Inicio do Torneio Inter-Equipa

Inicio do Torneio Inter-Equipa



Cap. 9 – Início do Torneio Inter-Equipas

Na manhã seguinte, eu, Ron, Neville, Ginny e Luna fomos para a biblioteca, enquanto que Harry iria ter com a professora McGonagall perguntar se poderia encontrar-se com Dumbledore. Cerca de meia-hora mais tarde, ele juntou-se a nós.
- Como correu a reunião com Dumbledore? – perguntei.
- Correu bem. – Harry respondeu.
- O que foste lhe perguntar. – Ron perguntou curioso.
- Se poderia continuar com as aulas de Oclumência. – ele respondeu.
- E o que ele respondeu. – perguntei.
- Disse que eu podia. – ele respondeu, e eu fiquei feliz por ele, pois sabia que era isso que ele queria aprender. – E que terei aulas com ele.
- Mas isso é muito bom. – Ron afirmou, contente. – Quando começas?
- Hoje à noite. Mas será apenas uma reunião para falar. – Harry respondeu. – Até porque Dumbledore requisitou a presença de vocês os cinco.
- Nós?! – surpreendeu-se Ginny. – Mas porque?
- Não sei. – ele respondeu. – Isso, vocês saberão logo à noite.
Passamos o dia todo pensando no que Dumbledore quereria de nós. Após o almoço e como já tínhamos terminado as tarefas escolares, aproveitamos a tarde quente e fomos visitar Hagrid. Aproveitamos para contar sobre os nossos namoros e para lhe perguntarmos o que ele estava a pensar falar neste ano. Ficamos um pouco entusiasmados quando soubemos que Hagrid não tinha escolhido nenhuma criatura perigosa este ano. Já era quase noite quando acompanhamos Hagrid até ao Salão Principal para jantar. Como jantamos rapidamente, decidimos que embora fosse um pouco cedo, iríamos para a Sala das Necessidades, onde iríamos esperar por Dumbledore. Eram perto de oito e quarenta e cinco quando chegamos à sala, e como ainda faltava cerca de quinze minutos antes da chegada de Dumbledore, ficamos um pouco a conversar.
Eram nove horas em ponto, quando Dumbledore entrou na sala, mas não ficou nem um pouco surpreendido de nos ver já na sala. Atrás dele entraram Tonks e Shacklebolt Após nos termos sentando em roda à volta dos três, Dumbledore começou a explicar a razão de nos ter chamado.
- Boa noite a todos. – cumprimentou Dumbledore, ao que todos nós respondemos. – Acho que vocês se devem estar a perguntar a razão porque chamei todos vocês aqui. Bem é simples. Este ano vocês irão ter aulas comigo, onde irão ser preparados para o que vos espera lá fora. Todos vocês irão ter aulas de Oclumência, irão ser ensinados a resistir à maldição Imperius. Será muito útil que vocês aprendam certas coisas, para que estejam preparados contra uma eventual batalha contra Voldemort. Tonks e Shacklebolt fizeram o favor de aceitarem o convite para me ajudarem nas aulas. Irão ser treinados três de cada vez, enquanto os restantes três apenas assistem. Será isso que vocês serão ensinados no início, depois passaremos para mais algumas coisas básicas, mas isso será com o decorrer das aulas. Bem, se vocês não tiverem nenhuma dúvida, poderemos começar agora mesmo.
Como ninguém se manifestou, levantamo-nos e enquanto Neville, Ginny e Luna se sentaram numas cadeiras que havia na sala, eu, Harry e Ron começamos com as aulas. Eu treinei com Tonks; Harry com Dumbledore; e Ron com Shacklebolt.
