O casamento



‘Cause you’ve turn my world around
(Porque você mudou o meu mundo)
Since you came along, no
(Desde que você surgiu na minha vida)
After this love was found
(Depois que este amor foi descoberto)
It seems like we can’t go wrong
(Parece que não podemos viver errados)
Deep in my heart I know there’s only you
(Profundo em meu coração eu sei que há apenas você)
And right from the start I always knew
(E exatamente desde o início eu sempre soube)
I’ll never let go ‘cause I love you so
(Eu nunca vou desistir porque eu te amo tanto)
Oh-oh I want you for the rest of my life
(Oh-oh Eu te quero pro resto da minha vida)
[Deep in my heart –Britney Spears]

-VIRGÍNIA MOLLY WEASLEY!!!!! –era Molly Weasley gritando e praticamente esmurrando a porta trancada do quarto da filha –Que feitiço é esse com que você trancou a porta? Acorde agora já é 8h da manhã! O seu casamento é às 3h da tarde! JÁ ESQUECEU? Ou quem sabe desistiu de casar com aquele Malfoy...VAI OU NÃO VAI ABRIR ESSA PORTA?!?
Ao ouvir os berros da mãe, Gina sentou-se na cama, assustada. Fez isso tão rapidamente que acabou derrubando Draco no chão:
-Bela maneira de acordar. –o loiro resmungou.
-Shiu! –ela fez pra ele –JÁ VOU ABRIR, MÃE! –gritou para Molly –A minha mãe não sabe que você dormiu aqui, Draco. –Gina cochichou pra ele, colocando de qualquer jeito a camisola, que por sorte não era tão transparente e mais comprida, assim a Sra. Weasley não perceberia que ela vestia apenas a camisola.
-Como sempre, ninguém por aqui sabe. –ele suspirou.
-Se esconde no meu guarda-roupa, Draco. Rápido e faça silêncio.
O Malfoy fez cara de reprovação, se cobriu com um lençol e fez o que Gina tinha pedido. Gina então pegou sua varinha e abriu a porta:
-Especialis alorromora. Pronto, mãe. O que você quer?
Molly adentrou o quarto da filha:
-Como assim o que eu quero? Hoje é o seu casamento, você tem que se arrumar. Não quer se casar parecendo um espantalho, quer?
-Eu pareço um espantalho? –Gina perguntou com indignação.
-Não. –Molly respondeu meigamente –Mas está bem acabada. O Ministério está te matando de tanto trabalhar, não é, filha? Todos aqueles tribunais em que os Aurores são obrigados a comparecer...
Gina sorriu:
-Prefiro ter trabalho demais pra comparecer aos tribunais em que os Comensais da Morte estão sendo condenados do que os caçando. Finalmente o Harry derrotou Voldemort! Graças a Deus! Eu não agüentava mais ver destruição por aí e corpos, rezando para que não fosse de algum conhecido. Além disso a Marca Negra sumiu. –Gina mostrou o braço pra mãe –Completamente.
-Mas mesmo assim, Gina. Você está trabalhando demais, essas olheiras nos seus olhos dizem isso claramente. Precisamos dar um jeito nelas. O seu quarto está uma bagunça, filha. O que são essas peças em cima da sua cama?
Gina arregalou os olhos e então se virou. Suspirou aliviada ao ver que eram apenas sua calcinha e seu sutiã. Por sorte as roupas de Draco haviam sido chutadas por ele mesmo pra debaixo da cama dela.
-Eu cheguei ontem do Ministério tão cansada, mãe. Acabei tirando antes do banho e largando aí. Você tem razão mãe, eu estou trabalhando demais...Eu já vou descer, está bem? Vou tomar um banho, me trocar e aparato lá embaixo.
Molly saiu do quarto resmungando algo sobre “Exploração do Ministério da Magia” e “Por que o Arthur não faz nada pela nossa filha?”.
Gina trancou novamente a porta e sorriu com culpa. Ela realmente estava cansada, sonolenta e com olheiras. Mas a culpa não era exatamente do Ministério, não a maior parte dela, pelo menos...
-Pode sair. –ela falou e Draco abriu o guarda-roupa –Você viu só, Draco? A minha mãe disse que eu estou acabada e com olheiras.
-Você está me culpando? –Draco perguntou, tirando suas roupas de debaixo da cama dela e vestindo sua cueca branca.
-Não, eu estou culpando a Lula Gigante. –disse sarcástica –É claro que é você, Draco. Quem é que vem quase toda noite, desde que a guerra acabou, fazer uma visita noturna pra mim? Você praticamente não me deixa dormir.
