Por Corredores Escuros

Por Corredores Escuros



A quinta feira passou num estalar de dedos para Ginny. Ela não prestara atenção em nenhuma das aulas (como se em um dia normal ela prestasse atenção), ficara apenas pensando no teste de sábado.

- Gi!! – murmurou Naty, cutucando a amiga – Acorda!

Ginny levantou a cabeça, sonolenta. Estavam em plena sexta-feira, numa divertidíssima aula de História da Magia, onde Prof. Binns explicava mais uma das inúmeras revoltas dos duendes. Ginny pensava seriamente se os duendes não faziam outra coisa a não ser se rebelar. Passou a mão pelos cabelos cor de fogo, exatamente quando o sinal tocou, avisando o termino das aulas da tarde. Agradeceu a Merlin por isso e juntou suas coisas. Saiu da sala com Naty e foram em direção ao Salão Comunal para guardarem suas coisas e poderem jantar. Chegando ao dormitório, olhou-se no espelho. Estava parecendo morta de cansaço. Não entendia porque estava tão nervosa com o teste, afinal não era ela que estava sendo testada, e sim os meninos. Quanto ao beijo, ela podia combinar com o Malfoy para que ele apenas fingisse que a beijasse e pronto, estava tudo resolvido. Fez uma mágica simples e rápida para disfarçar o cansaço e penteou o cabelo. Ela e Naty desceram do dormitório e foram até o Salão Principal, onde todos já jantavam.

- O que foi, Ginny? – perguntou Mione discretamente, enquanto Harry e Ron discutiam suas novas táticas de Quadribol. – Você parece muito cansada.
Ginny levantou seu olhar do prato pela primeira vez na noite.
- Não foi nada Mione... apenas a pressão das aulas.
Mione olhou-a desconfiada, era possível perceber que ela não acreditara. Era incrível a semelhança entre Mione e Sra. Weasley. Ela não perguntou mais. Ginny desligou-se da mesa e lembrou de como suas amigas reagiram quando ela as contara sobre a cena do teste de sábado.

- Beijar o Malfoy? Na boca? – perguntou Naty, indignada.
- É Naty! Eu não acredito que vou ter que fazer isso! – respondeu Ginny, enfiando a cara no travesseiro que estava em cima de sua cama no dormitório.
- Sabe, Gi, eu odeio o Malfoy... – começou May, sentando-se ao lado da amiga em sua cama - ... mas você não deveria estar assim por ter que beijá-lo!
Ginny e Naty olharam espantadas para May, esperando uma explicação.
- É lógico, Gi! O Malfoy pode ser um idiota, arrogante e egocêntrico, mas ninguém pode negar que é um gato!
Ginny sentou-se ao lado de May, incrédula.
- May, você tá louca ou o que? Ele é um Malfoy! Draco Malfoy!
- Eu sei Gi! Mas, acompanha o meu raciocínio... – começou May, abraçando Ginny – Você vai ter a chance de beijar aquele idiota sem ninguém da sua família querer te matar ou te deserdar! Vai ser apenas um beijinho e nada mais! Você não vai ter que aturar o lado ‘Malfoy’ dele!
- Como se eu quisesse beijar o Malfoy! – exclamou Ginny, se levantando e ficando parada ao lado de Naty, que continuava calada.
May se levantou e ficou de frente para as amigas.
- Melhor beijar o Malfoy do que beijar o imbecil do Potter!


- Gi! Giiii?? GI!!!
Ginny olhou para os lados como quem acabava de acordar, desorientada. Viu Harry, Ron, Mione, Naty, Fred e Jorge olhando para ela. Corou um pouco e perguntou:
- O que foi?
- Eu é que pergunto o que foi! – disse Ron. – Você estava estranha.
- Não foi nada! Eu só estou um pouco cansada! É melhor eu ir para o dormitório!

Ginny levantou-se da mesa e saiu do Salão Principal. Andou, sem nem notar para onde ia, e quando viu estava no 7º andar, em frente à Sala Precisa. Como não tinha nada melhor para fazer, decidiu entrar. ‘Um lugar onde ninguém me incomode. Um lugar onde ninguém me incomode. Um lugar onde ninguém me incomode.’ pensou. Um segundo depois uma porta apareceu na sua frente. Ginny empurrou-a, hesitante, e viu que a sala havia se transformado em um belo quarto. As paredes eram brancas e só havia um sofá e uma cama enorme, da mesma cor. Era exatamente o que ela precisava. Correu até a cama e se jogou nela, sentindo um enorme bem estar. Não demorou nem cinco minutos e Ginny já dormia profundamente.

