O inferno das chantagens



- Então... ela está realmente viva? – perguntou Hermione depois que Harry contou o ocorrido na sala de Dumbledore.

- É o que tudo indica. – disse Harry rindo do espanto da amiga.

- Hei Harry! – disse uma voz doce que lembrava um pouco a de Lílian.

Harry se virou e viu Gina Weasley mais linda do que nunca. Os longos cabelos ruivos estavam presos em um rabo-de-cavalo bem alto, e pelo que parecia, a garota havia crescido mais.

- Hum...sim?

- Você já marcou o próximo treino de quadribol? – perguntou Gina que parecia brava quanto a esse assunto.

Harry agora era o capitão do time de quadribol da Grifinória, e já tinha o time formado: os artilheiros eram Gina, Cátia Bell, e uma garota do quarto ano, Nickole Brent, os batedores eram os quintanistas Kenny Ayumi e Hugo Morris. Rony, que tinha melhorado bastante, ainda era o goleiro, e claro, Harry era o apanhador.

- Er... não. – disse Harry.

- Então o que está esperando? – disse Gina irritada. – O próximo jogo contra a Sonserina é em menos de um mês.

- Eu sei muito bem a data do próximo jogo, obrigado. – retrucou Harry, também irritado.

- Então marque os treinos logo! – disse Gina e saiu bufando e batendo os pés.

- Nossa Harry, não precisava ser tão grosso assim. – disse Rony.

- Você sabe muito bem que eu odeio quando ela quer dar uma de capitã do time. – retrucou Harry. – E além do mais, eu tenho coisas mais importantes pra pensar do que no quadribol.

Hermione caiu na gargalhada.

- O que foi? – perguntou Harry não conseguindo conter o riso.

Depois de se recuperar da crise de risos, Hermione suspirou e disse:

- Eu nunca achei que ouvia isso da tua boca, Harry.

- Ouviria o que? – perguntou Harry confuso.

- Que tem alguma coisa mais importante do que quadribol.

- Ora, claro que tem. – respondeu Harry – Minha mãe está viva e isso é mais importante que tudo agora.

- Mas você tem idéia de onde ela possa estar? – perguntou Rony.

- No departamento de Mistérios é que não. – disse Harry sorrindo.

A sineta tocou anunciando a próxima aula: dupla de poções com a Sonserina.

Harry estava distraído em uma animada conversa com Rony, (como poderiam envenenar Snape sem serem pegos) quando Malfoy esbarrou propositalmente em Harry, derrubando todo o seu material.

- Olha por onde anda seu saco de bosta de dragão! – gritou Harry.

Malfoy meramente sorriu.

- Se eu fosse você, tomava cuidado Potter, você não quer acabar igual a sua mãe, não é?

- Ora seu...!

Harry avançara para cima de Malfoy, mas era puxado por Rony e Hermione e Gina que acabara de passar por aquele corredor e vira o tumulto.

- Harry não! – dizia Gina. – Não vale a pena!

- Fique fora disso Gina! – disse Harry.

Para azar dos quatro, Snape aparecera na porta.

- Tsc, tsc, tsc. Brigando. – disse Snape desdenhosamente – Vou ter uma detenção aos quatro e menos vinte pontos para a Grifinória.

Gina, Harry, Rony e Hermione começaram a se explicar, todos ao mesmo tempo deixando Snape mais irritado.

- CHEGA! – gritou o professor fazendo-os se calarem imediatamente – Menos dez pontos cada um por discordarem de mim. Quero os quatro aqui amanha ás oito e meia para cumprirem suas detenções.

- Mas professor... – começou Gina.

- Sem mas, Weasley. – disse o professor. – Amanha ás oito e meia.

Novamente, Gina saiu batendo os pés, Harry acompanhou-a com os olhos, o que não passou despercebido por Malfoy.

- Entrem – disse Snape apontando o interior da sala com a varinha.

Sem sequer ousar desobedecer, o trio e os demais alunos adentraram a escura sala.

Harry, Rony e Hermione sentaram nos seus lugares habituais e Snape começou a falar:

- Hoje vamos aprender a preparar a poção do morto-vivo, embora – Snape percorreu a sala com os olhos, se demorando mais em Harry – eu tenha certeza que pouquíssimos alunos vão obter sucesso. Podem começar.

Todos tiraram seus livros de dentro das mochilas e em pouco tempo a sala estava cheia de fumaças de todas as cores.

Conforme pedia o livro, a poção de Hermione já adquirira um tom lilás-azulado, a de Harry estava mais escura, quase púrpura.

