Consciencia Pesada



-DRACO!!! ABRE ESSA PORTA! –era Narcisa Malfoy esmurrando a porta do quarto do casal –Já era pra ter se levantado há 10 minutos! ABRA AGORA OU EU VOU ABRIR EU MESMA!!!!!
Como não houve nenhuma resposta, Narcisa, num misto de preocupação e raiva pelo pouco caso, sacou a varinha:
-Alorromora! –e ela abriu a porta vagarosamente.
Narcisa tinha receio de encontrar uma cena constrangedora, mas o que viu foi no mínimo fofo. Ficou por alguns instantes admirando a visão. Seu filho estava com as vestes de gala, em sono profundo e com a cabeça apoiada em cima e no lado esquerdo do tronco de Gina, como se quisesse escutar as batidas do coração dela. A ruiva, que ainda estava impecavelmente vestida e maquiada como noiva, tinha um braço ao lado do próprio corpo e o outro como se abraçando o loiro.
Por fim, Narcisa lembrou-se que tinha que acordá-los ou chegariam atrasados no aeroporto:
-Draco, acorda meu filho. –ela falou, o chacoalhando, mas ele nem abriu os olhos –Virgínia, acorda. Vocês vão ter que fazer tudo correndo pra dar tempo. –ela se voltou para a ruiva e também nada –Enervate! Enervate! -E finalmente eles abriram os olhos e sentaram-se na cama.
-Mãe, o que faz aqui?!? –Draco quis saber.
-Vocês deveriam estar de pé há 15 minutos. Levantem de uma vez ou perderão o vôo.
-Eu disse que era melhor irmos de chave de portal, Virgínia. –Draco reclamou –O hotel é bruxo mesmo.
-Mas você sabe que eu quero me despedir dos meus pais, Draco. –ela respondeu –Ficaremos 15 dias fora.
Eles então começaram uma discussão:
-E eu disse que merecíamos pelo menos 1 mês de lua-de-mel.
-E eu disse que eu não posso me ausentar do Ministério por tanto tempo.
-E eu disse que você sendo filha do Ministro da Magia, eles não ligariam muito.
-E eu disse que não quero me aproveitar da posição do meu pai e que meu trabalho é realmente importante.
-Ah, e você não se lembra que eu já disse que mulher minha não precisa trabalhar? –Draco perguntou.
-E pelo visto você também não se lembra que eu disse que de jeito nenhum deixaria de trabalhar! Eu gosto de trabalhar e além do mais, o que eu faria o dia inteiro?
-Faria companhia para a minha mãe e ocasionalmente poderia mostrar que herdou os dons culinários da sua mãe, não?
-Eu já disse que o trabalho é importante na minha vida. Não agüentaria viver como uma madame. Sem ofensas, Narcisa. Eu não tenho nada contra você.
-Me chame de Cissy. –respondeu, abrindo as janelas com um gesto de sua varinha.
[N/A: Eu prefiro a versão em inglês do apelido dela]
-Tudo bem, Cissy. –Gina sorriu pra ela e então se voltou para Draco –Por favor, entenda isso.
-E eu não sou importante na sua vida? –ele cobrou.
-Mas é claro que é! Se não fosse, eu não teria me casado com você. Por favor, Draco, não queira me mudar. Eu sei que você tem dinheiro pra me sustentar muito bem, mas eu quero poder comprar as minhas próprias coisas com o meu próprio dinheiro, é importante pra mim.
Draco ia abrir a boca pra responder, mas Narcisa falou primeiro:
-Eu acho que a Virgínia tem toda razão, Draco. Eu também queria seguir carreira quando era jovem, mas o seu pai não me deixou. E eu me arrependo de não o ter enfrentado a esse respeito. Não faça a mesma coisa que o Lúcio fez comigo, filho.
O loiro lançou um olhar para Narcisa do tipo “Até tu Brutus?” e então olhou para Gina:
-Tudo bem, Gina. Se o trabalho é importante pra você...
-Obrigada por me entender, Draco. –e o abraçou –E também obrigado pela ajuda Cissy e pode me chamar de Gina.
Narcisa sorriu:
-Mas vocês precisam andar depressa. A mesa já está posta. Não demorem. –e se retirou do quarto, fechando a porta atrás de si.
-Você pode abrir pra mim, Draco. –a ruiva perguntou, se referindo ao vestido de noiva.
-Mas é claro. –e ele a virou de costas para si –Isso me lembra daquela vez em que nos casamos por engano. Você não conseguia tirar o seu vestido de noiva, lembra?
-Eu lembro e pensar que daqui alguns meses já vai fazer 1 ano.
-Pronto. –ele falou e ela virou-se de frente pra ele, que agora se ocupava em tirar suas vestes de gala.
-O que será que era aquilo que bebemos? –Gina perguntou curiosamente, enquanto puxava pra baixo o seu vestido e o tirava.
-Cadê os seus conhecimentos sobre poções, auror? –ele zombou e Gina fechou a cara, enquanto tirava a meia calça.
-Eu só queria saber se você também sabia que essa poção é parente da do morto-vivo.
-Então por que você não disse isso ONTEM por exemplo? –perguntou abrindo o guarda-roupa –Esse lado é meu e o direito é seu. Eu já comprei algumas roupas pra você, veja.