Tonks estava a treinar comigo como superar a maldição Imperius. Após uma hora de treinos, eu já fazia uma melhoria e já começava a lutar contra a maldição. Como cada aula era só de duas horas, tinha ficado combinado que eu, Harry e Ron treinávamos na primeira hora e depois trocávamos com Neville, Ginny e Luna. Quando a nossa de aula acabou, eu, Harry e Ron trocamos com Neville, Ginny e Luna e foi a nossa vez de assistiremos aos esforços dos outros três a tentarem lutar contra a Maldição Imperius. Neville estava com Tonks; Luna com Shacklebolt; e Ginny estava a treinar com Dumbledore. Enquanto eles treinavam, Harry disse-nos que tinha estado a treinar Oclumência e que já começava a fazer uns avanços e que já começava a repelir os avanços de Dumbledore. Quando os treinos de Neville, Ginny e Luna terminaram, Dumbledore disse que estávamos a nos sair bem e que tinha orgulho em nós. Ficamos contentes com o elogio e como já era um pouco tarde, saímos para as nossas respectivos salões comuns, após termos combinado outra aula, que seria na próxima quarta-feira.
Quando chegamos à nossa sala comum, decidimos que era melhor irmos dormir porque no dia seguinte teríamos aulas. A segunda-feira correu de forma calma e à noite, o professor Dumbledore anunciou quem eram os grupos que iriam competir por cada equipa. Na nossa claro, era eu, Harry, Ron, Neville, Ginny e Katie (como já tinha ficado acordado na sexta-feira passada); nos Hufflepuff a equipa era formada pela Hannah Abbot, Justin Finch-Fletchey, Susan Bones, Ernie MacMillan, Eleanor Branstone e Laura Madley; nos Ravenclaw foram seleccionados Cho Chang, Padma Patil, Terry Boot, Luna Lovegood, Anthony Goldstein e Lisa Turpin; e por fim nos Slytherin foram escolhidos Draco Malfoy (nem no Torneio ele nos deixa em paz!), Blaise Zabini, Theodore Nott, Pansy Parkinson, Millicent Bullstrode e Daphne Greengrass. Ficamos um pouco a discutir os grupos das outras equipas e chegamos à conclusão que a única utilidade da Pansy e da Millicent era assustarem os outros concorrentes, porque nenhuma das duas era muito inteligente e as duas eram bastante feias. Luna também nos contou que apenas tinha sido escolhida porque era mais que sabido que Ron iria participar e ela seria apenas usada como um trunfo, pois pensavam que ela não tinha a coragem de desafiar o namorado. Fiquei surpreendida quando ela disse que enquanto houvesse provas do Torneio ela e Ron seriam rivais, e todos nós apoiamos a decisão dela, porque assim sabíamos que ela não nos iria contar nada sobre o que os Ravenclaw preparavam e também não iria revelar nada sobre os nossos treinos. Ficamos também a saber que Torneio iria começar no sábado e que a primeira tarefa começaria às 10 horas da manhã.
Na quarta-feira, voltamos a ter aulas, mas desta vez, quem ficou com Dumbledore fui eu, enquanto que Harry treinava com Tonks e Ron com Shacklebolt. Eu tive a treinar como fechar a minha mente a Oclumência, enquanto que Harry e Ron tiveram a aperfeiçoador a resistirem ao Imperius. Após uma hora de treinos, eu realmente dei razão a Harry, treinar Oclumência era horrível, porque para além de nos deixar bastante cansados, era uma sensação perturbadora de saber que alguém estava a invadir a nossa mente. Quando Neville, Ginny e Luna pararam com os treinos, Dumbledore disse para nós os seis esperarmos e após Tonks e Shacklebolt saírem da sala, Dumbledore explicou-nos que o próximo fim-de-semana seria todo para estarmos nas aulas com ele e que assim que a primeira tarefa do Torneio terminasse, teríamos de vir instantaneamente para a sala precisa. Concordamos e saímos para as nossas salas comuns, para podermos dormir, pois estávamos cansados e no dia seguinte teríamos aulas.
A semana voltou a passar rapidamente e na sexta-feira depois das aulas, eu, Harry, Ron, Luna, Neville e Ginny reunimo-nos na biblioteca de modo a fazermos os trabalhos de casa, pois não iríamos ter muito tempo no fim-de-semana. Quando acabamos, regressamos à sala comum (nós para a dos Gryffindor e Luna para os do Ravenclaw), porque ainda teríamos de combinar juntamente com Katie alguns feitiços e matéria (já que não sabíamos o que nos esperava).