- Tempo esgotado! – anunciou Snape.

Snape caminhou pela sala recolhendo amostras das poções.

- Muito bem, Srta. Sabe tudo! – disse Snape com sarcasmo ao passar pela mesa e recolher a poção de Hermione. – E você, Potter, tsc, tsc, tsc....

Snape apontou a varinha para o caldeirão de Harry:
- Evanesco! – e a poção desapareceu.

Malfoy, Crable e Goyle abafaram risinhos.

Snape se dirigiu a frente da sala, e passou o sermão habitual.

Enquanto os alunos fingiam interesse no falatório de Snape, um pedacinho de pergaminho foi atirado sobre a mesa de Harry.

Harry abriu-o e para sua surpresa era de Malfoy. Ele e Hermione trocaram um olhar de dúvida.

- Leia! – sibilou Rony que também estava olhando.

Harry baixou os olhos para o pedaço de pergaminho e leu:

“Quer saber onde sua mãezinha de sangue-ruim está, Potter?
Por que se não sabe, ela não está no mundo dos mortos...”

- Ele sabe! – cochichou Hermione.

- É claro que ele sabe! – disse Harry.

- O que você vai responder? – perguntou Rony.

- Quem disse que eu vou responder? – retrucou Harry.

Nisso a sineta tocou e Harry estava colocando os livros ma mochila, quando Malfoy disse:

- Então Potter, acredita o que eu disse?

Harry se virou para encarar Malfoy.

- Não.

E saiu da sala com Rony e Hermione.

- Espere Potter! – disse Malfoy correndo para alcançar Harry. – O que disse é a mais pura verdade. Eu sei que você sabe que é.

- Está bem Malfoy. – disse Harry novamente se virando para encará-lo. – O que você quer em troca da informação? Por que eu sei que não vai sair de graça.

- Você é esperto Potter. – disse Malfoy sorrindo. Em seguida lançou olhares preocupados a Rony e Hermione, olhares que Harry entendeu imediatamente.

- Podem ir, eu alcanço vocês depois. – disse Harry aos amigos.

Malfoy sorriu maliciosamente.

- Eu te direi onde ela está se você perder o próximo jogo de quadribol.

- O QUE?! – gritou Harry incrédulo. – Não... não posso fazer isso...minha equipe conta comigo...

- Também tenho uma equipe contando comigo Potter. – disse Malfoy com satisfação. – É isso ou sua mãe apodrece no local onde está sem nem você saber onde é.

E saiu na direção do salão principal para jantar deixando um Harry aflito e completamente desordenado.

O que fazer? Malfoy poderia estar blefando e poderia não estar...Mas perder o jogo...

Pela primeira vez, sentiu que não poderia contar com seus melhores amigos, pois teriam opiniões muitos diferentes e deixariam Harry ainda mais dividido.

Estava pensando em marcar os treinos já, mas se fosse para perder de propósito era melhor nem marcar.

Com o coração apertado, Harry decidiu que a equipe não saberia de nada e tudo correria normalmente.

Na hora do jogo, ele iria decidir o que fazer.

E os dias se passaram sem nenhum sonho com informações em especial.

Na maioria dos sonhos, Harry só via Rabicho e Lílian conversando e Lílian tendo acessos de raiva que davam dó.
Ela se recusava a comer a comida que Rabicho trazia e estava tão fraca que quase não conseguia parar em pé.

Na medida em que o jogo contra a Sonserina chegava, os treinos se intensificavam mostrando o quão bem a equipe jogava, e, cada vez que Rony fazia uma defesa particularmente difícil, Harry quase morria de remorso.

Mas já estava decidido. Harry iria perder o jogo, pois não agüentava mais ver a mãe sofrendo daquele jeito.

Na noite anterior ao jogo, estavam todos alegres e falantes na sala comunal, todos, menos Harry, Gina e Dino Thomas.

Gina e Dino, porque haviam discutido e terminado o namoro, dando a Harry uma ponta de esperança com a ruiva.

Quando deu nove e meia, Harry e os outros jogadores foram para a cama, mas Harry só conseguiu dormir quando o sol começou a aparecer no horizonte.

Dormiu o que pareceu umas três horas.

Vendo que não voltaria ao sono, levantou-se e vestiu-se.

Desceu até a sala comunal deserta e se sentou em uma poltrona na frente da lareira, esperando os outros acordarem.

Gina foi a primeira.

- Ah, olá Harry. – disse Gina sentando-se na poltrona ao lado do garoto.