Gina foi até lá e abriu sua parte do guarda-roupa. Ele fora modesto ao dizer que tinha algumas roupas, havia muitas. Respondeu a pergunta dele, enquanto procurava o que iria vestir:
-Se você não sabe, ontem à noite, eu estava pensando em outras coisas.
-Como o quê? –ele perguntou, escondendo o divertimento na sua voz.
Ele sabia que ela iria corar e foi o que aconteceu:
-V-você sabe o que! Não se faça de desentendido!
-Você está vermelha. –ele comentou em tom de quem sabe das coisas.
–Não eu não estou! Além disso, você nem está me vendo...
Draco foi até ela de fininho e puxou-a contra si:
-Eu disse que você estava vermelha. Eu te conheço.
-E ainda se diverte me deixando encabulada. –ela reclamou –Termine de se vestir Draco. –ela disse observando que ele estava apenas com uma calça e de meias.
-É que eu pensei que talvez você quisesse enumerar as coisas em que você estava pensando ontem ao invés de notar que aquela era uma Poção do Sono bem forte.
Gina ficou mais vermelha ainda, mas se recompôs:
-Se você não parar de gracinhas, Draco. Chegaremos atrasados. É isso o que quer? Perder o avião?
-Ok. –ele disse e se afastou dela –Eu sei que não temos muito tempo. Boa escolha. –disse se referindo a roupa que a ruiva tinha escolhido.
Era um vestido inteiramente preto, na altura dos joelhos e bem comportado:
-Estou vendo que foi VOCÊ MESMO que escolheu as minhas roupas. –ela disse colocando o vestido –Que bom que eu ainda tenho as minhas roupas que estão na Toca. Irei trazê-las pra cá.
-Não tem roupas suficientes aqui?
-É que são na maioria roupas sociais, não que eu não goste, mas não esse o meu único estilo. E além disso, pelo que eu vi não tem nenhuma decotada, ou um pouco acima do joelho.
-O quê?!? –ele perguntou indignado, enquanto abotoava sua camisa azul petróleo e via Gina calçar uma sandália preta –Você é minha mulher, Gina! –ele exclamou –Acha que eu gostaria que saísse com roupas indecentes e que os caras ficassem querendo fazer COISAS com você?!? –perguntou friamente.
-Estou falando de roupas de verão, Draco. –ela falou, tentando manter a calma, enquanto fechava a porta do banheiro –Você sabe que eu não uso nada exageradamente provocante.
-E o que me diz das suas camisolas? Além disso, você tem algumas roupas que eu não consideraria exatamente decentes.
-Para se usar na praia ou que eu usava na minha casa quando não tinha nenhuma visita. Eu não saio desfilando por aí com um top e short minúsculos. E as minhas camisolas...Por acaso eu visto pra mais alguém ver que não seja você? Você me conhece, Draco, sabe que não sou nenhuma puta.
-É óbvio que eu sei que você não é ou não me casaria com você. Sem mencionar o fato de que você cora por qualquer coisa. Com que cara você acha que eu ficaria ao saber que me chamariam de corno pelas costas?
-Então agora que você assumiu que eu sou tímida, não tem nada demais no meu gosto pelas roupas. –e saiu do banheiro, Draco já estava vestido.
Foi a vez do loiro entrar no banheiro:
-Eu já disse que não quero que você desfile por aí com certas roupas. Eu conheço homens, já que eu sou um homem. Seres mais sórdidos do que você possa pensar. Não podem ver uma mulher passar que já olham e a imaginação vai à mil.
-Então você também é assim, Draco?!? –ela perguntou indignada, penteando os cabelos com mais força que o necessário.
-Eu ERA assim. –ele corrigiu –Depois daquela viagem a Roma, eu não dormi ou sequer beijei mais nenhuma mulher que não fosse você.
Gina mordeu o lábio inferior. A resposta dele tinha soado tão sincera, que ela se remoeu em culpa. Mordeu o lábio inferior, se sentindo péssima.
“Droga! Eu tinha que ter bebido tanto naquela noite?!? Como eu fui BURRA E IDIOTA! EU ME ODEIO!!!” ela pensou, inconformada.
Draco então saiu do banheiro:
-Vamos indo? –ele perguntou.
-E a sua mala? A minha você sabe que a minha mãe vai levar pro aeroporto.
-Está lá embaixo, eu já arrumei ontem. Precisamos saber qual foi o elfo que trouxe aquela garrafa pra cá?
-Por quê?
-Como por quê, Gina? Pra que se castigue. –e eles saíram do quarto.
-Não, Draco. Pobre elfo doméstico. Deveria estar muito cansado, os elfos tiveram muito trabalho em preparar o nosso casamento. Perdoe o responsável, meu amor. –a ruiva pediu.
-Não. –Draco respondeu severamente –Sonífero hoje, veneno amanhã. Os elfos só aprendem dessa maneira. Assim não repetirão o erro. Não podemos ter criados irresponsáveis.
Gina ficou emburrada, pois sabia que não conseguiria dissuadi-lo da idéia.

***

“Cuide bem do meu filho, Gina” a ruiva pensava na frase que Narcisa lhe dissera, mas percebeu que não estava cumprindo direito.
Eles estavam no avião, sentados lado a lado, mas não se falavam. Todas as vezes que Draco tentara um diálogo, ela respondera de maneira curta e seca.
-Qual é, Virgínia? –ele perguntou irritado depois de algum tempo em silêncio –Não vai ficar irritada a viagem inteira só porque eu puni um maldito elfo doméstico, vai? A culpa foi toda dele, eu só fiz o que tinha que ter feito.
