O Aniversário de Hermione

O Aniversário de Hermione



Cap. 10 – O Aniversário de Hermione

Nessa sexta-feira, após as aulas Ginny e Luna praticamente me arrastaram com elas até à biblioteca, onde elas queriam tirar algumas dúvidas. Fiquei um pouco desconfiada, mas acabei por ceder, embora o que eu quisesse era celebrar o meu aniversário ao lado de Harry. Ficamos lá quase hora e meia e eu estava quase a desesperar, pois queria descansar um pouco, mas a mim parecia que as duas raparigas sentadas à minha frente tinham preparado tudo, pois nunca pararam de fazer perguntas. Quando elas viram que eu estava realmente a ficar desesperada é que finalmente acederam ao meu pedido e me deixaram ir à sala comum dos Gryffindor para deixar as minhas coisas, antes de descer para o salão principal para jantar. Fui andando pelos corredores seguida de Ginny e Luna. Quando chegamos à sala comum dos Gryffindor (Luna tinha uma permissão especial dada por McGonagall) e eu estranhei por tudo estar às escuras. Assim que o retrato da Dama Gorda se fechou atrás de nós as três, as luzes acenderam-se revelando todos os alunos dos Gryffindor em baixo de uma grande faixa que dizia “PARABÉNS HERMIONE!!!!!” e havia vários balões atados pelo salão comum e alguns enfeitiçados que voavam de um lado para o outro. No meio da sala havia uma mesa com comida e bebidas. Eu fiquei boquiaberta perante a festa-surpresa e agradeci a todos pelo trabalho. Rapidamente juntei-me a Harry e beijei-o em agradecimento (porque Ginny me tinha dito que a ideia da festa tinha sido ideia de Harry e de Ron, ela e Luna apenas teriam de me manter afastada da sala enquanto os preparativos decorriam). Comecei a ouvir música e olhando para um dos cantos da sala, vi que havia lá um pequeno rádio em cima de uma pequena mesa e quem estava a seleccionar as músicas era a Lavender. Vários pares se juntaram numa improvisada pista de dança.
- Queres dançar? – Harry perguntou-me e eu aceitei.
Pegando na minha mão, ele levou-me até à pista de dança e começamos a dançar ao ritmo da música. Harry tinha se tornado um óptimo dançarino e já não pisava os pés das raparigas com quem dançava. Após mais algumas músicas, voltou o silêncio e Harry acompanhou-me até a uma das mesas onde estava um bolo de chocolate com 17 velas já acesas. Todos começaram a cantarem-me os parabéns e quando terminaram disseram para eu pedir um desejo e para apagar as velas. Após ter partido o bolo e ter passado para várias pessoas, abri os meus presentes: de Ginny recebi um livro muggle (mais propriamente Valete de Copas e Dama de Espadas, um livro que eu tinha referido durante as minhas conversas com Ginny); de Ron recebi uma caixa com vários doces da Doces e Duques (que mais poderia receber se Ron só pensa em comida); de Luna recebi um conjunto de colar com brincos (confesso que fiquei surpreendida com a prenda de Luna, porque não estava à espera de uma prenda daquelas, mas eu realmente gostei); de Neville recebi um livro de Herbologia (parecido com aquele que ele recebeu de Moody no quarto ano, e eu fiquei realmente agradecida, não por ser um livro, mas por aquilo que eu poderia aprender); mas espantosamente, Harry não me ofereceu nada, mas em vez disso segredou no meu ouvido que eu teria a minha surpresa mais tarde. Fiquei curiosa, mas de nada me valeu tentar faze-lo contar o que ele me escondia. Perto das nove e meia, os alunos começaram a dispersar e a se dirigirem para os respectivos dormitórios, restando apenas eu, Harry, Ron, Ginny e Neville (já que Luna já tinha ido embora para a sala comum dos Ravenclaw) a arrumarmos a sala. Estava a preparar para me ir deitar quando fui detida por Harry.
- Está na hora da minha surpresa. – Harry segredou ao meu ouvido mostrando a capa de invisibilidade dele.
