O Diagnóstico



Capítulo 15: O Diagnóstico

-Draco, eu acho que... –foi tudo o que ela disse antes que seus olhos se fechassem e ela pendesse molemente nos braços dele.
Ao ver a ruiva desmaiada em seus braços, Draco chacoalhou-a:
-Gina! Gina, acorda! –mas de nada adiantou.
Os burburinhos das pessoas em volta só faziam crescer. O Malfoy pegou a mulher no colo e carregou-a para dentro do prédio do qual ele a vira sair.
-POTTER! GRANGER! –gritava Draco enquanto subia as escadas com certa dificuldade.
O casal grifinório apareceu e Hermione levou às mãos à boca, surpresa.
-O que aconteceu com a Gina? –Harry perguntou.
-Ela apenas fechou os olhos e fingiu que está dormindo para eu poder carregá-la...no colo. –disse ironicamente e um tanto ofegante.
-Estou morrendo de rir, Malfoy. –Harry retrucou.
O loiro revirou os olhos, enquanto seguia os dois até o apartamento:
-Coloque os neurônios pra funcionar...Se é que você tem algum, Potter. É óbvio que a Gina desmaiou!
-Deita ela no sofá. –Hermione disse a Draco, que obedeceu –Você acha que ela está grávida? –olhou seriamente para o loiro –Não é a primeira vez que ela passa mal, apesar de ser a primeira que ela desmaia.
A coloração rosada que o rosto do loiro havia adquirido pelo esforço de carregar a esposa, sumiu completamente ao ouvir o que Hermione dissera.
-Malfoy, você está bem? –Harry perguntou.
Draco demorou algum tempo para responder:
-Estou, Potter. –mais uns instantes em silêncio –A Gina não está grávida.
-E por que não? –Harry perguntou, curioso.
O loiro revirou os olhos:
-Não, Potter. Sinto quebrar as suas expectativas de querer sentir-se superior a mim, mas eu não sou broxa. É só que a Gina ficou menstruada na lua-de-mel e depois nós brigamos, então não dormimos juntos.
-Ah... –Harry fez cara de decepcionado –Iria dar uma manchete tão boa no Profeta Diário dizendo que você é broxa...
-Harry! –Hermione exclamou, dando-lhe um tapa no braço.
-Potter... –o loiro lançou um olhar mortal –Se você valoriza o que chama de vida...
O moreno cortou-o:
-Calma, Malfoy. Eu só estava brincando. E você acreditou...- riu.
-Nossa, Potter. Eu não sabia que você possuía um lado comediante. –satirizou.
-Parem os dois. Será que ainda não superaram as briguinhas da escola? –Hermione perguntou, autoritária.
-Quem parece não ter esquecido dos tempos de Hogwarts é você, Hermione Metida a Sabe Tudo Granger. –Draco retrucou e em seguida sacou a varinha, apontando para a ruiva –Enervate.
Gina abriu os olhos, piscando confusa:
-D-Draco? O que aconteceu?
Ele colocou um dedo nos lábios dela:
-Shiu. Você desmaiou, Gina. Deve estar ainda se sentindo mal. –o loiro respondeu a ela.
-Eu estou bem. –ela resmungou e levantou-se, porém no instante seguinte desequilibrou-se e caiu sentada no sofá.
Draco sentou-se ao lado dela:
-Você chama isso de estar bem, Virgínia?
-Eu acho que você deveria levá-la ao St.Mungus, Malfoy. –Harry disse.
Hermione apoiou o noivo:
-O Harry tem razão. Precisamos saber o que há com a Gina.
-Não. –Gina se opôs –Não se preocupem comigo, eu não tenho nada. Só tenho estado cansada.
-Nada disso. –o loiro falou num tom de quem não admite contestação –Você vai sim ao médico. –e ela abriu a boca para contradizê-lo, mas Draco não deixou –Eu estou preocupado com você.
A expressão da ruiva se enterneceu:
-Está bem. Mas não deve ser nada importante.
Draco levantou-se do sofá e estendeu a mão para a esposa. Assim que Gina pegou na mão de Draco teve uma leve tontura, fazendo com que o loiro a segurasse firmemente para a cintura:
-Vamos aparatar pro St. Mungus. –Draco avisou e acenou com a cabeça à guisa de até logo para Harry e Hermione.
Assim que Draco aparatou no St. Mungus, dirigiu-se com a ruiva para a recepção:
-Preciso de um urgente de um medibruxo para examinar a minha esposa. –declarou seriamente.
-Ela já tem ficha aqui? –a recepcionista perguntou, entediada, como se fizesse aquela pergunta pelo menos 50 vezes por dia, o que não estava muito longe da verdade.
-Sim, eu tenho. –Gina respondeu –Procure por Virgínia Molly Weasley.
