Acabou-se uma vida. Começou-se

Acabou-se uma vida. Começou-se



Então, foram se passando os longos meses de gravidez de Sarah. No inicio, ela e Sirius não tinham aceitado bem essa idéia de terem um filho, mas, ao passar dos dias, a alegria cada vez mais aumentava.
- Ah, Sarah, estou tão ansioso pra receber nosso filho... – Ele a abraçou, olhando-a.
- Eu também estou. Principalmente pra voltar ao meu peso normal! – Ela riu.
- Ah, não, você está bem assim, bem mesmo. – Sirius a olhou por inteira, e depois riu.
- Engraçadinho! Olha, se continuar assim, não vai querer nem me ver mais! Eu ainda estou no 6º mês de gravidez, seu bobo, e ainda falta mais 3 meses... Se eu já estou inchada assim...
- O que deve ser, hein? – Ele segurou suas mãos, pensando. – Espero que seja uma menina.
- Você que não quis saber! Eu estava louca pra ver! – Sarah protestou. – Quero que seja um menino...
Os dois se olharam.
- Não posso acreditar que tenha uma vida dentro de mim... – Sarah respirou fundo.
- Ah, eu posso sim. Sabe, isso parece magia, não é? – Sirius riu, pensativo. – Tipo, parece que os pais são a formula, e os filhos são o resultado, não acha?
Sarah ficou olhando-o por alguns segundo, e depois abriu um sorriso.
- Não tente pensar muito, pode estragar os poucos miolos que te restam, querido.
- Ah é?
- Eu estou brincando! – Ela o abraçou forte. – Te amo.
- Sabe, Sarah, adoro ouvir isso... – Disse ele, beijando-a novamente.
E os meses estavam chegando... Faltava pouco tempo. Agora, restara somente uma semana.
- Ah, eu estou igual a um balão! – Sarah reclamava para Amanda, no trabalho.
- O que importa, querida, é seu filho que está aí dentro.
- É, tem razão... Vai ser lindo... Ou linda! – Sarah sorriu, passando a mão em sua barriga.
- Olha a Sarah! Está podendo hein! Vai ter um filho do bonitão, olha!
- Amanda, querida, o “bonitão” é meu marido, está bem?
- Esqueci que já tinham casado. Só não entendi por que não ouve casamento na igreja...
- Não gosto muito de complicações e festas desse tipo. Sou calma, gosto de fazer tudo bem tranqüilo...
- Entendi! – Amanda riu. – O que importa é que são casados agora... Como vai se chamar os gêmeos?
- Não brinca, Mandy! – Sarah olhou-a. – Eu não agüentaria ter gêmeos!
- Ah, Sarah, amiga, você já agüentou tantas coisas nessa vida, meu bem! – Amanda riu. – E como foi a lua-de-mel lá na França?
- Foi muito bom ter ido lá novamente... – Sarah disse, e seus olhos se encheram de lágrimas. – Me lembrei de David...
- Era... O seu irmão... Não era? – Amanda olhou-a, com pena.
- Sim... – Sarah tentou conter as lágrimas. – Lembrei de papai e mamãe... Lembrei de nossos anos juntos, como uma família de verdade.
- Ah, Sarah, agora você vai construir uma família de verdade! – Amanda a abraçou. – Pode contar comigo pra tudo, está bem, amiga?
- Obrigada, Mandy... Te adoro! – Sarah sorriu, olhando para Amanda.


- Sirius... Mexeu! – Sarah sorriu, feliz.
- Sério? Nossa... É mesmo! – Os dois sorriam, animados.
- Como é bom sentir que meu filhinho está bem... Não vejo a hora de nascer, sabe querido, quero cuidar muito bem dele...
- Ou dela... – Sirius a olhou. – Não vejo a hora da minha filha nascer.
- E, por acaso, se sua filha nascer, que nome ela terá? Já escolheu? – Sarah olhou para ele.
- Claro que pensei... O que acha que eu fico fazendo enquanto você trabalha? Fico jogando palavras cruzadas do jornal? – Sirius protestou. – Bem, eu jogo de vez em quando... É que já estava acostumado... Mas, não vamos fugir do assunto.
- Ahãm... E como sua filha irá se chamar?
- Nossa filha irá se chamar Stefhanie Black. – Ele sorriu. – Lindo nome, não?
Sarah fez pose de quem estava pensando, e depois sorrindo, disse:
- Perfeito. Mas, de onde tirou esse nome?