A ruiva não disse nada, apenas enlaçou sua mão na dele. Só depois de um tempo, foi que ela disse:
-Desculpa, Draco. Eu sei que você só fez isso por receio de que no futuro pudesse haver um erro mais grave, mas é que eu não gosto desse método de correção, mas fazer o quê?
-Que bom que você voltou a falar comigo. –ele falou –Mas tem o lado positivo, pelo menos dormimos bem. Aí hoje à noite não estaremos cansados...
Gina sorriu com segundas intenções e sussurrou provocantemente no ouvido dele:
-Eu não posso esperar até à noite.
O corpo de Draco reagiu e ele perguntou abobado:
-O-o quê?
-Vem comigo. O banheiro do avião. -murmurou sugestivamente e levantou-se, puxando-o pela mão.
Havia dois banheiros. Mas as duas portas estavam fechadas. Gina bateu em uma, que se abriu:
-Tá ocupado! –um garoto respondeu, com mau humor e batendo a porta na cara dela.
-A trava é pra ser usada. –Draco disse através da porta para o garoto.
-Vai te catar, cara! Eu tenho claustrofobia. –o garoto ralhou.
Foram para a outra porta e Draco bateu, mas nada aconteceu. Então puxou com força e a porta finalmente se abriu. Os dois entraram e Draco trancou a porta. O espaço era extremamente restrito.
-Você tá bem, Gina? –o loiro perguntou, parecendo preocupado.
-Tô, por quê? –ela quis saber.
-É que eu lembrei que você tem claustrofobia. Aquela vez no elevador, lembra?
Ela fez que sim:
-Mas aqui eu estou com você, acho que possivelmente não ligaria se ficássemos trancados aqui. Estaria ocupada demais pra me preocupar com isso. –respondeu insinuante.
-Então tudo bem. –ele respondeu, começando a beijá-la.
-Peraí, deixa eu sentar na pia. –ela disse, rindo e em seguida o puxou.
Draco beijava o pescoço de Gina, enquanto subia sua mãos suavemente pelas pernas dela.
Gina riu:
-Uh, Draco...Assim faz cócegas e você sabe disso... –ela disse, enfiando as mãos por dentro da camisa dele.
-Vingativa! Pára, isso também dá cócegas.
A ruiva parou com isso e abriu o cinto dele. Ia abrir o zíper da calça, mas uma voz veio de fora. Era uma aeromoça:
-O recreio acabou! Saíam já daí!
-Droga! –os dois reclamaram.
-Saiam imediatamente. Em breve iremos pousar, o comandante acendeu o sinal para que todos apertem os cintos.
Gina fechou o cinto do marido, enquanto ele arrumava a camisa:
-Já estamos indo. –ela anunciou.
Draco tentou abrir a porta, mas esta tinha emperrado:
-Não dá pra sairmos daqui. –ele falou para a aeromoça -A porta não quer abrir.
-Como assim, Draco?!? –Gina perguntou empalidecendo –Não brinque comigo desse jeito!
-Não é brincadeira! Essa droga emperrou. A trava tá com problema.
-NÃO! NÃO! NÃO! Eu não posso ficar presa aqui!
-Gina, você tá bem?
-Eu...-começou a falar, mais branca que nunca -...tô. –e desmaiou.
-Socorro, ela tá passando mal! –Draco gritou.
-Gire a trava com força! –a aeromoça gritou de volta.
O loiro tentou, mas não adiantou. Mandando tudo às favas, ele sacou a varinha e fez um alorromora não verbal, guardando rapidamente de volta a varinha, ele abriu a porta e saiu carregando Gina:
-Ela desmaiou. –o loiro disse pra aeromoça –Tem claustrofobia.
-É isso o que dá esse tipo de brincadeira. –a aeromoça reprovou.
-Você vai ficar aí sem fazer nada? –Draco cobrou –Só me dando bronca?
-Vá para o seu lugar e leve ela pro lugar dela também. Apertem os cintos e eu verei o que posso fazer por ela.
Draco obedeceu e logo depois a aeromoça surgiu, trazendo um pano embebido em álcool e fazendo a ruiva inalar o cheiro forte. Então Gina começou a mexer a cabeça e abriu os olhos:
-O que aconteceu? –a ruiva perguntou, meio que tremendo e respirando aceleradamente.
-Você desmaiou. –a aeromoça disse e entregou um comprimido e um copo com água na mão dela –Beba, é um calmante, vai te fazer bem.
Gina tomou o comprimido com água, obedientemente e em seguida a aeromoça se retirou.
-Desculpa, Draco. –ela murmurou baixinho.
-Desculpa por quê?
-Por te meter nessa e desmaiar.
Ele acariciou o rosto dela:
-Eu sei que você não fez isso por mal, valeu a intenção, meu anjinho. -e deram um selinho.
Ao saírem do aeroporto em Zurique, na Suíça, pegaram um ônibus para ir para a St. Moritz (uma cidade localizada nos Alpes Suíços):
-Era muito mais prática uma chave de portal, Virgínia. –Draco resmungou, quando a viagem de ônibus já durava cinco horas.
-Você tem razão, Draco. Mas a minha mãe preferia se despedir de mim no aeroporto.
-E o que é mais importante? O que a sua mãe diz pra você ou o que eu digo?
