Os Planos de Grecco



Julia acordou, em uma cama muito confortável, e ao seu lado um garoto que aparentava ter dezesseis anos a olhava curiosamente.
- Quem é você? Onde estou? Cadê o gigante – perguntou Julia desesperada para o garoto.
- Calma mocinha – respondeu o garoto tranqüilamente – Meu nome é Grecco, Grecco Logis, príncipe e futuro rei de Monstro Log.
- Você está dizendo o reino dos monstros? – interrompeu Julia.
- Sim.
- Então quer dizer que estamos em...
- Não, não – disse Grecco – estamos em uma pequena aldeia de guerreiros do meu exercito, quanto ao gigante não se preocupe, é o Passoalto, ele não irá incomodar você, mas agora Frogo – e da porta do quarto apareceu uma criatura muito bizarra, era um monstro roxo com cabeça de sapo, e no peito tinha uma tatuagem de serpente.
- Sim senhor – coaxou o monstro.
- Quero que você seja o ouvinte dos meus planos, junto com essa adorável garota.
- Sim – respondeu Frogo.
- Nos seus planos, você não pensa em me matar, pensa? – perguntou Julia receosa.
- Não querida, os meus planos precisarão da sua colaboração, mas você não morrerá só servirá de isca.
- Isca? Pra quem? – perguntou Julia confusa.
- Você, será a isca que irá atrair os seus outros amigos humanos pra cá.
- E por que você quer que eles venham pra cá? – perguntou a garota já ficando aborrecida.
- Muito simples – começou Grecco – Dizem, que se o sangue de três humanos pingarem em um anel de ouro, esse anel, ganhará poderes mágicos, e com ele o dono poderá dominar todo o mundo! E pra ter o sangue de três humanos seus amigos terão que vir até aqui!
- Mas porque você quer dominar o mundo se logo você se tornará rei? – perguntou Julia, com um pouco de medo ao saber que seria usada.
- Minha querida, isso não é do interesse de ninguém, e pra começar você me deu uma boa idéia. Frogo mande uma das nossas tropas seqüestrarem meus pais, claro não avisem a eles que fui eu que mandei, quero que eles vejam o filho deles dominando esse mundo patético! Hahahaha!

