Capítulo VII



Harry Potter © J.K. Rowling




Capítulo VII



E ci sei adesso tu,
E aí estás agora tu,
A dare un senso ai giorni miei
A dar um sentido aos meus dias.

E ci sei adesso tu,
E aí estás agora tu,
Al centro dei pensieri miei.
No centro dos pensamentos meus.




Três dias depois, como prometido, eles foram liberados.

Era meia-noite quando os três marotos andavam pelo corredor, indo em direção a Torre da Grifinória. Tiago esticou-se, testando todos os músculos, querendo ter certeza de que estava apto para o jogo dali a pouquíssimos dias. Sirius, sem preocupação alguma, andava animado. Os polegares enfiados nos bolsos, a postura relaxada, assobiava distraído.

Iam se aproximando do retrato, foi quando Remo, que ainda não havia dito nada, e acabara por assentir em meio a conversa animada dos dois amigos, finalmente se manifestou.

-- Olhem, me desculpem.

-- Não acredito que você está falando isso. – exclamou Tiago, parando de chofre, os olhos fitando-o em expressão de censura.

-- Você não sabia o que estava fazendo, e cale a boca antes que nós te machuquemos. – completou Sirius, escorando-se em uma das estatuas.

Remo ergueu uma sobrancelha, encarando os amigos atentamente. Ele pensou em argumentar. Pedir, ou mandar para que os dois não fizessem mais aquilo. Mas, eles faziam há dois anos, e ele sabia que era inútil argumentar. E, mal pra ele decididamente não fazia. Mas ele estava, era pensando nos amigos.

Deu de ombros, e continuou a caminhada. Tiago logo o acompanhou, sorrindo satisfeito.

-- Vou dar um chego na cozinha. – comentou Sirius. – Não comi a comida da Ala Hospitalar, e estou faminto. Alguém me acompanha?

Os dois sorriram, cansados e disseram que precisavam de algumas horas de sono. Sirius sabia que aquilo era comum apenar pós noite de lua cheia. De outra forma, em qualquer outro dia, ele sabia que Tiago o acompanharia, ainda mais animado do que ele próprio. Mas, após aquelas ultimas noites mal dormidas, até mesmo ele próprio sentia-se cansado. Sendo assim, sorriu, e despediu-se. Rumando para a cozinha.

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Era um daqueles dias em que ela estava simplesmente cansada demais para dormir calmamente em sua cama. E o que a levou para baixo, não foi à falta de sono. Foi a vontade de ver o fogo crepitar na lareira.

Sendo assim, ela vestiu um quimono branco e desceu as escadas, bocejando levemente. O relógio acima da lareira ticta-teava e indicava uma hora da manhã. A sala comunal encontrava-se totalmente vazia aquela hora da madrugada.

Agradecida, Lena jogou-se no sofá em frente ao fogo e apoiou os pés em um pufe para que o curto quimono lhe cobrisse as coxas. Sem pressa, desfez a trança de sempre e soltou os cabelos. Com um suspiro de satisfação, jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e caiu num meio cochilo.

Foi como Black a encontrou.

A sala comunal estava antiga e entulhada como sempre, de modo que ela parecia uma ilha de calma. O ar ressumava cheiros – creme para pele, pó, madeira queimada, o cheiro dos cabelos dela. As luzes do fogo iluminavam-na como um anjo. E ela respirava calma e regularmente.

Sirius deixou o olhar correr pelas longas pernas descobertas. O quimono tinha um nó frouxo, casual, de forma que se abria de uma forma intrigante. Os cabelos caiam atrás do sofá, milagrosamente soltos, desarrumados com as mãos, de forma que a curva do pescoço aparecia.

Sirius sentiu uma vontade quase dolorosa de beijá-la ali mesmo. Mas, ao invés disso, sentou-se no braço de uma poltrona e pôs-se a esperar.

Lena foi acordando aos poucos. Tendia a dormir rapidamente e acordar aos poucos. Com um suspiro, começou a espreguiçar-se. Quando sentiu que não estava sozinha. Curiosa, virou a cabeça e viu Sirius.

-- Oi.

Ele não viu vestígios de raiva, irritação, nem de mau humor nos olhos dela.

-- Você não dormiu muito. – uma pausa. – Embora eu não conheça ninguém que seja capaz de dormir nessa posição.

