A looooooonga espera



A looooooonga espera

Logo após dizer aquelas palavras para Lupin, Tonks viu em seus olhos que ele tinha algo a dizer, não disse, assim ela achou que se fosse embora rápido o suficiente ele viria atrás dela, nem que fosse para dizer suas últimas palavras. Tonks foi para seu apartamento e esperou, sentada no sofá.
Desde o final do namoro estava inconformada, estava tudo dando tão certo entre eles! Foi tão repentino, e justo quando ela mais precisava dele, logo após a morte de Sirius. Mas ela não tinha dúvidas que ele a amava, e foi por isso que não havia desistido dele, ainda.
Afinal, após tantas tentativas de mostrar para Lupin que eles poderiam levar uma vida quase normal juntos, ele ainda insistia em dizer que não daria certo... Algo com a morte de Sirius, ela tinha certeza.
Logo após o incidente no ministério ele foi procurá-la e contar sua decisão sobre seu namoro. Pegou ela completamente de surpresa, tantos encontros, tudo dando tão certo... E ele apareceu dizendo tudo aquilo, justo quando eles estavam tão vulneráveis... desde então sua vida era só sofrimento.
E assim, sempre que Lupin a encontrava, desviava seu olhar, as conversas eram frias e diretas, sem aquele sorriso pelo qual ela se apaixonou... Sabia que havia algo de errado, mas ele não estava disposto a dividir o que sentia com ela, e a fazia sofrer desse jeito.
Com o tempo ela deixou de procurar sua presença e até evitá-lo. O que aconteceu com Gui foi o empurrão que ela precisava para tentar arrancar algo dele...

Quando Tonks entrou para a Ordem ela foi apresentada a Lupin, mal se falavam e ela tinha a impressão de que havia algo faltando nele, até que um dia ela esbarrou nele e derrubando seu suco de abóbora nas vestes dele, além de derrubar todos os livros antigos que ele estava carregando....

—Me desculpe! Eu sempre acabo me embananando!- disse ela sacando sua varinha
—Está tudo bem, não tem problema. – Disse se ajeitando.
—Eu e minha cabeça na lua! Vou dar um jeito nisso... Zap!
Todo o suco ficou fluorescente – Não sou muito boa com estes feitiços domésticos, sinto muito. Aposto que vai ter um efeito bonito quando estiver escuro – brincou. Lupin sorriu gostosamente e Tonks ficou encantada, de repente aquele homem desmazelado se tornou maravilhoso!
—Mas então vamos aos livros, devo lembrar de algo...
Lupin lançou um olhar preocupado, tentou impedir, mas antes mesmo que falar que não seria necessário: Zap, e os livros começaram a formar uma pilha muito bem organizada e passaram a brigar entre si para ver quem ficaria no topo, arrancando-se as páginas violentamente. Lupin sacou de sua varinha e pois fim a briga.
Tonks ficou preocupada com a reação do bruxo mas ainda assim arriscou:
—Posso ajudar a ordenar as páginas?
—Desde que seja a mão, não vejo problemas. Disse ele rindo para ela.
Para a sorte deles as páginas estavam muito bagunçadas e pareciam todas iguais, tomando um bom tempo. Divertiram-se muito enquanto isso. Tonks tentou descobrir sobre a vida dele, e concluiu que seria bastante difícil. Perfeito um desafio!
Desde então tinham se tornado grandes amigos, sempre tinham algo para conversar, e ele sempre a estava ajudando com algo que ela tropeçava ou quebrava, lembrou-se de como isso a irritava, será que ele achava que ela era se sentia incapaz de arrumar as coisas sozinha?
Mas passou a perceber que ele apenas se importava com ela, um pouco mais dos que os outros, e começou até a gostar disso. Ele até a convidava para ajudar na cozinha, mesmo ciente de que teria mais trabalho. Sempre que cometia alguma trapalhada já começava a olhar pelos cantos pra ver de onde ele ia surgir...
E apesar da sua insistência para que ele a chamasse de Tonks ele continuava a chamar de Nimphadora, lembrou-se do dia em que ela o faria repensar sobre isso.
Para cada vez que ele a chamasse de Nimphadora ela tiraria um de seus livros do lugar, até que ele foi conversar com ela:
—Porque você nunca devolve meus livros que você consulta?
—Bom, achei que se começasse a fazer algo que te irritasse você poderia parar de fazer algo que me irrita...
—Não tem problema, porque você não me avisou antes?
—Aí que bom, assim não teremos mais problemas certo? Lançou um sorriso sapeca para Lupin
—Claro disse Lupin retribuindo com o mesmo sorriso... Basta que eu coloque um feitiço de auto-arrumação, e vou poder continuar te chamando do que eu quiser...
Fingiu que ficou brava e saiu andando deixando ele falando sozinho, não queira amostrar que aquela brincadeira a havia agradado, mesmo quando estava aprontando com ela ele ainda era um fofo! Aos poucos vinha conquistando um lugar em seu coração.