Ele sorriu de viés, abotoando a camisa azul:
-De noite, eu não ouço reclamações. –respondeu, divertindo-se com a expressão dela.
-Como se atreve? –ela perguntou, fingindo-se de indignada, performance que foi arruinada por um riso abafado –Você não vale nada mesmo, Draco Malfoy. O mesmo cínico de sempre. –disse em tom de brincadeira.
-É? Só que você não consegue ficar sem esse cínico. –disse beijando o pescoço dela.
-Draco, você tem que ir embora. Eu disse pra minha mãe que ia tomar banho...
Ele a cortou:
-Ótima idéia. –e beijou a boca dela brevemente –Eu não me importaria em tirar a roupa de novo, nem terminei de me vestir, moranguinho.
-É sério, Draco. Você precisa ir embora, se você ficasse, só iria me distrair. –e ele a soltou –Você não quer uma noiva linda na hora do casamento?
-Você já é linda. –o loiro respondeu, vestindo a calça e depois calçando as meias e os sapatos –A Mansão Malfoy vai estar maravilhosa, você vai ver.
-Você sabe que eu preferiria que fosse aqui. –ela disse, fazendo beicinho.
-Mas na Mansão Malfoy tem um Salão de Festas, querida, eu já te disse isso.
-É, eu sei...Mas era o sonho da mamãe.
-Ué? –Draco perguntou –O sonho da sua mãe não era fazer o seu vestido de noiva? Isso eu já deixei, você podia ter o melhor estilista do mundo, mas não quis...
-A minha mãe tem vários sonhos...Sabe como são as mães, não?
-Sei...A minha mãe queria que eu chegasse num cavalo branco. Vê se pode...eu recusei terminantemente, é claro. Falando na minha mãe, ela deve estar louquinha atrás de mim. Já deve ter percebido que eu não dormi em casa de novo. Tenho que ir. –Draco anunciou terminando de fechar a capa e pegando a varinha, pronto pra aparatar.
-Espera, Draco! –ela chamou.
O Malfoy olhou pra ela e então se abraçaram:
-Draco...
-Hum? –ele perguntou, a face afundada nos cabelos dela.
-Promete pra mim que não importa o que aconteça, você vai continuar me amando?
-O quê? Você não está pensando em me deixar no altar ou algo do tipo, não é mesmo?
-É claro que não! –Gina respondeu indignada –Eu quero que você prometa.
-Eu prometo se você também prometer. –o loiro disse.
“O que ela tá escondendo de mim?” Draco pensou.
“O que ele tá escondendo de mim?” Gina pensou.
-Eu prometo, Draco, nada vai mudar o fato de eu te amar.
-Eu também prometo, Gina. –falou solenemente e selou a promessa com um beijo doce e apaixonado.
Foi a Weasley que o cortou:
-Agora você tem mesmo que ir, meu amor. A gente se vê. –e deu um selinho nele.
-Até lá. –Draco respondeu e aparatou na Mansão Malfoy.
Gina suspirou e sorriu, feliz, se dirigindo para o banheiro. Tirou a camisola e tomou um banho frio pra espantar a sensação de sonolência. Em seguida vestiu um vestido vermelho simples e calçou uma sandália sem salto, tipo chinelo, mas que tinha algumas pérolas verdadeiras a adornando, presente de Draco. Ao se pentear, sentia-se simplesmente a mulher mais feliz do mundo, em seu dia mais feliz, com o melhor noivo do mundo. Parecia que nada poderia dar errado naquele dia. Gina então aparatou na cozinha, sorrindo bobamente:
-Bom dia, mamãe! –disse entusiasmada.
-Daqui a pouco seria boa tarde, mocinha. –A Sra. Weasley respondeu.
-Não exagere, mãe. Ainda são 8h e meia da manhã. –Gina disse, sentando-se a mesa e enchendo a sua tigela com cereal e leite.
-Mas hoje é o dia do seu casamento, deveria estar de pé desde as 6h.
-Sem chance, mãe. Eu tenho dormido pouco, merecia duas horinhas a mais, não? –perguntou, sorrindo antes de comer uma colher do cereal.
Molly suspirou:
-É...Já que estamos apenas nós duas nessa cozinha, podemos ter uma conversa de mulher pra mulher?
Gina corou e quase engasgou com o cereal. Não tinha a mínima vontade de discutir assuntos como sexo com sua mãe, seria muito constrangedor. Ainda mais depois que respondesse que não era mais virgem. Ao terminar de mastigar, perguntou:
-Pra que isso, mãe?
A Sra. Weasley continuou como se não tivesse havido interrupção:
-Eu quero falar sobre o casamento. É um passo realmente muito sério pra ser dado sem pensar.