A recepcionista sacou a varinha e apontando para os arquivos disse:
-Accio ficha de Virgínia Molly Weasley. –e logo a ficha veio voando para as mãos dela.
-Faça o favor de acrescentar Malfoy ao sobrenome dela. –Draco disse com austeridade, como se reclamando intimamente pela incompetência dos funcionários daquele hospital por não atualizarem as fichas quando se é preciso.
A recepcionista arregalou os olhos ao ouvir o sobrenome Malfoy e então perceber que aquela ruiva era a filha do Ministro da Magia:
-Sim, Sr.e Sra. Malfoy. Podem se dirigir para a sala de espera, em alguns instantes um medibruxo irá examiná-la, Sra. Malfoy.
Draco conduziu a ruiva até a sala de espera e fez com que ela sentasse no sofá:
-Gina, você tá sentindo alguma coisa? –perguntou com visível preocupação.
-Bem, agora eu só me sinto fraca. –ela murmurou.
Draco sentou-se ao lado dela. Estavam em silêncio. Gina observou o marido e ele logo focou seus olhos nos dela.
“Draco, será que eu tenho algo grave?” ela pensou o mais claramente que pôde, deixando sua mente como um livro aberto para que ele lesse.
“Vai ficar tudo bem, Gina. Eu estou com você.” Ele pensou de volta e entrelaçou uma mão sua na dela.
A ruiva sentiu um leve arrepio e então fechou os olhos por alguns instantes, respirando profundamente:
-Gina?
-Eu apenas estou cansada, Draco. –respondeu recostando-se contra o sofá.
-Virgínia. –Draco começou, sério e ela encarou-o com os olhos semicerrados pelo cansaço –Está tudo bem entre nós agora, não está? –perguntou, escondendo a insegurança que tinha.
No entanto, antes que a ruiva pudesse responder, o medibruxo chegou:
-Sr. e Sra. Malfoy, é um prazer revê-los. –disse pomposamente –Estudamos na mesma época em Hogwarts, sou Miguel Corner. –e apertou a mão dos dois.
Gina ficou apreensiva ao ouvi-lo dizendo quem era. Bem que tivera a impressão de conhecê-lo de algum lugar. Torcia para que Draco não lembrasse que aquele medibruxo era o primeiro garoto que ela tinha beijado, mas a julgar pelo endurecimento das feições dele...Sim, ele se lembrava.
Com um sorrisinho de escárnio, Draco comentou maldosamente:
-Eu pensei ter pedido um medibruxo de verdade e não um estagiariozinho novato.
Virgínia lançou um olhar reprovador ao marido e iria reclamar do comportamento dele, mas Miguel foi mais rápido:
-Pro seu governo, trabalho aqui há um ano e sou um medibruxo qualificado por meu próprio mérito, sabe? Diferente de certas pessoas que...
Prevendo que o medibruxo faria insinuações sobre o cargo de Draco ser um presente do Ministro da Magia, a ruiva interferiu:
-Pare com isso, Miguel. O Draco errou te ofendendo, mas você não precisa continuar o erro.
O medibruxo bufou:
-Ok, Gina. Você está certa.
-É Sra. Malfoy pra você, Corner. –Draco retrucou amargo.
Miguel revirou os olhos e exibiu um sorriso falso:
-Mary Ann, a recepcionista me relatou que precisa ser examinada, Sra. Malfoy. Acompanhe-me até a minha sala. –disse e Draco enlaçou o braço de Gina no seu –Vai adiantar que eu peça que fique na sala de espera como qualquer pessoa normal, Sr. Malfoy?
-Não. –o loiro respondeu num tom que não admitia contestações.
-Foi o que imaginei. –o medibruxo respirou profundamente, mas sabendo a influência que os Malfoys tinham, era melhor não se indispor com um –Está bem então, mas não atrapalhe o meu trabalho. –avisou.
Entraram na sala e Corner fechou a porta. Era uma sala com paredes brancas. Havia uma escrivaninha, uma maca e uma máquina com uma cabine.
-Sente-se. –Miguel disse à ruiva, apontando a maca.
Gina fez o que lhe foi pedido. O medibruxo ficou de frente para ela e começou a examiná-la. Observou os olhos, a língua, escutou as batidas do coração, mediu a pressão, a temperatura, passou as mãos pela pele dela, procurando por algo anormal.
Draco bufou:
-Se você puser as mãos na minha esposa por mais um segundo que for...
-Estou fazendo meu trabalho, Malfoy. –retrucou, sem ao menos olhar para o loiro.
-O que ela tem? –o Malfoy perguntou, quando o medibruxo se afastou da ruiva.
-Ainda não dá para saber. Aparentemente ela está normal. O que você costuma sentir, Virgínia?
-Falta de ar, tontura, dor no peito, cansaço.
-Não sente enjôos?
-Não.
-Em que situações sente-se mal?
