It's Not Over



Capítulo 14: It’s Not Over

Após abrir os olhos e recuperar-se da sensação desconfortável de aparatar, Gina respirou fundo e bateu à porta do apartamento em que Harry e Hermione moravam. Após alguns segundos ouviu o barulho de uma chave virando na maçaneta e então uma morena abrindo a porta. A ruiva atirou-se nela, num abraço apertado:
-Gina, o que aconteceu? –Hermione perguntou, preocupada, enquanto devolvia o abraço.
-Hermione eu posso ficar aqui com você e o Harry por um tempo, por favor?
-Claro que pode. –respondeu gentilmente, pegando a mala dela -Entre.
Quando as duas sentaram-se no sofá um Harry Potter só de shorts saiu do quarto, perguntou:
-Amor, quem era? –e então viu a Weasley –Gina? O que você faz por aqui?
-É, eu também gostaria de saber o que a trouxe aqui. – Hermione disse, olhando para o namorado.
A ruiva olhou de um para o outro e respirou fundo:
-Eu briguei com meus pais e saí de casa. Então vim para cá, foi o único lugar que consegui pensar.
-Hum… -Harry fez –Mas por que vocês brigaram?
Gina ficou vermelha:
-Bem…é que…Hoje teve um problema no Ministério que fez o elevador parar.
-Ah é, queda no sistema mágico. –Harry falou –Mas o que isso tem a ver? –indagou, curioso.
-Eu fiquei presa no elevador...com o Draco. Acontece que a gente...
-Se agarraram dentro do elevador? –Harry sugeriu, segurando-se para não rir e levou uma cotovelada de Hermione –Que foi, Mi? Eu não tenho culpa que eles não resistem a um elevador?
A morena forçou-se a permanecer séria:
-Vocês se beijaram, Gi?
A ruiva balançou a cabeça afirmativamente:
-Eu ainda amo o Draco, Mione.
-Então por que vocês não voltam?
-Eu simplesmente não consigo perdoá-lo. É horrível. Uma parte de mim diz o meu lugar é ao lado dele e a outra diz que o que ele fez é imperdoável e eu só vou sofrer se perdoá-lo. Dói fisicamente até. Eu não sei o que fazer. O meu pai acabou por ficar sabendo do que aconteceu no elevador e a gente discutiu. Posso ficar aqui?
-Claro. –o casal disse ao mesmo tempo.
-Mas eu não quero que contem a ninguém que eu estou aqui. Ninguém pode saber, fui clara?
-As pessoas vão ficar preocupadas, Gina. –Harry comentou.
-É suficiente que me vejam no Ministério para saber que estou bem.
-Tem certeza? –Hermione perguntou e a ruiva fez que sim –Bem, se é assim que você quer...
-Mas tem uma coisa, Gina. Nós só temos um quarto com uma cama de casal. Mas se você quiser dormir lá com a Mione, eu posso dormir no sofá.
-Não, de maneira alguma. Eu não quero incomodar. Eu posso perfeitamente dormir no sofá. Sério mesmo e não vou aceitar contestações. Vocês já estão sendo gentis o suficiente.
O apartamento em que Harry e Hermione moravam ficava num prédio de três andares na Londres trouxa. Possuía um quarto, banheiro, cozinha e lavanderia, mas era confortável.
Harry pediu 2 pizzas e uma garrafa de refrigerante pelo telefone e os três tiveram uma refeição agradável com conversas do tempo em que estudavam em Hogwarts. Logo depois foram dormir.
Gina ficou um bom tempo acordada pensando nos beijos de Draco e sentiu uma dor no peito ao pensar nisso. Respirou profundamente, tentando amenizar a sensação dolorida. Fechou os olhos e seus pensamentos foram vagando para outras coisas e antes que ela adormecesse a dor já havia sumido.

