Incanto (Salvatore Ferragamo)




“É o ciúme, turbador da tranqüila paz amorosa! Ele é punhal que mata a mais firme das esperanças!”

(Cervantes)




Capítulo Catorze: Incanto




Mia revirou os olhos em sua cama. Um sol fraco e alaranjado adentrava pela espaçosa janela de sua suíte, anunciando o pôr-do-sol. Ela respirou fundo, imaginando o que viria a seguir.

Escutara a campainha da mansão de seus pais soar no segundo anterior, e sabia muito bem quem era. Bufou baixinho, revirando-se na cama para ficar de frente à janela e aproveitar um pouco do calor do finzinho de tarde.

Com um brilho triste, seus olhos repousaram no vestido vermelho-sangue de frente única, pendurado em um cabide na porta do armário de roupas. Algumas pedras vermelhas adornavam o decote do vestido, reluzindo ao encontro com a luz do sol, como se estivessem tentando-a a sair de sua situação deplorável e enfrentar o baile de formatura.

Ela suspirou profundamente, enquanto o radio tocava uma melodia triste, de uma jovem que cantava em francês. Fechou os olhos por um instante, sentindo a rara brisa de verão que fazia a cortina de seda tremeluzir na janela. Sem muitas surpresas, escutou a porta do quarto às suas costas se abrir com uma certa violência, e o tec-tec da sandália de sua amiga se fez presente.

- Já chega! – ela escutou a voz trêmula de Emma atrás dela, e nem ao menos se deu o trabalho de se virar para encarar a amiga. Podia prever cada palavra que ela fosse lhe dizer – Agora já chega, Amélia!

- Calma, Emm. – ela pôde escutar Kahlen com a voz mais apreensiva.

- Que calma o quê! – exclamou Emma revoltada, e no segundo seguinte Mia deparou com a barra longa de um vestido azul marinho tapando-lhe a visão do pôr-do-sol da janela – Escute aqui! Olívio não é a única pessoa que você conheceu e aprendeu a amar em Hogwarts! Eu entendo que você esteja chateada com tudo o que aconteceu, mas não se esqueça que você tem suas amigas também para se despedir. – sua voz tornara-se embargada a essa hora, e ela respirou fundo antes de continuar – Está me escutando Mia? – Emma segurou o queixo da amiga, obrigando-a a encará-la – Lembra no segundo ano quando nós ficávamos imaginando com que vestido ir pra formatura? Planejávamos os nossos pares, a música que tocaria... Você ainda se lembra das suas amigas?

Mia encarou os olhos marejados da amiga sentindo uma profunda pontada no peito.

- Emm, você não entende... – ela tentou argumentar, mas Kahlen, que estava magnífica com um vestido verde-esmeralda tomara-que-caia, já pegara seu vestido do cabide e o depositava na cama ao lado dela.

- Mia... – ela começou com a voz fraca – Por nós.

Mia encarou do rosto apreensivo de Kahlen, para o vestido magnífico que sua mãe mandara costurar na França, e seu olhar brilhou quando ela encarou a feição decidida e magoada de Emma. Devia isso às amigas. Bufando e sem mais palavras, dirigiu-se à porta do banheiro.

- Vai ser patético. – gritou ela atrás da porta para as amigas – Só vai dar eu sem par no baile idiota. Acho que vou levar minha vassoura pra me acompanhar nas danças.

- Pare de reclamar. – disse Kahlen com um tom risonho – Nós já providenciamos um par pra você!

- O QUÊ?!


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- Mia, eu acho bom você me contar o que foi que aconteceu, ou então, melhorar esse humor de uma vez por todas! – resmungou Emma enquanto elas aparatavam em Hogsmeade e se dirigiam a uma das carruagens que as levariam ao encontro de Dumbledore.

- Já disse que não aconteceu nada. – respondeu a outra secamente. Desde que ela saíra do apartamento de Olívio, seis dias atrás, não tivera notícias do rapaz, ficando cada vez mais impaciente.

- Então trate de desamarrar essa cara. – retorquiu Emma abrindo a porta da carruagem com uma certa violência.

- Emm, por Merlin, eu estou com dor de cabeça. Já chega de broncas por hoje ok? – resmungou Mia enquanto apoiava a testa na janela da carruagem e fechava os olhos por um breve momento de um silêncio tranqüilizador.

Sentiu o sacolejar repetitivo da carruagem enquanto suspirava. O que Olívio teria pensado àquela noite? Que ela se acovardara? Que ela não o amava mais...? Suspirou novamente, arrancando uma careta desconfiada da amiga.

- Não entendi porque Dumbledore quis nos ver aqui. – disse Emma casualmente, observando os portões da propriedade do castelo se abrirem com um rangido triste – Ele poderia ter ido até a sede da Ordem.

- Vai ver ele estava ocupado com os assuntos de Hogwarts. – respondeu Mia sem desviar o olhar da janela, enquanto Emma apertava ainda mais os olhos em sinal de desconfiança.

- É, vai ver.