Foi dela o primeiro passo, ele havia ficado muito encabulado quando ela o chamou pra sair pela primeira vez, mesmo que tenha sido um apenas café da manhã.
Eles tinham acabado de participar de uma vigília noturna e ela o convidou para um café em uma padaria próxima:
—Aí, estou muito cansada para preparar algo para comer, vamos comigo a uma padaria trouxa que tem aqui perto?
—Cansada ou não tem nada em sua casa?
—Tanto faz, e então vamos comigo?
—Melhor não. Não sou muito de comer fora de casa....
—Mas eu estou convidando e a gente passou a noite toda observando este prédio, como eu derrubei o lanche que você trouxe no bueiro eu te devo uma, vem comigo.... Acredite, vai ser melhor que se eu te fizesse outro lanche!
Levou ele para uma padaria que havia perto da vigília e comeram ovos, bacon, panquecas e o que mais estivessem servindo e se sentaram em uma mesa ao fundo da padaria.
Durante a refeição ela aproveitou para colocar o papo em dia, faziam dias que eles não se viam. Trocavam olhares risonhos, mas nenhum dos dois admitia gostar do outro.
Como ela poderia estar atraída por uma homem, mais velho, desempregado, misterioso, culto, gentil, meigo, atencioso carinhoso e com um sorriso maravilhoso... Seu coração doía só de pensar nessa idéia!
Tudo podia ser mais fácil, ele poderia ter sido apenas um bom amigo... Mas toda vez que ele sorria para ela seu coração batia mais forte, ela se sentia nas nuvens e seu rosto ficava terrivelmente vermelho... Isto vinha ocorrendo muito nos últimos tempos e por isso ela achou que deveria contar isso a ele.
Durante o café da manhã ele começou a falar sobre os tediosos relatórios de Snape, tornando praticamente impossível para ela falar de seus sentimentos... então ela lançou:
—Tive os dias repletos de missões pelo Ministério, eles nem sabem por onde começar, há tanto por fazer... Mas me conte sobre a sua última missão semana passada durante a lua cheia, parece que houve um ataque de lobisomens que a ordem andou investigando, você esteve por lá?
Lupin engasgou com o bacon que estava comendo e tentou disfarçar...
—Bem, não estive por perto deste ataque – começou a brincar com a comida que estava no prato como uma criança que está enrolando – mas, começou decidido a contar a verdade a ela, estive próximo a um outro ataque de lobisomem...
—Sério? Foi perigoso? Alguém se machucou? Você viu algo? Porque não é nada aconselhável estar próximo a um deles quando a transformação ocorre, a pessoa perde completamente a consciência, não?
—Bem, não é bem assim, hoje em dia existe uma poção para ajudar aqueles que temem machucar os outros, assim ele são capazes de serem eles mesmos, mesmo se transformando na lua cheia... Tornando-se praticamente inofensivos.
—Nossa, não sabia disso, você foi ajudar alguém? Conhece algum amaldiçoado?
—Bom...Lupin ficou branco e sem palavras, mas estas se tornariam desnecessárias...
—Ai! Por Merlin, é isso, você é um lobisomem! Por isso sempre está fora na lua cheia! E pegou as mãos dele com as suas - Por isso as cicatrizes... acariciou seu rosto...
Lupin ficou sem reação, apenas assentiu que sim, estava corado e retirou sua mão sob a dela.
—Porque você não me contou antes? Eu sempre te enchendo de perguntas sobre onde você poderia estar, porque eu nunca ia com você nestas missões... –disse com um olhar preocupado.
—Não gostaria que você se afastasse, por medo ou pena de mim – interrompeu ele – afinal, você parece ser uma das poucas pessoas que não leram o Profeta quando eu deixei Hogwarts...
Na cabeça de Tonks isto fazia muito sentido e explicava tudo que ela não sabia a respeito de seu misterioso parceiro e uma amiga já havia alertado para algo do gênero quando ela havia mencionado Lupin, o assunto não havia surgido à toa. Além do mais, ela já estava gostando dele, quem sabe o que teria acontecido se ela tivesse sabido antes...
—Bom, mas agora já é tarde demais, tenho um carinho muito grande por você... disse ela corando também – Não seria por um pequeno detalhe como esse que eu me afastaria.
Eles ficaram em um silencio mortal por alguns segundos que pareciam horas e ela continuou:
—Sabe, eu tinha minhas suspeitas, mas tava difícil de arrancar qualquer coisa de você, espero que isso não mude nada entre nós... Quero dizer, você vai continuar por perto, né? Disse ela enquanto colocava sua mão novamente sob a dele.
Lupin estava com os olhos marejados, mas ainda assim sorriu e disse – Menos nas noites de lua cheia. - Os dois riram e Tonks continuou a perguntar sobre a tal poção que ele tomava, Lupin pareceu não se incomodar com as perguntas dela, e assim seguiram com o café.
Quando acabaram as perguntas de Tonks, e o café, foi a vez de Lupin demonstrar o que sentia por Tonks, mas tudo que conseguiu foi olhar em seus olhos e apertar sua mão, mordeu os lábios, mas não disse nada... Queria beijá-la, mas achava que não devia, talvez ela ainda não tivesse se dado conta do que ele era, por isso estava sendo gentil com ele.
À saida ele iria pegar algum dinheiro para ajudar a pagar, mas ela rapidamente pagou e avisou, que ela o havia convidado, que ele poderia pagar a próxima... deixando a no ar um futuro encontro.... Um almoço, quem sabe, sugeriu ela ao perceber que ele ficou sem graça.