A ruiva pensou por alguns instantes e foi com confusão que respondeu:
-Quando estou pensando muito no Draco, ou ele está por perto ou me toca.
O loiro arregalou os olhos:
-Eu estou te causando mal, Virgínia?
Antes que Gina respondesse, Miguel disse:
-Entre ali, Virgínia. –e apontou a porta da cabine.
A ruiva lançou um olhar de desculpas ao loiro e encaminhou-se até a cabine. Assim que ela entrou, Corner fechou a porta e começou a fazer diversos feitiços e apertar alguns botões na máquina.
Draco estava pensativo, tentando achar alguma relação com o que a ruiva tinha falado e os sintomas que ela tinha. Vasculhava cuidadosamente sua mente, mas estava complicado atinar o que era. Foi despertado de seus devaneios pela voz de Gina. Ela encontrava-se a sua frente e olhava-o de modo curioso:
-Draco, o que você tem?
-Estava apenas pensando. –respondeu, dando um leve sorriso, como que para tranqüilizá-la e passou uma mão pelo rosto dela.
A ruiva fechou os olhos e apoiou as suas duas mãos no peitoral de Draco, para manter o equilíbrio.
-Eu não entendo o que está acontecendo com você, Gina. –disse, inexpressivo e então se virou para o medibruxo –O que há com a minha mulher, Corner?
-Ainda não sei, Malfoy. Vou pedir que uma enfermeira tire uma amostra de sangue dela e amanhã saberemos o resultado de todos os exames.
-Tirar sangue? Tem certeza que é uma boa idéia? –o loiro perguntou, visivelmente preocupado –A Gina está fraca...
-Eu agüento, Draco. Já estou aqui mesmo, quero saber o que tenho. Eu sou forte. –ela interrompeu o marido.
-Você é teimosa, isso sim. –ele retrucou.
-Você vai ter que se alimentar bem. Assim que sair daqui, tenha uma refeição. –o medibruxo disse seriamente, caminhando para sua mesa e então apertando um botão.
Alguns segundos depois uma enfermeira morena, jovem e atraente adentrou a sala de Miguel Corner:
-O que deseja, Doutor Miguel?
-Que recolha uma amostra do sangue da Sra. Malfoy, Sarah. –deu uma piscadela discreta para a morena, nem tanto, já que Draco percebeu.
-Pensei que casos amorosos não eram permitidos entre funcionários deste hospital. –o loiro comentou maldosamente.
Por um instante Corner ficou pálido e a enfermeira estava corada. Porém, rapidamente, a segurança voltou às feições do medibruxo:
-Sabe que eu pensava que no Ministério da Magia também é assim? –perguntou cinicamente –Mas já ouvi boatos de pessoas se atracando nos elevadores...É mesmo um...
-...Filho da puta! –Draco completou –agarrando o medibruxo pela gola das vestes –É isso o que você é, Corner.
-Você é um hipócrita, Malfoy. Já era metido, agora que tem a proteção do Ministro da Magia é pior ainda.
-O que está dizendo, Corner? Cale essa sua boca se não quiser que eu conte sobre os casinhos com enfermeiras em busca de ascensão profissional.
Draco havia soltado a gola do medibruxo e voltara a usar a máscara inexpressiva, mas os olhos estreitos e mais escuros demonstravam o quão furioso o loiro estava. Miguel, por sua vez, estalava os punhos ameaçadoramente e tinha uma expressão de profundo ódio. Prevendo que provavelmente partiriam para a agressão física, Gina se pôs entre eles:
-Chega! –exclamou.
-A Sarah é minha noiva, Malfoy! Você não tem envergadura moral para falar dela.
A ruiva bufou:
-Eu disse chega, Miguel Corner! –apontou o dedo ameaçadoramente –O Draco está errado em fazer provocações, mas você também não fica atrás. E eu não permito que encoste no meu marido. Pensa que eu não sei que iria bater nele? Já vi você brigando na escola, sempre estralava os punhos antes. Se você tivesse feito isso, pode acreditar que eu mesma me encarregaria de sujar a sua ficha como médico.
-Essa é minha Gina. –o loiro disse em tom divertido e vitorioso, enquanto a abraçava por trás pela cintura.
-Nem vem, Draco. –ela disse brava –Você sabe que sou justa e sei da sua parcela de culpa. Não pense que estou satisfeita com o seu comportamento e que escapará ileso dessa. Nós ainda vamos ter uma conversa séria sobre isso.
-Miguel Corner, onde você estava com a cabeça? –a enfermeira perguntou, brava.
-Mas querida, ele te ofendeu e...
-Não quero saber. –rebateu -Você é um medibruxo, Miguel. Tem que manter a cabeça fria. Podia ter se dado muito mal. Peça desculpa agora mesmo ao Sr. e a Sra. Malfoy.