Mia observou a Floresta Proibida e a cabana de Hagrid passarem pela janela como uma fotografia do passado. Sorriu nostalgicamente ao avistar o campo de quadribol, minúsculo de tão longe que se encontrava. Aquele lugar era o altar dela e de Olívio enquanto estudavam; foi lá que os momentos inesquecíveis aconteceram. Sorriu novamente ao sentir o balanço melodioso da carruagem cessar, e a porta se abrir sozinha. Desceu de um modo elegante, que aprendera a se portar em Nova York.

Parou em frente às escadas do castelo, fitando-o fascinada, lembrando-se da primeira vez que o vira em seu primeiro ano.

- O que está fazendo? Vamos logo. – resmungou Emma passando à frente da amiga e ajeitando as longas madeixas castanhas alouradas para trás, enquanto o tec tec irritante de seu salto agulha ressonava a cada degrau que ela subia.

Mia revirou os olhos quase que automaticamente, seguindo a amiga em direção ao Salão Principal, apinhado de alunos que conversavam e almoçavam de uma maneira descontraída, alheios à guerra que se manifestava fora do castelo.

Emma franziu o cenho quando a atenção de todos recaiu sobre as duas. Alguns alunos mais antigos acenaram para elas ou sorriram amistosos, enquanto os mais novos as fitavam com um misto de curiosidade e receio.

Mia empertigou-se, ajeitando a mini-saia pregada verde-limão que usava, e saiu cortando o salão em direção ao escritório do diretor, escutando o barulho do seu próprio salto sendo seguido pelo da amiga, tentando ignorar os olhares curiosos que as seguiam.

- Mais devagar. – resmungou Emma em um sussurro, enquanto Mia dobrava um corredor e subia mais um par de escadas.

- Quero acabar logo com isso e voltar para o hotel. – respondeu Mia apertando o passo.

Emma ofegou por um momento, quando elas pararam em frente a uma estátua de gárgula.

- Não pense que você vai escapar hoje! – disse ela lançando a Mia um olhar severo.

- Eu nunca te prometi nada. – retrucou a outra com um ar irritado – Pão de nozes.

Com um barulho de pedra sendo movida, a gárgula se moveu lentamente, dando lugar a uma escada de espiral imponente.

- E aliás, onde foi que a Kahlen se meteu que desde que eu cheguei de Nova York eu não a encontrei? – perguntou Mia em um tom inquisidor, olhando para trás para encarar a amiga que subia as escadas.

- Já disse que ela está viajando pra preparar as coisas do casamento e que volta hoje para o evento. – respondeu Emma impaciente – Mas você nunca me escuta...

Mia revirou os olhos, enquanto dava batidinhas impacientes na porta do diretor.

- Podem entrar. – ela escutou a voz de Dumbledore soar do outro lado, e lançando a Emma um último olhar irritado, ela abriu a porta, encontrando o velho bruxo sentado em sua cadeira alta e imponente, logo atrás da escrivaninha. Havia um bule prateado que fumegava, e três xícaras com um líquido verde claro sobre a mesa do diretor, como se ele estivesse à espera de alguém.

- Amélia, Emma. – ele cumprimentou com um aceno de cabeça, indicando duas cadeiras felpudas à sua frente.

- Dumbledore. – disse Mia retribuindo o aceno do diretor e se ajeitando em uma cadeira, fingindo não perceber o olhar severo que Emma lhe lançava.

- Boa tarde professor Dumbledore. – disse Emma formalmente, empertigando-se na cadeira ao lado da amiga.

- Por favor, Emma. – disse Dumbledore meneando a cabeça e sorrindo gentilmente – Apesar de eu achar extremamente lisonjeador o título de professor, já que agora vocês já não mais são minhas alunas, creio que as formalidades possam ser deixadas de lado.

Emma sorriu nervosamente enquanto Mia sorria pelo canto dos lábios.

- Claro que sim, Dumbledore. – disse Emma com a voz trêmula; chamar o diretor sem o “professor” parecia ir contra todos os seus bons modos.

Dumbledore sorriu bondosamente, piscando seus olhos de safira.

- Vocês aceitam um xícara de chá...? – perguntou ele enquanto empurrava com delicadeza duas xícara com o líquido verde-limão na direção das convidadas – Essa é uma erva trouxa chamada “cidrinha” se eu não me engano... – disse, sorrindo divertido e encarando as orbes negras de Mia através dos oclinhos meia lua.

- Cidreira, professor. – corrigiu Emma timidamente, remexendo-se incomodada na cadeira.

- Ah, claro! Isso mesmo! – Dumbledore sorriu, enquanto bebia um grande gole da sua própria xícara – Uma delícia. Muito melhor do que suco de abóbora, na minha opinião, se posto no desjejum.

Mia encarou Dumbledore por um momento. O que ele pretendia, chamando-as às pressas em Hogwarts em pleno sábado? Será que ela finalmente teria uma missão na Ordem?

- Bom, o tempo de vocês, belas jovens, é precioso demais para ficar gastando com um velho gagá. Portanto, eu vou logo ao assunto que me fez trazê-las aqui hoje. – disse o diretor, repousando as mãos entrelaçadas na escrivaninha – Não sei se Olívio contou a vocês, mas nessa última semana ele recebeu três ameaças de seqüestro.