***

Arthur Weasley havia acabado de sair batendo a porta da sala de Draco. O loiro afundou na cadeira. Perdeu a conta de quantas coisas como “falta de decência”, “nenhuma moral”, “falta de respeito”, “péssimo controle de impulsos” fora obrigado a ouvir.
“Mas ele é o chefe e é meu sogro. O que eu posso fazer?” bufou, levantando-se e dirigindo-se até a porta “Eu preciso falar com a Virgínia.” E saiu de sua sala.
Quando entrou no Quartel General dos Aurores, todos o olharam e vários disseram bom dia. O loiro apenas cumprimentava com um aceno de cabeça. Decididamente começar o dia com uma bronca do Ministro da Magia não era começar bem o dia. Assim que chegou em frente à escrivaninha da ruiva, pigarreou e ela lançou a ele um olhar cansado. Draco podia visualizar olheiras. Não que ele estivesse com a aparência perfeita, já que os cabelos estavam desalinhados, ele também possuía olheiras e a barba estava por fazer.
-Virgínia, o seu pai me disse que você saiu da Toca.
-Sim, é verdade. –deu de ombros e voltou-se para os papéis que estavam espalhados por sua mesa, começando a arrumá-los.
-Se isso te consola, eu também levei a maior bronca dele por causa do que aconteceu no elevador.
A ruiva voltou os olhos para ele e parecia brava:
-Mas ele fez eu me sentir uma prostituta, Draco Malfoy. Eu me descontrolei e acabei contando tudo. Entenda-se o que o Simas fez. Não podia ficar mais naquela casa.
Draco colocou a mão por cima da de Gina e ao sentir o calor da mão dele, os olhos de Gina suavizaram, mas então ela sentiu uma espécie de choque e afastou sua mão.
-Eu sinto muito que o seu pai fez você se sentir um lixo. Aliás, ele fez com que eu me sentisse muito mal também. Talvez seja a maneira com que ele disse. Mas no fundo nós apenas estávamos errados por ter uns amassos num local de trabalho. Nós ainda somos marido e mulher e eu um Malfoy e sonserino fui capaz de te perdoar. Por que é que você não pode?
Ela enterrou o rosto nas mãos, sentindo o mundo girar:
-Draco, por favor. Eu não quero falar sobre isso agora.
-Virgínia, você está bem? –ele perguntou, preocupado.
-Sim, apenas estou com uma leve tontura.
-Hum. –ele murmurou –Então me diga para onde você foi. Eu poderia passar lá mais tarde e nós conversaríamos sobre isso.
-Não, Draco. Eu não vou contar a você nem a ninguém onde estou.
-Mas, Gina...
-Sem nenhum mas, Draco. Agora por favor, eu prefiro que você saia daqui ou eu não vou conseguir me concentrar no meu trabalho.
Ele olhou-a seriamente:
-Por que você me trata assim, Virginia? Eu sou seu marido e te amo, mas um dia tudo cansa, sabia? Então quando você perceber a burrada que está fazendo pode ser tarde demais. –foi a última coisa que ele disse antes de ir embora, não vendo a lágrima solitária que rolou pelo rosto da ruiva.
Draco voltou desolado para sua sala, começava a achar que ela não o amava mais. Trabalhou com afinco, mas por muitas vezes lembrava-se da mulher e era como uma facada em seu coração. Ao aparatar na Mansão Malfoy, Narcisa o esperava:
-Olá, mãe. Teve um bom dia? –perguntou dando um beijo na bochecha pálida da loira.
-Foi normal. Mas você não parece ter tido um bom dia. O que aconteceu, Draco?
-Mãe, eu não sei se a Gina me ama. –falou tristemente e mesmo que seu tom não tivesse sido assim, Narcisa saberia o que se passava com ele.
Não adiantava Draco erguer um muro, sua mãe conseguia enxergar através dele. Vendo o estado do filho, Cissy abraçou-o:
-Oh, Draco. A mamãe odeia te ver assim. Aquela Gina Weasley é muito abusada. Eu não vejo você dar um sorriso verdadeiro desde que vocês saíram daqui para a lua-de-mel. Eu tenho que falar com ela e chamá-la à realidade.
-Mãe, não vai funcionar. Além do mais, ela não está mais na Toca e não quis me dizer onde está hospedada. –o loiro explicou.
-Até parece que você não me conhece, Draco. Eu vou descobrir onde ela está e ela vai me ouvir ou não me chamo Narcisa Malfoy. –falou seriamente, fazendo balançar a longa e elegante trança loira em seu cabelo.
Draco deu um ligeiro sorriso:
-Obrigado, mãe. Mas então, será que quando você descobrir eu posso ir junto? –perguntou, fazendo cara de cão abandonado.
-Nem adianta usar essa expressão comigo, Draco Malfoy. Eu irei sozinha e terei uma conversa de mulher para mulher com a Virgínia. Mas você pode me dar alguma coisa para levar para ela e eu entrego se você quiser.
O loiro respirou profundamente vendo que seria algo improdutivo tentar convencê-la a levá-lo junto:
-Ok então. Eu vou escrever algo. Quem sabe ajude a amolecer aquele coração de pedra dela.
Cissy sorriu ao ver o filho dirigir-se para o escritório um pouco mais animado.
Draco sentou-se à escrivaninha e apanhou um papel, uma pena e um tinteiro. Ficou um tempo pensando no que escrever, até que teve a idéia de colocar a letra de uma música na carta, a qual tinha ouvido outro dia enquanto conversava –afogava as mágoas em drinques - com Daniel num pub.

“Querida Virgínia,

Depois de tudo o que vivemos, eu simplesmente não posso acreditar que não haja mais amor. As nossas alianças não saem dos nossos dedos e é a maior prova. Então por que você insiste nesse jogo? Está fazendo com que nós dois soframos. Eu sei que não sou perfeito e que você também não é, mas eu te aceitei com os seus defeitos e você com os meus. No entanto, desde que te conheci eu tentei melhorar para me tornar digno de você. Foi uma decepção e tanto quando você me contou sobre o Finnigan...Mas eu te perdoei. Não por algum altruísmo ou outro sentimento nobre. Ainda sou um sonserino...Perdoei por mim mesmo. Perdoei porque eu preciso de você e se me deixasse levar essa vez por meu orgulho, a minha vida seria normal, como era antes. Mas eu não quero uma vida normal. Eu quero uma vida em que eu acorde todos os dias ao seu lado. Uma vida em que eu faça você sorrir e quando fizer chorar, limpe suas lágrimas. Uma vida em que eu tenha que agüentar as suas variações de humor na TPM e as nossas brigas, mas tendo a certeza de que as reconciliações serão perfeitas e que tudo valeu a pena. Eu vi arrependimento e tristeza nos seus olhos. Posso sentir que você também não está satisfeita com essa situação. Eu sei que você é teimosa, Virgínia. Mas essa situação já foi longe demais e isso é muito estranho. Há alguma coisa errada no meio de tudo isso, só não sei o que é. Por mais cabeça-dura que você seja, você não ficaria tanto tempo brigada comigo. Não que eu tenha sido um anjo que merecesse o seu perdão no primeiro segundo...Mas eu quero que você entenda que nós juramos por duas vezes que iríamos nos respeitar e nos amar até que a morte nos separasse. Juramos perante Deus, Merlin e a sociedade. É algo magnânimo e que não foi feito sem pensar, certo? Quero que você reflita sobre tudo isso e espero que consiga enxergar que merecemos uma segunda chance de sermos felizes juntos. Agora abaixo vai uma coisa a mais pra te fazer pensar, é a letra de uma música que acho que combina com o momento que estamos vivendo.

Shania Twain - Don't
Don't! Don't you wish we'd tried?
Do you feel what I feel inside?
You know our love is stronger than pride
No! Don't let your anger grow
Just tell me what you need me to know
Please talk to me -- don't close the door

Cause' I wanna hear you,
Wanna be near you

Chorus:
Don't fight! Don't argue you!
Give me the chance to say that I'm sorry
Just let me love you
Don't turn me away -- Don't tell me to go

Don't! Don't give up on trust
Don't give up on me -- on us
If we could just hold on long enough

We can do it!
We'll get through it!

