Melwine Malkin




- Harry... Harry...

Havia uma voz distante no fim de um túnel visivelmente escuro, chamando-o do ponto mais distante e claro. Uma dor de cabeça persistia em continuar e a sua cicatriz ardia. Estaria indo para o céu?

- Harry... está me ouvindo?

Quem era a moça que o chamava tanto? Se já estava morto não havia necessidade de dar atenção... mas era uma voz tão delicada que o fez ter sua atenção voltada para ela.


- Ele vai ficar bem.

- Claro que vai.

Um pouco de silêncio.

- Shhh... vocês estão atrapalhando, meninos.

A mesma voz que o chamava há pouco tempo atrás dizia agora. Onde estava que não conseguia ver quem é que falava? Depois de mais um tempo foi que se deu conta de que dormia numa cama espaçosa e confortável e ao seu lado direito estavam Hermione e Rony, os dois parecendo aflitíssimos, e do seu outro lado uma moça muito bonita, sorria de leve. Tinha cabelos negros e compridos, lisos, era branca como a neve e tinha olhos azuis gelo cortantes, o que tornava seu olhar um tanto frio.

- Está bem, Sr. Potter? - perguntou a tal moça mesmo vendo se formar no rosto do menino uma dúvida em conseqüência de um desentendimento.
Harry, pasmo e absolutamente sem entender uma vírgula, meio que avaliou a situação e perguntou, olhando para os amigos de relance:

- Quem é... a senhora? O que foi...?

Mas ela o interrompeu, com o mesmo sorrisinho de antes.

- Não se preocupe, agora você está a salvo, assim posso dizer. Um dementador te atacou dentro da propriedade do castelo, não sei como conseguiu entrar. Nossa! Dumbledore está quase tendo um troço. Eu o ajudei Sr. Potter, vi a cena e usei o meu patrono. Ah, e prazer, me chamo Melwine Malkin. - disse ela por fim, erguendo-lhe a mão, que Harry, ainda sem entender direito, apertou.

Rony parecia vidrado, congelado, estático pela moça, pois em momento algum, depois que Harry acordou, tirou os olhos dela.

- Você não deveria ter saído igual a um doido andando pela propriedade Harry. - disse Hermione. - Que bom que... que a Srta. Malkin estava... lá.

A garota, por alguma razão, não gostara muito de ter que dizer aquilo, parecia não ter simpatizado com a mulher.

Harry, muito agradecido, levantou-se da cama depois de pôr os óculos, que na verdade foi a Srta. Malkin que colocou pra ele, e ficou de pé, ainda um tanto abalado com esse transtorno.

- Harry.

Particularmente isto já deveria ter acontecido, mas de qualquer forma foi bom para ele ouvir essas palavras.

- Tome. - disse Rony, entregando-lhe uma barra de chocolate. - Faz bem.


De fato, foi ótimo ter a amizade dele de volta, embora isso quase lhe custasse à vida. Mas como foi que um dementador invadiu as propriedades do castelo?

- Somente entraria se alguém o deixasse entrar, se alguém quisesse que ele entrasse - falou Hermione, pensativa. - E não está meio óbvio? É claro... só pode ser. - continuou dizendo ela, parecendo ter feito uma grande descoberta, subindo apressada para o quarto das meninas.

- O que deu nela? - perguntou Rony, sentando-se numa das poltronas da sala comunal da grifinória.

Harry deu de ombros. Rony, depois de um tempinho, ficou encarando Harry e deu um sorrisinho.

- Ela é bonita, não é?

- Tsk. Você ficou olhando pra ela o tempo todo!

- Pois é... mas... ah, eu só me... empolguei demais.

E os dois riram.

- Não me diga que tá ficando apaixonado? - caçoou Harry. E ficou cantarolando, ao mesmo tempo que se levantava da poltrona. - Tá ficando apaixonado... tá ficando apaixonado...

Rony tacou-lhe uma almofada.

- Não estou. E nem vem... só estava olhando.

- Tá sim..

- Não tô.

- Tá.

- O quê que ele tá, Harry?

Os gêmeos acabaram de entrar na sala comunal da grifinória. Traziam alguns sanduíches e um jarra de suco.

- Isso aqui é pra vocês. - disse George, colocando o tabuleiro e a jarra sobre a mesa.