- Ah, é de uma antiga namorada minha... – Sirius sorriu. Sarah ficou séria.
- É? Ah, querido, que coisa, não? Que nome lindo que sua namorada tinha...
- Estou brincando, sua boba! – Ele a abraçou, rindo. – Você acha que eu iria lembrar do nome de alguma delas? Tive tantas...
- Engraçadinho! – Sarah exclamou, dando um tapa de leve nele. – Eu não fico falando dos meus ex namorados!
- E por acaso você teve algum? – Sirius perguntou, tentando ficar sério.
- CLARO, né, bem! Eu sou chique! – Sarah sorriu, fazendo pose de orgulhosa. Os dois riram, se abraçando e se deitando na cama.
- Te amo, Sarah. – Ele dizia, passando a mão pelo rosto da amada, fazendo-lhe carinho.
- Também te amo, Sirius... Eternamente... – Ela sussurrou. – Promete que nunca irá me deixar?
- Claro que nunca irei te deixar... Eu te adoro... – Ele disse, puxando Sarah e a beijando carinhosamente.
Finalmente, chegara a véspera do grande dia. Já era de madrugada, quando Sirius e Sarah estavam dormindo. De repente, ela acorda.
- Ahh... – Ela gemeu baixinho. – Ahh, não... Agora não...
- Sarah! Sarah, meu amor, está acontecendo alguma coisa? – Ele acordou, preocupado, olhando-a.
- Ah, Sirius, está tudo bem, querido, pode voltar a dormir... Foi só um alarme falso... – Ela tentou sorrir, mas estava com muita dor.
- Não, não vou voltar a dormir. – Ele levantou-se. – Vamos pro St. Mungus...
- Não! Sirius, é sério, pode ficar despreocupado, eu estou bem! – Protestou Sarah, se levantando e indo até ele. – Vai dormir, vai...
Alguém bate na porta. Sarah abre a porta, bocejando.
- Amanda? O que está fazendo aqui?
- Estou em má hora? – Ela entrou, olhando os dois. – Desculpem, mas é que, Sarah, os bebês costumam querer nascer de madrugada, sabe... A maioria deles, então, é melhor ir se preparando...
- A Amanda tem razão. – Sirius olhou para Sarah. – Vamos pro hospital.
- Mas, eu estou bem! Foi só uma dor! Ahhh... – Sarah gritou novamente.
- Amiga! – Amanda foi até ela. – Sirius tem razão, vamos pro St. Mungus! Não custa nada!
Amanda e Sirius ficaram tentando convencer Sarah de ir ao hospital, mas, parece que as palavras não estavam adiantando de jeito algum. Outra vez, alguém bate na porta.
- Ah, acho que as visitas escolheram vir de madrugada! – Sirius exclamou, abrindo a porta. – ANDROMEDA?
- PRIMINHO! – Andrômeda se tacou em cima de Sirius, abraçando-o. - Quanto tempo! Deixaram você livre de Azkaban? Que bom!
- Olhe, Andrômeda, quieta, fala baixinho, vem aqui... – Ele puxou sua prima até o sofá, fazendo-a sentar.
- SARAH! – Andrômeda gritou. – Como está bonita... Mas, está meio gorda, não é?
- ELA ESTÁ GRÁVIDA SUA ANTA! – Amanda berrou, ficando irritada. Andrômeda a olhou.
- Ah, eu não sabia, se não se importa, eu cheguei agora, está bem, então sou adivinha pra saber do que estavam falando. E se não se importa também, não vejo Sarah e Sirius desde Hogwarts.
- Entendo. – Disse Amanda, sarcasticamente.
- E pra sua informação, querida... – Andrômeda continuou. – Eu já tenho uma filha, está bem.
- Sério? – Sirius olhou a prima, impressionado.
- Sim! Ah, Sirius, como vai chamar a criança? Eu escolhi um nome lindo para minha filha! – Andrômeda disse, com uma voz sonhadora.
- E qual é? – Sarah perguntou, respirando fundo.
- Ninfadora! – Andrômeda exclamou.
- Minha nossa! – Amanda berrou, fingindo se assustar. – Nossa, seu dicionário de nomes é muito bonito!
- É, inclusive eu emprestei pra sua mãe, meu bem, pra ela escolher seu nome. – Andrômeda exclamou, ficando nervosa.