Repeat Chorus

Don't pretend that it's okay
Things won't get better that way
Don't do something you might regret someday
Don't!

Com amor, Draco”

“Acho que ficou boa.” O loiro pensou, dobrando cuidadosa e meticulosamente o pergaminho.
Em seguida ele pensou em um dos botões de rosas vermelhas do jardim da mansão e conjurou-o. Depois fez um feitiço convocatório para trazer do seu quarto uma caixa de bombons com licor, da mesma marca daqueles que havia provado com Gina enquanto eles eram fugitivos.
Suspirou. Aqueles bombons lhe traziam agridoces recordações...

***Flashback***

Estavam hospedados em um pequeno motel em Chicago. Comeram de almoço no próprio quarto bombons de licor e beberam água de coco.
O loiro estava sentado na cama, Gina levou a caixa de bombons e lhe ofereceu um. Para a surpresa dela, ele pegou o chocolate com a boca (diretamente dos dedos dela). Os dedos de Gina haviam ficado lambuzados de chocolate e ele os lambeu. Gina tremeu involuntariamente:
-A babá tem que dar chocolate na boca da criancinha, é? –perguntou caçoando e Draco fez que sim –Pois vai ficar sem chocolate, como eu. –falou e colocou um bombom inteiro na boca de uma só vez.
O Malfoy sentiu como se alguma força maior o tivesse possuído e o que fez em seguida foi automático e impensado:
-Ah, é? –perguntou e juntou seus lábios aos de Gina.
Puxou-a pra mais perto pela cintura e forçou-a a abrir os lábios com a própria língua.
“O que é que ele ta fazendo?” Gina perguntou-se e logo depois entendeu que ele queria o bombom que estava em sua boca.
Quando ele roubou o chocolate dela, Gina descolou seus lábios dos dele:
-Isso não é justo. –falou se desvencilhando de Draco –Tome esses. –disse jogando alguns pra ele e saindo da cama.
Draco então comeu os bombons que Gina havia jogado e ela os que havia sobrado na caixa.
-Vou pegar uma caixinha de água de coco. Quer uma?
-Quero.
Gina pegou no frigobar e levou pra ele. Draco aproveitou a oportunidade para puxar a Weasley pra cama:
-Fica aqui. –disse e pegou uma das caixinhas.
Beberam em silêncio e, ao terminar, colocaram as caixinhas vazias nos criados-mudos. Ficaram calados por um bom tempo.
Draco agüentou o quanto pôde, mas então a misteriosa força o “possuiu” novamente e ele levantou Gina pela cintura e a fez se sentar em seu colo. A ruiva ficou bem encabulada:
-Pare de brincar comigo, Draco.
-Eu sinto algo por você, Virgínia. –falou antes que se arrependesse.
-Sim, você se sente atraído por mim. Qual é a novidade nisso?
-Não é tão simples assim, eu ano consigo parar de pensar em você.
Gina ficou mais vermelha do que pensou que poderia:
-Lógico, você quer o meu corpo e eu nego.
Draco fitou profundamente os olhos castanhos de Gina, ela estava vermelha e seu rosto tinha uma expressão tristonha. Ele então colocou uma mecha de cabelo ruivo atrás das orelhas dela e beijou-a. De inicio delicadamente, esperando que ela correspondesse e quando isso aconteceu, o beijo tornou-se sôfrego, desesperado.
O loiro sentiu um pouco de líquido quente em seu rosto e depois o beijo ficou salgado:
-Por que está chorando, Gina? –ele perguntou limpando as lágrimas que escorriam pelo rosto dela.
A Weasley não respondeu.
-Fale pra mim. O que é que você sente quando a gente se beija? O seu coração acelera? Você se sente perdida? É como se o seu corpo virasse uma gelatina?
-É. Como você sabe de tudo isso?
-Porque é assim que eu me sinto. –Draco respondeu e viu Gina sorrir antes de beijá-lo.
“Ótimo,Gina. Você definitivamente ficou louca. Droga! O beijo dele é uma droga pior que cocaína. Me tira da realidade e é altamente viciante”’ Pensou, passando seus braços por trás do pescoço dele.
Draco estava adorando poder sentir de perto mais uma vez o perfume do corpo e dos cabelos de Gina. Puxou-a para perto, tinha urgência em manter o corpo dela apertado em seus braços. Não conseguia entender como aquela ruiva conseguia mexer tanto com ele. Travava uma luta interna consigo mesmo.
“Eu odeio gostar tanto de beijá-la, mas odiaria mais se não o estivesse fazendo. Isso é doentio! Como posso querer tanto alguém que odeio?”
Gina parou o beijo e lançou para Draco o olhar mais angelical que pôde.
-Me perdoa? –perguntou com um sorriso vacilante.
-Não e antecipando, a história do contrato continua.
-Ah, como você é mau, Draco. –reclamou fazendo-se de indignada e ele sorriu –Será que vou ter que implorar que você me desculpe até o dia da minha morte?
-Deixe-me pensar. –o loiro falou fazendo-se de pensativo –Acho que sim.
Seu chato! –falou saindo do colo de Draco, mas ele não deixou.
-Aonde a ruivinha pensa que vai?
-Deixe-me sair. Fiquei brava, não quero mais falar com você.
-Sem problemas, o seu 2° desejo será atendido. –falou colocando sua boca na dela.
Após mais um beijo ardente, Gina reclamou:
-Golpe baixo. Me deixa em paz! Você não vai mesmo me perdoar por ter te enganado, vai?
Ele suspirou:
-Depende...
-Do quê? –perguntou desconfiada.
-Do que eu vou ganhar com isso... –respondeu sugestivamente.
-Ótimo. –falou e viu Draco sorrir satisfeito –Vai esperar sentado. –ela acrescentou e o sorriso do loiro sumiu como num passe de mágica.
-Você vai arder nas chamas do inferno, Virgínia. É uma enorme maldade o que está fazendo comigo!
Gina riu com vontade antes de responder:
-Se eu vou pro inferno, você nem se fala. Quem costuma fazer as maldades por aqui é você.
Draco fechou a cara momentaneamente e depois colocou a expressão mais inocente que conseguiu em seu rosto.
-Você não confia em mim?
A ruiva controlou-se para não rir novamente:
Falo a verdade ou continuamos sem brigar?
O loiro não deixou sua expressão angelical se abalar.
-Você não fala a sério...O que eu fiz de mal pra você?
-Que cinismo! Agora você passou dos limites da hipocrisia. Quer que eu enumere as coisas vis que fez pra mim?
Ela saiu do colo dele e se levantou da cama com um nível médio de irritação.
-Pense na chance que está perdendo. Você ainda vai se arrepender.
O nível de irritação da Weasley subiu consideravelmente.
“Que ódio! Como alguém pode ser tão egocêntrico?”
-Não, acho que não vou me arrepender. Por que eu me arrependeria de não fazer parte da lista de mulheres que você já levou pra cama?
-Porque você quer, Virgínia. Não sei porque ainda se dá ao trabalho de negar.
-Quem é você pra dizer o que quero? EU NÃO QUERO! –a ruiva respondeu firmemente, apesar de saber que era mentira.
Os dois ficaram calados se encarando, os olhares firmes e decididos tentando achar o menor sinal de fraqueza.
Draco continuava com a idéia “Eu odeio a Weasley, mas a quero a todo custo”. Na sua opinião era apenas mais uma de suas vontades a ser satisfeita, por isso deixou o ódio um pouco de lado para insistir na realização de seu desejo.
“Se eu não fosse um Malfoy e condicionado como um, não sei o que já poderia ter feito com ela...Eu fico 24 horas perto da Weasley, é tentação demais!” era o que pensara por várias vezes.
