Possuído?!



Capítulo 17
Possuído?!






Assim que Rony acordou, Harry fingiu ter aproveitado uma refrescante soneca também.

Tonks, Olho-Tonto e Kristianne se viraram para guiá-los através de Londres, riam do exagerado chapéu-coco que Olho-Tonto utilizava, num ângulo para conciliar seu olho mágico e assegurá-lo, Tonks, cujo cabelo estava curto e num tom rosa brilhante, atraia de longe, muito mais atenção no subsolo.

Tonks estava muito interessada na visão de Harry sobre o ataque ao Sr. Weasley, algo que ele não pensava em discutir, nem remotamente.

- Não tem nenhum vidente na sua família, tem? – Ela perguntou curiosa, conforme se sentavam lado a lado num trem que ia direto ao coração da cidade.

- Não... – Disse Harry pensando na professora Trelawney e se sentindo insultado. Vivi que estava sentada ao lado de Mione conversando, com a mesma, deu um beijo na bochecha da menina e vendo que Harry não estava muito feliz com o papo de Tonks, foi para o lado do garoto colocando uma das mãos na cintura dele e sorrindo. Involuntariamente ele sorriu e agradeceu mentalmente por aquilo.

- Não... - Disse Tonks, meditando. - Não, eu suponho que não seja bem uma profecia isso o que você está fazendo, é? Quero dizer, você não está vendo o futuro, está vendo o presente... É estranho, não é? Útil, ainda que... – Vivi começou a beijar a bochecha do namorado, fazendo Tonks ficar um pouco constrangida e ir falar algo muito “importante” com Moody.

- Obrigado. – Murmurou ele.

- Pelo que? – Indagou desentendida e sorrindo maliciosamente. – Acho que vamos saltar na próxima parada... – Em uma estação que ficava bem no centro de Londres e no alvoroço das pessoas saindo do trem deixou Fred e Jorge ficarem entre ele, Vivi e Tonks, que conduzia o caminho. Todos a seguiram pela escada rolante, Moody fazendo barulho atrás do grupo, seu chapéu-coco se inclinou para baixo e uma mão áspera emperrou entre os botões de seu paletó, agarrando sua varinha. Harry imaginou que Moody sentiu seu "olho conciliado" duramente emperrado. Tentando evitar mais perguntas sobre seu sonho, perguntou a Olho-Tonto onde St. Mungus estava escondido.

- Não muito longe daqui. - Grunhiu Moody conforme ficaram próximos a um ar gelado numa larga rua comercial, cheia de carrinhos de compras para o Natal. Ele empurrou Harry para um pouco à sua frente. Harry sabia que o olho estava girando para todas as direções embaixo daquele chapéu inclinado. - Não foi fácil achar um bom local para um hospital. Lugar algum do Beco Diagonal era grande o suficiente e nós não poderíamos fazê-lo no subsolo, como o Ministério... Não seria saudável. No final resolveram fazer a construção aqui. Em teoria, bruxos doentes poderiam ir e vir aqui simplesmente se misturando com a multidão. – Ele pegou o ombro de Harry para prevenir que não fossem separados por um bando de compradores planejando nada mais que fazer compras numa loja cheia de equipamentos eletrônicos. Vivi agarrou o braço de Harry, mas andava um pouco atrás, pois parecia ter medo de Moody. – Aqui vamos nós. - Disse Moody um instante depois.

Tinham chegado numa larga, e antiquada, loja de departamentos de tijolos vermelhos, chamada "Purge & Dowse Ltda.". O lugar tinha um gasto e miserável ar; a vitrine consistia em alguns destroços de manequins com perucas tortas, posicionadas ao léu e com modelos pelo menos dez anos atrasados. Grandes avisos na porta diziam: "Fechado para Reformas". Harry distintamente ouviu uma mulher carregada de sacolas com compras dizer para a sua amiga enquanto passavam: "Esse lugar nunca está aberto...".