****
Abriu os olhos devagar. Não se lembrava de onde estava. Sentou-se na enorme cama branca quando as lembranças vieram à tona. Olhou pela única janela que havia na sala e percebeu que havia dormido demais. A noite já havia caído há muito tempo, e a Lua cheia iluminava todo o terreno de Hogwarts. Ficou ali, contemplando a Lua por alguns instantes, mas lembrou-se que já era muito tarde e talvez a Mulher Gorda nem abrisse a passagem para o Salão Comunal. Apressou-se a sair da Sala Precisa e andou rápido pelos corredores escuros. Não estava enxergando nada. Quando foi dobrar uma esquina, sentiu seu corpo bater em outro.

****
‘Quem aquela sangue ruim imunda da Granger pensa que é pra me mandar fazer uma ronda em plena sexta-feira? Ela nem é monitora-chefe ainda! Não tem direito de mandar em mim!’ bufava Draco Malfoy, que andava por um corredor muito escuro do castelo. Não agüentava mais ser monitor. Tinha muitas responsabilidades, e tinha que perder a noite de sexta pra fazer rondas idiotas por corredores escuros. Preferia muito mais estar em alguma sala do castelo com alguma das gostosas de Hogwarts que viviam aos seus pés. Sentiu alguma coisa trombar nele.

****
Segurou-se na parede para não cair. Levantou a cabeça para ver quem estava ali, torcendo para que não fosse Filch. Mas quando viu quem era, desejou com todas as suas forças que Filch estivesse ali.

- Ora, ora, ora... Weasley pobretona passeando pelos corredores à uma hora dessa? – comentou Malfoy, com um sorriso quase demoníaco no rosto. Ginny estava ferrada. – Posso saber onde você estava?
- Não te interessa! – respondeu Ginny, irritada, passando por Malfoy e continuando seu caminho. Ele virou-se e segurou seu braço, puxando-a de volta.
- Tem certeza que não me interessa? – perguntou ele, a centímetros do rosto dela. – Se eu quiser posso ir até o Filch pra contar que tem Grifinórias andando a noite por corredores escuros... Não acho que ele gostaria de saber.
Ginny não sabia o que fazer. O corredor estava muito escuro, a única luz vinha da varinha de Malfoy, que iluminava o rosto dele, fazendo os olhos azuis brilharem de um jeito sedutor. O cheiro cítrico do perfume dele invadiu as narinas de Ginny, fazendo-a quase se embriagar. Ela voltou a si e respondeu, levantando a sobrancelha, com a cara mais cínica que conseguiu improvisar.

- Isso é uma chantagem, Malfoy?
Ele se encostou na parede e disse, mais cínico que ela.
- Não, não é uma chantagem. Estou apenas dizendo que, agora que te peguei aqui, é melhor você não vir com frescura pra cima de mim, porque posso fazer você se ferrar. Quem sabe, não seria um ótimo castigo tirar o papel de Julieta de você e dá-lo para Parkinson...
- Você não se atreveria! – interrompeu Ginny, desta vez preocupada.
Malfoy chegou bem perto dela e disse, quase num sussurro.

- Me provoque e verá.

Ginny olhou bem no fundo dos olhos dele, enquanto ele fazia o mesmo. Ele podia sentir o perfume floral de Ginny invadi-lo, e ela podia sentir-se dentro dos olhos de Draco, navegando naquelas íris maravilhosamente azuis. Aquilo continuou até que uma luz vermelha se acendeu em sua cabeça, que dizia: ‘Perigo! Malfoy!’ Ela se recompôs e disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça.

- Mas é claro, não é? Você não pode ser honesto nem por um segundo. Basta ver uma mínima oportunidade e já vem fazendo chantagem. Típico de um Malfoy.
Ele olhou-a com raiva.
- Olha Weasley...
- Depois sou eu que sou traidora de sangue! – interrompeu ela, ignorando Draco – Traidores de sangue deveriam ser pessoas como você, que sujam o nome da família com suas maldades.
- Weasley, cala a boca!
- Vieram todos da mesma porcaria e vão acabar todos do mesmo jeito, servindo aquele patético do Voldemort, como cachorrinhos de guarda! – continuou ela. Draco já estranhava, mas ela não conseguia parar de falar. – E depois vão ser descartados como lixo, que não servem mais pra nada!
- Weasley, eu já falei pra você calar a boca! – insistiu mais uma vez, quando ouviu um barulho vindo de algum lugar próximo.