Mia franziu o cenho, com os olhos ligeiramente arregalados, enquanto Emma assentia silenciosamente. O que era aquilo? Será que Voldemort estava atrás de Olívio? Mas a custo de quê? Ele ia chamar atenção para si mesmo, sendo que o que ele mais queria naquele momento é que as pessoas acreditassem em Fudge e no maldito “Profeta Diário”.

- Eu fiquei sabendo, mas não por ele, profes... Dumbledore. – disse Emma com a voz rouca – Minha mãe me contou quando eu fui visitá-la.

- Mas essas não são ameaças de Voldemort, não é? – perguntou Mia esperançosa.

- Não há como ter certeza, Amélia. – respondeu Dumbledore simplesmente – Suspeito, e creio que esteja certo, que Voldemort não gostaria de ter tamanha atenção voltada para si, principalmente com a situação extremamente confortável que o Ministério está lhe garantindo.

- Mas então... seria por que? Por dinheiro? – perguntou ela com a testa franzida.

- Provavelmente. – respondeu Dumbledore tomando mais um gole de seu chá – O fato é que o Sr. Wood se recusa a dar atenção à essas ameaças, visto que provavelmente essa não seja uma obra de Voldemort.

- É mesmo um idiota desmiolado. – resmungou Emma baixinho, enquanto Mia observava um resquício de riso nos lábios do diretor.

- Eu as chamei aqui porque esse é mais um assunto de família do que da Ordem. – continuou o diretor – Espero que as duas senhoritas possam convencê-lo a tomar um pouco mais de precaução.

Mia balançou a cabeça confusa. Se aquele era um assunto de família, por que ele a chamara também? Devia ter chamado o Sr. e Sra. Wood e não ela.

- Sem querer ser mal-educada, Dumbledore – começou Mia com uma sobrancelha erguida – Mas eu não tenho mais nada a ver com Olívio. Quem dirá ser da família dele!

Dumbledore sorriu, enquanto Emma arregalava os olhos escandalizada.

O diretor abrira a boca para falar no exato instante em que se ouviu duas batidas na porta da sala, e a cabeça de um garoto passar pelo vão da porta.

- O senhor mandou me chamar, professor? – o garoto de cabelos arrepiados e olhos verde-esmeralda perguntou, olhando com curiosidade as duas mulheres sentadas nas cadeiras.

- Oh, claro Harry. Entre. – convidou Dumbledore amistosamente – Creio que meus assuntos com essas duas jovens senhoritas tenham infelizmente acabado. Por favor, se me dão licença.

Emma assentiu imediatamente enquanto Mia apertava os olhos para o diretor. Ele sorria divertido, como se estivesse tudo planejado com uma larga antecedência.

- Boa festa de casamento para as duas. Infelizmente não poderei comparecer, mas, por favor, mande às suas primas meus votos de felicidade.

Mia abriu a boca para responder, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Emma a puxou pelo braço, praticamente a arrastando em direção a porta.

- Pode deixar, professor. – Emma disse com a voz abafada, antes de desaparecer pelas escadas.



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Olívio se remexeu na cadeira, parecendo extremamente irritado.

- O que foi? – resmungou Emilia Bulstrode ao seu lado – Desde que chegamos aqui você está com essa cara!

- Pensei que gostasse dela quando me convidou para esse baile idiota. – retrucou ele com a voz fria – É única que eu tenho.

Emília abriu um sorriso enviesado, aproximando-se de Olívio e sussurrando em seu ouvido.

- Eu adoro essa sua carinha linda. – disse com a voz maliciosa – Mas adoro ainda mais esse seu corpo maravilhoso.

Olívio revirou os olhos, nitidamente irritado enquanto ela descia suas mãos pelo peitoral do rapaz.

Sem dar muita atenção à sua acompanhante, ele correu os olhos pelo salão alugado para a festa de formatura. Era maravilhoso. Decorado em um estilo vitoriano, com um grande lustre iluminando o ambiente. Várias mesinhas circulares foram postas circundando o salão, enquanto no centro em frente ao palco os septanistas acabavam-se de dançar ao som d´As Esquisitonas, na enorme pista de dança

Suspirou, procurando novamente por ela. Sabia que não viria. Presenciara o drama de sua irmã durante o verão todo tentando persuadi-la a comparecer a grandiosa festa, mas ela se recusara veemente. Por sua culpa. Ele meneou a cabeça levemente enquanto Emília sorria, pensando provavelmente que ele suspirava e balançava a cabeça devido às suas carícias atrevidas. Pobre garota. Pobre, ainda mais, de Olívio, que tinha ela como sua acompanhante.

Mas ele merecia. Se não fosse burro o suficiente em ter tratado ELA daquela maneira, poderia estar dançando e se divertindo mais do que todos naquele momento, desfilando com a garota mais bela e maravilhosa de Hogwarts ao seu lado. Suspirou novamente, passando as mãos de leve pelos cabelos.

Seu olhar percorreu a porta de entrada novamente, um brilho esperançoso de que ela ainda viria. Estava prestes a desviar-se para tentar se esquivar de Emília, que com a bebida parecia ficar cada vez mais atrevida, quando seu coração deu um salto.

Gargalhando alto e entrando pelo salão estavam Kahlen, com seu acompanhante da Corvinal, um rapaz alto e forte de cabelos castanhos e olhos azuis, sua irmã com Cedrico, e por último, bem menos empolgada que o resto do grupo, entrava Mia.

