A Conseqüência de Uma Paixão

A Conseqüência de Uma Paixão



- Ser madrinha? É claro! – Amanda berrou, quando estavam no trabalho, analisando os casos.
- Ah, Mandy, obrigada! Mas, não grite... – Sarah sorriu, olhando pros lados. – Alguém pode descobrir...
- Srta. Beauty! – O chefe entrou na sala. – Ah, Srta. Speaker, bom dia...
- Bom dia, “chefinho”! – Amanda riu. Sarah prendeu o riso.
- Bem, Srta. Beauty... Já conseguiram capturar Sirius Black?
- Oh, sim! – Amanda riu. Sarah a chutou por debaixo da mesa.
- Verdade? – O Chefe pareceu surpreso.
- Ah, não senhor, Amanda está brincando. Não é, AMANDA? – Sarah arregalou os olhos pra ela, com um olhar fuzilador.
- Claro que sim, “Srta. Beauty!”.
- Ah, Srta. Speaker! – O chefe pareceu chateado. – Não faça mais essas brincadeiras. E deixou as duas aos cochichos.
Sarah andava pela rua, indo para casa. Aquele dia estava chuvoso. Chegou em casa. Abriu a porta.
- Amor? – Chamou ela, deixando suas coisas em cima do sofá.
Mas, nenhum sinal de Sirius. Sarah começou a ficar preocupada... Será que descobriram? Então, ao chegar na cozinha, em cima da mesa, havia uma caixinha. Sarah foi até ela, curiosa. Quando ia pega-la, sentiu alguém a abraçando por trás.
- Supresa... – Sirius sussurrou baixinho no ouvido de Sarah, virou-a e a beijou. Ela não desviou, colocando a caixinha de novo sobre a mesa, e o abraçando.
- O que tem nessa caixinha, hein? – Ela perguntou, rindo, e se se encostando à mesa.
- Nossa como você é curiosa hein, Sarah! Abre então...
Sarah abriu a caixinha e se surpreendeu. Era um anel de noivado... E como era bonito! Tinha pedrinhas de diamante, que faiscavam.
- Oh, Sirius, que lindo! – Sarah exclamou, voltando-se a olhar para ele. Sirius apenas sorriu.
- Era da minha mãe. É bonito, não?
- Lógico! Ah ia me esquecendo, é da família Black, a família mais nobre e rica do mundo! – Sarah riu.
- Engraçadinha! – Ele a olhou. – Vamos ver... Tomara que sirva. – Sirius pegou a mão de Sarah, e colocou o anel.
- Perfeito. – Ela disse, olhando o pequeno diamante que brilhava em sua mão.
No outro dia, Sarah acordou com uma intensa dor no estomago. Sentia muita ânsia de vomito. Permaneceu deitada por alguns instantes, olhando para o teto. Então, Sirius acordou, olhando-a.
- Sarah? Você está bem?
Sarah concordou com a cabeça, mas, antes mesmo de falar alguma coisa, correu para o banheiro e vomitou. Estava se sentindo muito estranha.
- Sarah? – Sirius gritou, preocupado. – O que foi? – E foi até a porta do banheiro.
- Eu... Eu estou bem... É só... Só indigestão... – Ela tentou sorrir. Olhou-se no espelho. Estava estranha mesmo. – Eu... Tenho que ir pro trabalho...
- Não, assim você não vai... – Sirius a olhou e foi até ela, a abraçando. – Vai ficar aqui, deitada. Está passando mal. É perigoso. Você não sabe?
- Eu sei, mas, eu tenho que ir trabalhar, não posso...
- Não senhora. Não vou deixar minha futura esposa se expor mais ainda. Vai mandar uma coruja para o ministério dizendo que não poderá ir hoje por motivos de saúde.
- Mas, Sirius...
- Vai pra cama já, Sarah!
Ela ficou o olhando. Não se sabia por que, sentiu que começara a nascer lágrimas de seus olhos.