-Mas eu e o Draco pensamos muito sobre isso, mãe! E ainda assim queremos nos casar. Não me venha com esse papo, por favor.
-Hum...Mas você está segura de que quer aquele Malfoy pela vida inteira? Porque quando se casa, deve-se pensar que é pra sempre e vocês são tão jovens.
-Mãe pare de se dirigir a ele como “aquele Malfoy”, eu também serei Malfoy. Chame-o apenas de Draco. Eu sei que eu tenho apenas 19 anos e ele 20, mas quero viver ao lado do homem que amo. E mãe, me responda sinceramente, você gosta dele?
Molly sorriu:
-Você sabe que todos nós nessa família pensamos que o Simas seria melhor pra você, mas eu sei que você ama o Draco e eu aceito isso. Ele pareceu realmente muito educado quando veio pedir sua mão em casamento, mesmo o Rony tendo feito aquele escândalo, o Draco o ajudou, quando aconteceu aquele acidente com o seu irmão. Ele tem sido um chefe muito bom de Execução das Leis da Magia e eu acho que ele te ama mesmo.
-Não ache mãe, tenha certeza. O Draco é tudo o que eu quero. Eu sei que temos nossas diferenças, mas temos uma paixão um pelo outro que supera tudo. Draco Malfoy é o homem da minha vida. –Gina disse suspirando.
-Bem, se ele te faz feliz, então também estou feliz. Espero que a convivência de vocês seja boa, porque morar debaixo do mesmo teto é complicado no começo. Agora termine logo de tomar café, preciso que me ajude a fazer a poção para os seus cabelos e também tenho que dar uns últimos ajustes no seu vestido.
Gina sorriu aliviada de que sua mãe a entendesse e de que não tivesse feito perguntas constrangedoras.
“Eu te amo, mãe!” foi o que pensou.

***

Draco aparatou no Saguão de Entrada da Mansão Malfoy e imediatamente avistou sua mãe:
-NÃO! Isso está no lugar errado, é um arranjo do jardim! –ela dava ordens aos elfos domésticos, então percebeu a presença do filho –DRACO! Por onde você andou?!? É o dia do seu casamento e você some?!?
-Ainda não comi nada hoje, estou com fome. –Draco disse indo para a cozinha e Narcisa foi atrás dele.
-Eu te perguntei onde você esteve. Responda, filho desnaturado! Quer matar a sua mãe do coração? –ela fez questão de saber, o segurando pelo braço.
-Na casa da minha noiva. –ele respondeu, sem parar de andar.
-Você não pára em casa, Draco! –ela reclamou –Eu me sinto sozinha, sabia?
-Eu não tenho culpa do Lúcio ser o idiota que é e ter sido mandado pra Azkaban.
-Não fale assim do seu pai, você também já esteve lá. –Narcisa reclamou.
Alcançaram a cozinha, a qual era enorme e totalmente branca e que Draco raramente visitava, já que sempre era servido pelos elfos...Mas já que agora os elfos estavam ocupados...
-Pare de o defender, mãe. Ele não merece isso. –Draco disse, abrindo a geladeira e vendo que por sorte tinha um lanche pronto, o qual ele pegou.
-Eu sei, mas apesar de tudo eu sinto falta dele...
Draco terminou de mastigar e então disse:
-Desencana, mãe. Pode ir arrumando outro, porque o meu pai não sai de Azkaban pelo resto da vida.
-Ah é? Duvido que você desistiria de casar com aquela Weasley. Ela ganhou na loteria, soube conquistar você direitinho. E bem, já que nenhuma outra conseguiu fazer isso, eu tenho que bater palmas pra engenhosidade dela.
-Não a chame de “aquela Weasley”. E a família dela está muito bem de grana, cada um em sua área. Além disso, foi graças ao Sr. Weasley que fui promovido a Chefe do departamento.
-Tá, isso é verdade...Mas tem certeza de que o que sente pela Virgínia é algo duradouro e verdadeiro? Tem certeza que não é apenas por que ela te satisfaz na cama? –e a loira ficou com as bochechas levemente rosadas ao dizer isso ao filho –Você quase não dorme mais em casa.
-Eu amo a Gina, ok? E pare de reparar se eu durmo aqui ou não...
Narcisa o interrompeu:
-Você é meu único filho, Draco. É lógico que eu reparo. É óbvio que eu só quero o melhor pra você, será que não percebe isso?
-Ela é o melhor pra mim. –ele disse e sem pensar, acrescentou –Sem ela eu não vivo, vegeto.