- Oi Gina. – respondeu Harry sem olhar pra ela.

Seria difícil encarar outro jogador depois do aconteceria.

- O que foi? Você parece tão aflito... – disse Gina.

- É a tensão. – disse Harry com um sorriso amarelo. – É normal.

- Se você diz...

Nesse instante os outros jogadores desceram as escadas e a sala comunal começava a encher de torcedores ansiosos.

- Vamos. – disse Harry para o time que se agrupava ao seu redor.

Chegaram no salão principal recebidos por vivas e vaias. Enquanto os outros jogadores sorriam e acenavam, Harry apenas fechou os olhos e abaixou a cabeça ao passar pela mesa da Sonserina e encontrar os olhos sombrios de Malfoy.

Sentou-se na mesa da Grifinória sob vivas que o deixavam mais aflito.

Gina sentou-se ao seu lado.

- O que foi Harry? – perguntou Gina se inclinando para ver o rosto abaixado de Harry.

Harry pode sentir o perfume doce dos cabelos da garota.

- Já te disse que só tensão. – disse Harry abaixando ainda mais o rosto para que Gina ao visse o rubor que o cobria.

- Não minta Harry. Eu já vi você muitas vezes antes de jogar e você não estava assim. – disse Gina num tom parecido com o da Sra. Weasley.

- Eu estou bem, ta legal? – disse Harry com raiva. – E pare de agir como se fosse minha mãe!

Gina sobre saltou-se.

- Eu não estou agindo como se fosse sua mãe, eu só quero saber o que há você...

- Eu tenho direito de não te dizer não é? – disse Harry interrompendo a ruiva. – Por que as vezes você é tão... – Harry parou pensado no que dizer.

- Tão? – desafiou Gina.

- tão intrometida, tão chata! Satisfeita? – perguntou Harry em um tom mais desafiador.

- Sim. – e dizendo isso, Gina se levantou e foi se sentar ao lado de Nickole Brent e Kenny Ayumi.

- Por que vocês brigam tanto? – perguntou Hermione que estava sentada a sua frente.

- Eu odeio quando ela quer ser minha mãe. – respondeu Harry carrancudo.

-Sem ofensas, Harry, você nunca soube o que é ter uma mãe. – disse Hermione.

- Exatamente. – disse Harry mordendo uma torrada. – Não quero que ela seja um exemplo.

Rony riu e Harry se levantou e foi para o vestiário.

Despiu-se e quando o time chegou já estava vestido.

Gina continuava de cara amarrada.

Harry esperou que se vestissem e disse:

- Bem, eu queria pedir para vocês que aconteça o que acontecer, não saiam de suas posições, principalmente você, Kenny.

A japonesinha, que mantinha uma conversa sussurrada com Cátia Bell, sobre saltou-se ao ouvir o próprio nome.

- Eu? – perguntou debilmente.

- Sim, você. – respondeu Harry.

Durante os treinos, Harry pode observar que Kenny saia muito de sua posição de batedora por qualquer motivo, mas fora isso, voava muito bem.

- Rony – disse Harry com receio – mantenha-se confiante e ignore a torcida. Bem, vamos.

Eles saíram do vestiário e foram recebidos novamente com uma explosão de vivas.

- Capitães apertem as mãos! – disso Madame Hooch.

Malfoy era o capitão da Sonserina, e pela primeira vez, eles não tentaram quebrar as mãos um do outro, apenas apertaram as mãos “amigavelmente”.

- Você sabe o que tem fazer. – sibilou Malfoy para que apenas Harry ouvisse.

Este sacudiu a cabeça afirmativamente.

Montaram as vassouras e quando Madame Hooch soou o apito eles decolaram.

Em dez minutos de jogo Grifinória já tinha feito cinqüenta pontos à zero.

Estavam jogando tão bem...

Gina e Nickole não erravam nenhum lance, Rony fazia defesas espetaculares e Kenny não saiu nenhuma vez de sua posição.

Estava tudo perfeito até que Harry avistou o pomo e fez o possível para que Malfoy também o visse. Não obtendo sucesso, Harry voou velozmente na frente dele, que percebeu o sinal e saiu atrás.

Harry desacelerou propositalmente e deixou que Malfoy passasse sua frente, e este apanhou o pomo.

Malfoy ergueu o pomo e Harry gritou:

- ONDE ELA ESTÁ? FALE!

- VOCÊ ACHA QUE EU VOU FALAR FÁCIL ASSIM? EU QUERO MAIS! QUERO MAIS EM TROCA DA INFORMAÇÃO, POTTER!