- Mas isso não é justo! – Ela exclamou, chorando de repente.
Ele ficou a olhando, curioso, enquanto ela corria para o quarto, se trancando.
- Sarah, abre a porta.
- PRA VOCÊ GRITAR COMIGO? – Ela gritou, chorando.
- Sarah, você precisa ir ao médico!
- EU NÃO VOU!
- Sarah, isso já está me irritando...
Sirius pegou a varinha, apontou pra fechadura e jogou o feitiço “Alorromora”, abrindo a porta e encontrando Sarah abraçada ao travesseiro, chorando.
- Desculpa... – Sarah disse, voltando a chorar. – Eu estou tão estranha!
- Ah, Sarah... – Ele foi até ela, puxando-a e a abraçando. – Você precisa fazer uns exames, Sarah! É estranho você estar assim...
- Se você for comigo, eu vou! – Disse ela, encostando a cabeça no ombro de Sirius e soluçando.
Chegaram ao St. Mungus, que, como sempre, estava lotado de pessoas com casos estranhos.
- Muito bonita a sua aparição como cachorro, Sirius! – Sarah falou baixinho, olhando o cachorro grande e preto ao seu lado. Ele deu um latido.
A mulher da recepção olhou para Sarah e seu cachorro.
- Bom dia... Queremos fazer uns exames... – Sarah disse, tentando ser gentil, mesmo que seu humor estava muito sensível hoje.
- Você ou o cachorro? – A mulher perguntou, olhando-a.
- Bom, acho que teria que ser eu, NÉ? – Sarah tentou se controlar, ficando irritada e ao mesmo tempo com vontade de chorar.
- Ah, minha filha! – A mulher respondeu, pegando uma ficha. – Se você trabalhasse aqui, veria cada caso...
- Ah está bem. Agora, eu preciso fazer os exames! – Sarah puxou a ficha da mão da mulher, e logo foi se sentando em um banco, e colocando seus dados.
Nome: Sarah Christine Beauty.
Idade: 32 anos.
Estado Civil:
Sarah olhou para Sirius, corando. Ele deu uma leve latida e lambeu sua mão, onde estava o anel, chacoalhando o rabinho. Sarah riu, sussurrando um “que bonitinho”, e voltou a escrever.
Estado Civil: Noiva.
Exame que quer fazer: Pode ser... O de sangue.
Sarah pensou na agulha entrando em sua pele e soltou um gemido baixinho. Entregou para a atendente e esperou, ansiosa.
Depois de uns 10 minutos, a atendente a chamou. Ela se levantou, entrando na sala.
- Bem, Srta. Beauty... – O curandeiro olhou para ela, fazendo um gesto impaciente para ela se sentar na cadeira.
- Pode me chamar de Sarah.
- Ah, claro. – Disse o curandeiro, distraído. – Coloque seu braço no apoio da cadeira, por favor.
Sarah colocou seu braço no apoio da cadeira, gemendo outra vez. O curandeiro amarrou um elástico em seu braço, e foi preparar a agulha.
- Ah, Merlim meu... – Sarah respirou fundo. – Ah, está apertando demais!
- Hum? – Ele olhou. – Ah, sim, está pronto.
Tirou o elástico do braço de Sarah, dando umas palmadas de leve na região das artérias, para ele poder enxerga-las. Sarah engoliu seco.
- Não vai doer... Vai?
- Nunca tirou sangue, Sarah?
- Ah, sim. Mas odeio tirar sangue.
- Ah claro... – Disse o curandeiro, distraído, novamente. – Agora, relaxe... Mas, contraia sua mão.
Sarah apertou com força a mão, e viu suas veias aparecendo. Então, o curandeiro foi, levemente, aplicando a agulha em sua veia. Sarah olhou para o outro lado, sentindo uma terrível picada, muito rápida. Quando abriu os olhos novamente, viu que o curandeiro já havia retirado a agulha e agora estava colocando um esparadrapo no lugar em que furara.