-Não é todo dia que se ouve um Malfoy falando assim. –Narcisa comentou –Tudo bem, eu acredito em você. Lembro-me quando você saiu de Azkaban o quanto estava abatido e o quanto continuou assim antes de viajar pra Roma. Ao voltar daquela viagem eu me perguntei que milagre tinha acontecido, então você não se controlou e disse “Mãe, eu vou me casar. A Gina ainda me ama e eu também a amo”. Só pelo seu sorriso, eu não pude deixar de sorrir também, você estava tão feliz, Draco.
-Eu ainda estou feliz, mãe. E de qualquer forma, passarei mais tempo aqui, já que eu e a Gina moraremos na Mansão. Você vai se dar bem com ela, não vai?
-Depende.
-Do quê?
-De que ela continue fazendo você sorrir. Eu adoro quando você sorri. –e Draco realmente teve que sorrir ao ouvir isso –O seu pai não sorria verdadeiramente e nem você. Que bom que a Virgínia mudou isso em você, Draco.
O loiro não disse nada, apenas terminou de comer seu lanche, se sentindo incomodado pelo olhar “encantado” da mãe sobre ele. Quando foi mais uma vez a geladeira, dessa vez para pegar iogurte, Narcisa falou:
-Esqueci de te dizer que os seus padrinhos de casamento chegaram. Eu mandei-os para o Salão de Jogos. E agora vou indo ou aqueles elfos domésticos farão tudo errado.
Draco rapidamente acabou de tomar o seu iogurte, escovou os dentes e em seguida foi se encontrar com seus padrinhos: Gabrielle Linnet e Daniel Di Capizio.

***

Eram 3h da tarde. Gina estava no quarto da Sra. Weasley, olhando-se no espelho enquanto a mãe dava uns toques finais no vestido:
-Gina, você emagreceu. Além de não dormir direito, você também não come direito? –Molly reclamou.
Gina foi livrada de responder por Hermione que acabara de entrar no quarto:
-Oi, Gina, Molly. Eu vim dizer que está passando das 3h e todos já estão na Mansão Malfoy, eu aparatei de lá.
-Oi, Mione. Que bom que você veio aqui! Me diz como o Draco tá. –Gina cobrou.
-Fique parada, filha. -Molly disse ainda fazendo alguns ajustes.
-Bem... –Hermione começou –Ele pareceu bastante nervoso, estava mais pálido do que o normal e o peguei murmurando algo como “E se ela desistir?”.
-Como é bobo. Eu disse que não desistiria. Eu só estou um pouco atrasada.
-Pronto. –Molly declarou –Você aparata com ela depois, Hermione. –e aparatou sem esperar resposta.
-Como você acha que estou? –Gina perguntou.
Hermione olhou meticulosamente para a noiva. O vestido era um tomara que caia branco e longo, com um corpete ornado com pérolas e rendas. No pescoço da ruiva havia um colar de pérolas e por baixo do véu e da grinalda, o cabelo estava preso num penteado e cacheado nas pontas. A maquiagem era leve. Os olhos destacados com uma linha de sombra branca sobre as pálpebras, delineador e lápis preto. O blush era especial e escondia as sardas e o gloss avolumava os formosos lábios.
-Perfeita, exceto que você esqueceu de colocar os sapatos. –Hermione comentou.
-Oh, meu Deus! Como sou desligada.
-Calma, Gina. –a morena disse enquanto via a outra procurar os sapatos que estavam bem a sua frente –A caixa está em cima da cama da sua mãe.
-Como eu pude não enxergar?!? –ela perguntou, sentando-se na cama para calçar os sapatos.
-Que nervosismo é esse? Não tem certeza do que está fazendo? Se você desistir no altar, desmaie. –Mione aconselhou.
-Mione! Eu não vou desistir.
-Tá bom. Mas só estou dizendo, se mudar de idéia, desmaie.
-Eu não vou mudar de idéia.
-O Simas está lá, sabia? –ela comentou em tom casual, mas escondendo um ligeiro sorriso em mencionar isso para a ruiva.
-Oh meu Merlin, quem o convidou? Ele veio dos USA só pra isso?
-Foi o seu pai. Ele não ia recusar o convite do próprio Ministro da Magia, ia? Além do mais, o Simas está de férias. Você podia ter ficado com ele, não? Desde de aquela vez que ele te encontrou em Nova Iorque, ele ficou vidrado em você...E você sabe disso.
-Eu já fiquei com ele... –Gina disse corando.
-O quê?!? –Hermione perguntou totalmente perplexa.
-Lembra daquele jantar em que fomos nós quatro? Logo depois de eu ter ficado noiva do Draco? Eu tinha bebido demais, e quando eu fico bêbada...Aí vocês disseram pro Simas me levar pra casa, mas acontece que ele NÃO me levou pra casa...