Gina ficava vermelha e envergonhada só de pensar se Draco lesse alguns de seus pensamentos sobre ele. Há pouco tempo, percebera que queria Draco. E como o queria... O que Gina não se permitia fazer com o loiro a atormentava em sonhos cada vez mais picantes. Sonhos esses que ela morria de vergonha ao constatar que queria que fossem reais.
Cada segundo era pra ela um teste de autocontrole e como todo ser humano normal, Gina falhava de vez em quando e ocasionalmente custava-lhe mais retomar o controle da situação.
Mas se Gina queria tanto Draco, por que não ceder de uma vez? Bem, a ruiva não sabia o que sentia por ele e não queria se precipitar para não se arrepender posteriormente.
“Ele só quer me provar e depois voltará a me tratar como lixo. Eu quero transar com o Draco, mas e se eu me apaixonar por ele depois? Só vou sofrer, não posso correr esse risco.” Ela pensava freqüentemente.
Gina quebrou o silêncio:
-Hum...Draco. V-você sente algo acontecendo entre nós?
Ele mostrou-se surpreso:
-Algo?
-É, algo...Apenas algo.
Draco coçou a cabeça, pensativo:
-Bem,é...sinto algo. Acho que temos uma química muito forte.
Isso era tudo o que Gina precisava ouvir para chegar a uma conclusão. Se até Draco admitia existir algo entre eles, então era porque a situação era crítica e tinha atingido o seu nível máximo de periculosidade.
Gina decidiu afastar o perigo e a tentação de si, continuaria a busca pelo elixir sozinha. Iria embora na calada da noite, enquanto Draco estivesse dormindo:
-Por que pergunta isso?
A ruiva suspirou e sentou-se na beirada da cama:
-Nossa relação é confusa, não acha? Numa hora estamos despejando ofensas um em cima do outro e em outro estamos...
-Aos beijos. –Draco completou –É realmente coisa de maluco...Mas gostaria de voltar a 2ª parte da esquisitice?
Gina fez que não com o dedo indicador:
-Está muito beijoqueiro hoje, Sr. Draco.
-Devo estar doente, a minha boca está implorando pela sua em vez de xingar. Parece uma urgência instintiva, nunca me senti tão esquisito.
Gina olhou pela janela.
“Ele não pode ter lido o meu pensamento, estaria furioso se soubesse o que estou planejando. Mas já que vou embora, não tem nada demais aproveitar enquanto posso.”
A ruiva suspirou e sentou-se ao lado dele na cama, com as costas apoiadas na cabeceira da cama:
-Devo dizer que angariou a minha simpatia com o seu comentário, Sr. Malfoy. –falou se fazendo de enfermeira e checando a temperatura dele –Recomendo uma overdose de medicamentos.
-Demorou, vou cumpri direitinho essa receita, enfermeira Weasley. –falou roçando seus lábios nos de Gina.
-Quando é que vai deixar de tomar ¼ dos comprimidos em vez de um?
-O quê? –o loiro perguntou confuso.
-Quando é que vai parar de fingir que estar me beijando e me beijar de verdade, Draco? –Gina perguntou se fazendo de indignada.
-A enfermeira manda e o paciente obedece.
Draco enlaçou-a bem apertado e iniciou um beijo ávido. Nenhum dos dois saberia dizer quanto tempo o beijo durou, as únicas coisas que sabiam era que era bom (muito bom!) e queriam continuar assim. Gina havia se encostado na cabeceira para ter apoio e assim evitar que Draco a deitasse na cama, mas mesmo assim ele conseguiu. O loiro já tentava tirar a blusa dela, quando foi parado:
-Olhe a mão boba, Draco. Não te dei essa liberdade. –a Weasley falou saindo de debaixo dele.
O Malfoy sentou-se novamente na cama, dessa vez mortalmente sério:
-Ok. Deus venceu! Será que ele não já me torturou o suficiente? –Draco falou em voz alta.
-Tadinho do Draquinho, está todo enfezadinho. –Gina o provocou.
-Me deixa em paz, Weasley. A culpa é sua!
Ela deu de ombros:
-Não tenho culpa se você não quer respeitar as regras do jogo.
-Regras? Servem apenas para serem burladas de um modo ou de outro.
-Esse é o seu problema. Você nunca aprendeu o que é seguir regras. Essa é a diferença básica entre nós dois, eu faço o que é certo e você, o que é mais fácil.
-O que o fato de eu querer... –ele começou, mas Gina o interrompeu.
-Tudo. Eu tenho uma regra e você não entende o que isso quer dizer, apenas fica tentado quebrá-la incessantemente. Não é assim que funciona comigo. Se você quer me levar pra cama, terá que se adaptar as regras...
Dessa vez foi Draco que a interrompeu:
-E quais são as regras?
-Não adianta que eu diga, nunca passará por elas.
-Quais são? –ele insistiu.
“Poxa vida! Ele quer tanto assim?” pensou e respirou pesadamente antes de responder.
-Está bem. Você sabe que eu sou virgem e não iria pra cama com qualquer um...
-Está me incluindo nesse “Qualquer um”? –perguntou totalmente indignado com as palavras de Gina.
-Não é isso. O que eu quero dizer... –corou e deu pausa –É que é especial pra mim, não quero que seja uma ação movida apenas por atração e...
-E o quê?
-Tem que ser alguém que goste de mim. –disse e suspirou –Alguém que goste de mim e não apenas do meu corpo. Alguém que não vá me tratar como um lixo depois de me possuir por inteira, alguém que não me faça sofrer e sinto muito Draco Malfoy, mas você não preenche nenhum dos requisitos.
Draco ficou paralisado. Aquela chuva de palavras o havia pego de surpresa. Fora como um tapa na cara misturado com pedras de gelo no estômago. O Malfoy abria e fechava a boca tentando responder à altura, mas não conseguia nem balbuciar.
Gina percebendo o quanto tinha desconcertado, paralisado, embaraçado, e “quebrado” o loiro moral e psicologicamente de todas as maneiras, resolveu explicar-se:
-Me desculpe, Draco. Eu acho que fui dura demais, mas você insistiu em saber...
Ele recobrou a fala e a interrompeu secamente:
-Não fale mais nada, Weasley! Acha que ainda não me humilhou o bastante?
-Eu não te humilhei! –Gina se defendeu.
-E o que significa dizer que não vai pra cama comigo nem amarrada?
-Eu não disse isso!
-Não com essas palavras, mas foi isso que quis dizer. Eu sei quando uma mulher quer dar um fora em um homem.
-Eu não quero te dar um fora! –exclamou automaticamente, sem nem pensar –Apenas quero que entenda que eu não sou uma qualquer e você não pode me tratar como se fosse.
-EU SEI QUE VOCÊ NÃO É UMA QUALQUER! –Draco gritou e Gina tentou interromper, mas Draco continuou falando –Sei que é diferente de todas as mulheres que já conheci. Você disse que não quer me dar um fora. Então o que você quer? –Gina novamente tentou falar, mas sem sucesso –EU NÃO TE ENTENDO! COMO É QUE...
-EU NÃO QUERO SOFRER! –Ela gritou o mais alto que pôde e então Draco parou para escutá-la –Você mesmo disse que não está apaixonado, não quero correr o risco de me apaixonar por você se nunca irá me corresponder. –falou e virou-se.
Ela ia começar a andar, quando Draco a segurou pelo braço:
-Espere, Weasley...
-Não, Malfoy! Nada do que você disser me deixará mais feliz. –o cortou, soltando-se e indo até o banheiro.
Gina fechou a porta na cara de Draco. Ele tentou abrir, mas ela havia trancado. Ele então esmurrou a porta:
-Droga! Abra essa porta, Weasley!
-NÃO! –Gina gritou categoricamente do outro lado.
-CARALHO! ABRE LOGO A PORRA DESSA PORTA, WEASLEY! EU QUERO FALAR COM VOCÊ!