Escondemo-nos debaixo da capa e saímos da sala, com Harry sempre a olhar para o Mapa dos Marotos, verificando se não encontraríamos ninguém no nosso caminho. Rapidamente me apercebi que nos dirigíamos para a sala das necessidades. Fiquei um pouco apreensiva com o nosso destino, mas rapidamente esqueci os meus medos quando entrei na sala, que estava com um decoração simples: um sofá de couro castanho, uma mesa pequena com uma aparelhagem e um tapete de pele de urso, colocada em frente ao sofá. Harry ligou a aparelhagem e puxou-me para dançar com ele. Dançamos mais algumas músicas, mas eu estava bastante curiosa em saber o que surpresa Harry tinha reservado para mim naquela noite. Como se tivesse lido os meus pensamentos, Harry parou de dançar e olhando-me nos olhos, começou a falar.
- Bastante curiosa, senhorita Granger. – ele falou riu-se, e eu lembrei-me que ele tinha aprendido a ler mentes.
- Assim não vale. – refilei, porque sabia que não era capaz de fazer o mesmo, porque só Harry é que tinha aprendido Legilimência.
- Mas é engraçado ver o que pensas. – ele replicou, ainda rindo.
Sentindo-me chateada com a intromissão dele na minha mente, soltei-me dos braços dele e fui-me sentar no sofá. Senti que ele me seguiu, mas em vez de se sentar ao meu lado, Harry ajoelhou-se à minha frente, deixando-me ainda mais curiosa.
- Já que estás desejosa de saber que surpresa te reservei. – ele falou, olhando-me nos olhos. – Não te faço esperar mais.
Para minha surpresa, ele tirou uma pequena caixinha de um dos bolsos do manto.
- Eu sei que namoramos há pouco tempo, mas eu percebi que é a mulher da minha vida. – Harry declarou-se, deixando-me petrificada no meu lugar. – E por não te querer perder, comprei estas alianças como um sinal do nosso amor.
Pegando numa das alianças (a mais pequena), Harry colocou-a no meu dedo e logo palavras apareceram Harry e Hermione: Amor Eterno. Fiquei emocionada e pegando noutra aliança coloquei-a no dedo de Harry e logo apareceram as mesmas palavras que tinham aparecido na minha aliança. Ajoelhei-me ao lado dele e beijei os lábios dele com paixão. E foi naquela noite que nós tivemos a nossa primeira vez. Adormecemos abraçados no sofá apenas cobertos por um cobertor.
Na manhã seguinte, não consegui escapar às perguntas de Ginny que tinha reparado na aliança no meu dedo. Ela ficou um tanto surpreendida com a declaração de Harry e ainda mais quando eu lhe confessei que eu tinha feito amor com Harry. Claro que ela fez um questionário completo e em certas partes eu ia ficando vermelha e ela ria-se da minha expressão. Passei o resto da minha manhã com Harry, Ron, Luna, Neville e Ginny na biblioteca, onde estivemos a fazer os trabalhos de casa, já que de tarde teríamos outra aula com Dumbledore. Passamos a aula a preparar uma poção que nos iria mostrar em que animal nos iríamos transformar. Ao fim de seis horas a preparar a poção, todos nós conseguimos terminar a poção com sucesso. Um a um fomos experimentando a poção e ficamos a saber em que tipo de animal nos iríamos transformar: eu transformei-me numa gata acastanhada com olhos cor de avelã; Harry numa coruja preta de olhos verdes; Ron transformou-se num cão ruivo de olhos azuis; Luna transformou-se numa raposa arruivada com olhos castanhos; Neville transformou-se num gavião e olhos castanhos; e Ginny transformou-se numa águia castanha arruivada e de olhos cor de mel. Todos ficamos um pouco surpreendidos em relação aos animais em que nos iríamos transformar, mas nenhum de nós fez algum tipo de reclamação. E com a nossa descoberta do que iríamos ser quando nos transformássemos em animagos, a aula acabou e Dumbledore explicou-nos que na próxima aula, que seria no dia seguinte, iríamos começar a tentar uma transformação. Após o jantar, ficamos pelo Salão Principal, já que Dumbledore tinha anunciado que naquela noite iriam começar as aulas de Aparição. Ginny e Luna despediram-se e dirigiram-se para as respectivas salas comuns. Após uma breve explicação de um funcionário do Ministério sobre o que deveríamos fazer para conseguirmos aparecer, fomos divididos em quatro grupos (fomos divididos por casas). Após quase uma hora de aula (que era o que tinha sido estipulado por Dumbledore e era o tempo em que o feitiço Anti-Aparição estava desactivado, poucos tinham sido aqueles que tinham feitos progressos e mesmo eu admiti que não era fácil conseguir Aparecer. Quando a aula terminou fomos dispensados e dirigimo-nos para as respectivas salas comuns. Quando chegamos, Ginny ainda estava acordada e nós ficamos sentados nas poltronas a explicar-lhe como foi a nossa primeira aula de aparição.