-Gina, sua garota safada! E então, como foi? Ele é melhor que o Malfoy? –Hermione quis saber.
“Acho que ela tem andado demais com a Fleur e a Gabi. Não é possível! A Hermione perguntando isso...” Gina pensou.
-Eu acordei com uma ressaca desgraçada no apartamento dele. Na cama dele, nua. Eu e o Simas estávamos sob os mesmo lençóis. Eu dei um grito, tinha levado um susto e o acordei. Eu não lembrava de nada do que tinha acontecido. Aí eu perguntei o óbvio, o que tinha acontecido. Ele disse “Você queria, eu queria. Então nós transamos”. Pelo amor de Deus, não conte pra ninguém, muito menos pro Draco!
-É claro que não. Se ele ficar sabendo que você escondeu isso...
-Eu queria contar pra ele, mas eu não consigo. Eu tenho medo dele não me querer mais. Ah, Mione, eu me sinto tão culpada. Eu não tinha consciência do que estava fazendo, mas ainda assim eu me sinto culpada.
-Relaxa, Gina. O que os olhos não vêem o coração não sente. Vocês se amam e vão se casar, é isso o que importa.
-Precisamos ir, Mione. Ou aí sim o Draco vai achar que eu realmente desisti. –a ruiva disse, pegando o buquê e as duas aparataram.

***

[N/A: O Daniel é trouxa, mas sabe da existência da magia, porque tem uma irmã bruxa]
A comunidade bruxa havia comparecido em peso. Aquele era o casamento do ano. Onde duas famílias tradicionais, mas divergentes, iriam finalmente se unir. Além do que todos queriam o glamour de estar presentes no casamento da filha do Ministro da Magia Britânico. A cerimônia seria realizada nos jardins da Mansão Malfoy.
Draco preferia não ter que encarar as pessoas presentes, estava de frente para o Mestre de Cerimônias (o bruxo que realizava os casamentos). De um lado estavam Draco, Daniel e Harry. Do outro estavam Gabi e Hermione:
-E se ela desistiu? –Draco resmungou.
-Claro que não. –Daniel disse –Acalme-se, Draco. As noivas sempre se atrasam.
O loiro viu Gabi e Hermione cochicharem algo e em seguida a morena aparatar.
-A Gina não faria isso com você, Malfoy. –Harry falou tentando ser cordial.
-Espero que esteja certo, Potter. –Draco respondeu entredentes.
-Eu vou falar com a Sra. Weasley. Ela acabou de aparatar. –Harry falou ao avistá-la.
-Tem certeza do que está fazendo, Draco? –Daniel perguntou –Você e a Gina são muito novos. Você estaria abrindo mão de ter outras mulheres.
-Eu sei disso, Daniel. –Draco falou –Mas não preciso nem pensar pra dizer que é a Gina que eu quero.
-Teve alguma mulher que você queria e não conseguiu? Por que aí você poderia ter uma recaída e...
Draco o interrompeu:
-Eu não quero nenhuma outra mulher, só tenho olhos para a Gina.
-Mas e daqui a alguns anos?
- Di Capizio você é o pior padrinho de casamento que eu já vi. Vê se cala essa boca, nada poderia estragar o amor que existe entre mim e a minha ruiva.
-A não ser que ela descobrisse algo que você andou escondendo, Draco. –ele disse seriamente e o loiro arregalou os olhos -Como por exemplo ter tentado matar Ronald Weasley. –ele cochichou.
-Nem pense em...Você prometeu que... –Draco começou, mas Daniel o interrompeu.
-Não se preocupe. Esse segredo vai pro túmulo.
-Bom mesmo. Ela não ia querer me perdoar. –o loiro comentou e então viu Hermione aparatar ao lado de Gabi e Harry aparatar de volta.
Então a orquestra contratada começou a tocar. Draco virou-se pra trás e a viu avançando de braço dado com o pai. A frente vinha a irmã mais nova de Fleur, jogando pétalas de rosas brancas, mas dificilmente, Draco repara nisso.
“A minha ruiva está magnífica.” Ele pensou e abriu um enorme sorriso.
Gina olhou para Draco e sorriu também. Ela o achou lindo com aquele tipo de manto negro com detalhes dourados e o brasão da família Malfoy, por cima do traje a rigor. Draco lhe dissera que era a veste tradicional dos homens da família Malfoy na cerimônia de casamento e usado por gerações.
Virgínia só tinha olhos para Draco, tanto que nem viu quando Simas lhe soprou um beijo no ar, porém o Malfoy viu, mas continuou sorrindo.
“A Gina é minha. Aquele babaca do Finnigan nunca a teve e nunca terá.” Ele pensou satisfeito.
