Estágios Seqüenciais em Magia



Quando o ponteiro pequeno do relógio sobre o console da lareira apontou para o seis e badalou, Harry ficou em pé de um salto, cruzou o buraco da saída e desabalou corredor a fora, rumo à sala de Dumbledore, onde a Prfaª McGonagall costumava ficar quando o diretor se ausentava. Alguns alunos passavam por Harry, uns despercebidos outros curiosos com a pressa indisfarçável do garoto. Pelo caminho encontrou Hermione e Rony, que incrivelmente estava sem Luna.

- Aonde vai com essa pressa Harry? – perguntou Rony.

- McGonagall quer me ver!- falou Harry respirando profundamente, no que Rony e Hermione trocaram um olhar tenso.

- Quer ver você? Mas como...

- Depois eu explico Hermione, já estou atrasado! Até mais tarde!

E dizendo isso Harry sumiu das vistas deles sem nem olhar pra trás. Rony deu de ombros, pois mais tarde com certeza Harry lhes contaria tudo.

- O Harry te contou é? – perguntou Rony a Hermione retomando a caminhada.

- Contou hoje mais cedo, só que pelo o que eu pude reparar, falar com McGonagall era a última alternativa dele.

- Bem Hermione, não podemos culpá-lo não é? Afinal, ela realmente dá um pouco de medo.

- Ai Ronald, francamente! – resmungou Hermione sacudindo a cabeça.

- É sério! Por mais justa que McGonagall possa ser, sabemos muito bem que ela é bastante rígida.

Hermione parou bruscamente e bastante séria.

- Acontece Rony, que não há outra solução. E se tudo o que houve com o Harry for... um mal presságio?

- Mau presságio? Logo você que nunca acreditou na Profª Sibila vem me falar sobre maus presságios?

Questionou Rony franzindo a testa.

- Estou falando da parte realmente séria sobre essas coisas! Nós dois sabemos muito bem que o Harry já teve pesadelos como este. Lembra que ele também sonhou com o mesmo lugar onde...

- Onde o quê? – perguntou Rony desentendido.

- Onde Cedricco morreu? – respondeu Hermione em voz inaudível a terceiros.

- Certo Hermione, mas desta vez ele nem se lembra do sonho que teve.

- E é exatamente isso Rony, que me preocupa.

Incomum aos sussurros de Hermione, há alguns andares dali, eram as palpitações do coração de Harry. Ele não sabia exatamente o que o aguardava, mas fazia idéia. Quando Harry bateu na porta, a Profª McGonagall parecia já adivinhar que era ele e abriu imediatamente.

- Olá Sr. Potter, eu estava mesmo esperando sua vinda. Entre! Temos muito o que conversar!

Harry sacudiu a cabeça e sorriu fino cruzando a enorme porta que McGonagall fechou logo que ele adentrou. A sala continuava exatamente como Harry se lembrava. Muitos objetos, vários livros colocados harmoniosamente em seus lugares nas enormes prateleiras, Fawkes, a fênix, adormecida em seu poleiro de ouro a um canto, a penseira em outro e o que chamaria mais a atenção de alguém que nunca tivesse entrado ali antes: os quadros de todos os diretores e diretoras de Hogwarts ocupando as paredes, todos se mexendo e conversando. Quando terminou de contemplar toda a sala, Harry virou-se para McGonagall.

- Neville me entregou o bilhete da senhora e...

- Sente-se! – falou McGonagall indicando uma das duas cadeiras que ficavam em oposição a sua enorme cadeira próxima da também enorme mesa.

- Obrigado. – respondeu Harry sentando-se e vendo-a fazer o mesmo a sua frente. Depois de servir duas xícaras com o chá, que Harry reconheceu ser, pelo aroma delicioso, de morangos, McGonagall entregou uma a ele, tomando outra para si e finalmente deu início à tão esperada conversa.

