O roteiro macabro



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Esta foi a a minha primeira fanfic de humor, na qual brinquei (bastante, por sinal) com alguns personagens de "Harry Potter", série pertencente à JK Rowling, e eu não pretendo ganhar nada com ela, a não ser arrancar algumas risadas.


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A propósito, não tentem entender em que parte cronológica dos livros se passa esta fanfic. Esta história é atemporal e absurda; vocês teriam dores de cabeça terríveis imaginando o porquê de algumas figuras terem dado o ar da graça: Este é o relato de uma mente traiçoeira e que adora pregar peças desagradáveis em seu hospedeiro. Mas desta vez até a imaginação brincalhona cogitou se não havia ido longe demais...


Reza a lenda que num belo dia chuvoso, um idiota entoou um Ridikulus mais caprichado que o normal... depois da tarde do mesmo dia, o infeliz nunca mais foi visto.


Pelo menos não com a mesma aparência acusadora...


Para aqueles que estiverem começando a se mexer desconfortáveis na cadeira, não se desesperem; sua identidade será mantida no mais absurdo sigilo.


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Aquele grupo de homens nervosos suava feito porco. Juntavam as mãos nervosamente, esperando o veredicto. Por sorte, nenhum deles teria a tarefa de anunciar o que quer que estivesse para ser anunciado, e eles apenas aguardavam o momento certo de liberarem a explosão de gargalhadas.


Sabiam como Dumbledore poderia ser terrível nessas ocasiões...


Ridíkulus!


As desventuras de Snape no parque encantado!


O roteiro macabro


O homem de cabelos negros sentado de braços cruzados no sofá a um canto da sala virou a cabeça bem lentamente. Tempo suficiente para verificar se tinha ouvido bem a informação que acabara de cruzar o recinto e chegar a seus ouvidos, processar e reprocessar.



- É, Severus... parece que você perdeu a aposta.



Severus cerrou os olhos. Definitivamente, nunca mais aceitaria o convite bem-humorado do diretor para aquele tipo de brincadeira infame. Tinha a terrível desconfiança de que seu nome estava no topo da lista desde o início.



Pensaria num modo bem dolorido de torturar Black & cia depois. Agora, sabia que ia ficar ocupado demais arquitetando uma forma mirabolantemente bem estruturada de livrar-se das conseqüências.



- Realmente gostaria de ficar para participar – e fez cara de alguém muito ocupado – mas eu deixei a comida no forno, então, se me permite...



- Ora. volte aqui, Sev. - disse Sírius, prendendo Snape pelo colarinho antes que ele saísse de fininho - só queremos que dê um passeio animado



- Segundo os termos da aposta - continuou Dumbledore com seu ar maquiavelicamente divertido -, você terá de acompanhar alguns de nossos amigos ao lugar que os trouxas chamam de "Parque de diversões". Ah, não é ótimo?



- Como É?



- Ora Severus... passar um bom período ao lado de...



- Não!



- Mas é só um favorzinho indecente... passear de mãos dadas com as crianças para que elas não se percam na multidão...



- Não sou babá!



- "Babaca", para ser mais exato - Sírius latiu, do lugar mais distante da sala.



As cenas a seguir contém alto teor de violência explícita contra animais, que incluem tentativa de enforcamento com as próprias mãos, seguido de quase espancamento até a morte e assim por diante. Pularemos até a parte em que Sírius já se encontrava devidamente enfaixado e com muletas a postos, sorrindo um sorriso sem dentes, e Severus devidamente emburrado ao notar que estava preso por um tal de voto inquebrável e, portanto...



- E sobre aquele bolo de chocolate com cobertura em forma de carinha feliz em cima, que me pediu de presente de aniversário, Albus Dumbledore - esbravejou Severus, dando uma pausa dramática - ESQUEÇA!



Todos pararam de fazer o que quer que estivessem fazendo para fazer um "ohhh" de horror enquanto Severus girava nos calcanhares, chutava o gato da vizinha e saía bufando. Dumbledore tentou fazer sua melhor cara de choro e foi saltitando atrás do professor, com uma das mãos levantadas.



