Nova Briga e Triste Notícia

Nova Briga e Triste Notícia



Cap. 11 – Nova Briga e Triste Notícia

Na manhã seguinte acordei e fiquei preocupada quando vi que estava sozinha na cama. Sentando-me na cama, reparei que só as minhas roupas estavam espalhadas pelo tapete. Peguei nelas e comecei a vestir-me, mas fui nas calmas porque era domingo e eu já tinha feito todos os meus trabalhos de casa. Além do mais, estava à espera que Harry aparecesse e me explicasse a razão do seu misterioso desaparecimento. Dez minutos se passaram e eu já estava a ficar preocupada e também chateada por tanta demora. Como não tinha mais nada que fazer, fechei os meus olhos e concentrei-me numa biblioteca, tanto com livros bruxos, como muggles. Fiz também aparecer uma cadeira e uma mesa. Dei uma volta pelas estantes e após escolher dois ou três livros, carreguei-os até à mesa e sentando-me, peguei num dos livros e folhei-o. Fiquei tão interessada pelo conteúdo dos livros que nem dei pelo tempo passar. Quando dei por isso foi quando senti o meu estômago reclamar de fome. Olhando para o relógio reparei que já era quase uma hora. Reclamando de mim mesma, levantei-me e dirigi-me para a cozinha a fim de comer alguma coisa, já que o almoço no salão principal já tinha sido servido. Quando lá cheguei dei de caras com a última pessoa que eu queria ver naquele momento: Draco Malfoy. Claro que ele aproveitou o facto de eu estar sozinha para me aborrecer.
- Então, Granger? – provocou ele. – Onde estão os teus fiéis escudeiros?
- Posso saber quem são os meus fiéis escudeiros. – perguntei, tentando me controlar para não me atirar no pescoço dele.
- Ora, Granger. – falou o Malfoy num tom sarcástico. – O testa rachada do Potter e pobretão do Weasley?
Infelizmente para sorte do Malfoy, Dobby apareceu à minha frente e ignorando o Malfoy, perguntou-me se eu queria alguma coisa. Pedi-lhe que me trouxesse alguma comida e sentando-me na mesa que corresponde à dos Gryffindor, fiquei à espera do regresso do elfo-doméstico. Fiquei em silêncio, ignorando completamente o Malfoy. Mas o Malfoy parecia não respeitar a minha vontade de ficar em silêncio, porque continuava a importunar-me com os seus comentários maldosos. Claro que chegou a um ponto que eu não aguentei. Ele podia falar mal de mim à vontade que eu não lhe daria troco. Mas assim que ele tocou no nome do Harry, eu não aguentei.
- Então Granger. – perguntou ele, na tentativa de me irritar, já que notava-se que estava a ficar frustrado com o meu desprezo. – O Potter ainda chora quando pensa na sua querida mãe sangue-de-lama, no seu patético pai e no seu estúpido padrinho?
- Olha aqui Malfoy. – gritei levantando-me da mesa e pegando na minha varinha, apontei-a directamente ao coração dele. Ri-me por dentro ao ver o pânico espelhado nos olhos dele, ele também se apercebeu que tinha ido longe demais. – Tocas mais uma vez no nome do meu namorado ou no da sua família e lanço-te uma azaração tão grande que vais-te arrepender do dia em que nasceste. Agora desaparece daqui antes que eu mude de ideias e te enfeitice.