Em um acesso de raiva Harry voou para cima de Draco, mas este foi carregado para longe pela equipe da Sonserina.

Ainda no ar, Harry voou em direção aos vestiários e se escondeu em um corredor deserto, desceu da vassoura e se sentou no chão, abraçando os joelhos.

Sentiu lagrimas teimosas escorrerem de seus olhos.

Como fora idiota!

Ouviu passos, mas mesmo assim, Harry não levantou a cabeça.

- Harry? – disse a voz doce e acolhedora de Gina.

Ela chegou mais perto e sentou-se ao lado.

- Por favor, não fique triste, foi só um jogo. Ainda temos chances de ganhar a taça. – disse Gina agora acariciando os cabelos rebeldes do garoto.

- Você não entende. – disse Harry levantando a cabeça para encarar o rosto lindo a sua frente. – É a vida da minha mãe que está em jogo, e aquele covarde se aproveitou disso.

- Sua mãe? Como a vida dela pode estar em jogo se ela está morta? – disse Gina confusa.

- Bem, é uma longa historia, mas eu vou te contar.

E Harry narrou a historia toda, desde o sonho até a derrota no quadribol, Gina ouvia tudo pasma.

- Então é por isso que eu perdi o jogo. – finalizou Harry. – Eu vou entender se você nunca mais quiser olhar na minha cara, eu fui um tremendo...

Mas Gina o interrompeu encostando o dedo em seus lábios em sinal de silêncio.

- Você não foi um idiota. – disse Gina docemente – Eu faria o mesmo por minha mãe, por isso, conte com o meu apoio para achar a sua.

Sem pensar e meio que sem querer, Harry puxou Gina para perto de si, seus olhos se encontraram rapidamente e então se beijaram.

- Você sabe que pode contar comigo para tudo. – disse Gina.

- Eu sei. – disse Harry dando-lhe um selinho – Eu sei.

Gina se levantou e disse a Harry:

- Não podemos ficar aqui o dia todo né?

- Bem que eu queria. – respondeu Harry com um sorriso maroto.

Gina estendeu-lhe a mão e eles saíram juntos sem se importar de estarem chamando a atenção por estarem com os uniformes de quadribol, de mãos dadas e pelo fato de serem simplesmente Gina Weasley e Harry Potter.

**************
- Eu sabia que por trás das discussões vocês se amavam. – disse Rony enquanto tomavam café no dia seguinte.

- Nossa, eu achei que você ia nos engolir vivos e nunca mais falar com o Harry. – disse Gina que estava sentada ao lado do namorado.

Eles haviam contado que estavam juntos á alguns momentos atrás, o que, para a surpresa de ambos, foi muito bem aceito por Rony.

- Eu te engoliria vivo pelo que você fez no jogo ontem, se não fosse pela sua mãe. – disse Rony apontando a faca de manteiga para Harry.

- Você não pode culpar o Harry. – disse Hermione, pela primeira vez levantando os olhos do livro que lia. – O Malfoy foi um trapaceiro.

- Isso não foi nada. – disse Harry amargurado. – Temo pelo que ele possa pedir da próxima vez.

- O que você acha que ele vai pedir? – perguntou Gina pesarosa.

Harry a encarou por uns instantes e disse no mesmo tom:

- Você.

- Eu?? –perguntou Gina pasma.

- Ela?? –disseram Rony e Hermione em uníssono.

- Ah, qual é gente? – disse Harry impaciente. – Vocês sabem que desde sempre o Malfoy teve uma quedinha pela Gina, eu não duvido nada que ele peça pra eu me afastar dela.

- Mas você não vai, não é mesmo? – perguntou Gina amedrontada.

- Receio que sim... – disse Harry baixinho. – Mas não pense que vou desistir de você. – acrescentou Harry ao ver a cara de choro de Gina. – Tenho a capa de invisibilidade lembra?

- Sinceramente, não sei como isso pode ajudar. – disse Hermione.

- Você verá. – disse Harry.

Aquele domingo passou voando, e quando se deram conta, já estavam trancados na sala comunal fazendo os deveres para o dia seguinte.

- A primeira aula de vocês é de que? – perguntou Gina.

- Feitiços e depois Poções dupla com a Sonserina – disse Hermione. – Por que você perguntou?

- Só para saber... Aff... Eu tenho Historia da Magia dupla com a Lufa-Lufa... – respondeu Gina desanimada.

- O que foi Harry? – perguntou Rony ao ver que Harry tinha a testa molhada de suor e uma expressão de dor.