- Certo. - Disse Tonks, acenando para uma vitrine que não tinha nada além de uma manequim particularmente feia. Ela tinha cílios postiços e estava vestindo um vestido avental verde. - Estão todos prontos? - Acenaram com a cabeça, agrupando-se ao redor dela. Moody deu a Harry outro empurrão no ombro para que ele fosse mais para frente e Tonks se inclinou para bem perto ao vidro, olhando para a manequim muito feia, sua respiração embaçando o vidro. – Wotcher. - Ela disse - Estamos aqui para ver Arthur Weasley.

Harry pensou em quão absurdo era Tonks esperar que a manequim a ouvisse falando tão baixo, através de uma parede de vidro com todo o barulho dos ônibus e dos compradores. Lembrou-se então de que manequins não podiam ouvir de qualquer maneira. Um segundo após, sua boca abriu em choque conforme a manequim fez um pequeno aceno com a cabeça e fez um gesto com seu dedo articulado, Tonks e Kristianne tinham agarrado Gina e a Sra. Weasley pelos cotovelos, pararam em frente ao vidro e desapareceram.

Fred, Jorge e Rony se aproximaram depois deles. Harry olhou de relance ao redor da multidão e nenhum deles parecia ter consideração para uma vitrine tão feia quanto a da Purge & Dowse Ltda.; nem perceberam que seis pessoas tinham se dissolvido em ar rarefeito na frente deles.

- Venham. - Rosnou Moody, dando a Harry outro empurrão, fazendo Vivi tropeçar, ,e juntos se aproximaram à frente do que parecia ser um lençol de água fresca, emergindo quase morno e seco do outro lado.

Não havia sinal da manequim feia ou do lugar onde ela estava. Parecia que estavam numa recepção tumultuada, com fileiras de bruxos e bruxas sentados em fracas cadeiras de madeira, pareciam perfeitamente normais examinando edições atrasadas do Semanário das Bruxas, outros fazendo horríveis desfigurações, tais como calções de elefante ou mãos adesivas extras que pegavam dinheiro. A sala estava menos quieta que a rua lá fora, alguns dos pacientes faziam sons muito peculiares: uma bruxa com o rosto suado, no centro da fileira da frente, estava abanando a si mesma vigorosamente com uma cópia do Profeta Diário, um assobio com um vapor preto saiu torrencialmente pela sua boca; um outro bruxo aparentando estar sujo, no canto, ressoava como um sino a cada vez que se movia e com cada som sua cabeça vibrava horrivelmente, fazendo com que ele tivesse que agarrar a si mesmo pelas orelhas e segurá-las fixamente.

Bruxos e bruxas em robes verde-limão andavam para cima e para baixo nas fileiras, fazendo perguntas e fazendo anotações em pranchetas, como Umbridge. Harry percebeu o emblema bordado em seus peitos: uma varinha e um osso, cruzados.

- Eles são médicos? - Perguntou a Rony disfarçadamente.

- Médicos? - Disse Rony surpreso. - Aqueles trouxas malucos que cortam as pessoas? Não, eles são medi-bruxos.

- Bem aqui! - Chamou a Sra. Weasley sob o renovado som do feiticeiro no canto e eles a seguiram até uma fila em frente à bruxa loira e obesa sentada atrás de uma escrivaninha marcada como "Requerimentos".

A parede atrás dela estava cheia de notícias e pôsteres dizendo coisas como: UM CALDEIRÃO LIMPO NÃO DEIXA POÇÕES VIRAREM VENENOS e ANTÍDOTOS SÃO ANTI - NÃO OS USE A NÃO SER QUE APROVADOS POR UM MEDI-BRUXO QUALIFICADO. Havia também um largo retrato de uma bruxa com longos cabelos cacheados, e sob a imagem havia uma legenda:

Dilys Derwent

Medi-bruxa de St. Mungus 1722

Diretora da escola de bruxaria e feitiçaria de Hogwarts 1741


Dilys era visivelmente a mais próxima dos Weasley; quando Harry olhou em seus olhos ela deu uma leve piscada, andou para os lados, saindo de seu retrato e desapareceu. A Sra. Weasley se moveu em frente para a escrivaninha.