Felizmente para mim, o Malfoy levou a sério a minha ameaça e foi aos trambolhões que saiu a correr da cozinha. Sentei-me novamente nos bancos e controlei a minha respiração e também o desejo assassino de correr atrás do Malfoy e de o matar pelas minhas próprias mãos. Todos pensavam que eu era aquela rapariga calma, que aceitava tudo de boca calada. Mas não. Quanto toca ao assunto Malfoy, eu não me aguento. Ele pode ser bastante chato e irritante quando quer. E principalmente se me apanha sozinha, não perde a oportunidade de me irritar, dizendo mal de mim, de Harry, ou de algum dos Weasley. Mas o Malfoy já se arrependeu algumas vezes de me irritar. Lembro-me perfeitamente do meu terceiro ano em que eu lhe dei um murro. E aposto que o Malfoy também não esqueceu, embora continue a apostar em me irritar. Mas claro que eu não sou o seu único alvo, Harry, Ron e Ginny ainda são bastante chateados por ele. Nesse momento, Dobby voltou com a comida e eu comi em silêncio. Os meus pensamentos voltaram a se desviar para Harry. Onde é que ele estaria? Não era típico do Harry me deixar sozinha. Ainda a pensar em Harry, acabei de comer e após agradecer a Dobby, sai da cozinha e os meus pés guiaram até aos jardins. Os jardins estavam vazios e eu estranhei. Mas deixando de lado essa impressão, eu sentei-me à sombra de uma das árvores existentes à beira do lago. Fiquei a observar a lula gigante provocando pequenas ondas na superfície do lago com os seus tentáculos. E mesmo sem desviar os meus olhos da lula, eu sabia que já não estava sozinha.
- Onde estavas Harry? – perguntei, assim que ele se sentou ao meu lado. Mas eu nem me dei ao trabalho de olhar para ela. Estava zangada, pois há horas que eu não o via.
- Por aí. – ele respondeu, deixando-me ainda mais irritada.
- Imagino o que seja o por aí, Harry. – respondi, não escondendo a irritação que estava a sentir. – Há horas que eu não te vejo nem tenho notícias tuas. E quando te pergunto onde estavas a única coisa que me dizes é estou por aí… Eu acho que mereço resposta melhor, Harry.
E antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, eu levanto-me e saio a correr em direcção ao castelo. Não liguei aos gritos de Harry chamando por mim, nem muito menos me desviava das pessoas que passavam por mim do corredor. Acho que foi sorte eu não ter embatido em ninguém, porque cheguei ao salão comum dos Gryffindor sem ter esbarrado em alguém. Ignorando os alunos que estavam sentados nas mesas e nas poltronas, eu subi as escadas dos dormitórios femininos a correr e refugiei-me no meu quarto. Batendo com a minha porta, atirei-me para cima da minha cama e abraçando o meu travesseiro, comecei a chorar. Porque será que Harry me tem desiludido tanto desde que chegamos a Hogwarts. Primeiro foi a cena do beijo com a Chang, que eu própria admito que ele não teve culpa, mas que mesmo assim me marcou. Agora é esta de ele desaparecer por horas e horas e simplesmente me dizer que andou por aí. Se ele tivesse dito outra coisa, eu até compreenderia e perdoaria, mas dizer que andava por aí como se não se tivesse passado nada era demais. Já era a segunda desilusão que ele me dava. Estava tão perdida nos meus pensamentos que não dei pela porta abrir e acabei levando um susto quando alguém tocou no meu ombro. Quando levantei a cabeça reparei que era apenas a Ginny e então lembrei-me que os rapazes não podiam entrar nos dormitórios femininos. Mesmo sem dizer nada, só a presença da Ginny me confortou.
- Harry me disse que vocês brigaram novamente. – falou Ginny, após algum tempo em silêncio. – Mas ele diz que não sabe o motivo da briga desta vez. O que aconteceu Hermione?
- Nós voltamos a dormir juntos a noite que passou Ginny. – confessei. – Mas esta manhã quando acordei ele já não estava junto a mim. Eu perdi uma manhã inteira, sentada na Sala Precisa esperando por ele. Claro que eu tive de acabar por me entreter a ler. Quando dei pelo tempo, já tinha passado da hora de almoço e Harry ainda não tinha aparecido. Acabei por me cansar de esperar por ele e desci até à cozinha para comer algo. Mas encontrei lá o Malfoy que não perdeu a oportunidade de falar mal do meu namorado. Claro que ele rapidamente se arrependeu perante as minhas ameaças. Quando acabei de almoçar, fui até aos jardins e foi lá que o Harry foi ter comigo.