-- Por que não me contou que Remo é um lobisomem?

Ele deu de ombros, encarando-a.

-- Acho que ele sabe o que faz. Contou a Lílian, e isso não é noticia de que se espalhe, Lena.

Ela suspirou.

-- Nunca me contou que você é um animago.

-- Você nunca perguntou.

Ela riu de leve.

-- Então, não há nenhum problema.

-- Há um problema.

-- De que tipo? – questionou, arqueando as sobrancelhas bem delineadas.

-- Pessoal. – ele ergueu-se da poltrona e se aproximou, indo até sua frente e inclinando-se, ficando perigosamente próximo. Ele não conseguia desviar os olhos dela. Ele via seus cabelos soltos, moldando o rosto, pela primeira vez.

Assim, a luz do fogo, ele percebeu algo nos olhos dela que nunca tinha percebido antes. Em meio ao castanho, algumas gotas cor de uísque misturavam-se.

Uísque sempre fora sua bebida favorita. Ele quase riu, a mulher por quem se apaixonara possuía olhos de uísque.

-- Todos os dias do que passou desse ano eu observei você, escutei você, senti seu cheiro. – uma pausa. – Todos os dias eu desejei você.

Sirius pousou uma das mãos na mão delicada da garota, ela apertou de volta. Com a mão livre, segurou os cabelos dela. Eram macios, como ele sabia que deveriam ser. Espessos, e de fato tão macios que seus dedos perderam-se entre os fios.

Algum dia houvera uma mulher que ele desejasse beijar mais que aquela?

Então, ela disse num fio de voz:

-- Amanha...

-- Ao diabo com amanha. – Sirius ergueu-a de pé. – E com o ontem. – Seu olhar era intenso, de um negro que fez secar a garganta da garota.

Então, todos os pensamentos dela, frenéticos, perderam-se ao primeiro contato boca com boca. Seus lábios abriram-se, convidando. As línguas se tocaram, excitando.

Lena era firme, como ele, porém mais macia. Sentindo a dura força do homem contra o corpo, ela se tornou completa e totalmente feminina. Ela cheirava levemente a limão, talvez de algum creme, e ele enfiou a mão em seus cabelos enquanto apertava-a mais perto. Ouvia seu quimono farfalhar, enquanto ficaram ali, beijando-se.

Então, ela interrompeu o contato e encarou-o, assustada com a intensidade do próprio desejo e amor que sentia por aquele homem.

-- Ainda vai a Hogsmeade comigo? – questionou ele, o corpo ainda pressionado contra o dela.

Ela fechou os olhos, e sorriu docemente.

-- Sim. – uma pausa. – Eu estive querendo que você fizesse isso a algum tempo. – comentou, sonhadoramente. Então, abriu os olhos e beijou os lábios masculinos dele, de leve. – Você está com olheiras enormes. Por que não dorme um pouco?

Ainda sorrindo, como se o comentário tivesse sido feito na hora exata, numa tarde de sol, Lena soltou-se dele, apertando o quimono no corpo e subiu as escadas, deixando para trás um Sirius Black totalmente atordoado com a simplicidade e ao mesmo tempo, sensualidade daquela garota.

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O castelo estava em um clima de expectativa e apreensão, como sempre costumava ficar antes de um grande jogo, principalmente levando em conta que aquele abriria a temporada daquele ano. Era um sábado de sol alto, quase sem vento. Alguns diriam, um dia perfeito para o Quadribol. Mas Tiago sabia que não existia um dia perfeito para um jogo tão inconstante.

Eles estavam no Salão Principal, encarando a comida a sua frente. Panquecas, ovos, sucos, cafés. E Tiago tentava empurrar tudo o que podia goela abaixo de todos os jogadores.

-- Pontas, pelo amor de Merlin! – exclamou Sirius, o olhar arrogante sob os cabelos. Ele acabara de presenciar Tiago forçando uma de suas artilheiras a beber suco de abóbora. E, como apenas Sirius podia convencer Tiago a não fazer alguma coisa, continuou: -- Pare com isso! Por que, ao invés de forçar todos, você não come?

-- Porque eu sou o capitão. – replicou Tiago, apontando para o próprio peito onde a insígnia com um C brilhava.

Sirius revirou os olhos e continuou a comer seu desjejum.