-Você pode falar daí. Eu vou ouvir, há apenas uma porta entre nós!
-MAS EU QUERO CONVERSAR OLHANDO NOS SEUS OLHOS!
Gina não respondeu e sentou-se no chão gelado do banheiro, com as costas contra a porta:
-Ótimo, Weasley! Você não pode ficar aí dentro pra sempre e quando sair, vai me explicar umas coisas, quer queira quer não. –ela ouviu o Malfoy dizer com a voz letalmente calma.”
***Fim do Flashback***
A voz de Narcisa ao entrar no escritório tirou o loiro de seus pensamentos:
-Eu estou indo, Draco. Já escreveu o que disse que escreveria?
-Sim, eu escrevi. E será que a pode entregar também essa rosa e essa caixa de bombons?
-Hum, claro que sim. Você caprichou, hein, filho? –ela olhou-o com uma expressão maternal.
-Sim. –ele concordou –E mãe... Como você descobriu tão rápido o paradeiro dela?
-Uma lareira e os contatos certos fazem verdadeiros milagres. –ela sorriu e piscou um olho.
-Suponho que não vá me dizer onde ela está. –Draco comentou, pois conhecendo Narcisa ela já teria falado se quisesse que ele soubesse.
-Não, não vou dizer. Pelo menos não agora. Mas confie em mim.
Draco respirou profundamente:
-Ok. –e pegou as duas mãos dela nas suas –Obrigado.
-De nada. –ela respondeu, fazendo carinho nos cabelos dele e com uma expressão entre orgulhosa e saudosa de “Como meu menino cresceu!” –Agora saia desse escritório e vá jantar. Pensa que não percebi que nesses últimos tempos parece ter adotado a idéia de que brisa alimenta? Você emagreceu. Quer ficar cadavérico e anêmico? Vá comer agora mesmo, que eu já mandei os elfos colocarem a mesa e eu vou saber se você não tiver comido direito. Entendeu?
Draco riu ao ouvir o tom doce de Narcisa mudar para autoritário tão rapidamente, mas fez cara de bom menino ao responder:
-Já estou indo, mãe. Prometo que vou comer direitinho.
-Bom mesmo. –ela respondeu, praticamente arrastando o filho para fora do escritório.
***
Era noite e Virgínia estava sozinha no apartamento. Harry e Hermione resolveram ter um encontro romântico de repente e ela ficara. Decerto achara estranho, mas acabou por pensar que talvez finalmente ele pedisse a amiga em casamento.
Estava sentada no sofá, assistindo televisão, quando ouviu a som da campainha.
“Quem será a essa hora?” perguntou-se, enquanto dirigia-se para a porta.
Colocou a varinha no bolso da calça que vestia e tinha a mão perto dela caso precisasse. Com a outra mão abriu a porta. Ao ver a loira Malfoy, arregalou os olhos e não pôde deixar de exclamar:
-Narcisa!
-Sim, sou eu. –a mulher disse, séria, espreitando a outra com seus olhos azuis perspicazes –Não vai me convidar a entrar?
-Hum, a casa não é minha, mas claro, entre. –e ofereceu espaço.
Gina fechou a porta e dirigiu-se para a sala, sendo seguida por Narcisa. A ruiva então sentou-se no sofá e sinalizou para que a sogra o fizesse também. Ao sentar-se, a loira comentou:
-Vejo que parece surpresa em me ver.
-Bem, eu realmente não esperava. Eu pensei que o Harry e a Hermione não contariam a ninguém, eu pedi pra eles que não fazerem isso.
-Não descobri por eles. No entanto, eles foram muito gentis em deixarem que eu tivesse essa conversa à sós com você.
A ruiva engoliu em seco:
-Conversa? –perguntou, nervosa.
-Sim. Eu pensei ter sido clara o suficiente quando disse que cuidasse bem do meu filho. Você não está cumprindo isso. –disse num tom severo.
-Mas o seu querido filho não é nenhum santo... –ela tentou defender-se.
-Eu sei. –Narcisa cortou-a –Não estou dizendo que o Draco não fez nada de errado. Mas eu sei da história, Virginia. Ele me contou. –e a ruiva ruborizou –Eu não estou e julgando por ter dormido com outro. O Draco me disse que você estava bêbada e está arrependida.
-Sim. Se ainda houvesse vira-tempos, eu voltaria e desfaria. Me sinto péssima toda vez que lembro disso. –falou, olhando para os próprios pés.
-E eu acredito em você. Mas por que você não dá uma segunda chance ao casamento de vocês? O Draco já está começando a se perguntar se você realmente o ama ou já amou ao menos.
-Eu amo! –ela exclamou com indignação como um arco reflexo –Mas é complicado. Eu não sei explicar. É horrível ficar longe dele, mas quando eu estou perto ou penso nele eu me sinto mal. Parece haver duas vozes em mim: Uma diz para voltar com o Draco e a outra diz que não devo fazer isso. E as duas estão travando uma batalha feroz entre si. Assim que me sinto, estou muito confusa. Mas eu tenho certeza de que amo o Draco.
A loira suspirou:
-Gina, o Draco também te ama. Ele sente muito a sua falta. Nem sei quanto já emagreceu e eu tenho que quase que obrigá-lo a comer. Aqueles sorrisos iluminados que ele tinha era graças a você. Ele está se tornando um espectro do que era. Me pergunto quanto falta para que isso atinja o desempenho profissional dele. Você está destruindo a vida do Draco. –falou e para deixar o valor daquelas palavras atingir a ruiva, fez uma pausa antes de continuar -Veja o que ele te mandou. –e entregou à nora a carta, a caixa de bombons e a rosa.
Os olhos da ruiva ficaram marejados ao reconhecer que aquela embalagem de bombons era igual a do dia em que Draco admitira que sentia por ela mais que atração. Então abriu a carta e começou a lê-la, imaginando a voz de Draco a lhe dizer àquelas palavras. Agora as lágrimas decididamente escorriam por seu rosto. Seu coração batia tão depressa e forte que doía em seu peito, sua respiração parecia difícil:
-Cissy, por favor, água. –foi o que a ruiva conseguiu dizer.
Com uma expressão preocupada, Narcisa com sua varinha rapidamente arrumou um copo com água. Gina bebeu a água a loira perguntou:
-Você está bem?
-Sim. Acho que apenas estou cansada, preciso dormir. –respondeu, aparentando estar melhor.
Narcisa levantou-se:
-Tem certeza mesmo de que está bem? –e Gina fez que sim –Então eu vou indo e vou deixar que você descanse. Mas antes quero que me prometa que vai pensar nas coisas que eu te disse.
-Sim, eu vou pensar. –a ruiva prometeu.
A loira abraçou a nora:
-Ele te ama de verdade, viu? E assim como ele, eu faço muito gosto de que você tenha entrado para a família. –e deu um beijo no rosto dela –Até, Gina. –saiu andando a passos rápidos.
“E eu nem tive tempo de pedir que ela não contasse ao Draco onde estou...”
***
Dia seguinte, 8h da noite
-Como estou? –Draco perguntou a Daniel, enquanto encarava-se no espelho.
-Bem. – moreno respondeu –Mas Draco, tem certeza que você quer mesmo fazer isso?
O loiro deu as costas ao espelho:
-Hum...Se isso me trouxer a Gina de volta, eu tenho certeza.
Daniel sorriu:
-Sabe naquela vez no hotel em Roma que eu e a Gina estávamos dançando e quando iríamos nos beijar e você interrompeu? –perguntou e o loiro fez que sim –Eu percebi que você já estava interessado nela e de propósito dei um selinho nela na sua frente.
-Eu sabia! –Draco estreitou os olhos ameaçadoramente.
-Calma, Draco. –Daniel disse ao ver o loiro com cara de poucos amigos –A minha ruiva é outra. –respondeu, referindo-se à Gabrielle Linnet.
-Bom mesmo, Di Capizio.
O moreno bufou e focou seus olhos azuis nos cinzentos de Draco:
-Como você é ciumento. Então melhor eu nem te contar como me despedi da Gina quando ela foi embora do hotel.
-E nem precisa. De qualquer forma, ela me contou que vocês se beijaram. –relatou –Mas então, como eu estou?
O moreno revirou os olhos:
-Draco, você já me fez essa pergunta e eu já respondi. Não é possível que esteja com amnésia. –reclamou.
-Aff, amnésia não. Mas eu estou nervoso...Por que eu ainda ouço essas suas idéias malucas?
-Eu não te obriguei a aceitar. Foi você quem quis. –defendeu-se.
-Mas você disse que a Gabi garantiu que a Gina ficaria encantada com algo assim.
-Sim. –Daniel confirmou –A Gina vai se derreter, Draco. Vai fundo. –e então entregou um violão para o Malfoy –Já enfeitiçou o instrumento, não é?
-Sim, claro. – Draco respondeu –Agora acho melhor eu ir de uma vez, antes que eu descubra que é mico demais para um Malfoy.
Daniel riu:
-Boa sorte, Draco. –e deu um leve abraço nele com alguns tapinhas amigáveis nas costas.
-Obrigado. –o loiro murmurou antes de aparatar.
Pelo endereço que Narcisa tinha fornecido a ele, Draco teria que andar algumas quadras até achar o prédio certo. Após percorrido o percurso, deu graças a Deus pelo lugar estar vazio. Ele então fez um feitiço sonorus para que sua voz ficasse ampliada como se ele estivesse falando em um microfone. Então deu um toque de varinha no violão, antes de guardá-la e fingiu tocar, caso algum trouxa aparecesse. Mas a verdade era que o violão estava enfeitiçado para tocar as notas da música sozinho. Então o loiro respirou fundo quando chegou a hora de cantar:
I was blown away what could I say
It all seemed to make sense
You've taken away everything
And I can't do without
I try to see the good in life
But good things in life are hard to find
Draco tinha uma bela voz, mas por não estar habituado a cantar, desafinava perceptivelmente em algumas partes. Janelas começaram a abrir-se e pessoas colocavam a cabeça para fora para observar quem era o louco que estava fazendo uma espécie de serenata de amor. Malfoy sentiu suas bochechas esquentarem ao sentir-se observado, porém continuou. O objeto desse feito incomum que ele fazia, não havia se mostrado ainda.
(Chorus)
Blow it away, Blow it away
Can we make this something good
Well I tried to do it right this time around
Let's start over
I tried to do it right this time around
It’s not over
There's a part of me that's dead and in the ground
This love is killing me, but you're the only one
It’s not over
(Chorus)
Agora as pessoas que passavam numa rua próxima tinham sido atraídas pela canção e estavam em volta dele. Draco fingia não ouvir o que elas diziam, tanto as críticas quanto as aprovações, enquanto rezava internamente para que aquilo funcionasse.
Taken all I could take and I cannot wait
Were wasting to much time
Being strong holding on
Can’t let it bring us down
My life with you means everything
So I won't give up that easily
O loiro perguntava-se onde estava Gina que ainda não tinha aparecido na janela ou se ela o estava evitando deliberadamente. Aquela era a última tentativa que ele fazia de tentar chamá-la à razão. Se não desse certo, não sabia o que poderia dar. Estava pagando um enorme mico por amor a uma Weasley, que virara Malfoy, mas ainda assim uma Weasley. Se dissessem isso a ele dois anos antes, a pessoa teria uma morte extremamente dolorosa por ter tal pensamento absurdo.
Quando viu uma cabeça ruiva emergir da única janela em que antes não havia ninguém, ele sorriu e começou a cantar com mais vontade.
***
Gina já estava de pijamas e assistia à televisão com Harry e Hermione. Começou a ouvir uma música cantada por alguém e instantaneamente lembrou-se de Draco, o que intensificou sua dor-de-cabeça que tinha desde o dia anterior. A música continuou e ela perguntou aos amigos:
-Gente, de onde será que vem essa música?
Harry deu de ombros e Hermione disse:
-Não sei. Que estranho. –e fez cara de pensativa.
Então ouviram alguém gritar do corredor que dava acesso à porta dos apartamentos:
-Jane, vem ver que romântico! Tem um cara lá fora cantando!
O coração da ruiva disparou e agora ela reparava melhor na voz, parecia ser de Draco:
-Oh meu Deus! Será que é o Draco?
-O Malfoy? Fazendo uma coisa tão piegas quanto isso? –Harry disse ironicamente –Mas nem no dia em que Voldemort ressuscitar entregando balinhas vestido de mulher.
-Humf. –Hermione bufou –Achei que o meu noivo não fosse tão anti-romântico. –e lançou um olhar fulminante para ele.
Sim, Gina estivera certa. Na noite anterior, Harry aproveitara o jantar para pedir Hermione em casamento.
-Devo estar imaginando coisas, o Draco nunca faria algo assim por mim... –ela afundou no sofá.
-Nunca saberemos se não checarmos. –Hermione levantou-se do sofá com um sorriso, dirigindo-se à janela e abrindo a cortina apenas o suficiente para espiar –GINA! Corre aqui, Gina! Acho que é mesmo o Draco!
-Não acredito! –a ruiva arregalou os olhos, levantando-se de um salto e correndo até onde a amiga estava.
-É Harry, cadê Voldemort travestido com as balinhas? –ela tirou sarro do noivo.
Gina escancarou as cortinas e abriu a janela, debruçando-se nela. Sorriu ao vê-lo olhando para si enquanto cantava.
(Chorus)
Blow it Away, Blow it Away
Can we make this something good
Cause its all misunderstood
Well I tried to do it right this time around
Let's start over
I tried to do it right this time around
It's not over
Cause a part of me is dead and in the ground
This love is killing me
But you're the only one
It's not over
(Chorus)
Virgínia sentia uma explosão de emoções dentro de si. Sentia falta de ar e precisava respirar profundamente para suprir a quantidade de oxigênio que seus pulmões pediam. Lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela. Se em algum momento ela tinha duvidado do amor que Draco tinha por ela, agora não duvidava mais. Ela não entendia o porquê de ainda haver dentro de si uma vozinha dizendo que ela não deveria perdoá-lo, mas de alguma forma conseguiu ignorá-la e saiu da janela.
***
Quando Draco viu que Gina saiu da janela, ficou um pouco desapontado, mas continuou cantando, na esperança de que ela aparecesse novamente na janela.
We can't let this get away
Let it out, let it out
Don't get caught up in yourself
Let it out
De repente as pessoas em volta dele começaram a falar todas de uma vez e ele não conseguia entender nada do que falavam, mas logo compreendeu. Abriram espaço e Draco pode ver Virgínia com lágrimas nos olhos, pijamas de coraçõeszinhos e parecendo cansada pelo jeito que o peito dela subia e descia enquanto ela respirava. O loiro cantou a última parte olhando diretamente nos olhos dela enquanto cantava a última parte.
(Chorus)
Let's start over
I tried to do it right this time around
It's not over
Cause a part of me is dead and in the ground
This love is killing me
But you're the only one
It's not over
Let's start over
Its not over, Oh yeah, yeah!
This love is killing me
But you're the only one
It's not over.....