No dia seguinte, após termos tomado o pequeno-almoço saímos os cinco juntamente com Katie para os jardins (segundo as instruções que a professora McGonagall nos deu) e ainda ficamos um pouco à espera, porque ainda não eram 10 horas. À medida que as dez horas iam chegando, os jardins iam enchendo de alunos, tanto participantes como curiosos que apenas queriam assistir. Quando todos estavam reunidos, Dumbledore subiu a um pequeno palco e começou a discursar.
- Bom dia a todos! – Dumbledore cumprimentou. – Agradeço a todos a vossa presença e espero que se divirtam. Agora é altura de dar início ao Torneio e começar com a primeira tarefa. Peço aos participantes que se reúnam aqui à minha frente para que eu possa explicar as regras e para que saibam o que irão fazer nesta primeira tarefa.
Após alguma confusão, uns empurrões, lá nos conseguimos reunir em frente ao pequeno palco, permitindo que Dumbledore continuasse a falar.
- Agora que já se organizaram, começarei por explicar as regras. Espero de vocês todos que joguem limpo e que não haja batotice. – Dumbledore explicou.
Dumbledore explicou as regras e após todos termos concordo, começou a explicar no que consistia a primeira tarefa.
- Agora que as regras estão explicadas, desejo boa sorte a todos vocês. – falou Dumbledore. – Agora é hora de explicar o que vocês terão de fazer como primeira tarefa. Pedirei que cada equipa seleccione os dois melhores elementos de cada grupo.
Após uma pequena reunião efectuada pelas quatro equipas os dois jogadores escolhidos para cada uma das equipas foram: nos Gryffindor fiquei eu e o Harry; nos Hufflepuff ficou Susan e o Ernie; nos Ravenclaw ficou a Cho e o Anthony e por fim nos Slytherins ficaram o Malfoy e a Greengrass. Os restantes membros de cada equipa juntaram-se aos alunos que estavam nas bancadas a assistir e apenas nós os oito ficamos em frente ao pequeno palco.
- Agora que dois alunos de cada equipa estão seleccionados, poderemos dar inicio à primeira tarefa. – continuou Dumbledore.
Com um aceno de varinha, Dumbledore fez surgir no espaço vazio, que estava ladeado pelas bancadas, um enorme labirinto. Fiquei horrorizada porque aquele labirinto parecia-se com o mesmo que Harry teve de fazer no quarto ano. Mas Dumbledore explicou-nos que o que tínhamos de fazer era chegar ao meio do labirinto, passando por alguns obstáculos. A primeira equipa que chegasse ao fim, apenas teria de lançar faíscas vermelhas, para se declarar vencedor. A equipa vencedora recebia 100 pontos para a casa. Se houvesse mais que uma equipa a completar o labirinto, os pontos seriam divididos de forma justa pelas equipas. Havia quatro entradas cada uma delas como o símbolo de cada casa. Eu e Harry posicionamo-nos em frente à entrada com o símbolo dos Gryffindor e esperamos pelo sinal de partida. Agarrei a mão de Harry, tentando procurar por segurança. Estava bastante assustada com o que poderia acontecer lá dentro. Algo me dizia que algo de ruim iria acontecer.
- Vai correr tudo bem. – Harry sussurrou ao meu ouvido, mas nem mesmo assim eu consegui afastar a angústia que se tinha instalado no meu peito.