Olívio balançou a cabeça, aturdido. Como estava linda!

Mia vestia um longo vermelho de frente única que valorizava seu colo. Parecia uma mulher fatal. Seus cabelos estavam presos em um coque elegante, e uma grande mecha caía de modo sensual por seu rosto.

Ele sorriu abobado à visão da ex, mas seu sorriso desapareceu automaticamente quando um rapaz magro, uns dois palmos mais alto que ela a abraçou por trás, depositando um beijo no ombro nu da garota.

Olívio sentiu seu sangue ferver, e migrar para seu rosto. Ordinário!

- O que aquele idiota pensa que está fazendo? – ele resmungou sem querer em voz alta.

- Idiota? – questionou Emília com uma sobrancelha erguida – De quem você está falando Livinho?

Olívio sentiu seus olhos faiscarem quando ela o chamou por aquele apelido ridículo.

- De ninguém. – respondeu ele secamente, enquanto ela voltava a mergulhar os lábios no torso do rapaz.

Olívio observou com uma careta os três casais se dirigirem a duas mesinhas circulares exatamente no lado oposto do salão onde ele estava. Em meio aos casais ofegantes, levemente embriagados que dançavam de modo exagerado na pista, ele podia ver o grupo conversar alegremente.

Com um ódio percorrendo suas entranhas ele observava as tentativas do moreno em cima de Mia, mas foi com um sorriso satisfeito que ele a via se esquivar e desviar o assunto cada vez que seu acompanhante tentava uma proximidade.

Para seu desespero, Emma e Cedrico e Kahlen e seu par levantaram-se da mesa, sorridentes, andando em direção a pista de dança, e deixando “sua” Mia sozinha com aquele propenso predador.

Ele remexeu-se inquieto novamente em seu lugar, enquanto Emilia finalmente percebia que suas iniciativas em relação ao rapaz acabariam por dar em nada.

- Acho que vou ao toalete me refrescar um pouco. – disse ela com a voz entediada, enquanto Olívio apenas assentia, ocupado demais em tentar ver através da multidão da pista um casal que fora deixado sozinho.

Bufando, ela saiu pisando firme em busca de algum outro rapaz sem acompanhante, deixando Olívio resmungando sozinho em sua mesa.

- Droga, onde ela foi agora..? – apertou os olhos em direção à mesa do outro lado, mas só encontrou o acompanhante de Mia, largado em sua cadeira parecendo cansado. Percorreu os olhos pela pista de dança e por outras mesinhas, e nem sinal dela.

Foi com um arrepio feito um choque elétrico percorrendo toda a extensão de seu corpo que ele escutou uma voz sussurrar em seu ouvido.

- Está procurando alguém? – o perfume doce dela inebriava-o por completo.

Olívio virou-se para trás, encontrando um sorriso maravilhoso à sua espera.

- Talvez. – respondeu ele sorrindo.

Ela sorriu de volta. Mas um sorriso triste, que fez o coração de Olívio se apertar.

- Olha, eu sei que o que temos já acabou, e você deixou isso bem claro em Hogwarts. – ela começou com a voz trêmula, evitando encará-lo nos olhos.

Não! Olívio tinha vontade de gritar, de dizer que era tudo mentira, que ele dissera tudo da boca pra fora e que ele a amava e que não conseguia ficar sem ela. Mas ele nunca fora bom com as palavras... Nunca fora um romântico assumido, e talvez fosse por isso que ela gostava dele, afinal... Ou seria APESAR disso?

- Enfim – ela continuou com um suspiro pesaroso. Olívio ergueu levemente uma sobrancelha, pensando que aquilo devia estar sendo realmente difícil para ela e tal, se humilhar para pedir uma dança ao ex-namorado que terminara com ela – Essa é nossa formatura e... E eu só queria que... Bem, eu pensei que...

Olívio pusera-se de pé lentamente, enquanto ela erguia os olhos para encará-lo. Ao fundo, a música rápida e dançante fora substituída por uma lenta com batidas fortes, como se aquele momento fosse dos dois, e apenas para os dois.

Ele acariciou o contorno do rosto dela com o dedo, observando ela fechar os olhos e estremecer ao seu toque.

- Amélia Lie Chang... Você me concede essa dança? – sussurrou em seu ouvido, enquanto ela apenas assentia, ainda de olhos fechados, parecendo incapaz de pronunciar uma palavra sequer.


This time, This place
Misused, Mistakes
Too long, Too late
Who was I to make you wait
Just one chance
Just one breath
Just in case there’s just one left...


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Ela tamborilava os dedos na mesa, uma careta emburrada e impaciente tomando conta do rosto levemente maquilado. O que dera em sua cabeça para vir àquele casamento idiota, afinal?

Suspirou. Ardia em curiosidade em saber quem era o noivo de Kahlen, e Emma lhe garantira que a amiga viria à festa do casamento das gêmeas Favalli com o noivo. Bufou baixinho consultando o relógio no pilar do salão. Já se passavam das oito da noite e Kahlen ainda não dera as caras.