- Olá. - Ela disse – Meu marido, Arthur Weasley estava para ser transferido para outra ala esta manhã, você poderia nos dizer...?

- Arthur Weasley? - Disse a bruxa, correndo o dedo por uma longa lista à sua frente. - Sim, primeiro andar, segunda porta à direita, Ala Dai Llewellyn.

- Obrigada. - Disse a Sra. Weasley. - Venham, vocês todos. – Eles a seguiram através da porta dupla e pelo estreito corredor além, repleto de outros retratos com os mais famosos medi-bruxos e iluminados por bolhas de cristais cheias de velas que flutuavam próximas ao teto, parecendo gigantes espumas de sabão. Mais bruxos e bruxas em robes verde-limão iam para dentro e fora do corredor em que passavam; sentiram um mau cheiro vindo de um gás amarelo que saia por uma porta, e em todas, aqui e ali, ouviam-se distantes lamentos.

Subiram um lance de escadas e entraram no corredor de Ferimentos Induzidos por Criaturas, onde na segunda porta à direita estava escrito: "Perigo - Ala Daí Llewellyn: mordidas sérias". Abaixo disso, havia um cartão num prendedor de metal em que havia sido escrito a mão: "Medi-bruxo em ofício: Hippocrates Smethwyck. Medi-bruxo estagiário: Augustus Pye."

- Nós esperaremos aqui fora, Molly. - Disse Tonks. - Arthur não vai querer muitos visitantes de uma só vez... Deve ir apenas a família primeiro. - Olho-Tonto rosnou sua aprovação a esta idéia e recostou suas costas na parede do corredor, seu olho mágico estava girando em todas as direções. Harry se retraiu também, mas a Sra. Weasley o puxou com sua mão através do corredor, Vivi deu um aceno e se pôs a conversar com Tonks e Kristianne sobre as roupas dos trouxas.

- Não seja bobo, Harry, Arthur quer agradecê-lo. – A ala era pequena e suja, a única janela era estreita e alta, na parede oposta a da porta. A maior parte da luz vinha das bolhas brilhantes de cristal do meio do teto. As paredes eram de carvalho e havia um retrato de um bruxo aparentemente malicioso na parede, com a legenda:

Urquhart Rackharrow, 1612-1697, Inventor da praga expelidora de entranhas.

Só havia três pacientes. O Sr. Weasley estava ocupando a cama no final da ala, ao lado da pequena janela. Harry estava contente e aliviado em ver que ele estava apoiado em vários travesseiros e lendo o Profeta Diário com um solitário raio de sol que caía sobre a sua cama. Olhou para cima conforme eles avançavam em direção a ele e, vendo quem era, ficou sorridente.

- Olá! - Disse ele, jogando o Profeta para o lado. - Gui acabou de sair, Molly, teve que voltar ao trabalho, mas ele disse que fala com você depois.

- Como você está Arthur? - Perguntou a Sra. Weasley, curvando-se para beijar sua bochecha e olhando ansiosamente para sua face. - Você ainda está parecendo um pouco doente.

- Eu me sinto absolutamente bem. - Disse o Sr. Weasley brilhantemente, levantando seu braço bom para dar a Gina um abraço. - Se eles pudessem tirar essas bandagens eu estaria bom para ir pra casa.

- Por que eles não podem retirá-las, pai? - perguntou Fred.

- Bem, eu comecei a sangrar como louco toda vez que tentaram... - Disse o Sr. Weasley animado, alcançando sua varinha no gabinete ao lado e a balançou, fazendo com que seis cadeiras aparecessem ao seu lado para que todos pudessem se sentar. - Parece que havia um incomum veneno nas presas daquela cobra que mantém as feridas abertas. Eles têm certeza de que encontrarão um antídoto; disseram que já tiveram casos bem piores que o meu e que, eu só tenho que ficar tomando uma poção repositora de sangue a cada hora. Mas aquele camarada ali ao lado... - Disse, falando baixo e acenando com a cabeça para a cama oposta, na qual um homem aparentando estar verde e fraco. - Mordido por um lobisomem, pobre homem. Não tem cura.