No dia seguinte, de manhã terminamos de fazer os nossos trabalhos de casa e à tarde começamos com as primeiras tentativas em nos tentarmos transformar em animais. Confesso que não é muito fácil conseguirmos a transformação, e eram poucos os avanços que fazíamos. Mesmo após uma tarde inteira de treinos, poucos tinham sido os nossos avanços e nem mesmo eu tinha sido bem sucedida, conseguindo apenas fazer com que me crescesse uma cauda e ficasse com orelhas de gata.
Mais uma semana passou e com a chegada do fim-de-semana, veio também o primeiro jogo de Quidditch: Slytherin contra Ravenclaw. Todo o jogo foi bastante renhido e com várias faltas por parte dos Slytherin, mas no final apesar de Malfoy enganar Chang e ter conseguido apanhado a snitch, os Slytherin perderam com o resultado de 200 para os Slytherin e 350 para os Ravenclaw. Harry adorou o jogo devido ao facto de os Slytherin perderem logo no primeiro jogo, o que faria com que os Gryffindor ficassem em vantagem, mas sabia que teria de derrotar os Ravenclaw se quisesse ganhar a taça. Mas como o primeiro jogo dos Gryffindor era contra os Hufflepuff, Harry não pegou muito pesado nos treinos, mas até ao dia do jogo, os treinos da equipa vermelha e dourada eram feitos três vezes por semana: na segunda, na quarta e na sexta (os fins-de-semana estavam excluídos porque quando não haviam jogos de Quidditch, nós os seis tínhamos aulas com Dumbledore). Após mais algumas aulas e bastantes treinos, nós os seis começamos a notar melhorias nas nossas transformações e também nas aulas de aparição, que estavam marcadas para todos os sábados à noite. Claro que a primeira a apresentar excelentes resultados fui eu, mas Harry, Ron e Ginny não ficaram atrás. Luna e Neville ainda estavam com algumas dificuldades nas transformações, mas com a nossa ajuda, superaram essas dificuldades.
Mais umas semanas tinham passado e com elas chegou o dia 12 de Outubro e com ele o primeiro jogo dos Gryffindor, que era contra os Hufflepuff. Ao fim de quinze minutos, os Gryffindor já estavam a ganhar por 50 pontos contra os 10 dos Hufflepuff e Harry pensou que Ginny era uma boa chaser, já que até agora tinha dado à equipa 40 pontos, sendo que um dos golos fora marcado por Alicia que também se estava a sair muito bem naquele jogo. Ron também estava mais confiante, pois já tinha defendido muitos ataques dos chasers dos Hufflepuff e Harry estava orgulhoso do amigo. Harry voltou a concentrar-se na procura pela snitch e rapidamente a encontrou junto às bancadas onde Hermione estava sentada. Harry desceu indo em direcção ao sítio onde tinha visto a snitch e após uma pequena perseguição com o seeker adversário atrás dele, Harry finalmente conseguiu agarrar a snitch dando a vitória aos Gryffindor que ganharam por 200 pontos contra os 10 dos Hufflepuff. Quando o jogo terminou os Gryffindor fizeram uma enorme festa no campo. Quando a festa terminou, dirigimo-nos todos para o Salão Principal para almoçarmos. Nesse dia, Dumbledore dispensou-nos das aulas particulares e como já tínhamos feito os trabalhos de casa na noite anterior, aproveitamos a tarde para namoramos e para conversarmos um pouco. Dirigimo-nos para a beira do lago e sentamo-nos à sombra de umas árvores e Harry começou a falar de coisas que lhe aconteceram, quando ele ainda não sabia que era bruxo.