- Bem Sr. Potter, eu não o chamei antes porque tenho tido muitos afazeres mais urgentes com os Testes Finas e o Baile de Formatura se aproximando. No entanto, eu gostaria de falar sobre as aulas que o senhor começou a ministrar ontem à Srtª Brookstorm.

- Eu imaginei que fosse por isso. A senhora sempre exige de nós que tudo seja feito da forma mais clara possível.

- De fato. E na verdade por mim eu não permitiria tais aulas, porque talvez seja muito cedo, mas, foi o Prof. Dumbledore e o Prof. Lupin quem me pediram para acompanhar seus interesses pela disciplina, afinal se bem me lembro e se não mudou de idéia, o senhor pretende ser um Auror, não é mesmo?

- Sim, senhora, eu pretendo. - afirmou Harry com bastante certeza.

- Bem, acho que é bastante responsabilidade para um rapaz de dezessete anos, mas se ele mostra-se capaz e se tem a aprovação de um bruxo tão respeitado como Dumbledore, então eu não vejo porque me opor, principalmente quando foi ele mesmo quem o indicou a auxiliar Lupin, se for aprovado em seus Testes Finais.

- Auxiliar o Prof. Lupin?

Harry pareceu sair de sua órbita por um momento antes de tentar entender o que exatamente McGonagall queria dizer com tudo aquilo. Ele esperava encontra-la profundamente desgostosa, mas ao contrário do que estivera pensando a manhã inteira, ela aparentava estar bastante agradável e agora tinha um sorrisinho no rosto, longe de ser irônico. O mesmo sorriso que dera a Harry quando o presenteou com sua primeira vassoura, uma Nimbus 2000. Depois de bebericar mais um pouco de seu chá, McGonagall colocou a xícara sobre a mesa e levantou-se caminhando pela sala enquanto retomava a conversa.

- Sabe, eu fiquei pensando se não seria melhor esperar para dar esta notícia depois que o senhor estivesse certo de sua aprovação, mas concluí que em todos estes anos demonstrou maturidade, apesar de sua certa aversão às regras. – afirmou ela, no que Harry corou sentiu sentindo seu colarinho apertar meio envergonhado. De fato até mesmo Dumbledore fizera o mesmo comentário a seu respeito. A Profª McGonagall parou próxima a Fawkes. – É claro que damos a todos os nossos alunos a oportunidade de fazer suas escolhas em relação aos Estágios Seqüenciais em Magia.

- Estágios Seqüenciais em Magia? Existem estágios no mundo dos bruxos?

- Mas é claro que existe! – Afirmou ela com seriedade como se Harry fosse obrigado a saber tudo sobre o mundo dos bruxos. Acontece que Harry só conhecia este fazia seis anos, pois vivera com os tios trouxas até os onze anos de idade. - Hogwarts de fato é uma das melhores escolas para ensino de magia no mundo, mas principalmente para a matéria que mais conta para sua carreira como Auror há pouca prática. A segurança de vocês vem antes de tudo e o estudo das artes das trevas não é nada simples ou inocente. Os Estágios Seqüenciais em Magia darão a você, e a quem mais decidir seguir o mesmo caminho que você pretende seguir, a chance de se preparar melhor para os posteriores problemas que enfrentarão lá fora. – Harry estava atônito, enquanto McGonagall o observava, ali, novamente frente a ele, agora apoiando suas mãos no encosto da própria cadeira. Numa breve pausa, ela denunciava sua compreensão diante do espanto do garoto. - Acredito que há boas chances do senhor ser aprovado, senhor Potter, então, eu só preciso de seu consentimento para programar seu treinamento. - Harry ficou mais uns segundos em silêncio. – Potter? Há alguma coisa que queira me perguntar? – Harry engoliu em seco.

- Bem, professora, sobre minhas aulas com Loueine...

- Sim, sim, ela me contou sobre a primeira aula de vocês dois.

Respondeu McGonagall tranquilamente sentando-se novamente em sua cadeira.