- Lobisomem? - sussurrou a Sra. Weasley, olhando alertadamente. - Ele está seguro em uma seção na ala pública? Não seria melhor ele estar em uma sala privada?

- Duas semanas para a lua cheia... - O Sr. Weasley relembrou quietamente. - Eles estiveram conversando com ele esta manhã, os medi-bruxos, você sabe, tentando persuadi-lo para ser capaz de ter uma quase vida quase normal... Eu disse para ele, não mencionei nomes, é claro, mas eu disse que eu conhecia um lobisomem pessoalmente, um homem muito bom, que acha as condições até um pouco fáceis de se controlar.

- E o que ele disse? - Perguntou Jorge.

- Ele me disse que me daria uma outra mordida se eu não me calasse... - Disse o Sr. Weasley triste. - E essa mulher que está ali, ele indicou a única outra cama ocupada, a qual estava ao lado direito da porta. - Não consegui contar os medi-bruxos que a mordeu, o que faz com que a gente pense que carregava alguma coisa ilegalmente. O que quer que isso fosse, pegou um bom pedaço da perna dela, um cheiro muito desagradável saiu quando eles tiraram o seu vestido.

- Então você vai contar o que aconteceu, pai? - Perguntou Fred, puxando sua cadeira mais pra perto da cama.

- Certo. Vocês já sabem, não sabem? - disse o Sr. Weasley, com um significante sorriso ao Harry. - É muito simples, eu tive um dia muito longo, tirava um cochilo, fui mordido e picado...

- Isto está no Profeta, você ser atacado? - Perguntou Fred, indicando o jornal que o Sr. Weasley tinha jogado ao lado.

- Não, lógico que não... - Disse o Sr. Weasley, com um desprezível sorriso - O Ministério não quer que todo mundo saiba que uma suja e gigante serpente entrou...

- Arthur! - A Sra. Weasley advertiu.

- Me ent...r...ou com as presas... – O Sr. Weasley disse rapidamente, Harry tinha quase certeza que isso não era o que ele iria dizer.

- Então onde você estava quando isso aconteceu, pai? - Perguntou Jorge.

- Isso é problema meu. – Disse o Sr. Weasley com um pequeno sorriso. Ele pegou rapidamente o Profeta Diário, balançou-o, e abriu de novo. - Eu estava lendo sobre o poder de Willy Widdershins quando vocês chegaram. Vocês sabiam que Willy voltou para estar entre aqueles banheiros regurgitantes de volta no verão? Uma dessas azarações saiu pela culatra, o toalete explodiu e o acharam mentindo inconsciente nos destroços que o cobria da cabeça aos pés...

- Quando dizem que você está durante sua obrigação... - Fred interrompeu em voz baixa – O que você está fazendo?

- Você escutou seu pai! - Sussurrou a Sra. Weasley - Nós não estamos discutindo isso aqui! Fale sobre Willy Widdershins, Arthur.

- Bom, não me pergunte como, mas ele realmente deixou de se encarregar pelo banheiro... - Disse Sr. Weasley medonhamente. - Eu posso somente supor que ouro mudou de mãos.

- Você está guardando ela, não está? - Disse Jorge silenciosamente. - A arma? A coisa do Você-Sabe-Quem?

- Jorge, fique quieto! - Interrompeu Sra. Weasley.

- De qualquer forma... - Disse o Sr. Weasley, em voz alta. - Nessa hora Willy foi pego vendendo Doorknobs a trouxas e eu não acho que será capaz para rastejar para fora disso, porque, de acordo com esse artigo, dois trouxas perderam dois dedos e estão agora no St. Mungus para um emergencial re-crescimento do osso e para modificação na memória. Apenas pense sobre isso, trouxas no St. Mungus! Eu gostaria de saber em qual seção eles estão! – Ele olhou entusiasmado ao redor e a além, esperando ver algum cartaz de informação.