- E aí, tá apaixonado dessa vez por quem, Rony? - perguntou Fred.

- Não estou e parem de me sacanear, já disse que não estou, ok?

- Pela Srta. Malkin. - disse Harry, ignorando o que Rony dissera e distanciando um pouco dele, rindo.

- Hum... não tem mal gosto não. Ela é um avião. - disse George.

- Sabe o que eu acho? Que aquela Delacour afetou o cérebro do nosso mano.

E os dois, os gêmeos, caíram na gargalhada, enquanto Rony, emburrado, sentava-se na poltrona novamente.

- Tudo bem... zoem... isso mesmo... continuem zoando... não vou ligar.

- O Roniquinho tá apaixonado. - disseram os gêmeos, implicando com o garoto, cutucando-o.

Rony parecia perturbado.

- JÁ DISSE QUE NÃO ESTOU, OK?

- Hum.... tá nervosinho. Hahaha...

E seu dois irmãos deixaram-nos, subindo as escadas que levavam ao quarto dos meninos. Harry sentou-se de novo na poltrona.

- Calma... - disse rindo.

- E você também. - disse Rony, dando um tapa na cabeça de Harry. - Pra quê foi dizer? Vou ser zoado pelos meus irmãos até a morte.

- Não vai não. - disse ele calmo. - Se você for acho que também vou ser.

Rony, agora querendo rir, olhou para Harry.

- E você também...?

- Ah, ela é bonita... vamos colocar as coisas assim.

Dessa vez foi Rony que riu.

- Depois fala de mim... seu safado.

- Não sou safado.

- Aham... sei.

E os dois trataram de comer os sanduíches trazidos pelos gêmeos. Parecia até no segundo ano deles, quando quase foram expulsos e estavam na sala daquele professor detestável, tendo que comer lá pois a cerimônia de seleção já havia terminado.

- Ei Harry. - dizia Rony terminando de engolir o último pedaço de pão. Os dois já estavam saciados e, mesmo a bandeja tornando a se encher de sanduíches, não tocaram em nenhum deles. - Quem você acha que são os monitores novos?

- Não sei. Se ainda não foram escolhidos, acho que a Mione e... sei lá, qualquer um.- na verdade Harry, bem no fundo, queria que fosse ele.

- É, acho que a Mione com certeza vai ser monitora.


O café da manhã do 1° dia de aula deles em Hogwarts foi o mesmo de sempre, corujas entrando a toda dentro do Salão Principal e muito falatório da parte dos alunos. Mas pelo visto Edwiges não aparecera. Na verdade desde que Harry a deixara caçar, assim que saiu da casa dos Dursley, ela não dera nenhum sinal, não aparecera nenhuma vez. Já estava ficando preocupado.

- Sua coruja não veio, não é? - disse Hermione meio desanimada, tentando acalmar o amigo. - Ah Harry, ela vai aparecer. - e voltou a ler o Profeta Diário que, desde o início desse ano, comprava todas as edições.

- Não sei como você agüenta ficar lendo esse troço, não tem nada de interessante aí. - falou Rony com a boca cheia.

Hermione olhou pra ele desgostosa.

- Como vamos saber se aconteceu alguma coisa diferente se não lermos os jornais? Quero saber o que o Ministério tá achando ou explicando para a população sobre o último acontecido, ou você se esqueceu Rony?

O amigo parecia ter entrado em choque de repente e, no súbito, não disse mais nada.

- Hermione tem razão. Até agora só temos alguns recentes acontecimentos. - disse Harry.

- Como... como.... O QUÊ?Dementadores querem se sentir mais livres? Desde quando? - disse Hermione, engasgando-se. Alguns alunos olharam pra ela, que se ajeitou rapidamente.

- Como? - perguntaram Harry e Rony.

- Ah... claro. - disse mais calma. - Sabia que o Ministério não ia admitir. Vocês já devem ter notado que os dementadores estão sumindo de Azkaban - disse a garota em voz mais baixa para os dois. - acontece que a explicação de Fudge é que eles querem ter mais liberdade. Ele é louco!

Rony deu um riso de desaprovo.

- Esse idiota.

E depois de mais uma leitura, Hermione engasgou-se mesmo.

- Inspeção em Hogwarts?

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