- Acho que Emma me enganou. – resmungou ela observando a sua volta a decoração do salão bem iluminado e revirando os olhos em seguida. Estúpidas coincidências do destino. Justo naquele salão, onde ela se despedira dele... Um salão cheio de memórias, de lembranças... As gêmeas tinham que ter escolhido o mesmo maldito lugar em que fora sua formatura no ano anterior para realizar o casamento.

- Mia! – ela escutou uma voz estridente a chamar, e virou-se automaticamente com um olhar entediado – Você veio! Nem acredito! – era Nash quem a saudava tão intimamente.

- Pois é. – respondeu ela sorrindo amarelo.

- Puxa, espere só a Tati saber disso! – exclamou Nash animada, o rosto ruborizado de tanto dançar – Quantas linhas você vai escrever sobre a gente?

- Linhas? – Mia ergueu uma sobrancelha desconfiada.

- É. Você vai escrever sobre o nosso casamento na coluna social do seu jornal não vai?

Mia sentiu vontade de rir. Entendera, finalmente, porque as gêmeas fizeram tanta questão que ela viesse ao casamento.

- Nash – ela começou, segurando o riso – Eu não escrevo na coluna so... –

- Mia! – uma outra vozinha feminina ecoou do outro lado do ouvido da morena. Ela meneou a cabeça. Hoje, definitivamente, não era seu dia.

- Oh, parabéns pelo casamento, Tati. – cumprimentou ela educadamente.

- Ah, sim, obrigada. – respondeu ela rapidamente – Não se esqueça de colocar que Jean Morlevat e Olívio Wood compareceram à festa... Eles não estão aqui, mas meu priminho me garantiu que viria... Jean também tenho certeza que vem...

Dessa vez Mia não conseguiu conter uma gargalhada. Riu, até seu abdômen se contrair e começar a doer, enquanto as gêmeas a observavam curiosas.

- O que foi...? – perguntou Tati piscando os olhos carregados de rímel.

Mia ofegou um pouco antes de responder.

- Tati, eu não ... Eu não escrevo para a coluna social do Nova York Bruxa, e mesmo que eu escrevesse, eu não poderia falar sobre o casamento de vocês. – explicou ela pacientemente.

- E por que não? – perguntou Nash com as mãos na cintura, parecendo extremamente ofendida.

Mia balançou a cabeça, custando a acreditar que aquela discussão estava realmente acontecendo.

- Simplesmente, Nash, porque o jornal é americano. Creio que eles gostariam mais de saber sobre suas próprias celebridades...

Tati abriu uma careta desgostosa, enquanto Nash não parecia convencida.

Mia bufou baixinho revirando os olhos. O que ela tinha feito a Merlim para merecer uma coisa dessas?

Com uma expressão de total desapontamento nos rostos, as gêmeas se afastaram. Tati praticamente arrastava Nash pelo braço, enquanto a mesma resmungava em um tom audível para qualquer bruxo presente que ela “devia ter convidado tia Anastácia que pelo menos daria um presente bem caro”.

Mia pôs-se de pé, impaciente. Se Kahlen perdera a cerimônia, não seria na metade da festa que ela apareceria. Ajeitou o longo tomara-que-caia azul turquesa que usava, e percorreu os olhos pelo salão apinhado de gente, à procura de Emma. Mia desconfiava que metade daquelas pessoas não devia conhecia as gêmeas muito bem.

Piscou os olhos uma, duas, três vezes de um modo lento e retardado. Tentou ignorar o rubor que inundava seu rosto naquele momento, mas era inútil.

Olívio entrava pela luxuosa porta de vidro e carvalho que dava acesso ao salão, ajeitando a camisa grafite que usava. Retirou o paletó, entregando-o ao chapeleiro, enquanto o salão inteiro parecia parar o que estava fazendo para observar a chegada do grande goleiro da Inglaterra.

Com o coração batendo em uma velocidade que provavelmente chegava perto de um ataque, Mia continuou atenta aos movimentos do rapaz, seu queixo levemente caído. Ele estava elegante de um modo jovial e descontraído, típico de Olívio. Mia viu o rapaz sorrir um tanto constrangido, enquanto virava-se para a porta de entrada, provavelmente à espera de alguém.

Mia prendeu a respiração, sentindo seu estômago contrair de um modo tortuoso. Uma ruiva alta e elegante passava pela porta naquele momento. Ela parou um instante para ajeitar o fecho da sandália, seus cabelos levemente ondulados caiam sobre seu rosto. Mesmo de longe percebia-se que era uma mulher muito bonita, daquelas de parar qualquer trânsito.

Olívio sorria para a ruiva, que agora jogava a cascata vermelho-sangue que era seus cabelos para trás, cobrindo todo o decote das costas. Ela retirou seu casaco de pele de chinchila, entregando ao chapeleiro, enquanto ajeitava o cabelo e voltava seu olhar em direção ao salão decorado.

Mia apertou os olhos na direção da mulher. Da distância em que se encontrava não podia reconhecê-la, mas seu jeito de andar lhe era familiar... Desconfiava que ela era uma jogadora de quadribol... das Harpias, talvez.

O vestido verde-esmeralda da acompanhante de Olívio cintilou ao encontrar a luz do luxuoso lustre. Mia observou Olívio lhe oferecer o braço, e pensou, talvez, em um de seus delírios, que a ruiva teria hesitado em entrelaçar seu braço no dele.