- Você não disse que Você-Sabe-Quem tem uma cobra, Harry? - Perguntou Fred, olhando para seu pai para ver sua reação. - Uma massiva? Você viu isso na noite em que ele retornou, não é?

- Já basta! - Disse a Sra. Weasley. - Olho-Tonto, Tonks e Kristianne estão do lado de fora, Arthur, eles querem vir e ver você. E vocês podem esperar lá do lado de fora. - Adicionou aos seus filhos e Harry. Vocês podem vir com Viviane e dizer tchau depois. Vão indo. – Voltaram juntos até o corredor. Olho-Tonto, Tonks e Kristianne foram e fecharam a porta da seção entre eles. Fred levantou seus olhos.

- Claro. - Disse ele friamente, revirando seus bolsos.

- Procurando por isto? - Disse Jorge, segurando o que parecia uma mistura de barbantes coloridos.

- Você leu minha mente! - Disse Fred, rindo. - Vamos ver se St. Mungus colocou impertubadores nessas portas da seção, devemos? – Ele e Jorge se livraram do barbante e separaram seis orelhas extensíveis de cada um deles. Harry estava hesitando pegar um.

- Vai em frente, Harry, pegue isto! Você salvou a vida do meu pai. Se alguém tem o direito de espiar, é você. – Rindo de si mesmo, Harry pegou o fim do barbante e inseriu este em sua orelha como os gêmeos tinham feito, Vivi olhou com uma cara feia, não sabia por que, aquilo não era uma boa idéia, mas acabou pegando um também.

- Ok, vai! - Fred falou baixo. - Os barbantes coloridos se agitaram como uma longa e fina minhoca e se arrastaram por debaixo da porta. Primeiro Harry não pôde ouvir nada então pulou quando escutou Tonks cochichando claramente como pensava, estava localizada ao lado dele.

- ...Eles procuraram toda área, mas não conseguiram encontrar a cobra em lugar algum. Parece que desapareceu logo após ter atacado você, Arthur... Mas Você-Sabe-Quem não pode esperar que uma cobra consiga chegar até nós, não é?

- Eu acho que ele mandou esta para uma espionagem! - Rugiu Moody - Porque ele não tem nenhuma sorte tão longe, tem? Não, eu acho que ele está tentando obter imagem clara do que ele está enfrentando e se Arthur não estivesse ali poderia ter tido muito mais tempo de olhar ao redor. Então, Potter diz que viu isso tudo acontecer?

- Sim. - Disse a Sra. Weasley. Ela pareceu predeterminadamente difícil. - Você sabe, Dumbledore parece ter ficado esperando Harry ver alguma coisa como esta.

- Sim, claro... - Disse Moody. - Há uma coisa engraçada em relação ao Potterzinho, nós todos sabemos isso.

- Dumbledore parecia amedrontado em relação ao Harry quando eu falei com ele essa manhã. - Sussurrou a Sra. Weasley.(dumby amedrontado?)

- É claro ele está com medo! - Rugiu Moody. - O menino está vendo coisas por dentro da cobra do não-sei-quem(eauiehauieha). Obviamente, Potter não entende o que isso significa, mas se Você-Sabe-Quem estiver se apossando dele...


Harry puxou a orelha extensiva para fora do ouvido, seu coração disparava muito rapidamente e o calor invadia sua face. Olhou ao redor para os outros. Estavam todos olhando fixamente para ele, os barbantes ainda estavam saindo de suas orelhas e pareciam inesperadamente amedrontados.

Por que Dumbledore não estava olhando nos olhos de Harry? Esperava ver Voldemort encará-lo, com medo, esperando aquele seu verde vivo virar vermelho, com uma fenda semelhante a olhos de gato? Harry recordou o rosto de cobra de Voldemort que tinha uma vez estado na parte de trás da cabeça do Professor Quirrell e passou sua mão pela cabeça imaginando Voldemort saindo de sua cabeça com aquela forma de caveira.