Antes de entregar Gina a Draco, o Sr. Weasley beijou o alto da cabeça da filha e disse para Draco:
-Cuide bem do meu anjinho.
O loiro sorriu e acenou afirmativamente. Em seguida os noivos viraram-se para o Mestre de Cerimônias, que começou a falar:
-Sonorus. –e sua voz se tornou alta -Senhoras e senhores, é com prazer que anuncio que hoje estamos aqui para celebrar a união entre duas almas que se amam. Mas não é apenas isso o que significa o casamento de Virgínia Molly Weasley e Draco Thomas Malfoy. É a superação de muitas barreiras, a união de duas famílias muito distintas de nossa sociedade. Este casal é especial para nós, ajudaram na derrocada D’quele-que-não-deve-ser-nomeado. –ele disse e Gina e Draco coraram um pouco –A união matrimonial deles deve ser lembrada como um marco de nossa história, onde deixamos de lado o orgulho e nos entregamos ao amor. Foi isso que aconteceu entre esses dois jovens aqui presentes. Perceberam que o amor é capaz de sobrepujar o ódio e as diferenças. Eles devem ser tomados como exemplo de que o amor omnia vicit. Sim, meus caros, o amor vence tudo, é isso o que me vem à mente quando olho para essas almas gêmeas. –e fez uma pausa -Virgínia Molly Weasley, -o mestre disse e Daniel entregou uma aliança na mão de Draco –aceita casar-se com Draco Thomas Malfoy, para amá-lo e respeitá-lo na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, pelo resto de sua vida, até que a morte os separe?
Gina olhou para Draco, que esperava ansioso, e sorriu:
-Eu aceito.
-Com essa aliança, eu te desposo. –ele disse e colocou a aliança no anelar esquerdo da ruiva.
O mestre recomeçou:
-Draco Thomas Malfoy aceita casar-se com Virgínia Molly Weasley, para amá-la e respeitá-la na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, pelo resto de sua vida, até que a morte os separe?
-Sim, eu aceito. –Draco respondeu com firmeza, e focando seus olhos na ruiva.
Gina pegou a aliança que Harry havia entregado-lhe e aproximou-a do anelar esquerdo do loiro:
-Com essa aliança, eu te desposo. –disse e empurrou delicadamente pelo dedo dele.
-Se houver alguém que tem algo a dizer contra esse enlace matrimonial, que fale agora ou cale-se para sempre.
O silêncio era mortal. Gina e Draco prenderam a respiração e não tiveram coragem de ver se alguém levantara a mão, mas pelo visto isso não acontecera, pois o mestre continuou:
-Pelo poder a mim investido, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva, Sr. Malfoy.
Draco enlaçou a cintura da ruiva e a puxou contra si, levando seus lábios aos dela e levantando o corpo dela do chão. Beijaram-se apaixonadamente enquanto eram aplaudidos. Ao se separarem, os aplausos ainda continuavam e os dois sorriam radiantes. Gina olhou para a primeira fileira de cadeiras. Sua mãe e Narcisa choravam abraçadas. Luna sorria com o olhar vago usual e Rony ao seu lado, fazia cara feia. Fred e Jorge não pareciam muito contentes também, mas suas namoradas, Angelina Johnson e Katie Bell, pareciam achar tudo muito lindo. O Sr. Weasley sorria ligeiramente, igual ao resto de seus irmãos. Fleur parecia emocionada.
Um homem sério de vestes pretas se aproximou do casal e conjurou uma mesa, na qual colocou sua pasta:
-Eu sou Adamastor Twinger, e essa é a papelada do casamento civil. Para estarem casados perante a lei, precisam assinar e também precisa da assinatura dos padrinhos.
Draco fez um sinal chamando Gabi, Daniel, Harry e Hermione.
-Onde eu assino? –o loiro perguntou.
-Aqui. –Adamastor informou, apontando o local.
O Malfoy molhou a pena no tinteiro e assinou.
-Você assina ao lado da assinatura do seu marido.
Gina obedeceu.
-Agora os padrinhos do noivo aqui e aqui. E os da noiva ali e ali.
Draco e Gina observaram os padrinhos assinarem e deram um selinho.
-Desejo felicidade ao casal. –Adamastor disse fechando a pasta e saindo da presença deles.
-Sonorus. –Draco disse para tornar sua voz magicamente ampliada –Agora, convido todos para nos seguirem em direção a Mansão, para o salão de festas. Quietus. Vamos. –e saiu puxando Gina.
O Salão de Festas tinha uma entrada no fundo da Mansão. Draco abriu as portas e logo todos os convidados estavam dentro. Os elfos domésticos e alguns garçons serviam aperitivos e iguarias, uma valsa começou a tocar e todos abriram espaço para os noivos dançarem:
-Ai que vergonha, Draco. Estão todos nos olhando dançar. –ela disse.