Ao ver que eu tinha parado a conversa, Ginny continuou-a.
- E o que é que conversaram? – ela perguntou.
- Eu perguntei-lhe por onde ele tinha andando, Ginny. – respondi e mais uma vez não consegui segurar as minhas lágrimas. – E ele apenas me respondeu que tinha andando por aí, como se nada fosse e ele tivesse desaparecido por horas. Eu fiquei lá sentada na sala precisa à espera dele e fiquei muito preocupada de ele não ter aparecido e a única coisa que ele me diz é que andou por aí. Ainda se ele me tivesse dito que esteve com Ron na sala comum a jogar xadrez, ou a visitar Hagrid eu perdoaria aquelas horas todas de preocupação.
- Eu também me sentiria mal se Neville me fizesse a mesma coisa, Hermione. – concordou a ruiva sentada à minha frente. – Mas dá-lhe uma oportunidade para ele se explicar, Hermione. Provavelmente há mais qualquer coisa por detrás do andei por aí, que ele não sabe como te dizer. Não pensaste nessa perspectiva, pois não.
- Não. – confessei, sentindo-me mal por ter explodido com Harry.
- Ele está na sala comum. – disse Ginny. – Desce e vai falar com ele. Será bom para os dois. E tenta não te zangares com ele novamente, Hermione.
- Obrigado pelo apoio Ginny. – agradeci e dando um último abraço na minha amiga, fui ao banheiro para lavar a minha cara, antes de descer ao encontro de Harry.
Vi-o sentado numa das janelas olhando os jardins lá fora. Vi que a sua expressão estava triste e ele parecia um pouco abatido e voltei a arrepender-me de ter sido tão brusca com ele, sem ao menos lhe ter dado uma oportunidade de se explicar. Sem fazer muito barulho, cheguei por detrás dele e abracei-o. Senti que ele se sobressaltou, mas rapidamente se perdeu no meu carinho. E mesmo sem falarmos, ali ficamos pedido desculpas um ao outro… Nós conhecíamos tão bem, que nem precisamos de falar para sabermos que o outro estava arrependido dos actos que magoaram o outro.
- Vamos até aos jardins? – eu propus, após algum tempo em silêncio.
Harry concordou com a cabeça e pegando na minha mão, seguimos os dois até aos jardins. Quando lá chegamos, sentamo-nos à beira da nossa árvore favorita, onde passávamos a maior parte do tempo a conversar ou a namorar. Harry sentou-se e eu apoiei as minhas costas no peito dele e ele abraçou-me pela cintura. Ficamos mais um tempo a apreciar aquele momento de intimidade, antes de começarmos a conversar. Fui eu quem quebrou o silêncio.
- Desculpa-me por ter brigado contigo, Harry. – desculpei-me.
- Não faz mal, Mione. – ele falou. – Tudo o que tu disseste é verdade. Eu não deveria ter desaparecido tão repentinamente. Eu sei que ficaste preocupada.
- Mas eu também deveria ter-te deixado explicar. – assumi, com um tom culpado. – Mas eu agora vou-te ouvir e vou prometer que vou compreender as tuas razões do teu desaparecimento.
- Bem, eu esta manhã acordei mais de um daqueles pesadelos parecidos com o que tive quando o senhor Weasley foi atacado. – Harry falou e eu sabia que ele não tinha coragem de mencionar o sonho com Sirius. – Voldemort está a preparar qualquer coisa e tanto está furioso por os seus servos terem falhado em qualquer coisa, como está contente por qualquer coisa ter resultado. Eu não sei o que é, mas coisa boa não é. A única coisa que eu sei é que o que ele está a preparar está relacionado comigo e com algum dos meus amigos. E ele já sabe que somos namorados, Hermione. Temo pela tua vida. Não achas que seria…
- Nem tentes terminar essa frase, senhor Potter. – interrompi-o. – Tu sabes perfeitamente que sendo ou não tua namorada, eu continuaria em perigo. Não só por ser também tua amiga, mas também pela minha ascendência. Eu herdei os poderes da minha avó, Harry e que não são muito fracos e tu sabes disso muito bem. Além do mais, só mesmo a tua mãe é que foi tão inteligente e brilhante como eu. Mesmo que eu não fosse tua amiga ou namorada, eu continuaria a correr perigo, por causa daquilo que eu sou…
- Mas eu sem ti não sou nada, Hermione. – contrapôs Harry. – Eu não te quero perder.