-Sarah, eu...
-Miguel. –ela retrucou em tom de aviso e ele bufou, dando-se por vencido.
-Desculpem. Eu perdi a cabeça e a razão. Isso não irá se repetir. –disse seriamente.
-Está desculpado. –Gina sorriu amavelmente e Draco pensou que ela deveria ter herdado da mãe dela o sorriso bondoso com que costumava aceitar os pedidos de desculpas das pessoas –Não é mesmo, Draco, querido? –pisou o pé dele.
-Claro, Gina. –ele pousou o queixo no ombro dela e percebeu que ela estava quente –Você disse que ela não tinha febre, Corner. –o loiro reclamou, olhando para o medibruxo.
-Mas eu juro que ela não tinha. –o medibruxo afirmou –Afaste-se dela, Malfoy. Sarah, faça com que ela sente-se na maca e tire o sangue.
A enfermeira aproximou-se da ruiva e a conduziu delicadamente pelo braço até a maca:
-Agora calma, querida. Não vai doer nada. –Sarah falou afavelmente, conjurando o material necessário.
Embebeu em álcool um chumaço de algodão e passou-o sobre a dobra do braço direito da ruiva. Fez um feitiço que funcionava como as borrachas que os trouxas amarravam o braço dos pacientes. Em seguida pegou a seringa e espetou-a no braço da ruiva após procurar uma veia.
Gina mordeu o lábio inferior e observou seu sangue preencher a seringa. Ficou aliviada ao ter a agulha fora de seu braço. A enfermeira fez um feitiço que fechou o furo da agulha.
Draco aproximou-se vagarosamente da maca:
-Gina você está bem? –ele perguntou e ela não respondeu –Gina!
-Tá ficando escuro... –murmurou, com os olhos um tanto desfocados.
Draco e a enfermeira olharam para Miguel, o qual disse:
-Sarah, vá pegar uma poção revitalizante.
Miguel aproximou-se de Gina segurando em suas mãos o recipiente com álcool, aproximou-o do nariz da ruiva. Draco aproximou-se da mulher, tirou um lenço do bolso e passou a limpar o suor no rosto dela. Agora que a Malfoy parecia mais lúcida, o medibruxo tinha parado de tentar fazê-la inalar álcool.
-Draco... –ela disse vagamente.
-Eu tô aqui. –ele respondeu de maneira carinhosa, tentando esconder o quanto estava preocupado.
Ao observar a cena, Miguel viu que Draco Malfoy não era tão desumano quanto pensava. Era mais do que óbvio que ele estava preocupado com a ruiva e que faria qualquer coisa por ela:
-Malfoy, talvez fosse melhor que a Virgínia passasse a noite aqui no St. Mungus em observação.
Draco deu um profundo suspiro, terminando de limpar o rosto dela e então fez um feitiço que arremessou o lenço de papel direto no lixo:
-Sim, talvez seja.
Nesse momento, Sarah Johnson estava de volta com um frasco de poção em mãos. Aproximou-se de Gina e fez com que ela bebesse. Momentos depois, nos quais todos a observaram, ela obteve visível melhora.
Draco abriu a boca para perguntar como a ruiva estava, mas Miguel foi mais rápido e ganhou um olhar ciumento do loiro:
-Como se sente, Virgínia?
-Melhor. –disse automaticamente ao medibruxo e então virou-se para o marido -Podemos ir, Draco?
-Bem, na verdade, o Corner acha melhor que você fique em observação.
-Não precisa, eu já estou melhor e...
-Virgínia, não seja teimosa. –o loiro disse seriamente.
-Mas Draco, amanhã eu tenho que ir trabalhar e...
-Não, Virgínia. Você não vai trabalhar amanhã, precisa descansar.
A ruiva bufou e revirou os olhos:
-Hunf! Tá, eu não vou trabalhar amanhã, mas com a condição de não ter que passar a noite aqui.
Draco lançou um olhar ao medibruxo.
-Bem, é por sua conta e risco. –Miguel disse a Gina –Se passar mal novamente terá que ser trazida para cá mais uma vez.
O loiro então se deu por vencido:
-Você ganhou, ruiva teimosa. –resmungou, ajudando-a a descer da maca.
-Não se esqueça de pegar os resultados dos exames amanhã de manhã. –disse, estendendo a mão para o Malfoy e em seguida para Gina.
-Não se preocupe, eu virei pegar antes de ir para o Ministério. –o loiro respondeu –E, hum...desculpe qualquer coisa...-murmurou olhando tanto para o medibruxo quanto para a enfermeira.
-Está tudo bem. –Sarah respondeu –Não estamos ressentidos. Até mais Sr. e Sra. Malfoy. –falou, simpática.