-Não fique envergonhada. Como se sente sendo a Sra. Malfoy?
-Ótima, mas só porque o Sr. Malfoy é você. –ela respondeu e sorriu pra ele, que sorriu de volta.
A ruiva perguntou-se se sorrir demais podia dar câimbra, se sim, ela estava ferrada, pois não conseguia parar de sorrir.
Depois de terminada a valsa, eles foram novamente aplaudidos e então fizeram reverências para os convidados e saíram do meio do salão.
-É tudo tão perfeito. –Gina falou para Draco –Parece um sonho.
-Você não está sonhando, querida, isso eu garanto. Vou pegar ponche pra gente e já volto. –o loiro disse e saiu, mas não sem antes de dar um selinho nela.
Ela suspirava, quando ouviu uma voz conhecida em seu ouvido:
-Olá, Gina. Como vai a ruiva mais gatinha que eu conheço?
Ela virou-se:
-Melhor impossível, Simas. E pelo visto, você não conhece muitas ruivas.
-Ah, Gina, por que você me trata assim?
-Eu acho que você está perto demais. –ela disse dando um passo pra trás –Se o Draco te pega a essa distância...
-Vamos dançar então? Ninguém irá recriminar, já que a música pede pouca distância...
-Não, Simas. Me deixa em paz, ok?
-Você é boa demais para aquele Malfoy.
-Agora eu também sou Malfoy. –Gina disse com orgulho.
-Você sabe o que eu sinto por você, não sabe? Então deixe de ser orgulhosa e dá mais uma passadinha no meu apartamento...
A ruiva corou, mas ficou extremamente séria:
-Olha, Simas, eu...
-Importunando a MINHA mulher, Finnigan? –Draco chegou perguntando, duas taças de ponche na mão –Fique bem longe dela ou vai se arrepender. Quem foi que te convidou?
-Arthur Weasley. –respondeu pomposamente.
-Eu não quero fazer nenhum escândalo. Desde que se porte bem, pode ficar. –o loiro disse –E se portar bem, significa não dar em cima da minha esposa, entendeu?
Simas olhou feio para Draco:
-A gente se vê, Virgínia. –e saiu andando.
-O que esse cara queria com você, hein? –perguntou, entregando uma taça para ela.
-Dar os parabéns pelo casamento. –a ruiva mentiu.
-Sério? –Draco perguntou.
Gina esforçou-se para manter a mente em branco e fez que sim, em seguida beijando o marido:
-Não fica com ciúmes não, loirinho ciumento. Eu sou só sua e você sabe disso.
Draco sorriu:
-Minha e de mais ninguém. Pra sempre.
[N/A: Isso foi um pouco possessivo...]
Quando deu 9h da noite, Gina anunciou que jogaria o buquê e as solteiras de plantão se prepararam. Quem pegou o buquê foi Gabi.
-Parece que não foi dessa vez, Hermione. –Gina disse para a morena.
-A Gabi tem namorado? –Mione perguntou.
-Sim, é o Daniel, o padrinho do Draco. –a ruiva respondeu –Mas não faz muito tempo que eles começaram a namorar. O Harry nunca mencionou nada quanto a se casar com você?
-Ele vivia dizendo que não dava por causa da guerra, agora quem sabe...
Gabi e Fleur se aproximaram:
-Parabéns, Gina. –Gabi disse –Eu desejo muitas felicidades pra você e o Draco.
-Eu também. –Fleur declarou –Já decidiu o que vai usar na noite de núpcias?
-Também quero saber. –Gabi disse e Hermione apenas ouvia a conversa delas.
Gina corou:
-Lingerie branca? –ela perguntou, insegura.
-Não. –Fleur disse –Vermelho é muito mais sensual.
-Ou quem sabe de oncinha ou preta. –Gabi opinou.
-O Draco gosta de me ver de branco. –ela disse sem encará-las e lembrando-se que além de moranguinho, ele também às vezes a chamava de anjinho.
-Branco é mais para virgens. –Hermione entrou na conversa –Sabemos que você não é mais.
Gina ficou ainda mais vermelha:
-Fale baixo, Mione! –a ruiva ralhou –Realmente importa o que eu vou usar na minha noite de núpcias ou não?
-Bem, se ele gosta de branco, por que você não coloca uma camisola bem transparente branca, daquelas que só dele olhar vai querer arrancar fora? –Fleur disse.
Se possível ela ficou ainda mais vermelha e não sabia onde enfiar a cara:
-Se o Draco gosta de branco, Gina...Talvez ele tenha uma fantasia com uma enfermeira. Por que não se veste de enfermeira? –Gabi disse.