- Tu nunca me vais perder, Harry. – insisti. – Mas por favor não me deixes de lado. Eu amo-te e não consigo estar longe de ti. E não voltes a mencionar o assunto de nos afastarmos, isso só seria pior. Tu sabes que juntos somos invencíveis e separados somos fracos demais. Tu tens amigos que te amam e que nunca irão deixar o teu lado, querendo ou não.
Nesse momento, fomos interrompidas pela chegada da professora McGonagall, que vinha vermelha como se tivesse corrido uma maratona.
- Senhorita Granger. – chamou a professora, quando chegou ao pé de nós. – O director quer falar consigo. Senhor Potter, será melhor acompanhar a senhorita Granger.
Ficamos um pouco intrigados no porque de termos sido chamados ao gabinete do director, mas mesmo assim seguimos a professora. Quando chegamos junta da gárgula, a McGonagall disse a senha e mandou-nos subir. Subimos as escadas em silêncio ainda a pensando naquilo que Dumbledore queria falar connosco. Mal eu sabia, mas depois do que eu soube, preferia ter ficado abraçada à árvore na beira do lago.
Quando subimos as escadas, batemos na porta e entramos na sala. Atrás da secretária cheia de objectos mágicos, Dumbledore estava sentado, observando um dos armários à sua direita. Após termos chamado a atenção do director, ele num convite silencioso apontou as cadeiras em frente da secretária. Sentamo-nos e Dumbledore voltou a olhar para o mesmo armário que estava a observar quando entramos.
- Professor? – chamei, incerta. – A professora McGonagall disse-me que o senhor queria falar comigo.
Dumbledore voltou a centrar a sua atenção em nós, mas o seu semblante estava pesaroso. E eu fiquei ainda mais confusa, o que teria acontecido para Dumbledore estar assim?
- Senhorita Granger, eu não sei como lhe devo dar essa notícia. – falou Dumbledore após um tempo a olhar para mim. – Infelizmente, foi uma coisa com a qual não contávamos de tão inesperada. E nada pudemos fazer para a evitar.
- Mas professor. O que aconteceu? – perguntou Harry.
- Bem, será melhor eu ir directo ao assunto. – falou Dumbledore. – E saiba, Hermione que tudo do que a senhorita agora precisa será do apoio dos seus amigos. Infelizmente tenho de a avisar de que os seus pais foram assassinados esta madrugada por Voldemort.
Eu fique estática. Essa era uma das últimas notícias de que eu estava à espera. O meu estado de choque era tão grande que eu nem dei por a minha face se manchar de lágrimas e nem de Harry me ter abraçado e me ter conduzido para fora da sala do director. Quando dei por mim, estava sentada num sofá numa sala, que eu ao fim de alguns minutos percebi que era a sala das necessidades. E percebi que não estava sozinha. Estava deitada e tinha a minha cabeça apoiada nas pernas de Harry. Vi que ele estava olhando pelas janelas, mas que mesmo distraído me acariciava os cabelos e minha face. Só por aqueles gestos soube o quanto Harry se preocupava comigo e fiquei muito agradecida por tudo o que ele já tinha feito por mim. Toquei na mão dele, atraindo assim a sua atenção.
- Obrigado. – foi tudo o que eu consegui dizer.
- De nada. – Harry replicou. – Estás melhor?
