Um Convite Inesperado



Os pais de Hermione haviam sido convidados para uma Convenção de Dentistas a realizar-se em Madrid, na Espanha, e Hermione, que julgava tais eventos um pouco chatos e rotineiros, preferiu também ficar no castelo, assim teria tempo para estudar um pouco mais Runas Antigas e ajudar Harry. O Grande Salão estava praticamente vazio na manhã de domingo e Harry acabara de receber a visita de uma coruja. Hermione sentara-se à mesa que lhe pareceu imensa, pois além dela e de Harry, só haviam mais cinco terceiranistas sentados.

- Então? Alguma notícia do Rony? – perguntou Hermione.

- Sim, ele diz, por incrível que pareça, que estava começando a gostar dos dragões bebês, porém chega amanhã... hum... cedo.

- Tão rápido? Mas ele só está lá há uma semana, não é?

- É, mas é o que diz aqui e... ah, tem uma fotografia também, veja!

Harry entregou a carta e a tal fotografia a Hermione. Como sempre, os ocupantes da foto se mexiam e Rony estava apavorado segurando dois dragões no colo, enquanto Carlinhos sorria entusiasmado. Harry e Hermione riram bastante da situação.

Algumas horas mais tarde, Harry estava descabelado como se acabasse de desmontar da sua vassoura, presente do padrinho Sirius, uma FireBoat. Ele fechou o livro bruscamente assustando Hermione que ainda tentava concentrar-se.

- Pra mim chega! Estou exausto! Se ler mais uma frase vou acabar ficando maluco. -Harry fitou Hermione e a garota, pela primeira vez, que Harry se lembrara, também parecia entediada. Ele virou-se para ela. - Como vai indo?

- Já estou quase terminando meu resumo que se integra a minha Monografia, mas... também estou cansada. Acho que vou deixar esta conclusão para amanhã.

Hermione agora recolhia seus pertences e Harry, sem hesitar, a imitara fazendo o mesmo. Era a primeira vez que os dois passavam tanto tempo juntos sem a presença de Rony e Harry não queria pensar que isso era bem melhor que todos os comentários engraçados que o amigo fazia, mas até que estava gostando muito. Hermione o ajudava e o animava quanto ao cargo de Auror. Conversavam de tudo um pouco, coisas até que jamais sonhavam em dizer.

- Está com medo? – perguntou Hermione a Harry que agora embolava alguns pergaminhos e os enfiava de qualquer jeito na velha mochila.

- Olha Hermione, não diga nada a ninguém, mas... estou apavorado e... excitado por imaginar que vou poder seguir meu rumo, o que eu quero, sabe? – Harry parou um instante e fixou Hermione – E você? Como se sente em relação a tudo isso?

Hermione sorriu baixo.

- Eu também estou apavorada!

- Você? Não brinca! Você provavelmente é a pessoa que eu conheço mais bem preparada neste castelo para tudo isso!

- Não é bem assim Harry. É claro que estou me dedicando e...

- Se dedicando? Não seja modesta a este ponto, não combina com você mentir desta forma. No quê exatamente você não se dedicou Hermione?

Ela pensou um pouco, mas não teve resposta para dar a Harry. Estava começando a encabular-se com o modo que ele a exaltava.
¬

O Professor Dumbleodore ainda não retornara, por isso a Professora McGonagall era a responsável por todos os ocorridos no castelo.

- Hermione... – chamou Harry.
- Sim?

- O que acha de darmos uma volta?

- Uma volta?

- É. É domingo e já somos maiores de idade. Poderíamos ir aonde quisermos bastando apenas avisar a alguém.

Hermione mordeu os lábios duvidosa.

- Bem Harry... eu não sei se é uma boa idéia...

- Ora, vamos lá, vai ser legal! Além disso, você mesma disse que também está cansada. Então? O que me diz?

Ela pensou um pouco mais antes de responder.

- Está bem! Mas quem nós vamos avisar? Sabe que, até mesmo agora, a professora McGonagall continua pedindo inúmeras satisfações quando vamos fazer algo e...

- Hagrid!

- Hagrid?

- Sim, ele é um adulto e... um professor e... não vai nos exigir tantas explicações. Tem que ser ele. Vou agora mesmo enviar um recado a ele por Edwiges e você me encontra aqui dentro de meia hora.

Harry começara a caminhar falando consigo mesmo.
- Harry!

Ele virou-se.

- Que foi agora?

- E... aonde vamos?

- Onde mais? Hogsmead é claro! Será uma ótima oportunidade de termos tudo à nossa disposição, não há muitos setimanistas aqui. O que acha?

Harry esperou Hermione se manifestar.

- Tá, vou pegar meu casaco.

- Te espero aqui, ok?

- Ok!