Quando o sinal de partida soou, entramos no labirinto e a vedação fechou-se atrás de mim. Após algum tempo a caminhar, deparamo-nos com uma bifurcação. Sem saber para onde irmos, decidimos que iríamos nos dividir e explorávamos os dois caminhos. Eu segui pela direita e Harry pela esquerda. Mas a cada passo que dava o aperto no meu peito aumentava e fiquei ainda mais receosa quando me deparei com um beco sem saída. Voltei para trás e segui pelo caminho que anteriormente Harry tinha seguido. Aumentei a minha velocidade, pois não sabia se Harry estava muito longe. Após caminhar mais algum tempo, deparei-me com uma cena que me fez chorar: Harry estava aos beijos à Cho. Fiquei devastada e comecei a correr, passando pelos dois e nem parei quando ouvi o meu nome. Estava bastante arrasada, pois Harry tinha-me traído. Com imensas dúvidas na minha cabeça, deixei de lado a minha dor e continuei a tentar achar o meio do labirinto. Iria terminar em primeiro lugar ou não me chamaria Hermione Granger. Limpando as minhas lágrimas, continuei o percurso e após mais algumas bifurcações e caminhos sem saída, senti que estava quase no fim, mas algo à minha frente me fez parar: um Sem-Forma. Fiquei aterrada, mas não teria outro remédio senão o enfrentar. Vi-o transformar naquilo que eu mais temia: Harry deitado no chão, intacto mas visivelmente sem vida. Não era a primeira vez que eu via o meu sem-forma transformar-se num Harry morto. A primeira vez foi no terceiro ano, aquando dos exames de DCMN, embora nunca ninguém tenha sabido o que eu realmente vi, pois disse que tinha visto a McGonagall a dizer que eu tinha reprovado a tudo. Olhando para o sem-forma do Harry sem vida, voltei a chorar. Tanto que nem me concentrei no feitiço para repelir o sem-forma, mas que alguém tinha entrado na minha frente e o sem-forma mudou, mas não consegui perceber para o que. Só vi quem tinha entrado na minha frente, pois fui abraçada e senti o cheiro do perfume de Harry. Perdi-me no verde dos olhos dele, mas rapidamente me lembrei do que ele tinha feito e afastei-me. Estava furiosa, mas ao mesmo tempo destroçada. E voltei a afastar-me, sem dar tempo a Harry de se explicar. Rapidamente cheguei ao meio do labirinto e lançado faíscas para o ar, dei como terminada a prova. Mas antes que alguém aparecesse para me levar, Harry juntou-se a mim.
- Hermione. – ele chamou, mas eu continuei de costas viradas para ele. – Eu caí numa armadilha. Tu sabes que não é da Cho que eu gosto. Eu amo-te.
Não respondi e quando vi a McGonagall rapidamente me dirigi a ela, sem nem mesmo olhar uma única vez para Harry. As últimas palavras que disse antes de me ir embora foram.
- Eu também te amo, mas não acredito em ti. – disse numa voz fria, sem olhar para Harry e surpreendendo McGonagall. – Está tudo terminado entre nós. Volta para os braços da tua querida Chang, se gostas mais dela.
E parti, deixando para trás um Harry triste e a professora McGonagall surpreendida. Quando finalmente sai do labirinto, corri para a sala comum dos Gryffindor, sem me dirigir a ninguém, nem vendo a festa que se tinha instalado entre os meus colegas. Quando lá cheguei, dirigi-me para o meu dormitório e atirando-me para cima da cama, não segurei as minhas lágrimas e chorei abraçada à minha almofada.
- Hermione! – uma voz chamou, sobressaltando-me.
- Ginny! – falei, aliviada por ver que era Ginny que tinha falado.
Ela sentou-se na minha cama e abraçando-me, permitiu que chorasse no ombro dela enquanto afagava os meus cabelos.
- O que aconteceu? – ela perguntou. – Eu vim logo atrás de ti quando saíste do labirinto. O que aconteceu lá dentro?
- Eu e Harry a certa altura separamo-nos e seguimos por dois caminhos diferentes. Eu dei com um beco sem saída e voltei para trás e comecei a procurar por Harry. – falei, explicando com todos os pormenores o que tinha acontecido. – Eu estava com uma sensação terrível no meu peito de que algo de errado estava a acontecer. E não me enganei, pois acabei por encontrar Harry. Mas ele estava aos beijos com a Chang.
- O que????? – Ginny perguntou, incrédula.
- Sim, Ginny é verdade. – afirmei, olhando nos olhos dela.
- Mas tentaste falar com ele. – ela perguntou e eu acenei negativamente. – Mas Hermione, aquela Chang pode lhe ter armado uma armadilha. Tens de falar com ele.
- Não vale a pena, Ginny. – retorqui triste. – Notei pela expressão dele que ele estava a gostar dos beijos dela.
- Já pensaste que poderia não ser o Harry? – ela perguntou, ainda sem acreditar. – Que poderia ser alguém que tenha tomado uma poção polisuco?