- Acho que eu estou louca. – murmurou para si mesma, meneando a cabeça – Estou começando a ver só o que quero.

Mia suspirou, sentindo seu coração pesado cada vez que respirava. O que significava aquilo, afinal...? Que Olívio já esquecera dela no decorrer da semana, ou que ela era mais uma das muitas mulheres que ele tinha rastejando aos seus pés...? Ou simplesmente, que ele não a queria mais de forma alguma, em tempo algum...?

Sentiu sua visão borrar com as lágrimas que insistiam em brotar em seus olhos.

- Idiota. – resmungou para si mesma, evitando as lágrimas caírem e borrar sua maquilagem – Mia Chang, sua completa idiota.

Aos poucos os outros convidados foram dispersando suas atenções do jogador de quadribol e de sua bela acompanhante, voltando a dançar, beber, ou felicitar os noivos. Mia achou um bocado estranho que àquela altura da festa os irmãos Weasley não tivessem aprontado nada, mesmo aquela sendo sua própria festa de casamento, mas resolveu ignorar suas suspeitas estranhas e continuar procurando Emma pelo salão.

- Finalmente achei quem procurava. – ela escutou uma voz masculina ao pé de seu ouvido, enquanto uma mão fechava-se em seu braço.

- O que...? – virou-se rapidamente para ver quem a segurava, erguendo uma sobrancelha logo em seguida – Você não disse que não tinha sido convidado?

- E não fui. – respondeu Francesco abrindo um sorriso – Mas eu não poderia perder a oportunidade de te ver de novo... E quem sabe, talvez dançar uma música lenta com você na frente de meu priminho querido...

- Vê se cresce, Francesco. – disse Mia soltando-se do rapaz com violência – Não estou muito a fim de ser peão no meio dessa guerrinha de família, com licença. – e fez menção de andar para o outro lado, quando seus olhos se arregalaram de surpresa.

Bem à sua frente, sentados em uma mesa circular e bebendo duas taças de champanhe-dos-elfos estava Olívio e sua acompanhante. Mia sentiu um nó se formar em sua garganta. Não podia ser... desde quando...?

- Desde quando você está ruiva? – ela gritou, enquanto a namorada de Olívio virava-se para encará-la com uma expressão aterrorizada.

- Mi-Mia? – gaguejou a ruiva com a voz em um fio.

Mia não conseguiu evitar que uma lágrima escorresse por seu rosto.

- Kahlen.


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‘Cause you know,
you know, you know

That I love you
That I have loved you all along
And I miss you
Been far away for far too long


Ele se posicionou atrás dela, conduzindo-a pela cintura, segurando firmemente sua mão entrelaçada à dele. Girou-a delicadamente de modo que ela ficasse de frente para ele. Ela abriu os olhos lentamente, que até aquela hora estavam fechados, e sorriu ao encontrar as orbes cor-de-mel dele.

Olívio sentiu-a estremecer em seus braços, e apertou-a contra si de um modo mais firme. O perfume que emanava da garota o enlouquecia.

- Mia... – começou ele, mas ela meneou a cabeça com os olhos fechados, como se quisesse gravar em sua mente aquele momento para eternizá-lo.

- Não diga nada. – ela sussurrou próximo ao seu ouvido, fazendo com que uma corrente elétrica percorresse seu corpo – Não diga nada Porquinho, só dance comigo.

Olívio assentiu, e eles valsaram lentamente, a face esquerda de Mia pousada delicadamente no ombro direito de Olívio, de modo que ele pudesse observar o traçado de seu rosto. A música percorria de um modo forte, fazendo Mia suspirar de vez em quando.

Olívio encostou seu rosto na testa da morena e fechou os olhos, absorvendo cada molécula do perfume dela, guardando cada segundo da dança...


I keep dreaming you’ll be with me
and you’ll never go
Stop breathing if
I don’t see you anymore


Ele pararia de respirar se a não visse mais. Sorriu pelo canto dos lábios. Quem diria que um dia ele pensaria assim... Que um dia algo mais além de quadribol ocuparia seus pensamentos. Agora lá estava ele, um tolo apaixonado, como muito daqueles que ele já zombara na vida.

De um lado para o outro, girando lentamente seguindo a melodia eles dançavam. Dançavam como se o tempo tivesse parado para eles naquele momento, como se as dezenas de casais em sua volta não existissem. Dançavam como se fossem um corpo só, duas almas unidas for uma fração de tempo.

- Eu vou te amar pra sempre Porquinho. – Mia murmurou com os olhos fechados.
Olívio fitou o topo da cabeça da garota com um olhar triste, um brilho sufocado nos olhos cor de âmbar.

- Eu... – começou ele com um suspiro, mas virou-se bruscamente quando sentiu uma mão apertar seu ombro – O que...?

- Acho que você já aproveitou tempo demais com minha garota. – o moreno que acompanhava Mia disse com os olhos faiscando, a mão ainda apertando firmemente o ombro de Olívio.

- SUA garota? – Olívio berrou, sentindo suas entranhas arderem loucamente de ódio.

- Ela veio comigo, portanto...

Olívio retirou a mão do moreno sobre seu próprio ombro com um movimento violento, e estava prestes a dar uma boa surra no atrevido quando sentiu duas mãos o agarrarem pela cintura.