- Ainda estou um pouco triste com a morte deles, Harry. – respondi, voltando a chorar.
Harry não disse nada e pegando nos meus braços, levantou-me e abraçou-me. E foi no ombro dele que eu chorei. Após alguns minutos lá me consegui acalmar, mas continuei abraçada a ele.
- Hermione? – ele chamou. – Será melhor irmos andando. Está a escurecer e tu precisas de comer.
Concordei e permiti que ele me conduzisse até ao salão principal. Assim que chegamos, todos pararam para olhar para mim. E só então pensei que deveria estar num estado lamentável, porque não tinha lavado a minha cara e ela ainda deveria de ter marcas das lágrimas. Harry conduziu-me até à mesa dos Gryffindor e sentamo-nos ao pé de Ron, Luna, Ginny e Neville, que estavam sentados numa das pontas da mesa. Sentei-me entre Ginny e Luna. Harry sentou-se do outro lado junto de Ron e Neville.
- Hermione, lamento pelo que aconteceu. – falou Ginny num tom triste. – A McGonagall veio ter connosco e contou-nos.
- Obrigado pelo teu apoio, Ginny. – agradeci e dei-lhe um abraço.
- Eu também sinto o mesmo, Hermione. – disse Luna. – Eu também me senti muito triste quando a minha mãe morreu.
- Obrigado Luna. – agradeci, tocada com o gesto da loura sentada ao meu lado e também a abracei. – Eu dou graças por ter amigos como vocês.
Depois de aquele momento, jantamos em silêncio. No fim do jantar, Dumbledore chamou a atenção dos alunos, apenas para informar sobre a morte dos meus pais e disse que todos os alunos estava dispensados das aulas no dia seguinte, já que se iria dar o funeral dos meus pais. Quando o director terminou a comunicação, McGonagall levantou-se e veio até ao pé de nós, informar-nos para nós os seis prepararmos uma pequena mala com umas mudas de roupa, já que iríamos passar a noite em Grimmauld Place, para que no dia seguinte pudéssemos comparecer ao funeral dos meus pais. Após termos sido informados, levantamo-nos e dirigindo-nos aos respectivos dormitórios, pegamos em algumas roupas e encontramo-nos no Hall de Entrada cerca de quinze minutos depois. McGonagall já estava à nossa espera e comunicou-nos que iríamos até Grimmauld através de uma chave de portal. Como sempre a viagem foi um pouco incómoda, mas quando chegamos à casa, tínhamos à nossa espera a senhora Weasley, que mal eu toquei com os pés no chão me envolveu num abraço e me deu as condolências. Agradeci-lhe e após me soltar, abraçou Harry, Ron, Luna, Ginny e Neville. Perguntou-nos se já tínhamos jantado e após termos respondido afirmativamente, mandou-nos para os nossos quartos. Eu dividiria o meu quarto com Ginny e Luna e Harry, Ron e Neville ficariam no mesmo quarto. Eu estava tão cansada que rapidamente adormeci. Felizmente, dormi bem durante a noite e no dia seguinte, senti que estava com forças suficientes para aguentar aquele dia. Após ter tomado um banho rápido e me ter vestido, desci até à cozinha da casa. A senhora Weasley já estava acordada, mas não estava sozinha. Sentadas na mesa estavam Tonks e Fleur. Ao que Ron me tinha contado Fleur e Bill estavam namorado e estavam a pensar casar em breve. Cumprimentei as três e notei que Tonks estava um pouco cabisbaixa e quando lhe perguntei o que ela tinha, fugiu um pouco da questão, respondendo apenas que estava bem. Não insisti no assunto com ela, mas mais tarde iria perguntar à senhora Weasley o que se passava com Tonks. Embora eu já tivesse uma vaga ideia do que tinha acontecido.
- Hermione. – chamou a senhora Weasley, tirando-me dos meus pensamentos. – Será que me fazias o favor de ir acordar os rapazes, Ginny e Luna?
