O estranho



"Alguém me mandou uma carta dizendo que eu saia da casa dos meus tios pois corro perigo." Ia escrevendo Harry. Depois, com raiva, apagou tudo. E se a carta fosse interceptada?

"O que eu escrevo, o que escrevo..."

Harry andava para lá e para cá dentro do próprio quarto. Esta noite nem ao menos saiu para desviar sua mente das preocupações.

"A sua idéia foi ótima, Rony. Preciso realmente ir para sua casa. Sabe... aqui na casa dos meus tios a situação não está muito boa... eu recebi uma carta de alguém me dizendo pra sair daqui..." Harry não ligou, não teria outra forma de explicar o acontecido, teria de ser assim. Mas ah, pensou, ninguém interceptou a carta dessa pessoa.

E continuou escrevendo:

"... não sei porque, diz que corro perigo. Fala com seu pai e avise a Hermione pois estou com preguiça de escrever outra carta.

PS.: Acho melhor que me responda por Errol do que por Píchi.

Harry."

Ele amarrou a carta a pata de Edwiges e ela, antes de levantar vôo e partir, deu um leve pio e uma bicadinha carinhosa em sua mão. O garoto ficou admirando sua coruja naquele céu estrelado até que ela desaparecesse, agora pensando como seria este seu 5° ano. Tinha os N.O.M.s que teria de prestar, tinha o Quadribol, que era a melhor parte e Cho, que sem dúvida, para Harry, ainda era melhor do que jogar Quadribol.

"Já pensou se ela diz que gosta de você." Disse a si mesmo enquanto se jogava na cama, olhando para o teto com um leve sorriso no rosto. "Nunca," disse uma outra voz no interior de sua cabeça "esqueça isso Harry, Cho Chang nunca diria que gosta de você."

Mas pensar que um dia isso pudesse acontecer fazia o coração de Harry estufar de felicidade. Levantou-se e ficou mirando-se no espelho, para ver o que é que Cho Chang poderia achar sempre que topasse com ele em Hogwarts.

"Nada mal", continuou dizendo a voz dentro de sua cabeça. Ele passou a mão pelos cabelos, a fim de ajeitá-los. "Ah não, assim fico parecendo o estúpido do Malfoy" e bagunçou tudo de novo "sim, agora está melhor".

E por falar em Hogwarts, pensava Harry agora que andava pela rua Magnólia, ás nove da noite, quem será o novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas.

"Tomará que não seja Snape".

Sim, o Prof. Snape já era insuportável em suas aulas de Poções, imagina em Defesa contra as Artes das Trevas...

Harry desenrolou um pequeno pedaço de pergaminho do seu bolso e leu-o novamente:

"Não digo quem sou mais logo descobrirá.
Saia desta casa antes que seja tarde..."

Quem poderia ter escrito esta carta evidentemente não gostava dele.

"E se foi Voldemort?" pensou.

Deu um sorriso.

"Voldemort não faria uma letra tão bonita assim."

Harry, pensando isso, quase caiu na gargalhada.

"Mas pode ter sido uma pessoa boa, que quer me avisar alguma coisa importante... droga, porque não colocou o nome?"

Poderia ter sido a pressa ao escrever, supôs. De repente esqueceu de colocar o nome por causa disso. Seria Sirius? Não, acho que não.

Harry atravessou a rua, para sentar-se num banco de praça que era próximo a casa de seus tios, porém nem que eles quisesem poderiam vê-lo ali, só se fossem até o banco onde estava sentado.

É, continuou pensando Harry, olhando para as mãos. Minha vida nunca muda, continua uma porcaria. Tudo o que falta é Voldemort aparecer aqui...

Pois é, já pensou se de repente Voldemort e seus capangas aparecessem ali? De certo modo seria até cômico ver aquele bando de comensais vestidos de preto atravessando a rua dos Alfeneiros.

Ele olhou para frente e imaginou se de repente pudesse adivinhar o futuro, pois viu uma figura distante sentada num outro banco, só que dentro do parque costumeiro de onde Duda e os amigos se encontravam para planejar fazer maldade com os garotos novos pela rua, tacar pedra em carros e, basicamente, fumar às escondidas.

Harry podia não estar perto, mas tinha a sensação de que aquela não era uma pessoa boa e, pouco depois, ao mesmo tempo que ouvia a voz de Duda berrando para os pais e saindo furioso de casa, o olhar dessa pessoa encontrou o seu - e Harry teve quase a impressão de que [i]ele[/i] sorrira.

Depois olhou para o lado a fim de entender o porque a "gritaria" e meio que calculou depressa: "Deve ser porque teve que dormir cedo!"
Harry até iria levantar para atormentar o primo, já que estava fora da casa n° 4, se ele não tivesse ido em direção ao parque.


"Duda conversando com estranhos", pensou Harry assim que entrou no seu quarto, às dez e quinze da noite. "Ele está se envolvendo com gente esquisita..." e deu de ombros. "O problema não é meu... tomara que ele se ferre."

Quando olhou para a cama lá se encontrava Errol, com a resposta de Rony:

"Papai vai até aí te buscar... eu acho. Ele diz que Dumbledore não quer que você saia da casa dos seus tios de jeito nenhum. Ouviu né? Não saia daí até o meu pai aparecer. Se ele não for, me encontre junto com Hermione na estação King's Cross. Ela virá passar uns dias aqui. Não esqueça, NÃO SAIA DAÍ POR NADA!

PS.: Minha mãe e meu pai têm um presente pra você de aniversário. Eu sei que já passou, é que seria esquisito e grande demais para mandarmos pra você via coruja.

Rony."




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