- Por favor, Amanda, Andrômeda, parem! Minha esposa está preste a ter um filho e não quero que ele comece sua vida nesse tormento todo. – Sirius exclamou.
- Ahh... Ahhh! – Sarah berrou. – Ah... Não... Ah...
- Sarah! – Amanda gritou.
- Ah, meu Merlim, minha nossa, é agora! – Andrômeda correu até Sarah.
- Calma, amor, olha, agüenta firme... – Sirius segurou a mão de Sarah, preocupado.
- Eu... Vou... Tentar... – Ela respirava rapidamente.
- Não dá mais tempo de levar Sarah ao hospital! – Amanda exclamou, olhando a situação. – A bolsa já estourou.
- MINHA NOSSA! AH, MEU MERLIM! – Andrômeda berrou. – Escute minha filha, temos que tirar esse bebe aí de dentro! – Ela olhou para Amanda, que, assustada, concordou com a cabeça.
- Ah, não! – Sarah gritou. – Vocês não sabem... Ahh! – Ela gemia.
- Mas vamos conseguir! – Andrômeda exclamou. – Vamos, Amanda, se mexa, pegue toalhas, água quente...
Amanda olhou feio para Andrômeda, mas saiu correndo a procura do que precisariam. Andrômeda ficou olhando para Sirius e Sarah, levemente preocupada.
- Vai ficar tudo bem... – Sirius passou a mão pelo rosto de Sarah, que estava suando como nunca. – Eu juro, você vai ter nosso filho, Sarah... Vai dar tudo bem.
- Sirius... Se eu não conseguir... – Sarah respirava fundo. – Quero que você cuide bem dele... Nunca o abandone, pelo amor de Merlim...
- Não fale besteiras. Você vai conseguir. Vai criar esse filho, você mesma. Eu te juro, Sarah.
Amanda voltou correndo com as coisas.
- VAI LOGO, MULHER, MEXA-SE! – Berrou Andrômeda, pegando as toalhas e cutucando Amanda, que quase chutou Andrômeda, morrendo de raiva. Sarah gemia muito, e as coisas estavam se complicando ainda mais.
- Andrômeda... – Sirius olhou para sua prima. – Está dando tudo certo... Diga-me que está...
- Sirius... – Andrômeda o olhou. – Não posso mentir pra você, e nem para Sarah... – Respirou fundo. – Mas, as coisas estão muito difíceis... Sarah corre riscos...
- Ela não tem dilatação... – Amanda falou, com a voz trêmula.
Sirius pareceu super preocupado, mas logo ficou sério.
- Isso não irá interferir em nada. Ela terá o nosso filho.
- Sirius, ela pode até conseguir ter... – Andrômeda o olhou. – O problema é... Ela pode não agüentar, entende...
- Mas ela VAI agüentar! – Ele apertou a mão de Sarah mais forte. Ela gritou baixinho.
- Vamos, Sarah! Faz força! – Berrou Amanda. – Faz força!
- Respira fundo, Sarah! – Andrômeda gritava. - Respira fundo e joga essa criança pra fora!
Os segundos iam se alongando naquela madrugada. As coisas estavam muito complicadas para Sarah.
- Vamos Sarah... Você consegue... – Sirius falava, preocupado. – VAI SARAH!
- Eu... Estou... Indo! – Ela gritava, e estava muito vermelha e muito pálida.
- Eu... Eu estou vendo! – Amanda gritou. – Eu estou vendo! Está saindo! VAI SARAH! VOCÊ CONSEGUE!
Sarah fez toda a força que tinha para seu filho nascer. Então, finalmente, ele saiu.
- É UMA MENINA! – Andrômeda berrou, segurando-a. – É linda...
- ESPERE... SÃO GEMEOS! – Amanda gritou, desesperada.
- O que? – Sirius não poderia acreditar.
- AH... SARAH VAMOS!
Mas Sarah já tinha usado todas suas forças para ter a primeira menina... Não agüentava mais, estava muito cansada...
- Eu... Não vou conseguir! – Ela gritava.
- VOCÊ CONSEGUE! – Andrômeda berrava.
- Vamos, amor... Vamos... – Sirius apertava a mão de Sarah cada vez mais.
- Ah... Eu estou... – Ela começou a tossir. – Estou com falta de ar, Sirius... Está ficando frio...
- ESTÁ SAINDO! VAI SARAH! – Amanda berrou, puxando a outra menina.