Antes que Gina pudesse responder, o Malfoy apareceu ao seu lado.
-Sonorus. –Draco disse –Senhoras e senhores, eu peço licença para que eu e a minha noiva nos retiremos. –e ouviram-se murmúrios e risadinhas abafadas –Partiremos amanhã em lua-de-mel e teremos que acordar cedo. Mas a festa continua, sintam-se em casa. Quietus.
Draco pegou Gina no colo e ouviram-se aplausos enquanto o loiro subia as escadas. A suíte deles era o maior da Mansão e ficava no segundo andar:
-Como está pesada! Você engordou, Gina? –ele perguntou, com um sorriso de divertimento nos lábios.
-Draco! –ela exclamou indignada.
-É brincadeira. –ele revelou –Na verdade, eu acho que você emagreceu. Não anda comendo direito. Eu não quero uma mulher raquítica, hein?
-Ah, não. A minha mãe já disse isso também. Eu como o suficiente, mas gasto muita energia, sabe?
Chegaram a uma porta de madeira pura, com o brasão da família Malfoy em alto relevo:
-Alorromora. –e a porta se abriu.
Na hora de entrar, Gina acabou batendo a cabeça no batente:
-Ai! -ela exclamou.
-Desculpa. –Draco disse –Tá doendo?
-Só um pouco. Mas já vai passar.
O Malfoy colocou-a na cama e trancou a porta. Em seguida sentou-se também. Os dois tiraram os sapatos:
-Finalmente estamos casados. –Draco falou.
-É, nem dá pra acreditar, parece tão surreal. –ela disse e bocejou.
-Você está com sono? –o loiro perguntou e Gina fez que sim –Muito?
-Sim. Eu ando muito cansada e amanhã vamos ter que levantar cedo, maravilha isso, não?
-Eu também estou cansado e com sono...Bem, então podemos ir dormir direto, se você quiser.
-Tudo bem pra você? –Gina perguntou.
-Claro, tudo bem. Temos o resto dos nossos dias pra fazermos sexo.
Gina fez que sim, mas de repente, como se algo angustiante tivesse se apoderado dela, começou a chorar e Draco a abraçou:
-O que houve, meu amor? –ele perguntou delicadamente.
-É que hoje é a nossa noite de núpcias e nós nem vamos transar. E aí os meus pais vão pensar “a nossa meninha virou uma mulher, ela não é mais virgem”.
-Mas Gina você não é mais virgem há uns 2 meses. Os seus pais não sabem disso?
-Bem, você sabe o que a Fleur andava dizendo, mas aí eles descobriram que naquela época não éramos namorados de verdade...Aí eu acho que eles apenas devem desconfiar, mas agora vão ter certeza.
-Não fique assim, Gina, é normal. O sexo é uma coisa natural dos seres humanos, pare de se sentir envergonhada.
-E a sua mãe então? Como é que eu vou conseguir amanhã tomar café da manhã com ela? Vou pensar que ela está pensando “Essa é a mulher que transou com o meu filho ontem à noite” e aí ela vai imaginar como foi. Ah, vai ser horrível, Draco.
-Em primeiro lugar, a minha mãe sabe que eu tenho passado várias noites fora e na sua casa. Em segundo lugar, não tem porque você ser neurótica. Se você quiser transar comigo hoje, ótimo, se não tudo bem também. Não é por isso que eu vou te trocar por outra ou deixar de te amar.
-Draco, eu te amo tanto. –ela disse e beijou os lábios dele com ternura –Eu sei que amanhã eu vou estar morta de sono, mas eu quero.
O loiro sorriu:
-Esqueci de te avisar que pedi para os elfos trazerem um afrodisíaco. Eu sabia que estaríamos cansados demais nessa noite...Depois de não termos dormido bem nos últimos dias, né? Então isso vai ajudar a nós manter ativos.
Ele pegou a garrafa que estava sob sua mesa de cabeceira. Em seguida conjurou duas taças e encheu-as:
-À nossa felicidade. –eles brindaram e beberam.
Ao terminarem, pousaram as taças na mesa de cabeceira. Gina atirou o véu pelo quarto. Draco tirava o belo colar de pérolas do pescoço dela enquanto a beijava. A ruiva tirou o manto dos Malfoy que ele vestia. Então os movimentos de ambos foram ficando cada vez mais lentos, as pálpebras cada vez mais pesadas. Até que os dois caíram na cama, em sono profundo. É, parece que um elfo teria que se castigar severamente no dia seguinte. Aquela garrafa não continha afrodisíaco e sim um sonífero dos mais fortes.

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