Cada um foi para um lado. Harry precisava encontrar Edwiges, que a estas horas devia estar no corujal e enviar logo o recado a Hagrid e também aguardar a resposta. Demorou um pouco até Edwiges voltar com o bilhete de resposta.

Caro Harry,

Tudo bem irem a Hogsmead e obrigada por avisarem a mim.
Procurem voltar antes de anoitecer.

Hagrid

Harry embolou o bilhete no bolso e correu até a torre para deixar sua mochila lá. Aproveitou para apanhar uma blusa mais quente, pois o frio começava a se manifestar com o cair da tarde. Como não encontrou Hermione nem no caminho de ida nem de volta achou melhor descer logo até o Grande Salão. Ela já o aguardava ansiosa.

- Ai! Até que enfim, achei que tinha desistido, o que aconteceu?

- Desculpe, tive problemas pra encontrar Edwiges...

- Mas conseguiu avisar o Hagrid?

- Sim, ele disse que está tudo bem, desde que voltemos antes de anoitecer.

- Então é melhor irmos, já são quatro horas.

- Sim, vamos!

Harry puxou a amiga pela mão e desceu as escadas do hall principal. A estradinha que levava ao povoado de Hogsmead era logo ali. Caminharam uns quinze minutos até começarem a avistar o lugar e como Harry prevera, havia pouco movimento e somente dois estabelecimentos encontravam-se abertos, a loja de doces Dedos de Mel e a casa de chás de Madame Puddifoot. Desta última Harry não tinha muitas boas recordações. Estivera lá com Cho Chang no quinto ano quando tentaram sair juntos e para sua infelicidade e desconcerto havia inúmeros casais ao seu redor se beijando.
Às portas do bar Cabeça de Javalis estava a dona dele, nas mãos uma vassoura. Era Madame Rosmerta, uma mulher bem vistosa e que Harry conhecia muito bem.

- Olá meninos, como vão?

- Muito bem Madame Rosmerta e a senhora?

- Estou bem Harry e... quem é esta linda jovem ao seu lado?

Ela olhou para Hermione com um olhar curioso.

- Ora, é Hermione Granger, não se lembra?

- Mas é claro que me lembro! – A mulher se aproximou de Hermione e tocou o rosto dela com a mão desocupada. – Por Deus, mas você está linda e... crescida! - Hermione corou. – Aliás todos vocês estão crescidos, ah se estão!

Os três fitaram uns aos outros por alguns instantes sorrindo.

- Está fechado? – perguntou Harry indicando o bar.

- Ah sim! Eu resolvi abri-lo mais tarde hoje, precisava resolver algumas coisas...

Sem que Madame Rosmerta visse, Hermione puxou a manga esquerda de Harry e ele entendeu que deveriam apressar o passo, já que não tinham muito tempo.

- Então... nós... já vamos. Até logo Madame Rosmerta! – Harry começou a caminhar olhando para trás e Hermione acenou.

- Até logo, voltem sempre que quiserem queridos e mandem minhas lembranças a Alvo e Minerva!

Gritou ela, acenando e ficando mais distante dos dois agora.

- Ela continua bonitona! - comentou Hermione.

- É, o Rony ia gostar de estar aqui.

- Ah, pode ter certeza que sim!

Harry sorriu. Um pouco mais a frente os dois entraram na Dedos de Mel. Enquanto Hermione selecionava algumas guloseimas, Harry foi até o balcão para pedir o que mais gostava de saborear quando estava em Hogsmead, cerveja amanteigada.

- Sinto muito querido, mas a nossa cerveja amanteigada acabou... – Harry soltou algum gemido de insatisfação. - ... mas acho que na Madame Puddifoot você ainda encontra.

- Madame Puddifoot? Você quer dizer naquela casa de chás que vive cheia de... casais?

- Exatamente!

Harry virou-se desanimado para ir até os quiosques no centro da loja, onde Hermione continuava a escolher doces.

- A cerveja amanteigada acabou.

- Sério? É uma pena, é a bebida mais gostosa que já provei.

- Também acho, mas a moça no balcão disse que provavelmente ainda tem na... Madame Puddifoot.

- Madame Puddifoot? Refere-se àquela casa de chás cheia de casais?

- Sim.

Harry não se atrevera a perguntar Hermione se ela queria ir até lá com ele, porém a garota pensou um pouco na idéia, fazia um bom tempo que não visitavam Hogsmead e talvez não voltassem antes de deixarem Hogwarts. Ir até lá sem provar cerveja amanteigada, não tinha a mesma graça.

- Bem Harry, se quiser podemos ir até lá.

- Verdade? Não vai se importar?

- Não. Acho que não há com o que preocuparmos, não vi ninguém de Hogwarts por aqui... até agora.

- Eu também não! – Harry olhou para os lados. - Vamos fazer uma coisa; espiamos para saber como está lá dentro e se estiver cheio ou se algum conhecido estiver lá, voltamos, ok?