Concordei e saindo da cozinha, subi em direcção ao quarto das garotas. Após praticamente ter posto Ginny e Luna da cama abaixo, dirigi-me até ao quarto dos rapazes. Acordar Harry foi fácil, mas o pior foi por Ron e Neville para fora da cama. Então lembrei-me de uma coisa, eu já era maior de idade e já podia fazer magia. Procurando a minha varinha nas minhas calças, peguei nela e sussurrando, pronunciei Aguamenti e um jacto de água saiu da ponta da minha varinha e molhou a cara de Ron, que acordou instaneamente. Alertado com os gritos de Ron, Harry, Luna e Ginny apareceram à porta do quarto, apenas a tempo de me verem usando o mesmo método em Neville. Os dois ficaram furiosos, mas eu com cara de santa apenas comentei.
- A senhora Weasley mandou-me dizer que o pequeno-almoço está pronto. – disse e antes que Ron e Neville pudessem dizer alguma coisa, sai do quarto ouvindo os resmungos dos dois e as gargalhadas de Harry, Ginny e Luna.
Cerca de quinze minutos depois estávamos todos na cozinha, sentados na mesa comendo o pequeno-almoço. Neville já estava mais calmo, mas notava-se que Ron ainda estava bravo comigo. Quando acabamos de comer a senhora Weasley informou-nos que iríamos de carro até ao local onde iria ser feito o funeral dos meus pais. De cada vez que se tocava nesse assunto, eu sentia-me triste, mas após uma conversa com Harry, ele disse que não era assim que os meus pais queriam que eu ficasse e após essas palavras me senti melhor. Mas ainda doía saber que nunca mais os iria ver. Que nunca mais ouviria a voz suave da minha mãe aconselhando-me e os seus abraços quentes que ela me dava quando eu chorava. E que também nunca mais veria o meu pai, que mesmo com aquele ar severo, ele me amava muito e que estava sempre lá para mim quando eu precisava. Mas o que contava agora era o apoio dos meus amigos. Só isso me iria ajudar a fazer a sensação de perda amenizar.
Felizmente, para mim o funeral foi curto e eu apenas derramei lágrimas quando começaram a abaixar os caixões dos meus pais. Harry abraçou-me e eu chorei no ombro dele. Havia pessoas que vinham ao pé de mim e me davam as condolências. Eu respondia sempre, às vezes reconhecia as vozes, outras vezes não. Eu estava abraçada em Harry e com a minha cabeça apoiada no ombro dele eu mal via quem vinha falar comigo. Até que finalmente, Harry me conduziu para fora do cemitério e me levou até ao carro. Foi olhando a paisagem lá fora, segurando a mão de Harry, que a minha dor foi passando. Quando finalmente chegamos a Grimmauld Place, eu já estava melhor. Após termos arrumado as nossas coisas, preparamo-nos para voltar para Hogwarts. Despedimo-nos de todos os que estavam na casa naquela altura e dirigimo-nos para a entrada onde estava McGonagall à nossa espera com uma chave de portal. Quando voltamos a pisar em Hogwarts, fomos até aos dormitórios colocar as nossas mochilas, antes de nos dirigirmos para o salão principal para jantarmos. Quando terminamos, voltamos a dirigirmo-nos novamente para os dormitórios. Após eu ter arrumado as minhas coisas, deitei-me na minha cama e rapidamente adormeci. Tinha sido um dia difícil e eu estava muito cansada.

N/A: Aqui estou eu, mais de um mês depois a postar mais um capítulo de Almas Gémeas. Antes que me atirem pedras, só queria dizer que vocês tem razão de estarem zangados… Mas eu sou um pouco preguiçosa e a falta de inspiração também não ajuda… Bem eu quero agradecer aqueles que comentaram (aqueles que eu não respondi de volta, claro). Espero que gostem e que deixem comentários… Beijos e até próxima. P.S: vou começar ainda hoje o 12º cap. e espero em breve posta-lo.

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