- Contou? - Harry tinha um ar totalmente incompreendido.

- Sim e devo reconhecer que estou orgulhosa do modo como conduziu as coisas, pois Madame Pomfrey me advertiu que a Srtª Brookstorm está passando por uns momentos bem difíceis longe dos pais e que às vezes isso provoca certos... acidentes, como o de ontem. – Agora que Harry não entendia mais nada. O que exatamente Loueine tinha contado sobre a aula, ele se perguntava.

- E o que mais ela falou? – indagou ele.

- Bem, ela me contou que você a estava explicando teoricamente como era importante a agilidade na execução de feitiços de esquiva, quando lembrou-se dos pais e quebrou o castiçal sem querer. Muito sem graça ela saiu sem nem tentar explicar e veio logo falar comigo. Eu não pude imaginar outro motivo para este fato, se não o de Madame Pomfrey, que a conhece melhor do que todos nós aqui. – Harry respirou fundo, o olhar ainda distante, olhando para todos os lados, menos pra ela. – A não ser que... tenha mais alguma coisa que eu não saiba, não é? – perguntou McGonagall voltando-se para Harry esperando atenta uma resposta. Harry hesitou um pouco, mas preferiu não se complicar mais antes de encontrar Loueine novamente e saber o motivo real de tudo aquilo. De repente era mesmo verdade.

- Não professora, isso é tudo o que houve.

- Como eu imaginei. Bem, então é melhor se apressar, pois ela disse que o espera no mesmo lugar de ontem. A propósito, que lugar escolheram?

- A Sala Precisa senhora. Loueine disse que era trivial nossa discrição.

- Exatamente e espero que lá possa ser o lugar realmente mais apropriado. Lembre-se que estou confiando em você porque Dumbledore assim o fez.

- Sim, senhora. – disse Harry levantando-se. – Será que posso ir agora?

- Sim, claro. Vou agora mesmo enviar uma coruja ao Prof. Dumbledore e ao Prof. Lupin comunicando sua aceitação.

- Desculpe, os dois estão... no mesmo lugar?

Ela o olhou por sobre seus óculos quadradinhos e espremeu os lábios naquela antiga feição de severidade.

- Bem, senhor Potter, creio que este assunto não cabe ao senhor.

Harry bem sabia que não cabia mesmo.

- Não senhora.

- Então não há mais nada que conversarmos. O senhor já pode ir.

E novamente ela voltou-se para o pergaminho sobre a mesa e começou a escrever nele com a bela pena de pavão. Harry saiu logo em seguida bastante pensativo rumando para a Sala Precisa, onde Loueine provavelmente o aguardava. E de fato ela o fazia.


- Oi Harry. – cumprimentou-o Loueine desanimada.

- Loueine, você...

- Calma, eu vou explicar tudo, mas não aqui, do lado de fora.

- Está bem!

Concordou Harry. Depois de passar pela tapeçaria de Barnabás umas três vezes murmurando alguma coisa, novamente a porta se abriu como na noite anterior e certos de que ninguém os observava, os dois entraram e a porta se fechou atrás deles. Loueine caminhou até o centro da Sala, onde parou de costas para Harry.

- Você... provavelmente deve estar se perguntando porque aconteceu tudo aquilo e porque eu não fui totalmente clara com McGonagall, não é?

Harry aproximou-se dela ficando em sua frente.

- Bem, Loueine, acho que você também se perguntaria não é mesmo? - a garota sacudiu a cabeça baixa, os olhos fechados e as mãos entrelaçadas a sua frente. – Então? Será que pode me explicar o que realmente aconteceu?

Ela arqueou a face.

- Meus pais sempre foram bastante distantes Harry, parecia que sempre queriam me ver longe deles, ocupando menos tempo. Eu queria estar aqui sim, mas queria mais ainda estar com os meus pais.

- E porque não disse isso a eles? Foi você quem decidiu fazer este intercâmbio não foi?