- Minha cicatriz... dói... – murmurou Harry.

- Vá falar com o Dumbledore! –disse Hermione com urgência.

- Não... – disse Harry – Voldemort quer me mostrar algo... e se ele me mostrar onde minha mãe está?

Gina e Hermione trocaram olhares preocupados, mas Harry simplesmente as ignorou e disse:

- Vou dormir. Boa noite gente.

Deu um beijo em Gina e subiu as escadas para o dormitório.

A dor na cicatriz era tanta, que Harry se jogou na cama de roupa e tudo, mas custou a pegar no sono.

Quando este finalmente chegou, Harry se viu na cela imunda em que Lílian se encontrava encolhida.

Rabicho apareceu com o prato.

- Venha comer.

Lílian tentou inutilmente se levantar, mas estava tão fraca, que só o que conseguiu foi cair com um baque surdo.

- Viu no que deu sua teimosia? – disse Rabicho com uma expressão amedrontada.

Com o mesmo aceno de varinha de antes, ele pôs o prato dentro da cela, e mesmo de má vontade, Lílian comeu.

Rabicho a olhou com satisfação, em seguida subiu as escadas, que desta vez levavam a uma porta bem menor que Rabicho

- Espere! – disse Lílian.

Rabicho se virou para encará-la.

- A porta... o que houve com a porta? – disse Lílian.

- Mudamos esse calabouço de lugar. – disse Rabicho com simplicidade.

Em seguida passou pela minúscula porta, que se ajustou magicamente ao seu tamanho.

Ele bateu a portinha, que havia voltado ao tamanho normal, e saiu no que parecia uma cozinha.

A porta,pelo que parecia, era de um armário que ficava em baixo de uma pia.

A cozinha era muito bonita e luxuosa, cheia de elfos domésticos que corriam com travessas para todo o lado.

- Com tantos elfos aqui, não sei por que eu é que tenho que levar comida para ela. – disse Rabicho para si mesmo.

- Por que eles valem mais você. – disse Lucio Malfoy, que acabara de entrar na cozinha, assustando Rabicho. – E por que, você é o mais apropriado para lidar com sangues-ruins. Mas fazer o que, tenho aceitar as conseqüências por ter...

Mas Harry não pode ouvir o Lucio disse, pois acordou com a chegada barulhenta de Simas e Dino no quarto.

Praguejando-os mentalmente, Harry consultou o relógio de pulso, e viu que só dormira dez minutos.

Desceu as escadas e foi para a sala comunal, onde Rony Hermione e Gina ainda se encontravam.

- O que foi? – perguntou Hermione preocupada. – não conseguiu dormir?

- Consegui sim, mas Dino e Simas me acordaram. – respondeu Harry com a voz rouca. - Escutem só, eu meio que sei onde minha mãe está.

- Onde? –perguntou Gina com urgência.

- Bem, não sei em que casa, mas ela está num calabouço que fica dentro de um armário de uma pia.

- Como assim? – perguntou Rony confuso.

Harry contou o sonho todo, e, depois de trocar varias idéias sobre onde haveria um calabouço na cozinha, eles se sentiram realmente cansados, e decido a contar sobre o sonho a Dumbledore no dia seguinte, Harry foi se deitar e não sonhou mais nada.

A aula de feitiços do dia seguinte ocorreu tranquilamente, mas na fila para entrar na aula de poções, Malfoy chegou para Harry e disse:

- Eu falei que queria mais em troca da informação, lembra-se? Pois bem, já escolhi.

- O que você quer? – disse Harry contar a própria vontade.

Draco sorriu maliciosamente.

- Quero que pare de sair com a Weasley e deixe a caminho livre para mim.

Para surpresa de Hermione e Rony, que assistiam a cena, Harry manteve a expressão calma, e, com igual tranqüilidade, perguntou:

- Como vou saber que não está mentindo?

Malfoy nada disse, apenas enfiou a mão na parte interna das vestes e tirou o que parecia uma fotografia e entregou a Harry.

Era, sim, uma foto. Uma foto bruxa, que se mexia.

A foto de Lílian trancada na cela, encolhida no canto de sempre.

Na foto, ela apenas tremia e mexia a cabeça e os olhos, murmurando palavras ininteligíveis.

Estupefado, Harry disse coma voz rouca:

- Onde...onde conseguiu essa...essa foto?

- Se você espera que eu conte, pare de sair com a Weasley.

Neste instante a porta abriu e Harry guardou a foto no bolso das vestes.

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