- São todos uns hipócritas que pensam que são melhores que os outros porque tem sangue pu... – voltou a falar, mas foi interrompida por Malfoy que agarrou sua cintura e puxou-a para si, colando seus lábios nos dela. No começo eles estavam imóveis, mas então aprofundaram o beijo. Era como se fogo e gelo se fundissem em um só. Ginny sentia como se aquecesse os lábios frios de Draco, e era a melhor sensação que havia experimentado. Ele beijava excepcionalmente bem, como ela nunca havia visto antes. Era doce e feroz ao mesmo tempo, e ele a abraçava de um jeito tão gostoso que ela não queria sair de lá nunca. Os corpos dos dois estavam perfeitamente colados. Draco sentia seus lábios sendo aquecidos, e a cada toque que sua língua dava na dela, era como se ocorresse um choque entre os dois. Mas, tão rápido quanto começou, o beijo terminou. Os dois se largaram e Ginny gritou, entre tapas e mais tapas em Draco:
- Você tá louco, é Malfoy? O que você pensa que está fazendo?

Ele tentava fugir dos tapas dela.
- Cala boca Weasley! Assim nós vamos ser pegos!
- O que interessa nós sermos pegos? Eu quero saber porque você me beijou!
- Se você faz tanta questão de saber fala baixo ou nós dois estamos ferrados!
Ginny cruzou os braços e olhou para Draco, esperando uma explicação.
- O que você queria que eu fizesse? Eu ouvi passos no corredor e tive que calar a sua boca de algum jeito!
- Que tivesse pedido pra eu ficar quieta! – bufou ela. Estava mais vermelha que seu cabelo. A sorte era que Malfoy não podia ver direito como estava descabelada.
- Como você queria que eu fizesse isso? Você fala mais que um elfo doméstico bêbado!

Ginny corou. Não que isso fizesse diferença no seu rosto vermelho.
- Tá bom, mas você podia ter arranjado outro jeito de calar a minha boca!
Draco sorriu sarcástico.
- Porque? Você gostou tanto do beijo!
O queixo de Ginny caiu. Como ele adivinhou?
- Eu gostei do beijo? – disse ela, vacilante – Não seja patético, Malfoy!
- Admita, Weasley, você adorou meu beijo! – disse ele, com um sorriso maroto no canto da boca.
- Você deve estar maluco! Eu não gostei do seu beijo!
Malfoy chegou perigosamente perto de Ginny, que estremeceu.

- Então porque você correspondeu?
- Eu não correspondi! – afirmou ela, sem jeito – Só não consegui me livrar de você, já que você me agarrou!
Ele riu. Ginny percebeu, pelo que conseguiu enxergar, que era um sorriso sincero. O que o deixava mais lindo ainda.
- Ah, Weasley... se não quiser admitir, não precisa! Eu já tive provas suficientes pra perceber que você adorou me beijar. Mas não se acostuma não, ok? Muitas garotas dariam tudo o que tem para estar no seu lugar, então não vou perder mais tempo com você.
Ginny se irritou.

- Malfoy, eu te ODEIO! – bufou, contornando Malfoy e indo pela direção que achava que a levaria para o Salão Comunal da Grifinória.
- A recíproca é verdadeira, Weasley – disse, tranqüilo. – Eu te acompanho até o Salão Comunal.
Ginny se virou, encarando-o.
- E quem disse que eu quero a sua companhia?
Draco riu e começou a andar na direção oposta.
- Se não quiser tudo bem, só não esqueça que o seu Salão Comunal é pra lá. – comentou, apontando para a direção em que ia. Ginny pensou um pouco, e quando a luz da varinha de Draco havia sumido, a deixando em total escuridão, ela saiu correndo por onde ele havia ido.
- Malfoy! Malfoy espera!

Ele apareceu de novo, com a varinha acesa.
- Sabia que você ia voltar correndo. – disse, se gabando.
- Não fiz isso por você, seu idiota! Fiz apenas porque está muito escuro e eu não quero correr o risco de ser pega pelo Filch. E por isso eu aturo a sua companhia!
Recomeçaram a andar.
- Se você faz até um esforço desse para não ser pega pelo Filch, você não devia ter achado ruim eu ter te beijado!
Ginny sentiu seu rosto corar.
- Dá pra fazer o favor de não me lembrar disso? Eu tô tentando esquecer!
- Eu é que devia estar tentando esquecer esse infeliz incidente, mas ver você fazer papel de boba me deixou de tão bom humor que eu me preocupo de esquecer isso amanhã.
Ela olhou-o, admirada.

