And the story... ends?



Olá a todos que se dispuseram a ler esta insanidade!
Gostaria de informar que os personagens abaixo são propriedade de JK Rowling, à exceção de uma figura que aí coloquei a fins de participação especial, cuja existência se deve ao escritor também britânico Terry Pratchett.
Espero que vocês se divirtam =)


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Ridíkulus!


As "desventuras" de Snape no parque encantado!


And the story... ends?




A figura com um longo manto negro com capuz levantou do assento de um pulo, tateando loucamente as suas costas até encontrar e puxar duas hastes fincadas nelas, vendo que eram flechas douradas. Daí leu o que estava escrito.


- Ah, droga.


Foi então que, no seu esconderijo, Sírius finalmente percebeu que as pantufas em forma de cobrinhas a seu lado indicavam que ele não estava sozinho no túnel escuro. Olhando para baixo, por dentro de seu capuz, Voldemort também percebeu.


Os dentes amarelos, as vestes surradas e o corpo magrelo... os cabelos ondulados se engalfinhando  para todas as direções.


E então o mundo ganhou vários tons rosados e brilhantes...


- Black!


Frações de segundo depois, Sírius tinha ultrapassado todos os outros barquinhos e saído do outro lado do túnel, a nado.


- Pelo menos agora, eu estou salvo. – pensava Sírius aliviado, tendo se enfiado entre trouxas sentados nas extremidades de um negócio circular com um grande espaço vazio no meio. Antes de entrar desesperado ali tinha visto rapidamente as letras SAMBA piscando acima de um arco.


Sirius sentou em um lugar vazio e suspirou longamente, agradecido pelo momento de paz.


Foi nesse momento que o negócio começou, lenta e ameaçadoramente a gingar, sacudir e girar no próprio eixo, dando a desagradável sensação de que as coisas não seriam tão simples assim. Ele iniciou sua tarefa de fazer as pessoas se espremerem umas contra as outras e também contra as placas de metal nas quais elas se recostavam, pronto para defender o título de maior causador de hematomas em suas costas.


- Mas eu ainda continuo são e salvo – falou uma voz em sua cabeça, com um tom de quem definitivamente tinha sérias dúvidas do que estava dizendo.


De fato, "são e salvo" é uma expressão bastante curiosa para um Sírius que está a menos de cem metros de um Snape prestes a reaver sua varinha.


- Amor... - uma voz macia como veludo interpelou Snape.


- Sim, ó razão de minha existência?


- Vou fazer de conta que você não fingiu se espreguiçar para pôr o braço em volta do meu ombro, deslizando a mão para tentar pegar sua varinha que por acaso, está do lado direito da minha cintura, conseguindo assim lançar um feitiço por trás de mim, fazendo com que aquela coisa, logo ali, girasse mais rápido. Bem mais rápido. E... amorzinho...


- ...sim?


- Vou fingir que aquela silhueta negra que acabou de passar zunindo acima de nossas cabeças em contraste com o brilho da lua não era o Sírius sendo atirado brinquedo afora, está bem?


Snape parecia uma criança que acabara de ter seu doce roubado.


- Eu não queria mesmo...


******


Agora Snape observava com apreensão um grande emaranhado de trilhos suspensos de uma forma que ele imaginou que os trouxas jamais fossem capazes de fazer, justamente por serem trouxas. A grande confusão visual de trilhos dava voltas, fazia curvas e... e... Snape decidiu que olhar mais não faria bem à sua sanidade, mas ainda notou que havia pequeninos carrinhos nada parecidos com trens que se equilibravam acima dos trilhos, e que, no momento, subiam calma e vagarosamente por um caminho bastante íngreme. Se não estivesse tão preocupado com sua sanidade, teria visto as palavras "Montanha-russa" desafiando-o acima dos trilhos.


Ele se virou de costas para o brinquedo no exato momento que o citado carrinho chegava ao topo do percurso e deixava que a gravidade fizesse seu trabalho, arrancando berros de histeria, que por acaso foram abafados pelos demais gritos disputados pelo resto dos brinquedos.


- Bom, pelo menos os carrinhos andam devagar e com cuidado – disse com tato – nada de gritos – e virou novamente para olhar o carrinho, agora em mais um de seus momentos vagarosos – nem de velocidades absurdas. Não deve ser tão ruim assim.


Alguns instantes depois Snape se encontrava já dentro de um dos carrinhos e sozinho, esperando pacientemente que sua acompanhante voltasse de uma vez da barraca de doces mais próxima. Sentindo que o troço tinha começado a avançar, o bruxo começava a rever seus conceitos. As coisas não melhoraram quando Sírius surgiu mancando feito um condenado pelos trilhos atrás de seu carrinho e pulou com tudo para o assento vazio.


- Você? – berraram os dois, em coro.


Ambos cruzaram os braços e viraram as caras, cada um pretendendo manter-se mais longe do outro quanto possível.