Sentiu-se sujo, contaminado, como se estivesse carregando algum germe fatal, sem valor para sentar no metrô desde o hospital com inocentes pessoas limpas cujas mentes e corpos estavam libertas da mancha de Voldemort... Ele não simplesmente viu a cobra, ele tinha sido a cobra, agora sabia disto... Um pensamento terrível então ocorreu a ele, uma memória veio à superfície da sua mente, um acontecimento que o fez se contorcer como uma serpente.

O que ele será depois, além de seguidor?

A coisa que pode unicamente conseguir discrição... Desejar uma arma. Alguma coisa ele não teve da última vez.

"Eu sou a arma", pensou Harry e isto foi como se um veneno fosse extraído através de suas veias, resfriando-o, trazendo-o para fora através de seu suor com o trem no túnel escuro. "Sou eu quem Voldemort está tentando usar, porque eles têm guardas ao meu redor em toda parte que eu vou, isto não é para minha proteção, isto é para outras pessoas, não é um trabalho, eles não podem ter alguém comigo todo o tempo em Hogwarts... Eu ataquei o Sr. Weasley ontem à noite, fui eu. Voldemort me fez fazer isso e ele poderia estar dentro de mim, escutando meus pensamentos agora mesmo."

- Você está bem, Harry querido? - Sussurrou a Sra. Weasley, inclinando-se ao lado de Gina para falar com ele conforme o trem balançava pelo túnel escuro. - Você não parece estar muito bem. Está se sentindo doente? - Todos o observaram. Ele agitou sua cabeça violentamente e olhou para cima como se estivesse dizendo que estava bem.

- Harry, querido, você tem certeza que está bem? - Disse a Sra. Lockhart com uma voz preocupada enquanto andavam pela calçada da casa. - Você parece pálido... Você dormiu esta manhã? Você vai para cama agora mesmo e pode dormir umas horas antes do jantar, tudo bem? - Ele acenou; foi uma desculpa para não falar com os outros, do jeito que queria, assim quando ela abriu a porta da frente se apressou, subiu os degraus e foi para o quarto. Vivi estava confusa, Kristianne a chamou para ajudar na cozinha.

Harry andava de um lado para o outro, passando as duas camas e a fotografia vazia de Phineas Nigellus, seu cérebro transbordava e fervia com perguntas e mais idéias terríveis.

“Como ele se tornou uma cobra? Talvez fosse um animago... Não, ele não podia ser, saberia... Talvez Voldemort fosse um animago... Sim”, pensou Harry, isso se encaixaria, ele poderia virar uma cobra, claro... E quando o está possuindo, então ambos se transformavam..."Mas isso ainda não explicou como eu cheguei em Londres e retornei a minha cama em aproximadamente cinco minutos... Por outro lado Voldemort é o bruxo mais poderoso do mundo, à exceção de Dumbledore, isto provavelmente não é problema de nenhuma maneira, transportar pessoas que gostem disso." E então, com uma punhalada terrível de pânico, ele pensou, "Mas isto é insano - se Voldemort me possuiu eu estou dando a ele uma boa visão do Quartel General da Ordem de Fênix agora mesmo! Ele saberá várias coisas da Ordem e onde Sirius está... E eu tenho escutado coisas que eu não deveria, tudo que Sirius me disse na primeira noite que eu estive aqui...".

Havia apenas uma coisa a se fazer: deveria deixar Grimmauld Place imediatamente. Poderia passar o Natal em Hogwarts sem os outros, que poderiam passar as férias em segurança... Mas não, não poderia fazer isso, havia muitas pessoas para ferir em Hogwarts . O que aconteceria se fosse Simas, Dino ou Neville da próxima vez? Parou e encarou a moldura vazia de Phineas Nigellus. Uma sensação pesada surgiu dentro de seu estômago. Ele não tinha alternativa: teria de voltar para a Rua dos Alfeneiros e se desligaria do mundo mágico.