Draco conduziu a esposa até o Saguão de Entrada e de lá aparataram no apartamento de Harry e Hermione. Logo que o loiro e a ruiva apareceram, Hermione abraçou Gina e em seguida puxou-a para o sofá:
-Você está bem, Gi?
-Agora sim. –a ruiva confirmou –Me sinto muito melhor depois de ter tomado aquela poção revitalizante.
-Agora que o Potter e a Granger já sabem que você está melhor, podemos voltar para a Mansão Malfoy? –o loiro perguntou, um tanto impaciente.
Gina virou-se para o marido e disse, um tanto sem jeito:
-Hum...Draco, eu acho melhor passar a noite aqui.
-O QUÊ? –perguntou, incrédulo.
-Harry, Mione, será que eu posso ter uma conversa particular com o Draco?
-Claro. –Harry respondeu –Qualquer coisa chama a gente.
-Tentem não brigar. –a morena disse aos dois e em seguida se retirou juntamente com o noivo.
-Qual é a sua desculpa agora, Virgínia? –perguntou, de braços cruzados, encarando-a seriamente –Eu pensei que estivéssemos bem, que depois de tudo que eu fiz, você ia perceber o quanto está errada em não me perdoar.
-Mas eu perdoei. –olhou profundamente os olhos acinzentados –Eu tenho me sentido estranha perto de você, Draco. Eu quero saber o que tenho. Amanhã, depois que receber o resultado dos exames eu volto para a mansão. Prometo. Você me entende? Por favor, não fica chateado comigo.
Draco sentou-se ao lado de Virgínia e acariciou a face dela.
-Está bem. –suspirou –Viu só como tem um marido perfeito? Sou muito compreensivo.
-Tsc,tsc. Loiro egocêntrico. –ela disse, com um leve bico.
-Loiro egocêntrico que você ama. –retrucou, de maneira convencida.
Draco acabou com a pequena distância que havia entre os lábios de ambos. A poção havia feito um grande bem para a grifinória, ela agora sentia minimamente os mal-estares. As línguas exploravam-se mútua e incansavelmente. Draco foi se inclinando sobre a ruiva, fazendo com que a cabeça dela acabasse por encostar no braço do sofá.
Draco já levantava a camisa do pijama dela e acariciava a pele dela. Gina puxou o loiro para mais perto de si e subiu a camisa dele também, acariciando o torso do loiro de maneira desejosa. Malfoy passou a beijar o pescoço dela, chupando lugares estratégicos. A respiração de Virgínia já se descompassava e ocasionalmente ela gemia levemente pelos movimentos que os lábios e língua de Draco faziam descendo de seu pescoço e aproximando-se de seus seios. A ruiva abriu as pernas para melhor acomodar o loiro sobre ela. Gina puxou Draco para cima e olhou nos olhos dele. Ela estava, mais cansada que o normal e respirava aceleradamente, mas parecia não se importar. A vontade de estar com ele parecia ser maior.
-Eu te...amo, Draco... –sussurrou com a respiração entrecortada.
O Malfoy abriu um belo sorriso e colou os lábios nos da ruiva, iniciando mais um beijo apaixonado. As mãos dele passeavam pelo corpo da mulher, enquanto ela o puxava contra si o máximo possível. Simplesmente tinham esquecido que estavam em um sofá não espaçoso, com o “mínimo” detalhe que o sofá não era deles, tampouco a sala ou o apartamento. Porém, logo foram lembrados desse fato:
-Hem, hem. –Potter pigarreou e na pressa de se levantarem, acabaram caindo os dois do sofá.
Hermione parecia envergonhada ao comentar:
-Bem, estranhamos o fato de vocês estarem muito quietos. –disse timidamente e Draco fuzilou-a com o olhar –Desculpe.
O Malfoy levantou-se e ajudou a esposa a levantar também:
-Da próxima vez bata à porta, Granger? Ou será que seus pais trouxas não te deram nenhuma educação?
-Ah, claro, Malfoy. Porque ficar se agarrando no sofá da casa dos outros é um ato extremamente educado. –Harry disse irônico, saindo em defesa da noiva.
-Potter, eu não vou perder meu tempo e paciência com você. Além do mais eu não te devo satisfações. –e deu as costas ao casal –Durma bem, querida. Amanhã de manhã depois de pegar o resultado dos exames eu passo aqui. –e deu um selinho na ruiva –Potter, Granger. –disse secamente, à guisa de despedida e aparatou.
Hermione aproximou-se de Gina:
-Nossa, você está vermelha. –comentou –Tudo isso é vergonha?
-Pelo menos em parte... –a ruiva murmurou –Mas agora se não se importam, eu vou dormir. Estou muito cansada.
-Oh, tá certo que você e o Malfoy são casados. –Harry ponderou –Mas por Merlin, arranjem um quarto ao invés de se engalfinharem por aqui. –e a ruiva ficou mais vermelha ainda –Ai, desculpa, Gina. Não precisa ficar assim, vai. Era pra ser um comentário engraçado e pra encher o saco principalmente do Malfoy.