Mas ao saírem da padaria e passarem pelo tal prédio eles viram uma mago, um homem atarracado e de cabelos negros e curtos, olhos vibrados atacando freneticamente dois trouxas que estavam passando. Foram ajudar os outros dois membros da ordem que haviam ficado para contiuar o serviço, Adrien Mally e Elias Damien, mas com um Zap, lá estava Mally estuporado no chão. O mago parecia fora de controle e logo começaram a surgir mais pessoas na rua e ficava cada vez pior. E Zap, lá veio um raio verde em direção de Tonks, que só escapou do feitiço por que Lupin a puxou bem para perto de si num abraço que a deixou sem fôlego, mas ela mal pode agradecer e lá vinha o mago descontrolado em sua direção. Acertou Lupin, mas ao que parecia apenas de raspão pois logo ele se levantou, quando por fim Tonks conceguiu vir por trás dele e Expeliarmus, e na seqüência um feitiço de pernas presas...
No total havia 2 bruxos e 5 trouxas que o mago havia atacado... Sorte que ainda era muito cedo, e poucos eram os que passavm por ali. Lupin, estava apoiado em um muro, ela correu em direção a ele.
—Você está bem?
Ele fez que sim segurando o braço e ela correu na sua direção para abraçá-lo, e se beijaram! Nisto Lupin deu um passo para trás, meio assustado, como se tivesse feito algo errado.
—Finalmente, achei que teria de fingir um tropeço sobre você para que isso acontecesse...- disse ela percebendo seu medo.
Assim ele se sentiu confortável, e até tentou abrir um sorriso, mas sentiu uma dor alucinante no braço, fazendo com que fizesse uma careta engraçada.
Então ela o pegou pelo braço para avaliar a situação... Bom, me parece um feitiço petrificante.... Puxou sua varinha e Zap, o braço dele estava bom novamente, fazendo com que Lupin lançasse um olhar de surpresa...
—Não sou boa para feitiços domésticos, mas faço um bom trabalho como auror... Bom, é melhor irmos socorrer os outros e dar um aviso ao ministério, e você os leve a ordem, certo?
—Certo disse ele ainda meio atordoado...
Ao se despedirem Lupin não sabia ao certo como agir com Tonks, ele se aproximou e ela o abraçou... E disse:
—Você me deve um almoço...

Sempre ela havia dado o primeiro passo, a única vez que ele havia se pronunciado era pra dizer que estava acabado!
Depois de hoje realmente acabou! - Pensou ela sem muito ânimo. - Não posso ficar esperando para o resto da minha vida! Nunca fui disso...
—Cansei! Soltou enquanto levantava. Se ele não veio até agora é melhor que não apareça mais!
Tonks foi para seu quarto e colocou um belo vestido preto com detalhes em vermelho, tomando o cuidado para que seu cabelo exibisse o mesmo tom, mas apenas conseguiu um pálido vinho escuro. Planejou seu fim de noite. Iria a danceteria de sua amiga, rever amigos e fazer alguns novos, quem sabe? Lembrou-se de seu drinque favorito, de quanto tempo não ia lá e pensou – Vou me acabar! É isso. Dirigiu-se a lareira:
—A Bruxa Histérica. E sumiu na fumaça.
Quando Tonks chegou música alta, fumaça e cabelos coloridos, não estavam animando a metamorfamaga... Logo seguiu para o balcão e ...
—Um “Você Sabe Oquê” (um drink tão forte quanto “Você Sabe Quem”) para esta bela bruxa, na minha conta. Disse um bruxo com cabelos cinza e espetados que trajava um blazer com estampa de vaca malhada que ficavam passeando pelo tecido.
—Olá Tommy, disse ela cordialmente. Obrigada pelo drink, mas pode deixar que eu mesma pago...
—Não esquenta... Sabia que você viria hoje, e então, cadê seu namorado que você tanto falava?
Tonks nem sabia o que dizer, tudo que ela precisava era reencontrar seu ex! Perguntando ainda por cima de seu outro ex...

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