- Pensei e acho pouco provável, Ginny. – exclamei. – Nenhum de nós sabia o que iríamos fazer na primeira tarefa e além do mais essa poção tem de ser feita com um pouco de antecedência e é necessário um cabelo da pessoa em que nos queremos transformar. Mas isso teria de ter sido feito debaixo dos meus olhos, Ginny. Sabes perfeitamente que eu raramente largava Harry.
- Sim, tens razão. – ela exclamou derrotada. – Só acho estranho Harry ter beijado aquela galinha da Chang quando namorava contigo, que és mil vezes melhor que ela.
- É, Ginny. Eu também acho estranho. – desabafei. – Se alguém nos queria separar, conseguiu os seus intentos.
- Mas pelo menos fala com o Harry, Hermione. – Ginny exclamou. – Tenta descobrir o que aconteceu.
- Não! – exclamei. – Eu não vou falar com ele, Ginny. Seja inocente ou culpado, ele magoou-me muito. E por favor, não insistas no assunto.
- Está bem. – ela falou. – Mas pelo menos vens à aula de Dumbledore? Ele está à nossa espera.
- Tinha me esquecido. – exclamei.
Levantando-me da cama num pulo e dirigindo-me ao banheiro, lavei a minha cara e rapidamente mudei de roupa e segui a Ginny até à sala precisa. Lá evitei Harry a todo o custo, mas reparei que ele parecia tão triste e abatido como eu. Todos, menos Ginny estranharam o meu comportamento mas não perguntaram nada e Dumbledore começou a aula.
- Bem, quase todos vocês estão excelentes na arte de combater a Imperius e já mostram avanços quando tem de fechar a vossa mente a invasões externas. Os que já conseguem são o senhor Potter e as senhoritas Granger e Weasley. Dou-vos os parabéns.
Fiquei um pouco embaraçada com o elogio de Dumbledore e agradeci.
- Bem, já que não irão mais precisar de ajuda, peço-lhos que se sentem naquela mesa e pesquisem tudo o que conseguirem sobre animagia. – pediu Dumbledore e virando-se para Ron, Luna e Neville prosseguiu. – Quanto a vocês os três irão continuar a fechar a mente a ataques externos.
Nós os três dirigimo-nos para a mesa e eu tomei o cuidado de me sentar afastada de Harry. Ginny sentou-se à minha frente e pegando num dos livros que estavam empilhados na mesa começou a folheá-lo à procura de informações sobre animagia. Eu tentava concentrar-me, mas não conseguia deixar de olhar para Harry, que estava sentado na outra ponta da mesa, bastante triste. Tanto o observei que acabei por fazer com que ele olhasse para mim. Vim nos olhos verdes dele tristeza e antes de desviar a minha atenção para o livro notei que os olhos dele estavam vermelhos e húmidos. E isso tocou-me fundo, pois sabia que era raro Harry chorar e sabia que isso acontecia quando ele realmente tinha uma razão para isso. Pensei nas palavras de Ginny e decidi que era melhor deixar o meu orgulho de lado e falar com Harry, pois eu sabia que ele também se estava a sentir mal com aquilo que tinha acontecido. Foi com esse pensamento que eu me concentrei no livro à minha frente e pegando num pedaço de pergaminho, escrevi a minha decisão e passei-o à Ginny, que abriu um enorme sorriso quando acabou de ler o que eu tinha escrito.
- Sabes algum sítio calmo e longe de olhares discretos onde eu posso falar com Harry? – perguntei a Ginny, sussurrando. – Tirando esta sala.
- Não conheço muitos sítios sossegados. – ela respondeu. – Hum, espera. Já alguma ouviste falar do Espelho dos Invisíveis?
- Acho que já ouvi Harry falar dele. – respondi. – Porque?
- Porque eu sei a sala onde ele está. – ela exclamou. – Já lá estive quando uma vez me enganei no caminho e encontrei a sala.