-Não fala assim, Draco. Não é justo. É que ela e o papai estão preocupados comigo, sou a única filha deles.
-E eles não confiam que eu cuidarei bem de você? –o loiro perguntou e pela cara que Gina fez, ele desejou que não tivesse perguntado –Por quê não? Eu podia muito bem casar escondido com você e convencê-la a fugir comigo. Mas eu não fiz nada disso. Eu fiz tudo certo, como manda a etiqueta. Como eu sabia que você fantasiava e achava importante.

***Flashback***

Era a noite do dia 11 de agosto. Para comemorar o 19º aniversário da filha, a Sra. Weasley tinha organizado um grande jantar. Toda a família estava presente e Draco também. A sobremesa era o bolo de aniversário. Todos cantaram “Parabéns a você” e Luna e Fleur entoaram sozinhas um óbvio “Com quem será”. Gina ficou vermelha:
-Faça um pedido filha. –o Sr. Weasley falou.
A Weasley fechou os olhos, mentalizando o pedido.
“Por favor, que a minha família não mate...Bem, foi um pouco de exagero...que a minha família aceite o Draco quando descobrirem que vamos nos casar”. Pensou e em seguida soprou as velas.
Quando cortou o primeiro pedaço de bolo, houve um silêncio sepulcral. Todos se perguntavam para quem Virgínia daria o primeiro pedaço de bolo, que era de morangos. Ela respirou fundo:
-Draco, pra você. –e entregou para ele.
A Sra. Weasley estava à beira das lágrimas. O Sr. Weasley se encontrava sério, mas Rony estava tão vermelho de raiva que parecia que poderia explodir a qualquer momento.
-Obrigado, Gina. –Draco agradeceu e provou um pedaço –Está uma delícia, assim como tudo o que faz Sra. Weasley. –elogiou.
Molly sorriu:
-Obrigada, querido.
Após todos comerem o bolo, começaram conversas de certo modo descontraídas. Draco bateu duas vezes em sua taça com um talher e todos olharam pra ele. O Malfoy se encontrou nervoso com todos aqueles olhares, muitos descontentes, sobre si. Levantou-se corajosamente:
-Bem...-ele começou –Como todos já devem saber, eu amo essa mulher. –disse olhando para Gina.
“Eu não acredito que ele vá fazer isso.” Gina pensou “Não agora...Oh, meu Deus! O que vai acontecer?”
Como ninguém falou nada para contradizê-lo (só os gêmeos cruzaram os braços e Rony fez um muxoxo de incredulidade), resolveu continuar:
-Amo o suficiente para querer ficar com ela pelo resto da minha vida.
-Você não vai fazer o que acho que vai fazer, não é mesmo? –Rony perguntou, abismado.
-Calado, Rony. –Harry disse, após o ruivo receber uma cotovelada de Hermione e um olhar feio de Luna.
-Obrigado, Potter. –Draco agradeceu de má vontade e ignorou a pergunta de Rony –Por isso, essa noite, quero pedir oficialmente a mão de Virgínia em casamento. Eu poderia? –perguntou para o Sr. e a Sra. Weasley.
Os dois pareciam surpresos e se entreolharam antes de dizer:
-Se o que diz é verdade, Sr. Malfoy, eu dou autorização. –Arthur disse.
-Eu também concordo, você tirou a minha filha da depressão. –Molly disse.
Draco virou-se para Gina, tirando do bolso uma caixinha, a qual abriu e revelou um lindo anel de ouro branco com um diamante azul lapidado em forma de coração e envolto em brilhantes:
-Aceita casar comigo, Gina?
-Claro! –ela respondeu, Draco colocou o anel em seu dedo e então se beijaram.
O beijo foi interrompido por um grito de Rony:
-NÃO! DE JEITO NENHUM A MINHA IRMÃ VAI SE CASAR COM ESSE CARA!!! –e levantou-se da mesa –SE ISSO ACONTECER, EU NÃO PERTENÇO MAIS A ESSA FAMÍLIA! –declarou e subiu as escadas pisando duro.
Draco tinha ficado com muita raiva. Tinha feito tudo direito e Rony tinha estragado a perfeição daquela noite. Sem hesitar e certo de que ninguém veria, ele mirou Rony e escondendo a varinha com a capa, executou um feitiço não verbal que resultou no ruivo rolando três lances de escadas.
Ao parar de rolar, estava desacordado e suas pernas e braços estavam em ângulos estranhos.
“Droga! O que eu fui fazer? Se alguém descobre que a culpa é minha, eu tô ferrado.” Pensou.
O Malfoy então havia se oferecido para levá-lo até o hospital St. Mungus...

***Fim do flashback***

-Não é bem isso. É que eles acham que o casamento é uma responsabilidade muito grande e que somos muito jovens para tê-la. –Gina respondeu em tom de quem quer adular e acariciando o rosto dele.
-E você concorda com eles?
-Não, pra mim responsabilidade não é sinônimo de idade. Além disso, eu te amo e penso que vou te amar pra sempre.
Draco beijou-a com carinho e paixão, demonstrando que concordava integralmente com o que ela havia dito. É, certas coisas não tinham mudado. Draco não se sentia confortável em falar dos seus sentimentos com palavras. Não foram muitas as vezes que ele tinha repetido o mesmo “Eu te amo” falado em Roma, mas ele procurava evidenciar de outros modos o amor que tinha por ela. Além do mais, pensava que Gina falava “Eu te amo” suficiente por eles dois.
