Procurando...



Ao chegar em sua casa Lupin tentou dormir, tentou, rolou, rolou, e se virou de um lado para outro sem que qualquer sinal de sono aparecesse. Estava muito cansado, tudo o que tinha acontecido estava passando por sua cabeça, tudo estava muito incerto agora com a morte de Dumbledore, não podia se dar ao luxo de ficar procurando a Tonks por aí. Afinal ele tanto quis que isso acontecesse, mas como se arrependia... E em seu cansaço começou com um devaneio, de como seria sua vida com Tonks e se sentiu revigorado, e com as imagens indo e vindo na sua cabeça... acabou dormindo.
Lupin acordou mais cedo do que de costume, como havia planejado. Mal o sol começou a dar sinal, já estava ele animado no metrô. - Cedo demais - ele pensou. Mas tinha que render Moody na sede e não podia perder mais tempo. Estava tão animado que exibia um sorriso nos lábios... Quem diria, com tantas coisas ruins acontecendo, tantas coisas por fazer, tudo tão desanimador e ele lá, esperançoso e alegre... E como ele fora imprudente na outra noite!
Novamente, lá estava ele, no apartamento de Tonks, batendo na porta que insistia em ser apática. Provavelmente ela estaria dormindo, e como não poderia perder mais tempo, resolveu cometer o mesmo crime da noite anterior.
Sem pensar duas vezes, aparatou lá dentro. Mas não havia sinal dela, será que ela havia dormido fora? Será que teria acontecido algo a ela? Agora ele começava realmente a se preocupar com ela. Provavelmente apenas devia ter caído da cama mais cedo, e ter ido ao trabalho é só, sei lá, resolveu se acalmar. Mas lá estava o apartamento, igualzinho á noite anterior... Mas desta vez, antes de sair deixou um bilhete:

Tonks:
Desculpe-me à invasão, certamente isso não aconteceria se você usasse o feitiço que te arranjei...
Estou te procurando desesperadamente desde a noite de ontem, é isso mesmo que você leu! Já estive aqui, mas não deixei nenhum bilhete.
Por favor ao ler este bilhete, me mande uma coruja ou um sinal de vida, nem que seja pra me amaldiçoar ainda mais.
Preciso falar com você! Urgente! Estarei substituindo Moody...
Me desculpe, por tudo.
Seu Remus Lupin.

Colocou um feitiço de perseguição no bilhete, pois se ficasse sobre a mesa ela jamais encontraria, assim ele voaria sobre ela no momento em que ela aparecesse. Feito isso ele seguiu finalmente para a Ordem, pois já estava se atrasando.


—Lupin! Isso são horas, achei que você não vinha mais, para ser sincero achei que você tinha é perdido a razão, depois do jeito estranho que estava ontem à noite... – Disse Alastor caminhando apressadamente.
—Desculpe, tinha algo importante para resolver, acabei perdendo a hora.
—Você parece imprestável! Aposto que passou a noite procurando por ela, né?
—Como?!?
—Procurando Tonks, é claro. Foi a última coisa que você disse antes de sair. Aposto que não a encontrou!
—Você está certo, mas de qualquer forma, estou aqui para assumir o posto, certo?
—Errado, a julgar pelo seu estado de ontem, não achei que seria uma boa idéia deixar você como responsável e pedi para que Shacklebolt pegasse a encomenda para mim. Assim você vai ter tempo para resolver este assunto, e quem sabe voltar ao normal...
—Fui procura-lá antes de vir para cá, mas ela já devia ter ido ao Ministério.
—Ministério? Não, não ela mandou uma coruja a Kingsley, disse que iria tirar o dia de folga, de qualquer tipo de atividade, que depois faria o turno de quem precisasse para repor o dia perdido. Pelo visto ela vai pegar uma semana de advertência no ministério, só por conta de hoje... Quanto a nós, hoje ela não estava escalada para nada mesmo.
—Shacklebolt está por aí ainda?
—Está, estava justamente indo dar as últimas instruções de segurança antes de ele ir, venha comigo - disse ele seguindo por um corredor cheio de portas.
Chegando finalmente a um salão aconchegante, cheio de papéis e poções fervilhando, Lupin foi falar com Shacklebolt:
—Bom dia,
—Bom dia Lupin, achei que não te veria por aqui hoje.
—Pois é, acabei aparecendo. Estou procurando pela Tonks, estava querendo saber se poderia me dizer onde encontrá-la, ela te mandou um bilhete, não foi?
—Nem me fale nela! Era muito tarde quando recebi a coruja ontem, o Ministério vai cair em cima de mim! Vou dever muitos favores por conta disso... Bom, ela está incomunicável ,ao menos magicamente, foi para a casa dos pais. Tome aqui fala onde é, mas acho melhor que você aguarde amanhã ela estará de volta.
Lupin pegou o bilhete e soltou um – muito obrigada – e Shacklebolt seguiu Alastor que falava sem parar, sobre como desviar a atenção e não ser seguido.
Abriu o bilhete:

Querido Kingsley Shacklebolt,

Estou enviando este bilhete para avisar que amanhã eu vou deliberadamente tirar o dia de folga, mas antes de cometer esta irresponsabilidade resolvi avisá-lo para que não pensem que sofri algum acidente, do tipo mortal, pois estarei fora do alcance para contato.
Cobrirei que qualquer missão que vier em outro dia, apenas não haverá como me apresentar para o serviço em condições de cumpri-lo sem causar mais problemas do que de costume.
Se for essêncial que me encontrem, estarei na casa de minha mãe, na Rua Spring nª108, Norwood Sul, que é em um bairro trouxa e não tem ligação com magia (mamãe finge que gosta do jeito trouxa de viver...).
PS: Não mande nenhuma coruja a qual você tenha alguma estima, não recebemos mais nenhum recado desde de que Tornado, o cachorro da família, começou a apreciar esta iguaria.
Boa Sorte e desculpe.
Tonks

Lendo isso Lupin não sabia o que pensar, ao menos sabia agora onde ela estava, mas agora tinha dúvidas se devia ou não procurá-la. Que tipo de coisa ela devia estar sentindo para ir para a casa de sua mãe? Será que a passagem pela noite dos casais a deixou tão triste que a levou para isso?
Ele sabia que Tonks achava que ir à casa de sua mãe, era um martírio. Que ela a paparicava e sempre apresentava rapazes daquela comunidade. Sem contar as explicações para a família trouxa, que sempre estava por lá. Como ela odiava passar mais que o tempo suficiente para uma visita! Que lá ela era a estranha, e tinha que agir como trouxa.
Achou que tinha o tempo livre e a vontade de encontrá-la era grande, se despediu de Moody, que o desejou boa sorte. Optou por ir ao tal endereço procurá-la, e assim o fez, desta vez foi de táxi, não saberia qual ônibus o deixaria lá perto.
—Rua Spring, nº108, Norwood Sul.
Meia hora depois lá estava ele, em frente a casa, pronto para encará-la! Decidido, firme, mas o que iria dizer? Resolveu que não desperdiçaria mais tempo pensando, já perdera muito tempo com isso antes. Se dirigiu a porta e tocou a campainha..
Ding Dong, ele escutou e lhe pareceu bem trouxa.
Logo uma uma pequena janelinha que ficava ao nível de seus olhos se abriu:
— Pois não? Disse uma voz feminina.
—Bom dia, desculpe tocar a campainha tão cedo, estou procurando por Tonks – falou ele não cometendo o mesmo erro.
—Bom, aqui é a residência dos Tonks, e a família toda mora nesta área, ajudaria bastante se o senhor especificasse qual deles procura...- Disse a mulher meio desconfiada...
—Me desculpe, Nimphadora Tonks, e por ela que procuro – disse ele se corrigindo
—Achei que fosse, não existem muitos bruxos por aqui sabe?
—A senhora de ser a mãe dela, Andrômeda certo? Estudei com seu primo Sirius, lembra-se? –disse ele meio incerto que a informação causaria uma boa impressão. - Eu sou ...
—Lupin, claro - seguiu ela abrindo a porta – me desculpe, mas é preciso ser cautelosa nestes dias certo? Pode entrar.
—Muito obrigada –disse ele só queria falar com Ton... Nimphadora, peguei este endereço com o chefe dela, que ela estaria aqui. –disse meio atrapalhado.
—Sente-se por um instante que eu vou chamá-la. Sabe, ela me falou a seu respeito, que havia encontrado Sirius e o que aconteceu depois...-disse tristemente e sumiu no alto da escada.