E dando-me as indicações, eu fiquei a saber onde poderia mandar Harry para me encontrar. Levantando-me, dirigi-me a Dumbledore e após lhe explicar o que tinha acontecido dentro do labirinto e do que eu queria fazer, perguntei-lhe se poderia dispensar-me a mim e a Harry da aula por algum tempo. Ele respondeu-me afirmativamente com um olhar maroto e eu voltei para a mesa. Deixando os livros de lado, peguei num pedaço de pergaminho e escrevendo o local que Ginny me tinha dito, e dobrando-o levantei-me e colocando em cima do livro que Harry estava a ler, afastei-me e saí da sala. Dirigi-me para a sala e ao lá chegar fiquei nervosa pois tinha o receio de Harry não aparecer. Dando umas voltas pela sala, nervosa, acabei por parar em frente ao espelho. E fiquei surpreendida com o que vi reflectido no espelho. Em vez de estar reflectida a minha imagem, eu vi que não estava sozinha. Olhando para mim, no reflexo do espelho estava eu e ao meu lado estava Harry. Mas eu sabia que estava sozinha, pois tinha acabado de confirmar isso. Aproximei-me mais e a imagem foi-se tornado mais nítida e eu notei que no espelho eu estava a segurar um bebé e Harry tinha nos braços duas meninas que não deveriam ter mais que um ano e que apesar das diferenças físicas dava para perceber que eram gémeas. Foi nessa altura que uma voz me assustou.
- Hermione! – a voz de Harry sussurrou atrás de mim. – O que estás a ver no espelho?
- A nossa família. – exclamei, emocionada.
- A nossa que? – Harry perguntou, espantado.
- A nossa família. – repeti. – Vejo-me a mim segurando um bebé, e tu tens nos braços duas meninas gémeas.
Comecei a chorar, ainda emocionada com o que estava a ver, pois sabia que o espelho não estava a mostrar o meu desejo mais profundo (como Ginny me tinha explicado), mas sim o meu futuro.
- Hermione! – Harry voltou a chamar-me, enlaçando-me pela cintura e desta vez eu não levantei objecções e abracei-me a ele. – Peço desculpa por aquilo que aconteceu no labirinto, mas fui vítima de uma armadilha. Tu sabes que eu nunca te trairia. Eu amo-te. Será que algum dia me perdoas?
- Não precisas de me dizer mais nada. – exclamei. – Desculpa-me por ter duvidado de ti. E estás perdoado. Eu também te amo.
Beijamo-nos carinhosamente e voltamos para a sala das necessidades. Todos celebraram a nossa reconciliação (pelos vistos Ginny contou o que tinha acontecido). O resto da aula decorreu de forma tranquila e eu, Harry e Ginny continuamos a pesquisar coisas sobre animagia. Quando a aula terminou Ron, Luna e Neville já eram capazes de fechar as mentes a ataques. No dia seguinte, McGonagall e um membro do Ministério acompanharam Dumbledore e começamos a ter de animagia. Dumbledore explicou que queria que nos aprendêssemos o mais rapidamente possível a tornamo-nos em animagos. Dumbledore explicou que a presença do membro era apenas uma imposição do Ministro e embora nós os seis não seríamos registados, o Ministro sabia e tinha aprovado. Pelo que Dumbledore explicou, nos não seríamos registados apenas para nossa própria segurança, pois poderia haver espiões do Voldemort dentro do Ministério e o Ministro concordou em manter as coisas em segredo até não haver mais perigo. Logo o fim-de-semana passou e as aulas decorriam de forma calma, tanto as escolares como as dadas por Dumbledore. Harry tinha começado a marcar treinos de Quidditch e pelo menos durante a semana os únicos dias em que Harry não tinha marcado treino foi na quarta-feira (dia de aula com Dumbledore) e na sexta-feira (que era o dia dos meus anos), e era por isso que ele, Ron e Ginny andavam bastante cansados. E não era para menos: o primeiro jogo de Quidditch era os Gryffindor contra os Slytherin. E foram muitas as noites em que após os treinos, eu, Harry, Ron e Ginny nos íamos deitar tarde, pois ficávamos a fazer os trabalhos de casa. Rapidamente chegou a sexta-feira e com ela o dia dos meus anos.

N/A: Comentem, por favor.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.