A Surpresa Na Volta



Entre mais e mais risos os dois começavam a percorrer novamente a estradinha até Hogwarts. Hermione estava literalmente dançando na neve rala que caía feito um chuvisco.

- É, foi mesmo engraçado o Malfoy sendo arrastado por você naquele dia.

- Acho que ainda me lembro da cara de terror dele.

- Eu também!

Os dois soltavam gargalhadas.

- Hermione, você nunca falou muito sobre seus pais, como eles são?

- Trouxas! – ela deu mais um sorriso. – E... adoráveis! São ótimos pais e muito exigentes também.

- E eles reagiram bem quando souberam que você era uma bruxa?

- Ah sim! Bom, no início foi um choque até para eu mesma, mas depois eles aceitaram numa boa e ficaram até orgulhosos.

- Ora, e como não ficariam orgulhosos com você? - Hermione corou. - Sabe, acho que meus pais não teriam surpresa alguma quanto a isso, porque ambos eram bruxos, mas os meus tios... estes nunca vão agir assim na vida deles. Se fosse o Duda ao invés de mim, tenho certeza de que dariam um jeito de mantê-lo bem longe de Surrey só para não terem que dar explicações a ninguém sobre o filho... estranho, como eles se referiam a mim.

- Nossa! Eles sempre pegaram no seu pé né Harry? Deve ser bem difícil conviver com pessoas que tem este tipo de atitude.

- Estou acostumado, quer dizer, estava né? Agora que estou morando com o Sirius é diferente porque ele realmente gosta de mim e tenta fazer o papel de... um pai. Ele diz que nunca poderá ser Thiago Potter, mas fará o possível para beirá-lo.

- Deve ter sido estranho reencontra-lo.

- Fiquei apavorado e com raiva por alguns minutos. Não é algo que se possa esquecer assim tão fácil. Dumbleodore me chamou até a sala dele e Lupin me aguardava lá aparentemente tenso e alegre. Eu já estava ficando impaciente depois de alguns rodeios. então Lupin disse que tinha alguém me esperando do outro lado de um cortinado que há na sala de Dumbleodore, querendo falar comigo. Até meu tio Valter acharia o homem que estava parado lá, de costas pra mim, um homem realmente de importância, nunca um bruxo, menos ainda um ex-prisioneiro de Azkaban. – Harry respirou fundo. – Eu perguntei quem ele era e quando falou comigo... me lembro bem o que ele disse, ele disse “Como é que pôde esquecer seu padrinho assim tão depressa Harry?” – Harry sorriu. – Eu não conseguia acreditar, fiquei ali parado e... sem ação, entende?

- Acho que qualquer pessoa ficaria sem ação ao reencontrar alguém que pensava estar... morto, Harry.

- No minuto seguinte eu o estava abraçando e todos a nossa volta pareciam emocionados, principalmente Lupin, que estava chorando, foi incrível! Acho que minha raiva passou bem depressa.

Eles sorriram gostosamente. Houve mais um momento de silêncio e Hermione esfregou os braços.

- Urgh... est-tou... conge-gelando! – Disse a garota tremelicando os lábios.

- Vista isso! – Harry entregou sua jaqueta à ela.

- Mas e você?

- Não se preocupe, estou bem.

- Obrigada!

Harry a observou enquanto vestia a jaqueta que era dele. Hermione mexia os cabelos de um jeito que parecia prender a atenção dele, mas Harry nunca havia percebido isso. Mais um pouco de silêncio e Harry colocou as mãos nos bolsos.

- Sente... falta do Rony?

- Um pouco. O Ronald é bastante engraçado e acho que por nos conhecermos há algum tempo, não dá pra não sentir sua falta.

- Isso é verdade!

- Foi incrível perceber que o tempo inteiro estávamos no lugar certo sendo somente amigos. Foi bom enquanto saímos e acho que, você sabe, eu já esperava por isso há algum tempo, mas não fiquei chateada quando finalmente aconteceu e passou. Agora sabemos realmente o que sentimos.

-E o que você... sente?

- Um carinho muito grande por ele, mas longe de mim querer passar disso, principalmente agora que ele e Luna estão muito bem. Eu jamais atrapalharia uma coisa dessas, apesar de que Rony consegue fazer isso sozinho às vezes.

- Hum?

- É. Não para de falar de Loueine Brookstorm, isso quando não se une aos comentários imbecis que os meninos fazem a respeito dela. Luna não demonstra muito, mas com certeza deve ficar...chateada, não acha? – Harry ficou calado. – Já sei, acho que você também deve estar... encantado por Loueine, não é?

Harry pigarreou parando seu andar bruscamente.

- Encantado?O que quer dizer com...

- Tudo bem Harry, não é o único. Todos estão babando por ela e tenho que admitir que não é em vão.

- Como assim?

- Ela realmente é muito bonita e parece ser legal. Sabe, nós nos falamos algumas vezes na biblioteca. Ela veio me perguntar algumas coisas das quais tinha dúvida e... sobre você.

Harry ficou meio rubro e tenso.

- Sobre mim? O quê exatamente ela queria... queria saber a meu respeito?

- Me desculpe Harry, mas definitivamente a inocência neste assunto não combina mais com você. Puxa! Você é provavelmente o garoto mais popular de toda Hogwarts e... fora dela também...

- Grande popularidade a minha! – debochou ele. Harry sabia bem o quanto era incomodo ter uma cicatriz imbecil na testa, como costumava dizer, e montes de olhos curiosos a sua volta sempre que alguém falava o seu nome.