Ficaram abraçados e pensando.
“Gina, eu nem acredito que estamos casados. Você é só minha e ninguém vai te tirar de mim. Ah, como essa ruiva me faz feliz...Como teria sido se eu não a tivesse conhecido melhor? Provavelmente eu estaria em Azkaban ou foragido como Comensal. Ficar apaixonado por ela foi realmente a melhor coisa que podia ter me acontecido. Não posso suportar a idéia de perdê-la...O que aconteceria se eu contasse que quase matei o irmão dela? Eu estava com raiva, puta merda, ele tinha estragado um dos momentos mais importantes da minha vida. Ela tem que entender. Talvez eu devesse contar pra ela. Será que eu consigo guardar esse segredo dela? Vai que alguma vez ela lê o meu pensamento. Meu Merlin, eu estaria ferrado!”
“Adoro estar nos braços do Draco, meu marido...aiai...braços fortes que me fazem sentir protegida e aconchegada. Quando eu imaginaria que isso aconteceria? Como eu fui me apaixonar por Draco Malfoy? Aff..até parece que eu não conheço a resposta. Olhos, azuis acinzentados, os mais lindos e misteriosos que eu já vi. Primeiro veio a atração, a paixão e então o amor. Eu tive que enxergar por trás da cortina de frieza e não me arrependo do que encontrei: um homem que apesar de possuir vários defeitos, se esforça pra melhorar, por mim, porque me ama. Eu amo tanto o Draco...Não consigo suportar a idéia de ter segredos. Ele é um ótimo legiminente, e se ele ler a minha mente? Ele vai descobrir que eu fui pra cama com o Simas. Oh não! Eu não quero esconder isso, mas tenho medo da reação dele! Será que ele entenderia que não fiz isso em juízo pleno? Eu estava bêbada...não podia controlar os meus atos.”
-Draco. –Gina disse.
-Gina. –o Malfoy disse ao mesmo tempo em que ela.
-Fala, Draco.
-Não, fala você, Gina.
-Eu não. –ela recusou –Por favor, me diz o que ia falar.
-Me diz você, Virgínia. –ele disse começando a ficar irritado.
-É que... –ela tomou fôlego –Eu te amo. –disse, perdendo a coragem –Você sabe disso, não sabe?
-É claro que sei, Gina. Mas isso não vai me enrolar, é outra coisa o que você queria dizer.
“Não posso contar a ele! NÃO POSSO! NÃO POSSO! NÃO POSSO!”
-Não é bem dizer... –ela murmurou para ganhar tempo.
-Ah não! –Draco exclamou –Chega de banheiros de transportes coletivos, entendeu? –e ela lançou um olhar ofendido –Eu te quero sim, Gina, mas por enquanto não estou tão desesperado a ponto de entrar num banheiro de ônibus. Não é digno de um Malfoy e você tem que concordar, somos Malfoys e merecemos coisa melhor. Espere chegar no hotel pra mostrar que o anjinho também tem tridente, meu amor. –disse querendo bajular.
-Eu vou esperar, Draco. –ela disse fazendo uma expressão angelical –Você nunca me decepcionou nisso, ex-comensal da morte. –ela murmurou, passando a língua sensualmente pelos lábios e lançando um olhar quente.
O loiro mordeu o lábio inferior:
-Hum...Não faz isso comigo, auror.
-Isso o quê? –ela perguntou, alisando a gravata dele.
-Me atiçar desse jeito, é golpe baixo.
-Verdade?- Perguntou, passando os dedos delicadamente por cima da palma da mão dele.
-Tá me deixando louco de desejo. –ele respondeu, arrebatando-lhe um beijo.
Em seguida, levou os lábios ao pescoço dela, beijando fervorosamente:
-Aqui não, Draco. –ela avisou, constrangida –Não me agarra assim em público. –o repreendeu.
-A culpa é sua...me deixa aceso em segundos. –falou, soltando-a.
-Controle-se, Draco. –ela disse, olhando furtiva e reprovadoramente entre as pernas dele.
Ele corou levemente:
-Depois dessa, eu toparia entrar no banheiro. –disse veemente.
-Nada disso. Vai ter que esperar e se comportar como um bom menino. –falou, balançando o dedo indicador de um lado pro outro.
-Ridículo, Virgínia. Eu sou um homem, o seu homem. O que vai fazer se eu não me comportar? –perguntou, quase que revoltado.
-Tortura. –respondeu misteriosamente.
-Que tipo de tortura? –perguntou, preocupado.
-Não vou dizer. –respondeu categórica -Quero saber o que tinha pra me dizer. –acrescentou, manhosa.
-Eu? Nada. –respondeu, soando displicente.
A ruiva olhou desconfiada:
-Não estaria escondendo algo de mim, não é, Draco?
-Eu? –e fez cara de ofendido –Mas é c-claro que não! –“Pense Draco, desvie o assunto.” Pensou desesperadamente, evitando contato visual –É que você sabe como eu tenho dificuldade com palavras.
-Sei, mas e daí? Isso tá meio suspeito.
-Eu queria dizer que vou fazer tudo o que puder pra te fazer feliz. Assim... hum... retribuindo o quanto você...me faz feliz. Eu te amo, Gina. Apesar de não falar tanto quanto você fala, saiba disso.
Um belo sorriso iluminou a face de Gina. Ela sempre ficava extremamente contente quando Draco dizia que a amava:
-Eu sei, Draco. –e o beijou.