-Sabe, Harry, o Malfoy tem razão quanto ao seu dom humorístico... –Hermione deixou no ar, o que fez o noivo virar-se indignado para ela.
-Hermione! De que lado você está?

***

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMM. Fez o despertador de Draco Malfoy e ele virou-se para o outro lado. O barulho era incessante e já o estava irritando ao extremo, porém sabia que se não se levantasse aquilo não pararia. Bufando e ainda com sono, empurrou as cobertas para baixo, calçou os chinelos e levantou-se. Imediatamente o despertador interrompeu sua algazarra. O loiro esticou-se, de modo a espreguiçar-se e bocejou. Ainda tinha sono, já que tinha demorado para pegar no sono e tivera que acordar mais cedo.
“Era muito melhor acordar com a Gina nos meus braços.” Reclamou em pensamento “Ah, mas ela prometeu que essa seria a última noite que não estaria aqui. Oh, a minha ruiva que me aguarde, não vou dar descanso...” seus lábios se abriram num sorriso malicioso.
Agora seu humor melhorara visivelmente. A idéia de ter Gina em sua cama naquela noite trouxe euforia e ansiedade. Draco sentia tanta falta de unir-se em um só com sua esposa que apenas de pensar nisso, seu corpo já ardia em desejo. Dirigiu-se para o banheiro e tomou um rápido banho e etc.
Ao descer para a Sala de Jantar, Draco encontrou a mesa posta e Narcisa em sua cadeira de costume, já tomava seu café-da-manhã. O loiro chegou perto da mãe e deu-lhe um beijo na face:
-Bom dia, mamãe. –disse e não conseguiu esconder o sorriso.
Narcisa sorriu de volta:
-Bom dia, meu filho. Pelo visto está com ótimo humor. Acho que não estou enganada ao presumir que essa sua felicidade tem a ver com uma certa ruiva, certo? Pelo visto a serenata deu certo. Oh, quem diria que algum dia o meu Draco seria romântico com alguma mulher? –perguntou um tanto emocionada enquanto as bochechas do loiro tomavam uma coloração rosada.
-Mãe! –ele reclamou, sentando-se também à mesa.
Narcisa revirou os olhos e desviou um pouco o assunto:
-Onde está a Virgínia então? Por que ela não vem tomar café com a gente?
-Bem... – loiro murmurou, mas foi interrompido pela mãe.
-Eu não entendo o que está acontecendo. Faça o favor de explicar Draco, sim? E de preferência sem enrolações.
Foi a vez de o loiro revirar os olhos em impaciência:
-A Gina passou mal, desmaiou. Eu a levei ao St. Mungus e daqui a pouco vou buscar os resultados dos exames. Está satisfeita agora?
O semblante de Narcisa adquiriu marcas de preocupação:
-O que a minha nora tem? Ela está grávida, Draco? –e após a última pergunta, havia um brilho de esperança nos olhos azuis da loira.
-Não, mãe. A Gina não está grávida. Além do mais, nós somos muito jovens para termos filhos. –declarou e em seguida mudou de assunto –Eu não sei o que ela tem, mas estou preocupado. Não é normal, disso estou certo.
Fizeram o resto da refeição em silêncio, ambos mergulhados em seus inúmeros pensamentos. Passaram-se alguns minutos, e então Draco fez menção de levantar-se:
-Filho, está tudo bem agora entre você e a Virgínia?
-Sim, mãe. Ela me prometeu que vai voltar hoje para cá.
-Está bem então. Tenha um bom dia e mande lembranças minhas à Virgínia.
-Tudo bem. –ele concordou e aparatou no quarto.
Após escovar os dentes, checar o cabelo e pegar sua maleta, Draco aparatou no St. Mungus. Andou apressadamente até a recepção e encontrou outra recepcionista. Era uma mulher de cabelos louros levemente acobreados, seus olhos eram verde-esmeralda, o que fez o loiro lembrar invariavelmente de Harry Potter. O uniforme branco que ela usava, tinha os primeiros botões abertos e possibilitava a visão da parte superior de seus seios fartos. Draco porém, não estava reparando muito nos atrativos da moça, visto que só pelos olhos já havia antipatizado com ela.
-Srta., o Doutor Corner me aguarda. –Malfoy falou em tom superior –Onde posso encontrá-lo?
A recepcionista abriu um largo sorriso:
-Eu o acompanho até lá, Sr. Malfoy. –disse, inclinando-se de uma maneira que seu decote ficaria mais visível.
Draco percebendo que aquela mulher estava dando em cima de si, revirou os olhos.
“Mas é uma vulgar mesmo. Sabe quem eu sou, portanto sabe que sou casado e ainda assim tem a cara-de-pau...” pensou, mas não pôde deixar de sentir o ego amaciado.