O que teria ela contado a seu respeito para sua mãe, se soubesse o que era certamente não o teria deixado entrar. Pensar demais sempre fora o seu problema, chegou a esta conclusão. Se tivesse pensado mais teria ido embora.

—O mundo da magia nunca foi o mesmo desde que Você-sabe-quem apareceu...- voltou a Sra. Tonks descendo as escadas. - Tento trazer Nimphadora para mais perto da gente, mas ela insiste em se envolver nestes assuntos perigosos. Aceita um café? Chá?
Antes mesmo que ele pudesse negar a senhora Tonks já havia os conjurado junto a alguns petiscos na mesinha do centro da sala. Também surpreendeu-se com o uso de magia.
—Nimphadora está meio ranzinza hoje, mas ela já deve descer em alguns instantes, enquanto isso pode se servir, fique a vontade.
Nisto a porta da frente se abriu e surgiu um homem, trouxa carregando montes de sacolas
—Oi querido, deixa que eu te ajudo – lançou um feitiço para aparar tudo que ele carregava.
—Muito obrigada querida, estava pesado mesmo. Vejo que tem visita?
Lupin se levantou para comprimentar o Sr. Tonks e a mulher se adiantou: -Não é para mim , é para Nimphadora, este é Remus Lupin, chefe dela. - E sumiu por uma porta do fundos carregando os pacotes.
—Prazer eu sou Ted Tonks, vejo que a presença do chefe não foi o suficiente para acorda-lá, certo? Disse ele enquanto se sentavam.
—Isso foi um engano, quer dizer, não sou chefe dela, sou apenas um colega... De trabalho, é isso!
—Então também é um auror? – Disse observando as roupas de Lupin, e verificando o que deveria ser uma excentricidade do bruxo.
—Também não, não trabalho exatamente para o Ministério...- disse ele metendo os pés pelas mãos, afinal não podia dizer ao pai de sua quase futura namorada que era um desempregado.
Parou um instante e pensou, os pais dela, quase se apavorou com essa idéia e parou de pensar, como já havia decidido antes, melhor assim.
—Serviço terceirizado também? Ninguém esta mesmo a fim de oferecer empregos fixos, nem entre os mágicos eu presumo. Como eu pensei a crise é geral. - E se serviu dos petiscos, tombando o pote de bolachas sobre a mesa
Lupin concordou com isso, pois parecia satisfazer a curiosidade do Sr. Tonks e o ajudou com o pote, estava terrivelmente familiarizado com essa situação, ao terminar, ouviu passos no alto da escada. Finalmente a encontrara! Sentiu seu coração explodir no peito.
Ela vinha descendo as escadas, com cara de quem mataria alguém, Lupin no caso, mas estava linda! Desgrenhadamente linda! Com um robe branco de estrelinhas azuis, cabelos castanhos e emaranhados a altura dos ombros, olheiras de dar inveja a cor usual de seus cabelos... Olhos castanhos, e praticamente fumegantes ela veio em sua direção. – Bom dia pai – soltou sem emoção.
Lupin se levantou, encheu peito de ar,ia falar, mas não deu tempo, ela explodiu antes – MAS QUE RAIOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI!! – a mão dela agarrou suas vestes e o levou bruscamente para a porta da rua.

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