Esse era o jeito mais fácil para Draco enrolar Gina, ela ficava toda aiaiai [N/A: Assim eu falava que a Sakura ficava quando via o Yukito no anime “Sakura Card Captors” e quer dizer derretida] ao ouvi-lo falar de seus sentimentos por ela.
-Eu não tenho palavras pra descrever o quanto estou feliz. –a ruiva falou após o beijo e deitou a cabeça no ombro do Malfoy.
Ele beijou o topo da cabeça da esposa e passou um braço pelos ombros dela, a segurando contra si:
-Nada vai estragar a nossa felicidade. Eu não vou deixar.
-Draco, eu acho que nunca te perguntei... –ela murmurou pensativa, rebuscando suas lembranças.
-O quê?
-Várias coisas.
-Interrogatório não. –o loiro disse categoricamente.
-Sim, Sr. Eu tenho que saber tudo o que diz respeito ao meu marido. Quero saber sobre o seu passado Draco.
-Não... –murmurou –Pergunte então. –se rendeu, suspirando.
-Com quantos anos você deixou de ser BV e com quem foi? E também quando e como foi?
-Gina...-ele reclamou –Eu não vou responder isso. É tão...
-Conta pra mim, meu amor, por favor. –falou, fazendo charme.
-Só se você também me responder as mesmas coisas que perguntar.
-Tá. Mas me responda.
-Foi quando eu tinha 13 anos. A Pansy Parkinson tinha ido me visitar na Enfermaria porque eu tinha sido atingido no braço por um maldito hipogrifo daquele maldito mestiço.
-Draco! Não fale assim do Hagrid! –Gina o censurou.
-Que seja. –ele disse fazendo pouco caso e continuou –Eu estava dormindo, quando senti algo úmido entrando dentro da minha boca, não preciso dizer o que era Virgínia. Quando acordei vi que era ela. Pronto foi isso. Úmido e confuso e não me agrada lembrar disso. Satisfeita? Agora é a sua vez.
-Bem o Neville me deu um selinho no Baile de Inverno. Quando eu tinha 13 anos...
-Que baixo nível, Virgínia. O Longbottom era quase um aborto. Mas eu quero saber de beijo de verdade.
-Eu tinha 14 anos. Foi com Miguel Córner. Ele me convidou pra ir pra Hogsmeade com ele e eu aceitei, então ele me beijou. Foi estranho, mas não foi ruim.
-Aquele Corvinal estúpido? Que mau gosto você tinha.
-Se está reclamando, quem eu deveria ter beijado? Não venha me dizer que era você, porque a gente se odiava naquela época.
-Sei lá. –ele respondeu.
-Tá e sobre a sua 1ª vez. Eu lembro que você falou que tinha sido com 15. Mas e então?
-Então o quê?
-O mesmo que eu queria saber sobre o seu primeiro beijo.
-Você está abusando, Virgínia.
-Não estou não. Vamos Draco, conta pra mim.
-Você não vai acreditar. –ele respondeu calmamente.
-Fala! –ela exclamou curiosa.
-Hermione Granger. –respondeu.
-Mentiroso! Me conta a verdade.
-Eu disse que você não acreditaria.
-Mas como? Vocês se odiavam...
-Calma, Virgínia. Te peguei. Eu estava mentindo. Nem a pau com a Granger.
-Seu chato! Você quase me fez acreditar!
-Não quer saber mais, então?
-Claro que quero!
-Droga. Tá bom...Mas é reprovável da minha parte.
-Draco! Não vai me dizer que você estuprou uma garota.
-Você sabe como são os hormônios adolescentes. –ele disse e Gina fez cara de horrorizada –Mas não, eu não estuprei ninguém. –acrescentou, sério.
-Pare de enrolar. Tanta enrolação pra dizer que foi com a Parkinson também?
-Não, com ela foi depois. Quando a gente namorou por um tempo no meu 6° ano. Foi com uma Grifinória.
-Não! –Gina exclamou –Eu pensei que fosse uma sonserina.
-Foi durante a época em que eu fazia parte da Brigada Inquisitorial e você da AD. Eu estava patrulhando os corredores e já passava do horário em que os alunos não deviam sair de suas Salas Comunais. Acho que ela tinha se perdido ou algo do tipo e também acho que foi na saída de uma das reuniões do seu grupinho. Eu a encontrei num corredor e disse que a levaria para Umbridge naquele instante e que ela seria expulsa, já que a Alta Inquisidora de Hogwarts queria alguém para dar o exemplo de que todos deviam obedecer às regras. Então ela disse que faria qualquer coisa se eu não a dedurasse. Aí eu disse que não, que eu iria levá-la naquele instante até a sala da Umbridge. Então ela me deu um beijo e em seguida caiu aos meus pés e suplicou.
-Hey, nós da Grifinória não nos humilharíamos pra um sonserino nem que significasse ser expulso. Pare de mentir!
-Tá bom. Ela não caiu aos meus pés suplicando. Mas ela me beijou e me propôs uma troca. Ela disse que se eu não a dedurasse, eu podia pedir qualquer coisa e que seria uma dívida bruxa. Eu resolvi pedir algo que eu tinha certeza que ela não aceitaria, então poderia ferrar com a vida daquela grifinória. Mas ela aceitou. Então eu não a dedurei e mandei uma carta dizendo que ela devia me encontrar no corredor do 5° andar, na Ala Oeste, às 5h no domingo, aí ela foi, eu levei ela pra uma sala de aula vazia e aconteceu. E eu que pensava que as grifinórias eram certinhas e comportadas...