Impulsionados pelo famoso frio no estômago quando o carro subia de forma cruel a grande "ladeira", eles olharam para frente. Esta foi mais uma das péssimas idéias da noite inteira. Os dois achavam que quase ter seus pescoços arrancados pela força da descida já tinha sido ruim o bastante. Esta também não foi uma idéia sensata.


Eles agora avançavam em linha reta, e assombrando-os mais à frente, elevava-se um trilho contorcido em forma de espiral. Um looping.


- Hã...Snape, diga que essas travas sobre nossos corpos estão balançando apenas para nos dar um belo susto, e que elas não estão com defeito – Snape conferiu, conseguindo levantar com facilidade uma das travas. A espiral estava cada vez mais próxima.


Eles se entreolharam.


- Muito bem, pela sobrevivência – afirmaram, novamente em coro, antes de se agarrarem um ao outro com um berro descomunal.


******


- HÁ! Se pensa que me pegou, está redondamente enganado – dizia Sírius para si mesmo enquanto tratava de dar o fora, se esgueirando entre luzinhas alegres, antes que fosse encontrado pelo Lorde enfeitiçado das trevas mais uma vez.


Havia um muro particularmente alto que delimitava o território do parque, bem à frente. Era só pular, pensou, e estaria livre.


Deu um salto digno de malabarista; o tempo em que se transformava em cão sempre teve suas vantagens.


- Não acredito! – exclamou, vendo que nada de terrível acontecera na queda e que ele estava são e salvo do outro lado.


- Estou inteiro! Quer dizer, as partes que sobraram de mim estão inteiras! Y...


Sírius foi interrompido em pleno grito de "yeah!" por um barulho assustadoramente familiar, vindo de um ponto exatamente às suas costas.


Com uma falta de juízo impressionante para não olhar para trás, ele tateou algo atrás de si, e percebeu que fosse lá o que fosse, era peludo, soltava um som que parecia um rosnado e tinha uma fileira semi-circular de coisinhas bem pequenas e bem afiadas.


Sírius não teve a sorte de notar que, logo ao lado do parque havia se instalado um circo e ele havia caído na jaula de um dos adoráveis bichinhos.


O tigre rugiu mais uma vez.


- Err... gatinho bonitinho...


******


Dominado pela tristeza de mais uma desilusão amorosa, Voldemort vagava para o único lugar que agora poderia fazê-lo esquecer da droga do mundo, e onde ele poderia cometer umas maldades em paz.


Foi então que seus olhos de ofídeo bateram num ponto à sua frente, e o Lord desiludido das trevas praticamente estancou no lugar. O primeiro sujeito da fila indiana de comensais da morte que vinha logo atrás de seu mestre deu de cara com suas costas, fazendo com que o grupinho inteiro fosse caindo feito dominó enfileirado.


- Potter... – arranjou seu melhor tom de voz vil e cruel para proferir a palavra.


Voldemort sempre odiara Potter por ter sobrevivido, por continuar sobrevivendo, por sempre ser a pedra em seu caminho, o espinho em seu sapato, ou a mosca que caiu em sua sopa. Mas agora, acima de tudo, desprezava aquele verme com todas as suas maquiavélicas forças porque ele se encontrava montado no pônei-pégasu-cor-de-rosa do carrossel, no qual ele próprio estivera de olho desde que entrara no parque.


Voldemort olhou para os lados, notando que todo um leque de possibilidades se abria diante dele; nada de amiguinha dentuça, nada de Weasley-sombra e nada de Ordem da Fênix. Ele sorriu satisfeito, lembrando que ainda não havia cometido sua má-ação do dia.


Voldemort ergueu a varinha como quem não quer nada. Rabicho começou a lhe dar puxões insistentes nas vestes, sem obter atenção. Ele fez cara de quem realmente não quer nada e disse, mais desinteressado ainda:


- Avada kedavra.


O bruxo observou satisfeito o feitiço percorrer seu caminho em câmera lenta. Tempo suficiente para virar e dar ouvidos a Rabicho, que o mirava aflito.


- Mas o que foi desta vez? Não vê que estou prestes a realizar o sonho de uma vida?


- Mas mestre, eu só queria que Vossa Terrificência lembrasse que, quando se trata de Harry Potter, o senhor tem uma mira péssima.


De fato, os dois ficaram olhando pasmos o raio verde bater num dos vidrinhos que decoravam o carrossel e dar meia-volta, atingindo Voldemort em cheio na testa, que girou de forma teatral antes de dar com a cara no chão.


Foi nesse momento que algo muito estranho começou a acontecer nos confins intermináveis do universo.


Algo que fez todos olharem para cima.


O céu ficou ainda mais escuro, como se estivesse coberto pela mortalha do mais profundo breu. O vento resolveu dar sua contribuição dramática e passou assobiando por eles. Lá no alto, um pedaço da escuridão pareceu se movimentar em círculos, formando um portal.


Por onde veio galopando uma figura sinistra.