- Ah... Ahhh... – Sarah respirava rápido.
- Você consegue... Por favor, Sarah... Você consegue... – Sirius dizia, enxugando as lágrimas que caiam dos seus olhos.
- Por favor, amiga... – Amanda pedia. – TENTE!
- NÃO DESISTA! JÁ ESTÁ SAINDO! – Andrômeda gritou. – JÁ ESTÁ... Já... Saiu... – Ela pegou a menina, que, não chorava igual a outra. Sirius e Amanda foram vê-la.
- Ela está bem... Só está calada... – Amanda falou, respirando fundo. – Conseguimos...
Amanda segurava uma menina nos braços, a primeira que havia nascido. Já Andrômeda segurava a outra que acabara de nascer.
- Ah vejam... – Sirius sorriu, olhando Sarah. – Ela dormiu... Também, estava muito cansada... Não é... – E olhou para Andrômeda e Amanda. Amanda sorriu em resposta, mas Andrômeda foi até a cama, olhando atentamente Sarah.
- Sirius, eu acho que... Ela... Ela não está dormindo... – Andromeda começou a tremer.
- Então, desmaiou? Ah, droga... Vamos leva-la para o hospital... – Disse ele, passando as mãos pelos cabelos de Sarah. Amanda olhou para Andrômeda, e logo começaram a escorrer lágrimas pelos olhos das duas.
- Sirius... Olha... – Andrômeda colocou a mão no ombro dele, tentando não chorar. – É difícil te explicar...
- A Sarah ficou sem forças... Foi muito duro para ela... – Amanda dizia, começando a soluçar.
- Eu sei, ela vai ficar bem... – Dizia Sirius, distraído, sem prestar atenção nas duas, só olhando para Sarah e suas duas filhas.
- Não, não vai. – Andrômeda falou, com a voz descontrolada.
Sirius olhou-a.
- Andrômeda... Amanda... Por que estão chorando? Ela vai ficar bem, sim... Não se preocupem... – Ele se levantou e foi até elas. – Não precisam se preocupar.
- Sirius... Ela não pode ficar bem, por que... Ela... – Amanda colocou a mão na boca, fechando os olhos e deixando as lágrimas escorrerem. – Ela... Ela se foi. – Sua respiração saiu trêmula. Andrômeda estava pálida como uma folha de papel nova.
Sirius ficou observando Amanda por alguns instantes, e depois deu uma risada, sem acreditar.
- Não entendi.
- Sirius... A Sarah... Ela...
- Ela morreu, Sirius. – Andrômeda por fim disse, soltando um soluço alto, ainda tentando segurar o choro.
- Não digam besteira! Minha mulher não morreu, ela está deitada descansando! É só isso... – Sirius quase gritou, se descontrolando. Olhou para Sarah, e viu que esta estava pálida. Não pode ser, pensava ele, ela é forte, ela vai ficar bem... Mas, dentro dele, no fundo, ele estava começando a acreditar que Sarah não agüentou, que não foi o bastante forte... Foi até bem perto dela, e lhe deu um leve beijo. Então, acreditou. Sua pele estava fria como a morte; seus lábios não estavam mais vermelhos como antes, estavam quase da cor da pele de Sarah, e ele não sentiu sua respiração. Sirius começou a tremer, e, mesmo querendo evitar, lágrimas começaram a brotar de seus olhos. Ele pegou a mão de Sarah, e então pode ter certeza que ela estava morta.
- Não... Ela jurou... Ela disse que iria conseguir... – Ele disse, trêmulo, sem poder mais controlar as lágrimas que agora escorriam sem sequer parar. – Ela me disse! – E a abraçou. Não sentiu mais seu coração bater. Sarah havia morrido mesmo. No mesmo instante, Amanda caiu de joelhos, chorando desesperadamente.
- Saraah... – Ela gemia.
Andrômeda ficara paralisada, olhando as gêmeas. Nem sequer piscava. Só podiam ver as lágrimas caindo de seus olhos negros e profundos.
- Sarah... – Sirius murmurou, baixinho, olhando o corpo de sua amada. Então, lembrou das palavras dela... “Também te amo, Sirius, eternamente...”. Então, ficou por minutos abraçado ao corpo de Sarah, enquanto Amanda, ajoelhada no chão, chorava desesperadamente, e Andrômeda, que ainda não caíra na real, parada, sem piscar, ao lado das gêmeas.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.