-Como foi?
-Isso é indiscreto, Virgínia.
-Eu não quero saber detalhes. Quero saber se você gostou e se ela era melhor que eu. –disse emburrada.
-Sim, eu gostei. Mas você é muito melhor que ela, Gina.
-Você ficou com ela mais vezes? E principalmente quero saber o nome dessa traíra grifinória!
-Não, eu não fiquei com ela de novo. Afinal, era apenas um acordo e eu não queria, passei a sondar outras. –e ela fechou a cara -Não adianta ficar brava, Virgínia, você me conheceu em Hogwarts, sabe como eu era. No momento em que você me aceitou como seu marido, você aceitou junto os meus defeitos, falhas e o meu passado. Além do mais, traição por traição à Grifinória...Ela transou comigo uma vez e você muito mais e se casou comigo, isso mesmo, com um sonserino.
-Você tem razão. Mas diga o nome dela. –a ruiva falou, tentando ficar calma.
-Foi a Lilá Brown.
-Tinha que ser. Bem, pelo menos eu não preciso responder. Você já sabe a resposta.
-Não custa nada eu ouvir mais uma vez.
-Ah, não, Draco.
-Não seria justo, Virgínia. Você me fez falar.
-Como você é chato, Draco.
-Mas você ama esse chato. Então diga para o chato o que ele quer saber.
-Roma. Mais ou menos meio dia. Dia 8 de junho desse ano. Com você, é claro. No quarto 18B do The Best of Coliseu.
-E como foi? –ele perguntou, com um visível sorriso de divertimento nos lábios.
Gina corou loucamente:
-Ah, não, Draco. Eu não digo. Isso é indiscreto, lembra-se?
“Jogando as minhas palavras contra mim...Farei o mesmo.” ele pensou.
-Eu não quero detalhes.
Gina olhou para outro lado:
-Você sabe que foi ótimo. –murmurou, sentindo as faces queimando.
-Eu acho que nunca conseguirei te ensinar a não corar. Por mais que eu provoque, você não se acostuma, sempre fica vermelha e envergonhada. –o loiro respondeu como se estivesse cansado.
-Eu sou assim, Draco. Eu tenho vergonha e acabou, não posso mudar isso.
“É, mas de vez em quando você não tem tanta vergonha assim...” ele pensou, mas o que disse foi:
-Eu gosto de você do jeito que é. Mas pelas barbas de Merlin, Virgínia, quantos séculos mais vai durar a viagem nesse ônibus? [N/A: Todos dizem isso...Mas será que Merlin realmente tinha barba? Bem, pessoalmente eu o imagino um pouco como Dumbledore, mas vai saber...]
A ruiva voltou a olhar pra ele:
-Não sei. –disse dando de ombros -Te incomoda ficar perto de mim? –acrescentou ferinamente.
Draco revirou os olhos:
-Ficar sentado ao seu lado por horas num transporte coletivo trouxa sem poder te tocar direito, me incomoda sim! Já não bastava o avião? Eu disse que uma chave de portal era a melhor coisa.
-Não vamos começar de novo com essa história de chave de portal, Draco... –ela murmurou com um suspiro cansado.
-Por que não? Sabe que eu tenho razão, não sabe, Virgínia?
-Olha, Draco. –Gina começou, respirando fundo –Eu não vou brigar com você pela 3ª vez no 1° dia da nossa lua-de-mel. Já não foi o bastante a briga que tivemos ao acordar e a do elfo doméstico? Você ainda quer continuar a brigar comigo?
Com isso, Draco foi chamado à razão. Brigar com a sua mulher era a última coisa que queria.
“O que eu quero é te pegar de jeito, ruiva! Hoje você não me escapa. Eu vou te fazer delirar. Vou te deixar louca e você vai implorar por mais e eu prontamente satisfarei o seu desejo. Então ao fazer isso, você...”
-Draco! Eu li isso. –ela respondeu, muito corada –Pare de pensar sobre isso. Baixa essa bola, você não é nenhum adolescente com os hormônios em polvorosa. Sexo é tudo pra você? Será que não aprecia a minha simples companhia?
Ele suspirou:
-Gina, meu amor. –e pegou as duas mãos dela –É claro que eu aprecio a sua companhia. Mesmo que muitas vezes nossas conversas terminem em briga, elas são interessantes e prazerosas pelo simples fato de eu ouvir a sua voz. Você sabe o que sinto por você. Eu não mentiria sobre isso, nem me casaria com você se não me sentisse assim. Ainda acha que não aprecio a sua companhia?