- A julgar por aqui, é pouco provável que lá esteja cheio, não acha?

- Talvez. Espere-me então lá fora, vou pagar por isso. – ele recolheu todos os doces das mãos de Hermione.
- Não precisa.... eu... eu trouxe dinheiro Harry.

- Faço questão de bancar tudo, afinal a idéia foi minha.

Harry escolheu mais alguns para ele, foi até o balcão e pagou por tudo. Lá fora Hermione o aguardava enquanto calçava suas luvas. À medida que entardecia, o frio aumentava singelamente.

- Aqui estão!

Harry entregou o embrulho com os doces a ela. Hermione colocou numa bolsa que tinha junto de si.
- Obrigada!

- Vamos então!

Hermione sacudiu a cabeça positivamente e eles caminharam até a tal casa de chás de Madame Puddifoot. Como o combinado, espiaram pela fresta. Haviam apenas uns dois casais, mas não era ninguém conhecido.

- Acho que podemos entrar.

Escolhendo uma mesa mais próxima à porta, caso precisassem sair às pressas, Harry ajeitou a cadeira para Hermione e depois sentou-se.

- Vamos pedir então?

- Quanto mais rápido formos embora, melhor será.

Harry ergueu a mão para que a garçonete o visse. A mocinha de mais ou menos dezoito anos veio correndo e sorrindo.

- Pois não? O que o casalzinho vai querer?

Harry e Hermione trocaram um olhar irritado.

- Não somos um casal! – Disse Harry sério, os dentes cerrados.

- É, somos amigos! – complementou Hermione despindo as luvas.

- Ora queridos e quem disse que não eram, hã?

Os dois notaram o tom irônico com que a moça disse isso e também que não adiantaria perder tempo dando explicações de que só estavam ali porque não havia mais cerveja amanteigada na Dedos de Mel, ninguém ia acreditar mesmo.

- Duas cervejas amanteigadas, por favor, e...

Harry olhou para Hermione que agora folheava um mini-cardápio em forma de coração.

- Éhhhh... o que seria essa torta de... Marshmallow Élfico?

- Ótima escolha senhorita, é a nossa especialidade da casa. Trata-se de uma especiaria élfica e que dizem ser... – A moça aproximou-se bastante de Hermione tampando um dos lados da boca com uma das mãos, como se com isso, quisesse evitar que Harry a ouvisse. - ... inebriante!

Hermione corou e Harry apenas deu de ombros pra ela.

- Você quer dizer que se eu comer isso, vou ficar alegre?

- E muito querida!
- Tudo bem, acho que vou querer um pedaço.

- Ótimo! Então são duas amanteigadas e uma fatia de torta de Marshmallow Élfico? – com um aceno de varinha ela fazia a pena anotar tudo bem rapidamente num caderninho. Harry lembrou-se de Rita Skeeter, a repórter sensacionalista do Profeta Diário, e que o incomodara bastante durante o Torneio Tribruxo no quarto ano . – Mais alguma coisa?

- Não, é só isso!

Respondeu Harry secamente. Hermione levou a mão na boca para abafar o risinho quando a mocinha virou-se.

- Que foi?

- Nada, acho que as pessoas acreditam muito nessas besteiras, como acreditam em Adivinhação e em outras coisas sem nexo. Como se eu precisasse de um pedaço de torta para me sentir feliz... francamente!

- Mas então porque pediu?

- Curiosidade! Além disso, eles acrescentam á ela uma calda de morangos ao rum que parece deliciosa!

Enquanto aguardavam Harry e Hermione conversavam sobre muitas coisas que já haviam vivenciado juntos e deram boas risadas de algumas delas. Hermione disse que iria ao banheiro ajeitar os cabelos antes que a garçonete inconveniente retornasse com o pedido deles. Harry aproveitou para lembrar a Hermione que não demorasse, pois não queria ficar a sós com aquela moça. Tivera muita sorte em ela ainda não o ter reconhecido, então ele puxou os cabelos o máximo que conseguiu para esconder toda a testa. Hermione não demorou muito, mas Harry percebeu, sem comentar nada, que os cabelos dela ainda estavam do mesmo jeito. A mocinha logo veio com as cervejas e o pedaço de torta.

- Bom apetite!

Harry desejou que ela não voltasse mais, a não ser que ele a chamasse. Apreciou sua cerveja amanteigada, enquanto Hermione provou a tal torta e achou muito boa. Ainda conversaram um pouco até Harry ver em seu relógio de pulso que já eram quase seis horas e que a noite não tardaria a cair. Hermione que já comera três pedaços da torta, não descordou do convite de partirem, mas de fato havia um tom mais animado na voz dela quando deixaram o lugar e Harry também sorria.


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BJIM ^.^
FLÁVIA ou "FLEUR"


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