Cerca de vinte minutos depois, todos os alunos e professores já haviam tomado seus lugares no campo. E Tiago e sua equipe rumavam para o vestiário. Ele, enquanto andava, mexia nos cabelos e ditava instruções pela enésima vez.

-- Capitão, pelo amor de Merlin, já entendemos. – exclamou Michael enquanto todos colocavam as já conhecidas vestes vermelhas e douradas de Quadribol.

-- É, Tiago. – comentou Lena, beijando a face do maroto. – Cale essa boca, nós já sabemos tudo isso de cor. Relaxe, será um bom jogo.

Tiago suspirou, assentindo e pegando sua vassoura. Apoiou-a nos ombros e encarou seu time.

-- Então, vamos? – quando todos assentiram, ele deu entrada para o campo.

O sol cegou-o momentaneamente, ele sorriu para o dia. O verde do campo parecia ainda mais verde. E a falta de vento ampliava os gritos da torcida vermelho-e-ouro e as vaias da verde-e-prata e da azul-e-negro. O maroto percebeu feliz, que a torcida amarela da Lufa-Lufa estava dividida. Metade Grifinória, e metade Corvinal.

Sem a inrolação costumeira, os capitães apertaram as mãos e a partida iniciou-se. Em um segundo, todos voaram velozes, a velha habilidade e a conhecida adrenalina fazendo o sangue bombear mais rápido nas veias.

Tiago sentiu o vento dos cabelos e suspirou, a mesma sensação de calmaria e paz de quando estava com Lílian encheu seu peito.

O jogo estava fumegando, acidentes, empurrões, gols, xingamentos, palavrões. Ele, experiente, não deixava se abater. Sabia que o time se virava sozinho e estava concentrado em achar o pomo e vencer sem mais delongas. Iniciar a temporada com uma vitória era importante, Merlin sabia como era.

Potter estava no alto, acima de todos, e sua atenção estava em achar um pedacinho de ouro brilhante. Aquele era o lado bom de jogar no sol, o pomo reluzia a sua luz. Então, pelo canto dos olhos, reparou que estava sendo seguido de perto pela apanhadora da Corvinal. Ele encarou-a friamente, os cabelos loiros de Ana McFly voavam junto com ela.

-- PELO AMOR DE MERLIN, POR QUE É QUE VOCÊ NÃO O PROCURA SEM MINHA AJUDA? – berrou mal-humorado, enquanto ganhava velocidade afastando-se dela.



-- Olhe! – Lílian berrou, sentada em uma das colunas destinadas aos torcedores. – Ele está berrando com aquela garota! – ela apontou, a bandeirinha com um leão balançando em sua mão.

Sirius riu e pousou a mão em sua cintura.

-- Chama-se quadribol.

Lílian encarou-o feio.

-- Eu sei. Mas nunca vi Tiago falar assim, principalmente com uma garota. Ele é tão gentil! – ela comentou, os olhos cavados nele, o lábio mordiscado.

Sirius sorriu, estava acontecendo.



Sobrevoando os jogadores, Tiago ouvia comentários distantes da narrativa do jogo. Seu cérebro demorava a captar aquilo, pareciam palavras sem nexo. Até que as palavras ecoaram em sua cabeça. “Pênalti a favor da Corvinal! John Chang jogou um balaço diretamente na cabeça de Kátia Dream, dando o pênalti para a equipe adversária! Mas Tess fez uma defesa espetacular!”

Tiago soltou o ar dos pulmões com força, aliviado. O placar era de 30 x 20. Ganhavam apenas por um gol. Ele precisava focar novamente no pomo. “Onde diabos está você?”

De repente, com um brilho apenas imperceptível e que sumiu antes que ele pudesse piscar, ele viu. Nos pés de Ana. Então, habilidoso, chamou a atenção dela e disparou para o outro lado, sendo seguido rapidamente pela loira, que caiu na armadilha.

Os dois dispararam juntos, e Tiago brecou rapidamente, Ana não pôde ser tão rápida. Ao vê-la passar rapidamente por ele, o rapaz brecou e voltou rapidamente para o ponto exato onde o pomo verdadeiramente estava.

Quando seus dedos quase podiam roçar a bolinha, ouviu Tess berrar do gol:

-- CAPITÃO, CUIDADO!

Tiago rapidamente virou-se de cabeça para baixo, tão em cima da hora a ponto de o balaço passar zunido entre a capa de suas vestes vermelhas.

