Em apenas uma noite



Mais uma semana de deveres começava para Harry, Rony e Hermione. Snape, que sempre se contentava em passar milhares de deveres para a casa, parecia que tinha se tornado compreensivo ao passar apenas um relatório para os alunos. Harry já tinha agradecido a Merlin quando o som que saiu da boca do professor quase o derrubou para trás.
- Quero quatro pergaminhos - ele disse e olhou para a classe com um sorriso maldoso no rosto - E que ninguém se atreva a fazer aquela letra ridiculamente maior do que o normal.
- Quatro pergaminhos? - sussurrou Rony para Hermione - Mal consigo fazer um, imagine os três!
- Calado, Sr. Weasley - Snape resmungou, e virou-se para a lousa novamente.

Em meio a treinos de quadribol, deveres, relatórios, o assunto da guerra que lhe martelava a cabeça toda noite, Harry ainda tinha tempo pra pensar nos seus problemas amorosos. Não era fácil pensar em Hermione como alguém mais do que somente sua amiga, aquela que o conhecia de trás pra frente, que conhecia todas as suas reações, seus medos, o que o faz feliz e o que o deixa magoado... Ele realmente queria que ela sentisse o que Gina disse que sentia, mas ela estava tão bem com Malfoy...
- ... Então, como qualquer outra poção, se adicionarmos... Harry, você está copiando? - ouviu Hermione dizer. Estavam os três na Sala Comunal da Grifinória, terminando o relatório de Snape. Eram os únicos que ainda não tinham ido dormir - Olha, já passa da meia-noite... Devíamos estar dormindo!
- Tá, tá, Hermione... Mas eu e Harry jogamos quadribol! Não tivemos tempo pra fazer esse relatório... - disse Rony. Hermione respirou profundamente, disse algumas coisas como "se não fosse por mim vocês estariam bem encrencados", e continuou ditando. As palavras entravam e saíam pelo ouvido de Harry. Ficou observando ela falando, um pergaminho em uma mão, a outra desocupada fazendo gestos no ar, o que indicava que enquanto ela passava seu relatório, aproveitava para explicar... E era bom estar ali... Sua mente foi se esvaziando, dando lugar a imagens que não existiam. Ele e Hermione, correndo de mãos dadas, passando por Gina, que estava chorando. Depois entrando num campo, cheio de flores, de onde Harry tira uma margarida e lhe entrega... De repente ela se vira para Harry, e com a voz mais doce do mundo diz:
- Harry, eu te amo!
- Também te amo, Hermione! Quero ficar pra sempre com você!
- Oh, Harry... Eu também!
- Hermione, eu te amo tanto...
- Harry?
- Sim, Hermione?
- Harry?
- Pode falar, meu amor...
- Harry, você deveria acordar agora - Harry abriu os olhos desesperado, deparando-se com a Hermione verdadeira, que o olhava incerto.
- Acho que cochilei...
- Também estou quase dormindo, não aguento mais. Você acha que já está bom, Hermione? - Rony disse, e lhe entregou seu pergaminho. Ela leu a última folha.
- Eu aceitaria, mas você conhece Snape...
- Eu acho que está bom demais. Bos sorte, Harry - ele respondeu, pegando suas coisas e indo para o dormitório.
Harry se indireitou e ficou em silêncio, e o único som que preenchia aquela sala era a voz de Hermione. Ele copiava, porém sua mente estava em outro lugar...
- "Fale com ela" - disse uma voz em sua cabeça.
- "E se ela fugir do assunto?" - ele pensou.
- "Insista."
- "Não quero estragar a nossa amizade..."
- "Arrisque."
- "Mas ela gosta do Malfoy!"
- "Você não tem certeza disso."
- "E se ela não gostar mais de mim?"
- "Você nunca irá saber se não perguntar."
- "Eu a amo tanto..."
- "AGORA!"
- ... E ao final de nossos estudos...
- Hermione! - a garota levantou os olhos rapidamente, assustada. Ele continuou encarando-a.
- Sim? - ela disse.
- Eu... - ele respondeu. Sua mente começou a se esvaziar novamente, mas o motivo não era o sono. Hermione descansou os papéis em cima da mesa, e abriu a boca para perguntar o que ele queria dizer, mas fechou-a ao perceber que o garoto iria começar a falar - Não sei se... Se é verdade, mas... Ouvi dizer... Quer dizer, Gina me disse... Bom, isso não importa - e riu nervoso - ... Que... Bom...
- Harry, fala logo!
- Gina me disse que você me amava - ela ficou rapidamente vermelha - Bem, foi isso o que ela me disse. Queria saber se...
- Não...
- ... Se é verdade...
- Não, Harry...
- Eu...
- Não, Harry.
- Hermione! - interrompeu-a.
- Não, eu não...
- Fale comigo sobre isso! - ele pegou em sua mão.
Ela ficou em silêncio,
- Eu preciso saber o que você sente, Hermione... As coisas podiam ser bem diferentes se você se abrisse de vez em quando!
- Me abrir pra quê? - ela ficou de pé - Pra me passar por idiota? Pra deixar você saber que eu o amo, e me deparar com você e Gina se beijando em um corredor? Por acaso quando você soube que eu sentia alguma coisa por você, você deixou de ficar com Gina pra não me magoar?
- E como eu podia saber se era verdade se eu não ouvi isso de sua boca?
- Poderia ter se preocupado!
- E você também podia ter se preocupado em saber o que EU SENTIA! - encontravam-se frente á frente, os dois com as bochechas avermelhadas.
- Então tudo bem, Harry Potter - ela disse, cruzando os braços - O que você sente, então? - o garoto a encarou por breves segundos. Um flash de sua vida ao seu lado passou por sua cabeça. Seria arriscado colocar seus sentimentos pra fora? Estaria arriscando sua amizade com ela?
- Eu... - e se aproximou dela. Sua expressão irritada sumiu, a boca se entreabriu - Te amo.

Ela esperou por aquele momento por muito tempo... Mas ali estava Harry, parado a poucos centímetros dela, dizendo que a amava, deixando de lado todos os riscos que poderiam ocorrer, respirando fundo, sustentando seu olhar com o dela. Piscou algumas vezes seguidas não acreditando que aquilo pudesse ser verdade. Ele avançou um pouco mais, se ele quisesse poderia até contar as sardas de seu rosto. Mas ela não queria descobrir novos sentimentos. Apenas queria sair dali.
- Harry - ela sussurrou. Duas finas lágrimas escorreram de seus olhos antes que subisse correndo para seu quarto, deixando um Harry confuso e sozinho na fria Sala Comunal da Grifinória.

Harry recolheu suas coisas e subiu para o dormitório dos meninos. Era estranho e ao mesmo tempo inacreditável tudo o que tinha acontecido. Ele não acabou não sabendo de verdade o que é que ela estava sentindo, mas sentiu-se orgulhoso por deixar de lado o receio e o medo, e lhe dizer o que pensava e sentia. Satisfeito, dormiu pensando que se ele não tivesse dito nada, não conseguiria pregar o olho naquela noite.


N/A: MUITO obrigada pelos comentários!

Aqui duas fanfics q eu escrevi também, se quiserem dar uma lida...

* You're all I need *:
http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=10533

* Aonde quer que eu vá *: http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=10563

As duas são D/Hr.

Beijo,
Isabella.

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