Um cavalo robusto e tão branco quanto a mais alva nuvem de um dia de verão veio descendo pisando o ar. Montado nele, um sujeito alto, coberto por um manto negro, portando o mais rudimentar dos instrumentos agrícolas; uma foice recentemente polida.


O estranho desceu do cavalo com pompa, como se já tivesse treinado aquele movimento por incontáveis eras, mostrando que já era expert no negócio. Então olhou para os lados, pra cima, pra baixo, depois para todo o resto, desorientado. Coçou a cabeça.


A mão com que ele coçava era esquelética. Extremamente esquelética. Na verdade, deveria fazer séculos que "carne" não fazia mais parte do conjunto. Era tudo osso.


Todos notaram isso, abestalhados. Mas só alguns tiveram esperteza suficiente para sair de fininho.


Com uma voz semelhante a dezenas de blocos de mármore sendo empurrados por mãos cadavéricas no interior de uma cripta silenciosa, o sujeito disse:


- QUE RAIOS DE LUGAR É ESSE?


Alguém decidiu que era hora de falar alguma coisa.


- Uau! Caprichou no estilo, hein? Novo comensal da morte?


A figura pareceu mirá-lo, embora seu rosto estivesse quase que inteiramente coberto. Duas pequeninas bolinhas azuis brilhavam dentro de escuras cavidades no que, por falta de palavra melhor, seria o rosto da figura.


- COMENSAL? – disse, e trovões invisíveis pareceram ecoar no céu – NÃO POSSO SER COMENSAL DE MIM MESMO.


A personificação da Morte revirou as vestes, procurando algo. Finalmente, puxou um enorme e gasto mapa, que abriu com certo esforço. Examinou por um tempo.


- EU SABIA – desabafou – BEM QUE O CRIADOR ME DISSE PARA VIRAR À ESQUERDA NA CONSTELAÇÃO DE ALFA DO CENTAURO. PEGUEI O CAMINHO OPOSTO E ACABEI VINDO PARAR... HÃ... AH, VIA LÁCTEA. – e olhou com ares de desaprovação para o cavalo – JÁ DISSE QUE A VIA LÁCTEA NÃO É FEITA DE LEITE, PITUCO.


Morte fixou dois buracos negros onde geralmente costumam ficar os olhos em Voldemort, que tentava levantar o corpo com a perícia de um autêntico bêbado.


- DE QUALQUER MODO, DETESTO PERDER A VIAGEM. TOM MARVOLO RIDLE – anunciou, brandindo a foice que emitia seu brilho sinistro à luz do luar, demonstrando milênios de prática – A SUA HORA CHEGOU.


Com uma habilidade incrível adquirida justamente para esse tipo de situação, Voldemort pulou para o lado, se desviando por um triz do caminho curvo da lâmina bem polida.


- DROGA!


A foice fincou numa pedra metida que todos juravam não estar lá antes. Morte manteve-se muito determinado a puxar, e a lâmina mais ainda em não sair.


Ele suspirou. Pelo visto, havia mesmo um Rincewind* em todo lugar do universo, e aqui ele se chamava Tom.


Quando finalmente a entidade perdeu a paciência e lembrou-se que podia reduzir a pedra a pó...


- Espere! Espere! Veja – Voldemort empurrou a meia dúzia de comensais ocupados demais tremendo como vara verde para sair correndo – organizei esse grupo só pra você. Juntos eles são os Comensais da morte!.


Morte pareceu estupefato.


- UM FÃ CLUBE?


- Isso!


- PRA MIM?


- Aham!


Morte sentiu que, se tivesse olhos, estariam lacrimejando nesse exato momento.


- COMENSAIS... DE MORTE. EI, ESPERE UM POUCO. – e examinou Voldemort de cima a baixo – ESTÁ TENTANDO ME SUBORNAR?


O homem escancarou os dentes no sorriso dos desesperados.


- Estou.


- POIS EU ACEITO. – Morte olhou para os lados, cauteloso, e disse, no tom mais baixo que se é possível quando se tem trovões no lugar de cordas vocais – NÃO VÁ CONTAR A NINGUÉM. TENHO UMA REPUTAÇÃO A ZELAR.


******


Realmente uma pena todos terem ficado com tanta pressa de repente. – comentava Dumbledore no meio de um parque agora vazio – devem ter ido todos para aquela formidável tenda gigante ali.


O sistema nervoso de Snape já tinha tido lições demais para adverti-lo de que olhar não seria uma boa opção. Foi por isso que de início ele não viu as enormes lonas em forma de montanhas elevando-se acima das aberrações mecânicas do parque, cortando o céu com sua coloração gritante, e com pequenas bandeirinhas tremulando em seus cumes.


- Os trouxas chamam aquilo de circo – comentou Dumbledore com seu ar divertido – e antes que Snape pudesse mandar tudo às favas e sair correndo, foi puxado pelo braço.


FIM?


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