-Não é necessário. –cortou-a –Apenas me indique o caminho, estou com pressa.
O loiro achou mais seguro dessa maneira. Começara a reparar nos atributos da mulher ao perceber que ela flertava com ele. Então não seria uma boa idéia permitir-se acompanhá-la e quem sabe dar chance para ela agarrá-lo. Draco não transava desde a véspera da lua-de-mel. Ele amava Gina, mas sabia o quanto a carne era fraca, então estava lutando contra tal fraqueza. Ordenou que imagens da esposa viessem a sua cabeça e isso apenas fortaleceu sua resolução de continuar sendo fiel.
A recepcionista indicou onde Miguel encontrava-se e Draco rapidamente seguiu o caminho. Não era a mesma sala do dia anterior, ficava em um corredor vizinho. No entanto, ao adentrar a sala, o loiro notou que a decoração era a mesma. Miguel estava sentado à mesa sobre a qual havia uma pasta. Seu corpo estava inclinado. Tinha os cotovelos apoiados sobre a superfície lisa e fria da mesa e a cabeça enterrada nas mãos.
Draco fechou a porta atrás de si silenciosamente e de vagar foi em direção do Medibruxo.
-Bom dia, Corner. –Malfoy murmurou.
O outro o olhou e respondeu ao cumprimento:
-Bom dia, Malfoy. –e estendeu a mão, a qual o loiro apertou.
-Os resultados dos exames já saíram, certo? –perguntou, querendo ter certeza e o medibruxo assentiu –Então por que será que eu não estou tendo um bom pressentimento ao olhar para a sua expressão, Corner? –perguntou, desconfiado –Ah, não me diga que o que a Gina tem é muito sério. –completou, preocupado.
-Hum...Olha, Malfoy. O que aconteceu com a Gina foi algo sério. Já ouviu falar de “Uno”?
Draco arregalou os olhos:
-Sim, é o nome informal da poção que é uma espécie de imperius, mas apenas para um desejo. Não me diga que...
O medibruxo cortou-o:
-Sim. No exame de sangue da Gina foram encontrados resquícios de Uno.
Malfoy bateu uma mão na testa. Conhecia aquela poção e já a administrara na época em que era Comensal da Morte. Por que não se lembrara dos sintomas causados quando se tenta contrariar o desejo da poção Uno? A própria Gina já tinha percebido que ficava estranha perto dele. Draco juntou um mais um e deduziu que o desejo de Uno naquele caso teria sido para que ela mantivesse distância dele ou algo assim.
-Por isso que a Gina sentia-se mal quando eu estava por perto. –o loiro disse ao medibruxo –Corner, eu preciso do antídoto. –falou impacientemente.
Miguel respirou profundamente:
-Acalme-se, Malfoy. Devo dizer que a sua esposa lutou bravamente contra a poção, por isso ela já estava tão fraca e debilitada. A poção revitalizante que ela tomou ontem à noite apenas abrandou os sintomas da poção temporariamente. Se você chegar perto da Gina agora, provavelmente ela vai ficar mal a ponto de ter que ser internada.
-Por isso eu preciso do antídoto, Corner. A Gina é forte, mas não sei por quanto tempo ela vai agüentar antes de ceder ao desejo de Uno. –disse, alterado –Se isso acontecer... –acrescentou num lamento baixo, sabendo que o tempo para que a rendição da ruiva acontecesse não estava longe.
-Sim, eu sei, Malfoy. Se ela ceder, nunca mais vocês vão ficar juntos.
-Então como me pede para ter calma, Corner? –e pegou-o pela gola da camisa –ESTOU PRESTES A PERDER A MINHA MULHER E VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMO? EU QUERO O ANTÍDOTO, CORNER!!! –chacoalhou-o com violência.
Havia medo nos olhos do medibruxo. Ele sabia que Draco estava fora de si e sabia que o loiro podia ser muito cruel quando queria.
-E-eu n-não posso, Malfoy. –gaguejou –O antídoto é fortemente controlado nesse hospital. Há muita burocracia, cerca de uma semana de espera, desde que você entre com o pedido hoje.
-EU NÃO VOU ESPERAR, CORNER! –o rosto de Draco estava contorcido em raiva, mas como que por mágica ele soltou o outro e aparentou calma –Ok, Corner. Quanto você quer? Eu tenho dinheiro. Apenas me dê a porra do antídoto e eu te dou quanto dinheiro quiser.
Era contra as regras do hospital passar por cima da burocracia, mas a semente da tentação havia sido plantada em Miguel Corner. Estava noivo e queria casar-se, mas precisava de dinheiro para dar a festa de casamento que sua noiva merecia. Apesar de trabalhar duro no hospital, ainda não tinha juntado dinheiro suficiente para tal intento.