- Pode até ser chato, mas que Loueine Brookstorm mexe com você, como mexe com todos os meninos, é inevitável admitir.

- Tá. Eu admito que Loueine Brookstorm é... bom... interessante, mas não é quem vou convidar para ir ao Baile de Formatura.

O silêncio parecia não querer parar de ir e vir.

- E quem você vai convidar? Por acaso está saindo com alguém?

- Q-quê? – espantou-se Harry.

- Quero dizer, se está pensando no Baile de Formatura, provavelmente está... cogitando alguém pra ir com você. – perguntou Hermione despistando o constrangimento.

- Não, no momento estou apenas na espreita, sei lá. Existem garotas legais em Hogwarts, e não estou falando só de Loueine Brookstorm... – explicou ele rápido ao ver o olhar de Hermione. -... mas...

- Fala de Cho e Gina não é?

- É... isso! – Harry parecia encabulado de tocar no assunto. Hermione e ele nunca haviam falado nessas coisas.

- E porque não continuaram saindo?

-Refere-se às duas? – Hermione sacudiu a cabeça positivamente. – Bem... a Cho era... popular demais e também muito desconfiada.

- Desconfiada?

- É. Acredita que uma vez insinuou que eu e você... sabe?

- Está brincando? – Hermione levou as mãos na boca entreaberta. - Porque você não me contou? Eu... eu teria falado com ela e...

- Eu não tinha de fazer isso! – disse Harry decidido. - Se ela queria sair comigo, então devia confiar em mim, não acha? Devia imaginar que se quisesse sair com você, então eu estaria com você! Acho que também não gostei do modo como ela falou de você porque conhecia você há mais tempo que conhecia ela.

Hermione ficou encabulada, mas sentiu-se orgulhosa pelo que ouvira.

- Mas... e Gina? Sei muito bem como ela gostava de você, eu mesma já escutei ela falar bem de você muitas vezes.

- Gina é fantástica, mas para mim é como você e Rony. Somos melhores como amigos, entende?

- Com certeza. – Hermione parou de caminhar e parou de frente para Harry. – Sabe Harry, talvez as pessoas certas estejam mais perto do que...

- Imaginamos?

- Exatamente! Talvez precisemos de alguma coisa mais... especial para vermos isso.

- Talvez. – concordou Harry pensativo.

Harry e Hermione continuaram o caminho. Um vento frio, porém agradável, cortou o ar entre os dois e a neve engrossou um pouco.

- Olha! Está nevando! – ela soltou um riso de satisfação. – Eu adoro isso!

Hermione começou a rodopiar como se dançasse e Harry achou que a torta começava a surtir seu efeito, porém estava achando tudo tão bonito e divertido que não teve o atrevimento de cortar a felicidade de Hermione. Ela agora estava girando com um pouco mais de velocidade, então Harry não pode evitar sua preocupação.

- Hermione, você não devia... – ela girava e girava com os braços abertos e um sorriso no rosto. - ... girar tanto, vai acabar ficando... tonta.

Ele ficava apreensivo a cada passo, pois a neve deixara a estrada mais escorregadia.

- Isso é bom Harry, até parece que posso... voaaaaaar .... ahhhhhhhhhhhhhh!!!

Hermione precipitou-se a cair e Harry a segurou rente a ele.

- Ôpa! – falou Harry e ela manteve os olhos fechados por um instante, as mãos na cabeça. - Você está... bem? – perguntou Harry olhando dentro dos olhos de Hermione.

- Acho que... sim, só estou meio... tonta.

¬- Eu disse que ia acabar ficando tonta. – comentou Harry sorrindo.

- Acho que exagerei. – Hermione retribuiu o sorriso.

Harry ainda a segurava e tinha que firmar bastante seus pés, pois também estava sentindo-os deslizar.

- Sente-se melhor? – ele perguntou.

- Eu prefiro que não me solte ainda. – pediu ela.

Os dois ocupavam praticamente o mesmo espaço de tão próximos. Harry lembrava de ter abraçado a amiga umas duas ou três vezes, mas nenhum dos abraços durou tanto ou fez o coração dele acelerar os batimentos cardíacos da forma como fizera naquele instante.

- Têm... flocos de neve no seu... nariz. – Harry tocou o nariz de Hermione com a ponta dos dedos, fazendo a garota sorrir. – Que foi?

- Cosquinha!

- Desculpe! – falou ele sem jeito.

A respiração ofegante, Hermione apertou suas mãos nos ombros dele como se ainda tentasse equilibrar-se e podia até se ver nos olhos incrivelmente verdes de Harry, “e como são incríveis”, pensou ela.

- Seus olhos são... realmente... bonitos de perto! – comentou Hermione, sem saber exatamente porque o fizera.

- Os seus também. – Harry retribuiu o comentário fitando ainda mais o olhar de Hermione.

O que aconteceu a seguir foi mais rápido do que qualquer um dos dois pôde imaginar ou evitar. Harry e Hermione se deram um beijo que durou alguns bons segundos. Faltava pouco para Hogwarts agora e o restante do caminho foi bastante silencioso.

ENTÃO POTTERIANOS? GOSTARAM DESTE NOVO CAPÍTULO? POSTEM, POSTEM, POSTEM, POSTEM SEUS COMENTÁRIOS PORQUE AINDA TEM MUITO MAIS, MAS... SÓ DAQUI A POUCO, É CLARO...RSRS!!! BJIM ^.^

FLÁVIA T.

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