- Draco Malfoy de bom humor?
- Pra você ver! – disse ele, sorrindo sarcástico. – Ver pessoas como você fazendo papel de boba alegra qualquer um.
- Pessoas como eu? – perguntou ela, indignada.
- Sim. Pessoas como você.
- E como são pessoas como eu?
- Ora... – ele passou a mão pelos cabelos platinados, como se pensasse. Ginny sentiu suas pernas bambearem. - Weasleys pobretões traidores de sangue.
Ginny fechou a cara no mesmo instante. Ele era mesmo um cachorro. Sentiu seu sangue ferver, mas tentou se controlar, afinal Filch poderia aparecer.
- Pois se o ‘Senhor Draco Egocêntrico Malfoy’ acha isso de mim, o que está fazendo aqui comigo?
- Só quero evitar mais problemas para mim com o Filch. E também, duvido que sozinha você encontrasse o Salão Comunal.
- Tá achando que eu sou burra, é? – perguntou, quando chegavam no quadro da Mulher Gorda, que dormia.
- Se você entende assim...

Ginny tentou responder, mas Draco já tentava acordar a Mulher Gorda.
- Ei! Projeto de cantora de ópera! Acorda!
A Mulher Gorda abriu os olhos lentamente.
- Quem ousa me acordar à uma hora dessa? – bufou ela, olhando para Ginny e Draco.
- Pára de reclamar e abre essa porcaria de Salão Comunal logo! – exigiu Malfoy.
- Quem o senhor pensa que é pra me aparecer aqui durante a madrugada exigindo que eu abra o meu Salão Comunal? – perguntou ela, irritada.
- Draco Malfoy, monitor. – disse ele, casualmente. Ela arregalou um pouco os olhos. Com certeza sabia quem era o pai de Draco.
- Mesmo assim, senhor Malfoy, o senhor não é da Grifinória! E também eu sou proibida de abrir o meu Salão Comunal após 1 hora da manhã.
- Não interessa se eu sou ou não da Grifinória, não sou eu que vou entrar, é ela! – disse ele, apontando para Ginny.
- Ora, Senhorita Weasley! Que fazia de madrugada pelos corredores? – perguntou ela, com um olhar de censura. Ginny ia responder, mas Draco a interrompeu.
- Não te interessa o que ela estava fazendo, só exijo que abra agora!
- Não vou abrir! – disse ela, fazendo birra.
- Não vai abrir, é? – perguntou Malfoy, que parecia irritado com a mulher – Pois não abra e se resolva com Dumbledore quando eu contar a ele sobre as suas festinhas noturnas com aquela sua amiga Violeta e os homens daquele quadro no final do corredor!
A Mulher Gorda impressionou-se com Draco, e fechou a cara, enquanto girava o quadro, abrindo passagem para Ginny.
- Isso! É assim que eu gosto! – comentou ele. Ginny entrou no Salão e virou-se para Draco, que disse:
- Até amanhã, Weasley. Não se esqueça que temos um teste a fazer amanhã.

Ginny, que havia esquecido do teste, sentiu um frio na barriga. Agora ela estava ferrada. O quadro girou-se, de volta ao lugar, e a última coisa que Ginny pôde ver foi um sorriso sarcástico no rosto de Malfoy. Ele devia saber que, bem lá no fundo, Ginny estava ansiosa para beijá-lo outra vez.








N/A:Oii gentee!! Finalmente capítulo novo!! Espero que vocês tenham gostado!! um pokinho de D/G romance pra vcs =]] fofo!! Estava todo mundo esperando pelo teste do Draco e do Harry, mas vão ter que esperar até o próximo capítulo, pq esse aqui teve que vir antes!! hehehehehe...
Muito obrigada a todas as pessoas que estão acompanhando essa fic!!Valew mesmoo!! Vocês são muuuito importantes pra mim!!
COMENTEEEEM!! FAÇAM UMA AUTORA FELIZ!!
NO coments?? NO próximo capítulo!!

No próximo capítulo:Chega o tão esperado dia do teste. Finalmente será decidido quem ficará com o papel de Romeu.O problema é que tanto Harry quanto Draco dependem de Ginny para fazê-lo. Não percam o próximo capítulo! Vai estar muuito legal!

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