- Eu preciso ir. – sussurrou Mia abraçando-o discretamente por trás, e depositando um beijo rápido em suas costas antes de caminhar em direção ao moreno que tinha um sorriso triunfante no rosto.

Olívio sentiu seu rosto arder de raiva, de embaraço. Ela estava chutando-o na frente de todos os formandos! Fitou as costas de Mia por um momento, antes do moreno atrapalhar-lhe a visão a abraçando pelos ombros.

- Nunca mais, Amélia Chang... – ele resmungou sozinho, com os olhos apertados – Você nunca mais entra na minha vida.


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- Kahlen. – ela disse com a voz trêmula – Obrigada por isso, Emma. – ela resmungou com os olhos marejados, dando as costas ao casal e atrvessando o salão a passos duros, sem se importar com os gritos de Kahlen atrás de si.

- Mia, você tem que me escutar! – a ruiva gritava com a voz abafada – Eu preciso te explicar! Não é isso que você está pensando!

Mia apertara o passo ao escutar a voz da amiga se aproximando. Todo o seu corpo tremia de raiva e ela teve de usar e abusar de todo o seu auto-controle para não esmurrar os dois logo que os viu.

- Você não precisa correr atrás dela! – ela escutou a voz fria de Olívio as seguindo.

- Cala a boca Olívio! – Mia não se virou para trás, mas imaginou que Kahlen se virara para bradar com o ... noivo? – Eu disse que não seria uma boa idéia, mas a duplinha dinâmica nunca me escuta!

- Eu não fiz nada! – defendeu-se Olívio apertando o passo, enquanto Mia tentava conter todas as fibras de seu corpo de se virar para trás e ver o que os dois discutiam.

Naquele momento, todos os convidados que dançavam na pista fizeram uma roda envolta do casal que discutia avidamente. Alguns flashes de câmeras fotográficas foram disparados na direção da ruiva que se descabelara levemente devido à corrida.

- Não fez mas concordou em vir! – retrucou ela, e naquele momento Mia virou-se para os dois.

- Vocês querem saber de uma coisa? – Mia interrompeu a briga com a voz trêmula, sobressaltando Kahlen, que se virara para encará-la com os olhos ainda faiscando de raiva de Olívio.

- Mia, eu...Eu posso explicar. – ela sussurrou.

- Não. – disse Mia simplesmente, forçando um sorriso cínico – Não precisa. Eu e Olívio não temos mais nada. Aproveite como puder seu futuro com um marido adúltero.

- Não, Mia, eu...

- O que está havendo aqui? – a voz estridente de Tati fez-se ouvida, enquanto a noiva entrava dentro do círculo que fora formado envolta dos três.

- Nada. – respondeu Mia – Só uma lev...

- Mia. – Tati segurou firmemente o braço da morena, rangendo os dentes enquanto falava com um sussurro – Você não escrever nada sobre meu casamento no seu jornalzinho de quinta, não significa que outros jornais não escreverão. Tem imprensa aqui! Não quero saber de barracos no meu casamento! – ela finalizou com um olhar furioso, enquanto voltava-se para os convidados assustados com um sorriso ridiculamente forçado – Está tudo bem! Vamos voltar a dançar, todos vocês! – e fez um sinal desesperado para a banda que se encontrava atônita no palco, enquanto uma melodia romântica e de batidas fortes se fazia presente.

Mia revirou os olhos. Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto. Não era possível.


This time, This place
Misused, Mistakes
Too long, Too late
Who was I to make you wait


- Música estúpida! – ela resmungou, antes de deixar escapar um xingamento baixinho quando Tati agarrou firmemente seu braço, a arrastando na direção de Olívio – Ei! O que você pens...

- Agora, vocês dançam. – Tati praticamente jogou Mia em cima de Olívio brutamente, quase fazendo com o que os dois caíssem embolados no chão.

- De jeito nenhum...! – ela rapidamente desviou-se dos braços fortes que a amparara, tentando ignorar todos os nervos de seu corpo que se arrepiaram ao simples contato com o peitoral dele.

- Vai sim! – sibilou Tati perigosamente, pondo um dedo em riste, enquanto Nash aparecia entre os convidados que aos poucos voltavam a dançar.

- Tati, aconteceu alguma coisa? Os repórteres que convidamos estavam alvoroçados, escrevendo tão empolgados... O que está acontecendo aqui...?

- Nada. – respondeu Tati secamente, lançando ao casal turbulento um olhar penetrante – Mia decidiu dançar com Oli, não é legal?

Nash ergueu uma sobrancelha, provavelmente imaginando o que a irmã aprontara.

- Deve ser por isso então, que a imprensa estava tão empolgada. – concluiu ela com um olhar desconfiado – Vamos, temos que tirar as fotos com os padrinhos. – e deu meia volta, puxando a irmã gêmea pelo pulso.

Tati ainda lançou aos dois um último olhar fuzilador, antes de desaparecer em meio as pessoas que dançavam na pista.

- Você vem comigo. – Tati disse segurando Kahlen pelo pulso e a puxando em meio a multidão.