Ao terminar a música, recebeu aplausos entusiásticos, ao que sorriu timidamente enquanto colocava a mão por dentro de seu terno e com a varinha escondida pelo mesmo desencantava o violão e sua voz. O loiro entregou o instrumento na mão da pessoa que estava mais perto e aproximou-se de Gina:
-D-Draco...I-sso foi lindo. –ela murmurou, limpando as lágrimas, mas outras insistiam em cair –Eu te amo.
Ele levou suas mãos ao rosto dela, secando as lágrimas e ela sentiu seu corpo ficar mole. Colocou as mãos sobre os ombros dele, em busca de apoio:
-Eu também te amo, sua ruiva teimosa. –murmurou baixinho, para que só ela ouvisse, mas ainda assim ficando com as bochechas coradas ao pensar que ainda assim deveriam tê-lo ouvido -Mas eu acho que não precisava dizer para que você percebesse isso. Acho que acabei de pagar o maior mico da minha vida. Mas não importa. Gina, você me perdoa? Dá uma segunda chance pra gente...
Gina enlaçou o pescoço do marido e ergueu-se nas pontas dos pés para alcançar os lábios dele. Porém, logo perdeu o equilíbrio e ele abaixou-se para que ela pudesse ficar com os pés inteiramente no chão. O loiro segurava possessivamente a cintura da mulher e a beijava sedentamente, a despeito da platéia que assoviava e aplaudia os dois. A Weasley sentiu uma pontada dolorida no peito e separou as bocas. As coisas pareciam estar rodando a seu redor:
-Draco, eu acho que... –foi tudo o que ela disse antes que seus olhos se fechassem e ela pendesse molemente nos braços dele.
N/A: Oi! O que será que a Gina tem, hein? Ahuahua. Não esqueçam de comentar e abaixo vai a tradução da música Don’t da Shania Twain e de It’s Not Over do Daughtry.
Don’t
"Não!"

