(?) Decisão (?)



Hermione havia aparatado perto de seu apartamento, mas não teve coragem de subir. Aquele lugar estava tão impregnado de, Harry. Fora ele que estivera com ela para escolher um lugar para morar, quando decidiu viver sozinha. Fora ele que discutira com o porteiro, quando ele reclamara de Bichento. Tantas coisas, tantas lembranças.
E no momento ela sentia que tudo o que tinha eram lembranças. O presente era algo terrível no qual ela não queria pensar. Por que Harry, justamente o Harry, fizera aquilo? – Hermione Granger, foram só beijos. Ele não a pediu em casamento. –ela repetia para si mesma. Mas por mais que não quisesse ficar com raiva dele, que quisesse passar uma borracha em tudo o que tinha acontecido, não sentia que tinha forças.
Se pelo menos, a noite anterior nunca tivesse acontecido... Se ela não tivesse acordado. Não teria motivos para odiar Harry. Porque, por mais que soubesse que não devia, não conseguia deixar de acha-lo um cafajeste.
Sem coragem para subir ao seu apartamento, e sem ter nenhum outro lugar para ir, ela foi procurar alguém que pudesse ouvi-la, que a entendesse. Aparatou perto da Toca, para conversar com Ginny.
Levou alguns preciosos minutos para se livrar da senhora Weasley, mas enfim conseguiu ficar sozinha com a amiga no quarto dela. Como se estivesse tendo um ataque, ela despejava as palavras, contando tudo que acontecera desde que descobrira que era apaixonada por Harry, sobre o Draco, e finalmente sobre a noite anterior.
Ginny a encarava estupefata. A torrente de informações viera tão rápida, e era tão surpreendente que ela não sabia o que dizer.
- Então, você está apaixonada pelo Harry?
- É.
- Mas está ficando com o Malfoy?
- Estou, estava, sei lá...
Ginny esfregou as mãos, pensando em que conselho dar.
- Pelo que eu vejo, você tem duas alternativas. Primeiro, se você acha que realmente o ama, tem que lutar por ele. Que vá para o inferno essa tal de Marian. Agora, se você não está muito certa disso, se tem dúvidas, uma coisa eu aprendi: a amizade é mais importante. Fico feliz de poder ser amiga do Harry, mesmo depois de termos terminado, muitos não conseguem. Você também, ainda é muito amiga do meu irmão. Pensa bem, e tenta não ter raiva do Harry. Afinal, você também não ficou com o Malfoy? Sentimentos não são coisas tão fáceis de serem determinados.
As amigas ficaram conversando horas, passando, hora para o problema de Hermione, hora para a vida de Ginny. No cair da tarde, elas se despediram com um abraço apertado.
- Mione, faça o que o seu coração mandar. – foi o último conselho de Ginny.

Hermione se afastou, pensando nas palavras da amiga. Realmente, a amizade era mais importante. E de qualquer jeito, ela sabia que não podia ficar brava com o Harry. Eram amigos há muitos anos, já haviam passado por muitas coisas juntos, para que uma única noite acabasse com tudo.
Mas de qualquer maneira, queria fazer uma coisa antes de vê-lo novamente. Queria crescer.
Entrou correndo no apartamento, pegou um pergaminho, rascunhou algumas linhas, prendendo o papel na pata de uma coruja, a deixou ir pela janela. O destino dela não era longe, então ela esperava uma resposta em algumas horas.


Draco comia sua refeição, sozinho na imensa sala de jantar de sua casa. Uma coruja marrom entrou sem cerimônias pela janela, jogando uma carta perto de sua mão esquerda. Estranhando, ele abriu o envelope.

Draco,
Desculpe-me atrapalha-lo, mas vai fazer algo esta noite?Se estiver livre, e quiser também, eu queria aparatar na sua casa.
Caso você queira me receber, responda este bilhete.
Beijos,
Hermione.

Draco coçou o queixo, intrigado. O que será que aquela tonta quer comigo? Bom, se não responder, posso não saber nunca.
Ele virou o pergaminho, e foi atrás de uma pena. Escreveu simplesmente Estou te esperando.
Enviou o recado, e foi até a sala. Ela não deveria estar com o Potter? O que será que o imbecil do garoto maravilha aprontou agora?
Uma meia hora depois, a campainha tocou. Antes que o intrometido do elfo doméstico abrisse a porta, Draco o fez. Viu uma Hermione embaraçada a sua frente, que convidou para entrar.
- Então, senhorita Granger, a que devo a honra? – o sorriso de lado nunca havia sido tão irônico.
- Acho que preciso da sua ajuda.
Ops, mulher pedindo ajuda é um péssimo sinal.
- No que?
Hermione respirou fundo, e soltou o ar devagar.
- Draco, quer me ajudar a crescer?
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Eu sei, um capítulo curtinho, e bem fraco. Mas eu já não sou grande coisa, ficando enferrujada como fiquei... prometo um capítulo maior, e bem mais breve!
Muito obrigada pelos comentários! Me deixam muito feliz, e me incentivam a dar um jeitinho de continuar escrevendo...

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