Alex acordou no dia seguinte com os chamados de Rabocurto:
- Vamos garoto, seus amigos precisam de você!
Alex levantou da cama e viu que o sol nem estava direito no céu, e logo voltou a reclamar:
- Não dá pra gente dormir mais um pouco?
- Não garoto – respondeu Cascoduro – porque hoje nosso dia será muito grande, que a juba dourada de Coroado nos ilumine! Temos de ir até o bosque onde fica a grande caverna do Rei Coroado, e depois, mesmo sem a ajuda dele teremos que ir buscar seus amigos na estrada lembra?
- É vocês estão certos, deixe-me lavar o rosto que estarei pronto!
Alex foi até a bacia de água que ficava fora da cabana e lavou o rosto, ele ficou olhando o sol nascer, até quando foi interrompido por Rabocurto anunciando que o café estava pronto. O garoto não comeu muita coisa, só uma xícara de chocolate quente e algumas torradas com geléia. Quando terminaram o café, os faunos preparam uma bolsa pra cada um com lanches, fósforos e echarpes. Cada um também levava uma faquinha pra se defender, como Alex tinha dito sobre os gigantes, os faunos acharam que a floresta também não estaria segura.
Quando partiram o sol já estava no céu, significava que tinham perdido tempo, foram seguindo o rio Valente, até um certo ponto de onde tomaram por uma trilha ladeada de macieiras.
Quando já era meio-dia, os três avistaram sinais de fumaças no céu, o que deveria ser, como Rabocurto tinha dito, chaminés das cabanas dos moradores do Bosque da Coroa. E ele estava certo, não precisaram andar muito e logo avistaram algumas casinhas de animais falantes, e também cabanas, como a dos faunos, que serviam de casa para sátiros, fadas, enfim varias criaturas mágicas. Como não queriam perder tempo foram logo para a Grande Caverna, onde uma lebre os recepcionou:
- Pois não, no que posso ajudar?
- Viemos com o humano falar com o Rei, ele se encontra? – disse Cascoduro.
- Sim ele se encontra, mas saiba que o Rei Coroado está esperando visitas e não receberá nenhuma queixa hoje.
- Não é queixa dona lebre, é que os amigos do humano aqui chamado Alex, e a Rainha Jade estão em apuros na estrada.
- O que disse? A Rainha Jade em perigo? Entrem por favor, vou comunicar ao Rei - e lá foi a lebre dando pulinho caverna adentro.
E que caverna, quase em todos os lugares havia vasos de flores, e o chão não era de pedra e sim coberto de um grande tapete vermelho. Os três mal tiveram tempo de sentar, quando de uma grande abertura um enorme leão, de mais ou menos três metros surgiu. Seu olhar era de preocupado e ele caminhou lentamente até os três, acompanhado dos pulinhos da lebre.
- Vejo que há algo de errado com minhas visitas – disse o leão – eu esperava três humanos e uma rainha, mas só me encontro com dois faunos e um garoto, o que aconteceu?
Alex contou a história novamente, incluindo quando ele fugira, o leão não disse nada por um tempo, fechou os olhos e quando os abriu falou:
- Dona Lebre, peça que um de nossos gaviões reais venha até aqui imediatamente, e mande as aranhas trazerem minhas vestes de caça.
- Senhor, não quero me intrometer – disse a Lebre rapidamente – mas não acha que deveria mandar apenas um grupo de busca em vez de se arriscar por aí?
- Isso é uma decisão minha, agora corra e a faça o que lhe pedi – disse o leão à lebre que saiu pela entrada que a pouco o leão tinha surgido – Enquanto a vocês – disse o leão aos faunos e a Alex – viram comigo e com meu guerreiro.
- Sim senhor – respondeu Alex, pois os faunos estavam admirados com a beleza do Rei Coroado.
Eles ficaram ali por uns dez minutos, quando o gavião real apareceu, era um gavião grande, devia ter um metro, suas plumagens se mesclavam em castanho-escuro e vermelho, e seus olhos eram grandes e verdes.
- Senhor, mandou me chamar? – perguntou o gavião.
- Sim Rubi, espero que você possa nos acompanhar em um resgate.
- Claro majestade – respondeu Rubi – quem iremos resgatar?
- A nossa querida Rainha Jade, e alguns amigos.
- Certo, quando partimos – perguntou o gavião remexendo as asas com o bico dourado.
- O mais rápido possível, só estou esperando minha, olha parece que estão chegando.
Da entrada que o leão entrou e a lebre saiu apareceram duas grandes aranhas carregando um grande tecido vermelho, elas se aproximaram do rei e jogaram o tecido sobre o dorso do leão, era um tecido vermelho com bordas douradas e com um grande brasão que trazia um leão dourado.
- Agora está tudo certo, vamos? – perguntou o leão calmamente.
- Sim senhor, - respondeu Rabocurto – mas nós mesmos demoramos quase um dia pra chegar até aqui, não seria melhor levarmos comida caso aconteça algo?
- Não se preocupe meu caro fauno, vocês tomaram uma bebida que os deixarão mais rápidos que um raio, assim como eu e meu gavião.
- E eu não vou tomar Rei Coroado? – perguntou Alex curioso sobre o gosto da bebida.
- Não meu amigo, você é um humano, esta bebida é só para animais, ou seja, você não poderá tomar – a lebre veio ao encontro do grupo que já se encontrava fora da caverna, ela vinha trazendo um frasco com um liquido turquesa numa bandeja com quatro copos, que serviu a cada um dos animais que beberam em um longo gole. Quando terminaram o leão disse – Certo Alex, onde você os viu pela ultima vez?
- Nós estávamos em uma estrada de terra, e tinha muitas pedras, e um riacho.
- Certo suba em mim – disse o leão.
- Subir? No senhor? – perguntou Alex com receio.
- Não me importo amigo, só peço que não puxe meu cabelos com muita força.
Alex subiu no dorso do leão, que era muito macio, mas ele nem teve tempo de segurar porque num piscar de olhos já se encontrava na trilha da floresta, e em outro piscar viu três pessoas conhecidas na sua frente.

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