- Eu não tive muita escolha. Meus pais viajaram para o Egito, sem nem me avisarem sobre isso. Eu não tinha pra onde ir porque nas férias não é permitida a estadia dos alunos em Witchcrafts. Acho que... eles não pareciam fazer muita questão da minha presença, não é? – Loueine tinha os olhos marejados agora. Harry estava sem ação e sentia um pouco de pena.

- Talvez eles só quisessem... bem, passar um tempo sozinhos.

- Eles têm passado um tempo sozinhos faz dezesseis anos Harry! - Bradou ela, agora as lágrimas saltando de seus olhos azuis. Ela as limpou imediatamente como se sentisse vergonha do choro. – Eu me sinto farta e... sozinha! E de alguns tempos pra cá, tenho... provocado acidentes com o que sinto, principalmente quando estou com raiva. Ontem tudo foi uma mera coincidência. Eu lembrei dos meus pais e quando dei por mim tinha acontecido de novo. – Harry lembrou-se de como coisas assim aconteciam com ele quando ele ainda nem sabia que era um bruxo. Como na vez em que seu tio Valter o obrigou a cortar os cabelos e no dia seguinte os haviam crescido de novo.

- Mas porque você não me contou que era por isso? E porque omitiu a história do Patrono para McGonagall.

- Eu já disse! Estava assustada. E além disso, não queria abrir mão de ter aulas com você, é a única coisa que me deixa feliz por estar aqui. Se eu contasse, seria um problema pra você que não teve culpa nenhuma!

Loueine sentou-se no chão numa das enormes almofadas. Depois de alguns segundos em silêncio, Harry sentou-se também

- Olha, eu também já passei por isso várias vezes e se quer mesmo saber, não é nada fácil morar com os Dursleys, sabe?

- E quem são estes?

- Meus tios. Tia Petúnia é irmã de minha mãe e praticamente me odeia.

- Odeia?

- Bem, não tanto quanto o meu tio Valter e meu primo Duda, mas odeia. Acho que para eles foi a melhor coisa eu ter ido morar com meu padrinho, Sírius, que de fato gosta de mim.

Loueine sorriu fino pela primeira vez depois de chorar bastante.

- Puxa! Eu fico aqui reclamando, mas nem pensei em como deve ser horrível você não ter nem conhecido seus pais.

- Pra falar a verdade, eu sinto muita falta deles e dos momentos bons que eu poderia ter tido se eles estivessem aqui, mas já me acostumei com tudo isso e aceitei o fato de que eles não vão voltar nunca mais e que a lembrança dos dois sempre vai estar dentro de mim.

- Acho que eu desejaria ter morrido também, mas há coisas... que não se pode escolher. - falou Loueine num tom de voz mais frio e o olhar distante.

- O que disse?

- Nada, não é nada. Olha... - ela tirou um pequeno livro das vestes. - ... eu trouxe este livro, achei ele na biblioteca hoje de manhã e pensei ser bem mais... inocente para nossa próxima aula.

Os dois sorriram. Harry apanhou o livro: Estudo Inicial de D.C.A.T. e voltou-se para Loueine.

- Tem certeza de que quer mesmo continuar as aulas?

- Eu já disse Harry ... - Loueine o fitou. - ...suas aulas serão a única coisa que me deixarão feliz, enquanto eu estiver aqui!


OLÁ LEITORES QUE ACOMPANHAM A MINHA FIC, DESCULPEM A DEMORA, É QUE NÃO TENHO TIDO MUITO TEMPO ULTIMAMENTE. TRABALHO ATÉ NOS FINS DE SEMANA E É FINAL DE SEMESTRE NA UNIVERSIDADE DE MAGIA...OPS... DE MODA...RSRSR. GOSTARIA DE RECEBER MAIS E-MAILS ([email protected]). POR FAVOR TENHAM CALMA, POIS A FIC PROMETE!!! BJIM ^.^ - FÁVIA T.

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