- Bem, que exames quer?
- Em geral. – Sarah sorriu.
- Está bem. Pode esperar lá na recepção, em uma hora lhe chamarei.
Sarah saiu da sala, meio pálida. Sirius foi até ela, latindo, e a lambeu.
- Ah? Oi totó! – Sarah riu. Ele fez uma cara que não havia achado graça. – Ora, vamos! Se alegre... Deu tudo certo! É só esperar ele me chamar novamente...
Uma idosa, que estava sentada quase ao lado de Sarah, perguntou, com a voz arrastada:
- Você foi sempre de conversar com cachorros ou é louca mesmo?
Sarah olhou para a velha, com vontade de esgana-la.
- Ah, não, senhora, tenho esse dom desde pequena. – Respondeu, sarcástica.
Uma hora depois, o curandeiro chamara Sarah novamente. Ela entrou, preocupada, na sala. O curandeiro estava sorrindo, segurando o exame nas mãos.
- Muito bem! Parabéns! – Ele foi até ela, lhe dando uma palmada de leve nas costas.
- O que disse? – Sarah arregalou os olhos. – Parabéns por que? Não entendi.
- A senhora vai ser mamãe! Que maravilha!
Sarah sentiu como se um balde de água fria tivesse se espatifado na cabeça dela. Ela arregalou os olhos azuis para o curandeiro.
- O que... O que disse? – Gaguejou.
- Vai ser mamãe! – O curandeiro gritou. – Que maravilha! Que felicidade!
- É, concordo. – Disse Sarah, sem reação, e sem ainda acreditar.
Chamou Sirius e foi embora para casa. No meio do caminho, ainda sem saber de nada, ele tentava animar Sarah, correndo atrás das pombas que andavam pela rua, assustando os gatos, dentre outras coisas. Mas Sarah parecia que estava com a cabeça na lua. Chegando em casa, Sarah abriu a porta e logo foi se tacando no sofá, ainda passada. Sirius se transformou em homem novamente e foi até ela, sentando-se ao seu lado e passando a mão em seus longos cabelos.
- Tem alguma coisa a me dizer?
Sarah deu um sorriso sarcástico e olhou para ele, e imitou uma voz animada.
- Parabéns, Sr. Black, o senhor vai ser papai!
Sirius ficou olhando para ela por alguns instantes, paralisado. Depois, chegou mais perto.
- O que disse?
- VOCÊ-VAI-SER-PAI! – Sarah berrou, ficando irritada e ao mesmo tempo criando lágrimas em seus olhos. – ENTENDEU AGORA? OU QUER QUE EU DESENHE?
- Mas, não pode ser!
- AH! NÃO PODE, MAS FOI! – Sarah se levantou, olhando, incrédula. – QUAL É? VOCÊ NUNCA IMAGINOU QUE ISSO PUDESSE ACONTECER UM DIA?
- Sarah olha, deve ter dado alguma coisa de errada nesse...
- NESSE EXAME? TOMA, SIRIUS! APROVEITA E ENGOLE ESSE EXAME! – Sarah berrou, tacando o papel em cima dele e correndo pro quarto, se tacando na cama e voltando a chorar. Ele pegou o exame, ainda passado, e leu.
- Positivo... – Sirius repetiu. – Positivo! Sarah! Precisamos conversar!
- EU QUERO FICAR SOZINHA! SÓ EU E MEU FILHO!
- Não se esqueça! – Disse, encostando-se à porta. – QUE O FILHO TAMBÉM É MEU!
Sarah abriu a porta, olhando-o, as lágrimas caindo.
- O que vamos fazer? – Ela perguntou, sua voz tremendo.
Sirius não disse nada. Simplesmente a abraçou, e ficaram calados por minutos, deixando um longo silêncio no ar.

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