Gina passou uma mão pelo rosto do Malfoy, tirando uma mecha de cabelo de cima dos olhos dele. A ruiva perguntava-se como duas pessoas tão diferentes podiam ser alma-gêmeas. Sim, porque Virgínia considerava Draco sua alma-gêmea. Nunca esperara se sentir dessa forma, ter um sentimento tão grande dentro de si por alguém. Sentia que esse amor era maior que tudo. Mas talvez todos os apaixonados pensassem assim, não? Como Draco podia ser tão perfeito e ao mesmo tempo tão imperfeito? Ele podia errar com ela, mas sempre procurava consertar o erro, Gina amava isso nele. Ao olhar para ele, sua pergunta fora respondida. E ela perguntava-se como pudera pensar que ele queria apenas sexo com ela? Se fosse isso, ele não se daria ao trabalho de jurar perante a sociedade e o mestre de cerimônias que ficaria com ela pelo resto de sua vida. Por que se amarraria a uma mulher que só servia para satisfazer suas vontades carnais? Não, isso ele já tivera demais. Gina era mais que isso. Sua paixão por ela não se resumia a atração física. Havia mais que paixão, havia amor. Um amor que o Malfoy jamais pensou que pudesse sentir. Acima de tudo, ele queria o bem dela, nem que significasse tentar se dar bem com a os traidores do sangue (a família dela), o heróizinho trágico do Potter e sua namorada Sangue-ruim. Não podia pensar em ficar afastado da ruiva e procurava se esforçar para agradá-la, apesar de muitas vezes ser deveras difícil. Todo o seu ser suplicava para nunca mais se separar de Gina.
-Quer que eu te dê mais aulas de esqui quando chegarmos lá? –perguntou, lembrando-se de como ela se divertira esquiando (na verdade tentando) na neve quando eles tinham ido à Suíça.
-Sim. –a ruiva respondeu entusiasmada –Agora eu espero cair menos que da última vez.
-Mas foi divertido quando rolamos juntos na neve, não foi? Não conseguíamos parar de rir.

***Flashback***

Gina se encontrava encostada a uma árvore. Estava pensando em como fazer Draco tornar-se seu aliado, o que àquela altura parecia impossível. Foi quando sentiu uma coisa gelada acertar seu pescoço, quebrando sua linha de raciocínio.
-Pensando em mim, Weasley? –Draco perguntou arrogantemente.
Gina abaixou-se fingindo amarrar um dos tênis, mas na verdade estava fazendo uma bola de neve. Ela levantou-se e foi se encaminhando até Draco, com as mãos para trás:
-Como sabe? Estava pensando que a fonte da sua arrogância é o seu cabelo. –ela disse esfregando neve na cabeça dele.
-Não vai ficar assim! –ele disse se abaixando para pegar mais neve.
Percebendo a intenção de Draco, Gina jogou todo o seu peso contra ele para derruba-lo. Conseguiu seu intento, mas ele passou uma rasteira fazendo com que ela caísse no chão também:
-Ai, que gelo! –Gina disse sentada no chão quando Draco começou a atirar bolas de neve –Pára! –ela disse pulando em cima dele afim de segurá-lo pelos braços.
Acontece que eles se encontravam em um terreno inclinado, sendo assim os dois acabaram desequilibrando-se e como conseqüência, rolaram colina abaixo (literalmente).
Quando chegaram a um lugar mais nivelado, eles pararam de rolar.
Gina estava no colo de Draco. Eles se encararam e tinham tudo para começar outra briga. No entanto, não foi isso que ocorreu.
Quando os olhos de ambos se encontraram, os dois estavam muito sérios, mas aos poucos suas expressões foram se abrandando e eles começaram a rir. Não rir um da cara do outro como costumavam fazer, mas rir da situação em si. Era a primeira vez que riam juntos.
Riram tanto e tão agradavelmente, que haviam se esquecido da posição em que estavam: Draco sentado esparramado no chão e Gina confortavelmente em seu colo. Demorou um certo tempo para conseguirem se recuperar do acesso de risos:
-Fazia tempo que eu não ria tanto. –Gina disse de maneira espontânea.
-Eu nunca tinha rido tanto assim. –Draco confessou.
Gina o olhou e depois a si mesma e finalmente percebeu onde estava sentada:
-Não leve a mal. Eu juro que não tinha percebido. –ela disse se levantando na velocidade da luz e com o rosto tão quente e vermelho, que poderia ser capaz de derreter a neve.
-Eu também não havia percebido. –Draco respondeu dando um meio sorriso.

***Fim do flashback***

-Mas dessa vez a nossa passagem pela Suíça será diferente. Eu não vou deixar nenhum suíço se meter a besta com você. Eu me senti tão culpado por aquele tal de Wagner tentar te estuprar, fui idiota de colocar você naquela roubada. E também não irei colocar nada para modificar a sua bebida e te fazer agir por instinto.
“Mesmo porque eu não preciso disso...De qualquer jeito, ela me deixa louco.” Ele completou mentalmente, pensando em como Gina era na cama.
-Esquece isso, Draco. –a ruiva disse, entrelaçando sua mão na dele –Agora é diferente e é isso o que importa.
-Você não existe, Gina. Eu ganhei na loteria. Você perdoou todos os erros que eu cometi no passado.
-É claro, você era um comensal. Eu te perdoei porque você mudou e merecia o meu perdão. –disse e mais uma vez deitou a cabeça no ombro de Draco –Eu confio em você, Draco, nunca faria nada que me decepcionasse. –e fechou os olhos, não podendo ver a cara de culpado que o loiro fez.
“Droga! Cada vez fica mais difícil pra eu contar à ela. Por que eu não consigo? Bem, isso é óbvio...Eu tenho medo de decepcioná-la e perdê-la. A Gina é tudo pra mim. O que eu faria sem ela?” ele pensou, se sentindo cada vez mais péssimo com a situação e nem imaginando que Gina sentia o mesmo. Esconder um segredo da pessoa amada realmente não estava sendo a coisa mais fácil para aqueles dois.


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