado.
Draco se virou para ela, parando de andar.
- Agora você vai dizer que eu te agarrei? Um Malfoy nunca faria isso com uma Weasley pobretona.
- Não faria, é? – perguntou – e o que você acabou de fazer, há um minuto atrás?
Draco não disse nada, e Ginny continuou.

- E o que você fez ontem à noite, no meio do corredor? Me agarrou! E ainda me beijou!
Draco riu.
- E você gostou muito, não? Mas eu já te disse que só fiz aquilo porque ouvi passos do Filch no corredor, e não estava a fim de ser pego.
Ginny dobrou os braços e sorriu sarcástica, o que fez Draco quase cair para trás.

- Vejo que você não conseguiu esquecer tudo aquilo, como me disse que ia fazer. Isso prova que quem gostou muito foi você.
Draco riu, mas não disse nada. Esperou que Ginny terminasse.
- E eu estava pensando... – disse ela, pensativa – você não tinha que me beijar, afinal, você é monitor e estava fazendo ronda. O Filch não poderia te castigar por estar fora da cama, pois você estava a trabalho. Logo, você não tinha motivo para me beijar.
Draco sorriu irônico, e Ginny não entendeu o porque. Ele deu um passo a frente, ficando bem mais perto dela.

- Vejo que quem não esqueceu do que aconteceu ontem foi você.

Ele se virou e voltou a andar para o castelo. Ela fechou a cara e continuou parada, pensando em como ele sempre conseguia uma resposta para tudo o que ela falava. Draco, percebendo que ela não estava atrás dele, se virou para ela e gritou:

- Vamos, Weasley! Se você continuar parada aí no Sol vai ficar mais vermelha do que já é, se isso é possível!

Ela olhou-o, aborrecida, e voltou a andar, pisando duro. Ele riu e se virou para o castelo, subindo as escadas que levavam ao Saguão de Entrada. Ela correu para alcançá-lo, não queria ficar como um cachorrinho, seguindo Malfoy. Assim que chegou a porta do Salão Principal, eles quase trombaram, já que cada um ia para um lado. Malfoy riu e estendeu a mão para Ginny passar, que passou ainda pisando duro. Malfoy passou a mão pelos cabelos platinados e foi em direção à mesa da Sonserina, rindo por dentro. Chegando lá, sentou-se ao lado de Blaise e se serviu de batatas assadas, sem perceber que uma ruivinha o observava com atenção do outro lado do Salão.






N/A:Olá meus queridoos!! Aqui está mais um capítulo! *sorridente* Eu sei que eu demorei um pouquinho pra postar *se esconde atrás da cadeira pra não levar pedradas* mas é que nas férias fica complicado de postar! e eu também tava meio sem idéias, mas tive umas idéias hoje que vocês vão adorar *esfrega as mãos*
Deu pra ver que esse capítulo é uma continuação do último, né? Mas é que ia ficar gigante em um só, então eu dividi em dois!! adorei esses dois conversando... e a Naty é bem esperta... já tá captando tudo!!
Caraaa, eu tô muuuuuito feliz com os comentários que vocês estão deixando aki!! Vocês não sabem como eu fico feliz quando vejo que tem comentário novooo!!
COMENTEEEEM!! Se não tiver muitos coments não tem próximo capítulo!! e esse promeeete, viu?? hehehehe...
muuuuitos beijooos!! adorooo vocês!!

Passem na minha outra fic e COMENTEM:
http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=12088

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