Não! Você não gostaria que tivéssemos tentado?
Você sente o que sinto por dentro?
Você sabe que nosso amor é mais forte que o orgulho
Não! Não deixe a raiva crescer
Apenas diga-me o que precisa saber
Por favor, converse comigo - não feche as portas

Eu quero te escutar
Quero estar perto de você

Refrão:
Não Lute! Não discuta!
Dê-me uma chance de dizer que estou arrependido(a)
Apenas deixe-me te amar
Não me despreze - Não me peça para ir embora

Não! Não desista da confiança
Não desista de mim - de nós
Se pudéssemos persistir por mais tempo

Nós podemos fazer isso!
Nós superaremos isso!

(Repete Refrão)

Não finja que está tudo certo
As coisas não vão melhorar dessa maneira
Não faça algo que possa se arrepender algum dia

Não!


It's Not Over
Chris Daughtry
Eu fui deixado de lado o que eu posso dizer
Tudo isso esta parecendo fazer sentido
Você levou tudo embora
E eu não posso não fazer nada
Eu tento ver o lado bom da vida
Mas coisas boas na vida são dificeis de encontrar

Deixa pra lá, deixa pra lá
A gente pode fazer disso uma coisa boa
Bom eu tentei fazer a coisa certa dessa vez
Vamos começar de novo
Eu tentei fazer a coisa certa dessa vez
Não acabou
E lá esta uma parte de mim morta e no chão
Esse amor esta me matando, mas você e a única
Não acabou
Peguei tudo que eu pude pegar e eu não posso esperar
Estávamos perdendo muito tempo
Sendo fortes esperando
Não podemos deixar isso nos abalar
Minha vida com você significa tudo
Então eu não vou te deixar tão fácil

Deixa pra la, deixa pra lá
A gente pode fazer disso uma coisa boa
Porque tudo isso e um mal entendido
Bom eu tentei fazer a coisa certa dessa vez
Vamos começar de novo
Eu tentei fazer a coisa certa dessa vez
Não acabou
Porque parte de mim esta morta e no chão
Esse amor está me matando
Mas você e a única
Não acabou

Nós não podemos deixar isso se afastar
Deixe sair, deixe sair
Não se prenda
Deixe sair

Vamos começar de novo
Eu tentei fazer a coisa certa dessa vez
Não acabou
Porque parte de mim está morta e no chão
Esse amor está me matando
Mas você e a única
Não acabou
Vamos começar de novo
Não acabou,
Esse amor está me matando
Mas você e a única
Não acabou....

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.