On my knees, I’ll ask
Last chance for one last dance
‘Cause with you, I’d withstand
All of hell to hold your hand
I’d give it all
I’d give for us
Give anything but I won’t give up
‘Cause you know,
you know, you know


- Acho que não temos escolha, então. – disse Olívio friamente, enquanto apertava a cintura de Mia contra seu corpo – Não pense que eu estou gostando do contato.

- Eu muito menos. – retorquiu ela enquanto seus músculos trêmulos a denunciavam – Quer saber? Não preciso fazer isso! – retorquiu ela afastando-se bruscamente de Olívio – Eu nem ao menos gosto das suas primas.

Olívio ergueu uma sobrancelha, lançando a ela um olhar que sempre fazia suas pernas perderem o rumo.

- Você quem sabe. – disse ele dando as costas a ela.


That I love you
That I have loved you all along
And I miss you
Been far away for far too long
I keep dreaming you’ll be with me
and you’ll never go
Stop breathing if
I don’t see you anymore


“Eu vou te amar pra sempre Porquinho”. Por uma fração de segundo, os pensamentos de ambos se encontraram.

Mia sentiu os olhos arderem pela centésima vez àquela noite, enquanto Olívio trincou os dentes de raiva, virando-se bruscamente na direção da morena e agarrando sua cintura novamente.

Ela se debateu e tentou se esquivar, mas ele era muito mais forte.

- Você deve achar muito engraçado me deixar com cara de idiota, não é mesmo? – sibilou ele em seu ouvido, com a voz carregada de uma raiva inconfundível.

- Me solta. – protestou ela enquanto ele colava ainda mais seus corpos – Wood, você está me machucando.

- Que bom. – retorquiu ele com um sorriso cínico – Pelo menos dessa vez não sou eu quem vai sair machucado nessa história idiota.

- Olívio, não vou pedir de novo. – retrucou ela com raiva, tentando ignorar as palavras dele – Me solta!


So far away
Been far away for far too long
So far AWA... –


Com um ruído estridente, as luzes no salão se apagaram e a música parou de tocar. Várias pessoas sussurravam assustadas. Mia escutou Tati berrando e um pequeno alvoroço se formar.

- Weasleys. – ela escutou Olívio resmungar muito próximo de seu ouvido.

Algumas mulheres gritaram. Várias pessoas resmungavam “Lumus”, sem que a luz realmente viesse a aparecer.

Mia sentiu mãos apertarem seus braços de uma forma brusca, mas antes que pudesse gritar, ou dizer qualquer coisa, sentiu o ar faltar-lhe aos pulmões, enquanto sua cabeça girava em uma velocidade nauseante. Um solavanco na boca do estômago seria a última coisa de que se lembraria quando acordasse.




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N/A: Desculpem a demora, novamente! É que eu tava revisando a fic, e vi que ela ficaria muito água-com-açúcar pro meu gosto... Eu queria mostrar um lado mais independente da Mia e um lado mais engraçado do Oli... queria colocar um pouco mais de aventura na fic, entãão... mudei totalmente a história... HAHAHAHA... mas o final será o mesmo!

Bom, a música acho que todos adivinharam qual é né? “Far Away”, do Nickelback... Achei que a letra tinha tudo a ver com esse capítulo... Ah!! Espero que vocês tenham conseguido entender direitinho em meio à salada que eu fiz nesse cap... tipo, o cenário é o mesmo, o que muda é o tempo... até o roteiro está mais ou menos parecido... heheheh


Agora, vamos aos comentários:

Thaty Brown: Aqui está seu casamentooo! Hahahaha eu coloquei você na historia o Maximo que eu pude! Desculpe por não ter ocnseguido detalhar tão bem a cerimônia e talz... hehehe Obrigada pelo apoio! Espero que vc tenha gostado... Hahahahah!! Noiva KAhlen... chuif... ficou desapontada? Bjão Thaty!

Nash Moraes: Fala séério neh NAsh! Tsctsctsc.. nem me contou aquele negocio da coincidência.. a Fê até te deu uma bronquinha básica porque vc fica espalhando os planos da Five Years por aqui heheheh...! Michael Owen é o MEU Oli... nossa, simplesmente, se encaixa perfeitamente na minha definição de Olívio wood... hahahahah !! Continue a FY e a BLH plz???? Bjão Nash! Obrigada pelo apoio

Fê FtLouie Wood: Huahuahahahahah Fê, as vezes até eu mesma fico sem fôlego quando vou descrever o Oli... meo deos!! Hahahahahha ...Como assim vc vai ficar pra titiaaa?? Ah não... A FY ta linda, não se esqueça de atualizar ok? Bjinhos

Ligia Saraiva Melo: Voltou! EE!! Heheheh obrigada por comentar!! Obrigada pelos elogios!!

Luisa (_-_-_): Hehehe finalmente a continuação... obrigada pelo apoio Luisa! Brigadão mesmo!! Noivo da Kahlen...? o__O hahahahha

Tammie: Aqui estááá a atualizaçãoo!! Hehehe obrigada pelos comentários, por todo o apoio!! De coração viu!!! Espero que tenha gostado!



Agradecimentos fervorosos às minhas RFC´s, à Tati, que sumiu, mas q sei (qse sei) q ela está lendo... e a todos q leram e comentaram! Obrigada de coração pelo apoio!

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