Respirou profundamente e tomou sua decisão. Afinal, não era apenas em benefício próprio que estaria fazendo isso. Não gostava de Malfoy, isso era fato, mas podia enxergar desespero no olhar dele. Além de ter percebido o quanto ele se preocupava com Gina.
“Ele deve realmente amá-la. Por que não permitir a felicidade dos dois através do antídoto? Mesmo que a Gina não ceda tão cedo ao desejo de Uno, isso poderia trazer danos irreversíveis nela. Acho que não estarei fazendo algo realmente errado...” convenceu-se.
-Ok, Malfoy. Eu aceito a sua oferta. 500 galeões e está feito.
-Feito. –Draco apertou a mão dele –Eu mando depositar no seu cofre em Gringotes, ok? –e o outro assentiu.
-Aguarde aqui. Eu já volto com o antídoto. –Miguel assegurou e então se retirou da sala.
O loiro sentou-se e enterrou a cabeça nas mãos, pensativo.
“Como é que eu não percebi antes? Mas como a Gina pode ter ingerido Uno? Ainda mais uma Uno com o desejo de afastá-la de mim...” concentrava-se, tentando encontrar respostas e então se fez a luz “EU VOU MATAR O FINNIGAN! AQUELE MALDITO! DESGRAÇADO! É o único que teria tudo a ganhar com isso. Uno é proibida, vou botar com muito gosto aquele traseiro em Azkaban, mas não sem antes me divertir.” Pensou cruelmente, já começando a imaginar diferentes tipos de tortura.
No entanto, antes que pudesse decidir qual seria o tipo de tortura mais eficiente, Miguel estava de volta. Parecia mais pálido que o usual e tinha um volume a mais em seu jaleco. Respirando aceleradamente, retirou um frasco tampado do referido bolso e estendeu-o ao Malfoy:
-Absoluto sigilo sobre a procedência desse antídoto, Malfoy, entendido? Eu tive que assaltar o estoque do hospital.
-Não se preocupe, Corner. –o loiro garantiu, já se encaminhando para a saída –Vou agora mesmo fazer com que a Gina beba.
“E depois eu vou atrás do Finnigan. Aquele crápula vai se arrepender de ter nascido. Ninguém brinca com algum Malfoy e sai impune.”

***

-Gina, acorda! –Hermione disse, chacoalhando levemente Virgínia por um dos ombros –Eu e o Harry estamos saindo para trabalhar, qualquer coisa, não hesite em nos chamar.
A ruiva abriu preguiçosamente os olhos:
-Tá bom, Mione. Não se preocupe, eu vou ficar bem aqui.
-Nós deixamos a mesa do café-da-manhã posta para você, Gina. –Harry avisou.
-Oh, vocês são uns amores. –ela respondeu e então bocejou, enquanto sentava-se no sofá e espreguiçava-se –Tenham um bom dia.
-Obrigada. –Hermione disse –Não ponha fogo na casa, mocinha.
-Pode deixar, mamãe. –entrou na brincadeira.
-Cuide-se. –foi tudo o que Harry disse.
Logo os dois saíram do apartamento e Gina ficou só. Tratou de ir arrumar-se antes de tomar seu café-da-manhã. Sabia que Draco poderia chegar a qualquer momento e ela queria estar apresentável. Após aprovar a imagem que a encarava no espelho do banheiro, foi comer, o roncar de seu estômago não negava que tinha fome. Tinha comido algumas torradas e tomado um pouco de seu chá quando a campainha tocou. Abriu um grande sorriso ao pensar que deveria ser Draco, mas em seguida sentiu o coração apertar. Deu uma última ajeitada no cabelo antes de abrir a porta. Havia ali uma mulher que não lhe era de todo estranha. Ela era morena de olhos verdes e cabelos cacheados. Um homem de vestes pretas passou pela ruiva e a outra mulher, mas Virgínia não lhe deu atenção, uma vez que a mulher disse:
-Lembra-se de mim, Virgínia? Annie, nos encontramos na Suíça, cidade de Lucerna, Hotel Internationale Suisse.
A ruiva abriu um sorriso:
-Sim, eu me lembro... –e iria perguntar como ela havia descoberto que estava morando temporariamente ali, mas não houve tempo.
Uma voz masculina bradou:
-Estupefaça.
A ruiva caiu no chão, inconsciente.
-Bom trabalho, Albert. –Annie disse com um sorriso maligno e deu um beijo em seu namorado, o homem de vestes pretas –Mas temos que nos apressar, tem alguém que ficaria muito satisfeito com a presença dessa mulher.
Albert riu maldosamente e pegou a ruiva no colo. Em seguida falou à namorada:
-Segure-se, Annie. Nós vamos aparatar.

N/A: Não me matem e comentem, tá bom? Cada comentário é super importante pra mim.

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