Bem, se ele não fizesse isso, pensou, não tinha sentido ficar vagando por aí. Tentando com toda força não pensar em como os Dursley reagiriam quando o encontrassem em sua porta seis meses antes do esperado, foi até seu malão, fechou-o com força e o trancou, automaticamente olhou para a gaiola de Edwiges antes de se lembrar que ela estaria segura em Hogwarts - bem, a gaiola era uma coisa a menos para carregar - pegou seu malão e o tinha arrastado a caminho da porta quando uma voz sarcástica disse.

- Vai fugir de nós? – Ele olhou em volta. Phineas Nigellus tinha aparecido na tela do retrato e, encostado na moldura, observava Harry com uma expressão divertida no rosto.

- Não estou fugindo, não. - Disse Harry brevemente, arrastando seu malão pelo quarto.

- Eu pensei... - Disse Phineas Nigellus, acariciando sua barba pontuda. - Que para pertencer a Grifinória você devesse ser corajoso! Você poderia estar melhor em nossa casa. Nós, sonserinos somos corajosos, sim, mas não estúpidos. Por exemplo, dada a escolha, nós sempre escolheremos salvar nossos próprios pescoços.

- Não é o meu pescoço que eu estou salvando! - Disse Harry conscientemente, puxando seu malão por um carpete irregular, roído por traças em frente à porta.

- Oh, eu vi. - disse Phineas Nigellus, ainda acariciando sua barba. - Isto não é covardia, você está sendo nobre. – Harry o ignorou. Segurou a maçaneta da porta quando Phineas Nigellus disse preguiçosamente. – Eu tenho uma mensagem para você de Alvo Dumbledore. - Harry ficou pasmo.

- O que é?

- Fique onde você está.

- Eu não me mexi! - Disse Harry, sua mão ainda sobre a maçaneta. - E então? Qual é a mensagem?

- Há pouco eu a disse a você, pateta. - Disse Phineas Nigellus suavemente. - Dumbledore disse: "Fique onde você está".

- Por quê? - Disse Harry avidamente, deixando a extremidade do malão cair. - Por que ele quer que eu fique? Que mais ele disse?

- Nada além... - Disse Phineas Nigellus, levantando uma sobrancelha preta magra como se achasse Harry impertinente. O temperamento de Harry veio à superfície como uma cobra levantando na grama. Estava exausto, estava totalmente confuso, tinha experimentado terror, alívio, então terror outra vez nas últimas doze horas e Dumbledore ainda não quis falar com ele!

- Então é isso? - Ele disse em voz alta. - "Fique onde você está"! Isto é tudo, qualquer um podia me contar depois que eu fui atacado por aqueles Dementadores, também! Fique no seu lugar enquanto os adultos cuidam de tudo, Harry! Nós não o preocuparemos com qualquer coisa, porque seu cérebro pequenininho pode não agüentar!

- Você sabe... - Disse Phineas Nigellus, ainda mais alto que Harry. - Isto é precisamente por que eu detesto ser um professor! Pessoas jovens são infernalmente convencidas de que estão absolutamente certas de tudo. Isto não ocorreu a você, meu pobre arrogante, que há uma excelente razão de que o diretor de Hogwarts não está confiando todos pequenos detalhes dos seus planos para você? Você nunca parou para notar que os seguidores de Dumbledore nunca deixaram você sofrer algum dano? Não. Não, jovens são todos iguais, vocês estão completamente seguros que só vocês sentem e pensam, vocês sozinhos reconhecem o perigo, vocês são os únicos espertos para compreender o que o Lord das Trevas pode estar planejando...

- Ele está planejando alguma coisa para fazer comigo, então? - Disse Harry rapidamente.

- Eu disse isso? - Disse Phineas Nigellus, examinando preguiçosamente suas luvas de seda. - Agora, se você me desculpar, eu tenho coisas melhores para fazer do que escutar um adolescente revoltado... Bom dia para você. – E ele passou pela margem da moldura e saiu de vista.