O maroto encarou, de cara feia, o batedor Corvinal. Chang rebateu o balaço, mas já era tarde. Tiago havia perdido o pomo, e a apanhadora já estava de volta.

Quando soltava um muxoxo descontente e apreensivo, foi quando ele viu. A bolinha reluzente. A uns quinze metros abaixo deles.

Antes que pudesse perder mais tempo, ele mergulhou rapidamente e sem preliminares, conseguindo pegar o pomo e desvia-se habilmente a centímetros do chão. No momento em que sua mão fechou-se sobre o pequeno pomo, ele ouviu a torcida da Grifinória explodir em vivas, abafando a voz do narrador que anunciava a vitória.

Ele foi o primeiro a pousar, analisando feliz toda a arquibancada. Viu milhares de bandeiras na mão de pessoas que aquela altura não passavam de pontinhos. Então, não conseguiu pensar mais em nada, pois a equipe toda choveu sobre ele, num abraço grupal enorme. Eles gritaram e rodaram, rindo.

Todos os Grifinórios começavam a alcançar o campo, correndo com os braços ao ar, gritando “vivas”, “para a vitória”, “para a taça”, “da-lhe Potter!”. Foi quando ele viu Lílian correndo até ele. Ela estava linda. Os cabelos voavam para todos os lados com o vento que começara a soprar, a bandeirinha com o leão na mão. O sorriso era enorme e o rosto cheio das melhores coisas da vida. Ela jogou-se nos braços dele, num enorme abraço de urso.

-- Parabéns! Você é o melhor apanhador que essa escola já viu! – ela berrou, sobre os vivas de todos. E riu, parecendo ter o espírito mais leve do que uma nuvem.

Potter sabia que as palavras foram um elogio casual, e desmedido. Mas elas tiveram o efeito de um café quente num dia de inverno muito frio. Ele pressinou-a ainda mais junto a si. Então, os amigos chegaram.

Sirius abraçava Lena, parabenizando-a. Tiago fez o mesmo, enquanto chuvas de mãos caiam nas costas da equipe. Parecia até que tinham ganhado uma final. Mas, ele sabia como era importante começar com uma vitória. Começar com a auto-estima no alto.


-- Então, vamos? – comentou Sirius, depois que o sol de punha e todos finalmente tinham começado a entrar no castelo. – Pelo que eu entendo da vida, hoje teremos uma festa e tanto, não?

-- Pode crer que sim, Almofadinhas. – Tiago piscou um olho.

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Com a chegada do quase inicio de Dezembro, o tempo esfriava terrivelmente a noite. Mas, isso decididamente não ocorria na Torre da Grifinória.

Quando Lena adentrou o buraco do retrato, encontrou o fim do mundo. Os alunos haviam mudado o lugar dos moveis e uma enorme mesa estava lotada de bebidas e doces dos mais coloridos. O fogo crepitava, mas o barulho de risos altos e conversas animadas abafava o som de madeira queimando.

Ela viu Sirius em pé, sobre a mesa, fazendo malabarismo com quatro garrafas com alguma bebida brilhante como néon. Riu para si mesma, ele não tinha jeito.

No momento em que Lena entrou na sala, Sirius sentiu sua presença, quase como feitiçaria. Mas ele sentia como se a alegria em pessoa tivesse entrado. Ela era a única que ainda levava no corpo as vestes vermelhas e douradas, e como ficava linda! Sensual, sem deixar de ser doce nem por um segundo.

Ela sorriu reluzente para ele, mexendo na trança, e seguiu para o sofá onde Tiago, Jane e Remo estavam sentados, rindo muito.

-- Por acaso, ganhamos uma final e eu não fiquei sabendo?

Tiago riu e ergueu o copo de uísque, como se brindando a ela.

-- Começar com uma vitória, é o primeiro passo.

Lena riu, acomodando-se ao lado de Remo. Foi quando Sirius apareceu com um copo de cerveja amanteigada na mão, estendendo-o para Lena. Ela aceitou, sorrindo satisfeita.

-- Uau, ele está mesmo na coleira, não? – Tiago ergueu as sobrancelhas, sorrindo.

-- Cale a boca antes que eu te coloque numa coleira. – rebateu Sirius, sorvendo um gole de uísque.