- Severus... please!



- ...



- Céus. Nunca o vi tão furioso assim desde que pedi que fosse a um dentista.



A rodinha de pessoas em torno de Dumbledore se fechou.



- Não vai fazer isso conosco, vai? Vamos, me deixe rir só um pouquinho, ah, não seja mau, o morcegão lá nunca vai ficar sabendo, anda! – implorou Sírius, tremendo de expectativa.



- Não importa o quanto vocês peçam, eu prometi que jamais contaria! E nunca vou dizer que por acaso, os pais da Srta. Granger estavam precisando de um trabalhinho, e, bem... – ergueu bruscamente uma das mãos – já disse que não, Sírius! Também não vou contar sobre a cara que ele fez deitado naquela espécie de cadeira, enquanto ouvia o barulho daquela coisa assustadora chegando cada vez mais perto e fazendo "..." como é mesmo o nome daquilo? Brota? Broca? E basta! Em hipótese alguma deixaria que rissem desenfreadamente da cara do pobre coitado, como estão fazendo agora, caso descobrissem que é por isso que ele quase não abre a boca quando fala. Imaginem só... ele me mataria se eu contasse. A propósito, Sírius, não riria tanto se visse o estado dos seus dentes. Os de Severo só estavam meio amarelados. – Sírius tratou de mandar as gargalhadas pras profundezas de seu estômago e fechar a boca bem rapidinho. – os seus estão é pretos. – e sorriu daquela forma que só Dumbledore sabe. Para desespero total de Sírius Black.



( Cena inspirada na técnica milenar "ria enquanto pode, imbecil".)



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Ali, onde nenhum ser vivo feliz e saltitante ousava permanecer, onde o ar cheirava e trazia consigo o peso da morte e tudo o mais que lugares sombrios costumam ser, uma voz ecoava nas sombras.



- Trouxe o que pedi, Rrrrrrrrabicho?



Uma mão prateada se ergueu no ar e logo lhe foi tirado o objeto. Voldemort, o Lorde "me acho o último pedaço de cocada do mundo, sim, e daí?", aquele-que-não-deve-nem-precisa-ser-nomeado-já-que-a-maioria-dos-idiotas-só-o-chama-assim-mesmo e assim por diante, ensaiava poses diante do espelho.



- Bonito, assim. Voldemort, meu rapaz, você é O cara. Yeah... – dizia enquanto soltava beijinhos e piscava o olho para si mesmo.



- Me diga, Rrrrrrrrrrrabicho, creio que não tenha sido uma tarefa difícil conseguir esta coisa.



- Na verdade, ó Vossa Terrificência – disse erguendo a voz por questões de efeito - o infeliz berrou como um louco. Realmente não entendi o motivo de tanta resistência. Pedi que o trasgo arrancasse as mechas da cabeça do antigo dono com muita delicadeza.



Ainda se admirando no espelho, Lord Galvão Bueno das trevas observou o abjeto trazido por seu mais fiel ratinho pulguento de pelúcia e ajeitou a peruca rosa choque na cabeça, dançandoheavy metal pra ver se o negócio balançava bem. Para completar, pôs o resto do disfarce, que consistia num nariz de plástico.



- Perfeito. Estou irreconhecível! Muito bem, Rrrrrrrrrrabicho, convoque os comensais... hoje faremos algo que jamais fizemos.



Rabicho tremeu de excitação.



- Matar Harry Potter?



- Não, seu imbecil.



Voldemort mergulhou numa reflexão profunda acerca de coisas que assombravam seu passado.



A pobre criança via outras inocentes criancinhas montadas em lindos cavalinhos cor-de-rosa no parque de diversões, rindo alegremente e cantando canções fofinhas, tudo ao longe, pois aquela pobre criaturinha sempre era enxotada do lugar só porque tentava espancar as lindas criancinhas para ter a coleção de cavalinhos só para ele.



- Ah, não sabe como estou feliz! - cantarolava enquanto ensaiava passos de balé pelo quarto - Vamos ao parque!


 

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