- Boa, vai então! - Disse Harry berrando para a moldura vazia. - E diga obrigado ao Dumbledore por nada! – A tela vazia permaneceu silenciosa. Espumando, Harry arrastado seu malão, retornou-o para o pé de sua cama, então jogou rosto embaixo das cobertas roídas por traças, seus olhos fecharam, seu corpo estava pesado e doendo. Estava tão cansado... Estava apavorado pra dormir... Não sabia por quanto tempo poderia ficar naquele lugar... Dumbledore ordenou que ficasse... Isso permitiu que dormisse... Mas estava assustado... O que aconteceria se acontecesse de novo?

Estava afundando dentro de sombras... Era como um filme em sua cabeça que tinha esperado para começar. Estava andando em um corredor deserto em direção a uma porta preta, paredes de pedra rudes, tochas e uma entrada aberta com degraus de pedra que levavam à esquerda...

Alcançou a porta preta, mas não podia abri-la... Ficou olhando fixamente para ela, desesperado para entrar... Desejou com todo seu coração que tivesse alguma coisa do outro lado... Um prêmio além dos seus sonhos... E sua cicatriz poderia parar de arder... Então poderia pensar mais claramente...

- Harry. - Disse a voz de Rony, longe, longe. - Mamãe disse que o jantar está pronto, mas ela guardará algo para você se você quiser continuar na cama. - Harry abriu seus olhos, mas Rony tinha já deixado o quarto. "Ele não quer estar sozinho comigo", pensou Harry. "Não depois que ele escutou o que Moody disse." Supôs que nenhum deles o desejava ali mais, agora que sabiam o que estava dentro dele.

Não poderia descer para jantar; não poderia ficar na companhia deles. Virou-se para outro lado, até que dormiu. Harry acordou muito mais tarde, nas primeiras horas da manhã, estava com fome e Rony roncava em sua cama. Olhando pelo quarto, viu o contorno escuro de Phineas Nigellus em seu retrato e ocorreu a Harry que Dumbledore tinha provavelmente enviado Phineas Nigellus para observá-lo, caso ele atacasse alguém.

O sentimento "sujo" se intensificou. Uma metade sua não tinha obedecido Dumbledore... Se isto esteve acontecido como a vida seria para ele na casa de Viviabe de agora em diante, talvez poderia estar melhor na Rua dos Alfeneiros, apesar de tudo.

____________________________________________________________________________

N.B.: Oie... poxa... que betagem mais porca essa, credo que nojo, eu deveria ser demitida....
Sorry mas to mt soh o poh... fiz o melhor que pude, e apesar da hemorragia ser pouca arrumei o que tava precisando e desculpa a falta de sugestões, eh cérebro emperrado!

S.D.


N.A.: *aparece envergonhada* Báh! Depois de umas décadas... Cá estou eu! Estou viva sim! o/ HAIUhsiaushiuahs... Please gente comentem, sim?! Desculpa a demora, mas... eu perdi 2 semanas de aula e todas as provas... estão... eu estou enforcada..! sem contar que tenho feira de ciências e tenho trabalho no grêmio estudantil! Mas prometo... que não vou demorar tanto assim... ou vou tentar! HAIuahiUAH
Muito obrigado a quem comenta! xD

Obrigada a So! ^^

Aos comentários:

Tiago James Potter:
EU TO AQUI!!! o/ Pode deixa que não vo para não! só to um "pouco" atarefada...
Perdi todas as provas no colegio porque fiquei doente... tenho feira de ciencias... tenho trabalhado no gremio estudantil...
Um monte de fic pra escrever... e estava sem beta!!! Bom.. agora podem ficar a vontade e leeer... copitulo fico grandinho!!!
=DD

Luana Rodrigues Santos: descuuuuuuuulpaaa!!! eu realmente vo fica malucaaaa!! to com um monte de coisa pra fazeeeer!
maaas... dessa vez prometo que tento atualizar mais rapidooO!! beijinhooos!!!

Aldo Argolo: sério que recomendarao? ^^ ai que fofo! hiuhiAUHSIaus eu 'amo' o Snape, sabe... To atualizandoo... shiAHSIua
Chato nada... eu é que to sem teeeempo!!! Obrigadooo!! espero que não abandone a fic xDDD

Arrivedeeeeeeeert!!!

Comentem, hãm!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.