- Hei, de estar a olhar ali para aqueles alunos do primeiro ano, veio à minha mente algumas cenas que me aconteceram quando eu era mais novo. – falou Harry, olhando na direcção de um grupo de crianças de 11 anos, que pertenciam aos Gryffindor e aos Ravenclaw. – Como aquela vez que eu estava a ser perseguido pelo meu primo e pelos amigos dele e ao saltar para trás de umas caixas, acabei por parar no telhado.
Todos começaram a rir-se, inclusive Harry.
- Mais algum de vocês tem alguma história que vos tenha acontecido antes de saberem que eram bruxos? – Harry perguntou.
- Bem! Eu tenho uma. – eu respondi, lembrando-me de uma coisa que me aconteceu quando eu tinha seis anos. – Eu tinha acabado de entrar para a escola primária e senti-me bastante nervosa porque eu tinha poucos amigos e aquele era um ambiente novo para mim. Lembro-me que no primeiro dia, a professora tinha pedido para fazermos um desenho sobre a nossa família. Eu fiz o meu desenho e estava a gostar dele, porque tinha ficado bonito, mas um dos meninos da minha sala, chegou ao pé de mim e disse-me que não tinha gostado do desenho e riscou-mo todo com um dos lápis que estavam em cima da minha mesa. Eu lembro-me que fiquei tão furiosa com o que aquele menino fez que acabei, involuntariamente por usar a minha magia, e o projectei pela sala… Confesso que fiquei bastante assustada com o que tinha acontecido, mas felizmente o menino não sofreu nenhum arranhão, mas ficou bastante assustado e a partir daquele dia, ninguém quis ser meu amigo, porque tinham todos medo de mim. No início não me importei, mas com o passar do tempo, senti-me mal, porque não tinha ninguém com quem brincar.
- Então foi por isso que te dedicaste a ler, certo. – perguntou Ginny.
- Sim. – respondi. – Eu sentia-me bem quando lia, porque assim não sentia tanto os efeitos da solidão. Mas quando recebi a carta de Hogwarts, percebi o porque de tantas coisas estranhas me terem acontecido. E pensei que iria tentar ser diferente quando aqui chegasse. Iria tentar fazer amigos.
- Mas a tua primeira impressão não deve ter sido das melhores. – falou Ron. – Eu sei que te tratei um pouco mal, mas não posso negar que sempre foste um pouco mandona.
- Mas pelo menos, ela tornou-se nossa amiga. – falou Harry, abraçando-se ainda mais a mim. – De uma maneira não muito fácil, mas tornou-se nossa amiga. E disso não me arrependo até hoje.
- Mas e vocês? – perguntei. – Têm mais alguma história engraçada?
E foi assim que o resto da tarde. Ficamos a rirmo-nos das histórias engraçadas que cada um contou. Só fomos embora quando começou a escurecer e também porque era hora de jantar. E claro que Ron não passa sem comida.
Depois de jantarmos, fomos para a sala comum dos Gryffindor, mas apenas para Harry ter tempo de apanhar o seu manto de invisibilidade e o mapa do maroto. Despedimo-nos dos outros e após nos escondermos debaixo do manto, rumamos à sala das necessidades. Lá ficamos a falar de várias coisas banais e acabamos por adormecer abraçados deitados no sofá. Não foi uma noite agradável, pois Harry a meio da noite acabou por cair no chão, acordando-me.
- Estás bem? – perguntei, não aguentado o riso.
- O que achas, senhora risinhos irritantes. – ele respondeu emburrado.
- Anda cá. – falei puxando-o para o pé de mim. Após uns minutos de concentração, o sofá desapareceu dando lugar a uma enorme e confortável cama.
- Assim, querida, eu fico com vontade de fazer outras coisas. – ele falou, deixando-me corada.
- Esta noite não, senhor Potter. – neguei, mostrando-lha a língua. – Esta noite eu quero dormir.
- Vamos a ver. – Harry respondeu num tom maroto e fez-me cócegas.
- Assim não vale. – foi o que eu consegui dizer, entre risos.
Mas acabei por ceder aos caprichos dele e foi bastante mais tarde quando voltamos a adormecer, abraçados um ao outro. E o meu último pensamento antes de ceder ao sono foi que felizmente tomava precauções.

N/A: Finalmente mais um capitulo de Almas Gémeas. Espero que gostem e que comentem.

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