Tiago revirou os olhos enquanto todos os demais riam. O barulho da sala era quase ensurdecedor, mas ele gostava. Fazia parecer de que não tinha Voldemort nenhum andando e matando por aí. Mas, ele sentia falta de uma coisa. Paz.

-- Ei, alguém viu Lily?

-- Era isso o que estava me preparando para perguntar. – respondeu Lena, escorando-se no ombro de Sirius, sonolenta. – O que fizeram com minha amiga, ein?

Tiago não riu, ela estava sempre por perto. E se alguma coisa estivesse errada? Ele pousou o copo de uísque na mesa, e ergueu-se, anunciando que iria procurá-la.

Ele não precisou andar muito, de fato nem precisou sair da Torre. Enquanto ia em direção ao buraco do retrato, sua visão periférica captou um vislumbre de cabelos ruivos.

Ele virou-se, e viu Lílian encostada na parede, sozinha e silenciosa. Um copo de bebida na mão. Imediatamente, ele sentiu como se a paz tivesse adentrado a sala, instalando-se me seu peito.

-- Ei, faz o que aí? – aproximou-se.

Lílian ergueu o rosto. E então, ele percebeu. Estava bêbada. Ele quase riu.

-- Oi. – ela soltou uma risada.

O rosto estava corado, as vestes com um pouco de bebida e os lábios se curvaram num sorriso incessante. Ele teria selado seus lábios nos dela naquele instante, se não considerasse uma violação. Os olhos da garota estavam desanuviados, mas felizes. Os cabelos despenteados, grudando-se em seu rosto.

-- Olha, eu acho que chega disso. – ele arrancou-lhe a bebida de sua mão.

-- Escute..a..qui! Você mesmo sendo...boo..nito.. não tem o direeeito.

Dessa vez ele riu.

-- Você deveria estar sempre bêbada. Agradeço o elogio. – ele puxou-lhe os cabelos de seu rosto suado, encarando-a firmemente.

Ela ergueu o queixo para encará-lo nos olhos.

-- Está bêbada, se não vier comigo, vai começar a vomitar. E, como esse é sue primeiro porre, amanha sua cabeça estará explodindo.

Ela arregalou os olhos para ele, de um jeito cômico. Os braços largados ao lado do corpo.

-- Vooomit...ar? – uma pausa. – Vomitar não é bo..om.

-- Sim, não é. – concordou ele, assustando-se ao ver que nem bêbada ela deixava de ser irritantemente maravilhosa, por dentro e por fora. – Principalmente porque caso você faça isso, você vai me matar amanha. Você adora me culpar.

-- Ooora! – exclamou ela, enquanto ele segurava-a firmemente pela cintura, dando apoio. – Por...que.. eu faaaria.. isso?

-- Acredite em mim.

-- Estraaanho.

Ele riu enquanto começava a levá-la escada acima, na direção do dormitório masculino. Ele mesmo já ficara bêbado varias vezes e sabia, por experiência, de que nada era melhor do que água fria.



Lílian estava deitada na cama dele, relaxada e rindo.

-- Eu não acredito que você bebeu por causa do jogo. – ele riu e beijou a testa da garota. – Eu vou encher a banheira. Espere aqui.

-- Poooode... deixaaar!

Ele seguiu até o banheiro, em duvida. Parte dele sabia que deveria chamar Lena ou Jane e deixar Lílian com elas. Mas, a outra parte dele, a parte maior, insistia que deveria ele mesmo cuidar dela.

Observou a água enchendo a banheira e pensou em como amava aquela mulher deitada feito criança em sua cama. Sorriu para ele mesmo quando a banheira encheu. Desligou-a e foi até a porta.

-- Lil, venha cá.

Ela riu de novo e ergueu-se rapidamente, ficando ligeiramente tonta. Veio caminhando trôpega até ele.

-- Aai, minha cabeeeeça!

-- É, eu sei. Por isso mesmo vou te colocar aí dentro.

-- Hmmm. – ela encarou-o profundamente enquanto ele tirava a capa negra do corpo dela. – E você vem comigo, não é?

Ele ergueu as sobrancelhas e observou a linha dos lábios generosos curvar-se, num sorriso. A vontade de beijá-la lhe doía. Mas ele não podia, não quando ela estivesse assim, sem ter noção de nada.

-- Não. – sorriu para ela enquanto tirava suas meias, seus sapatos e sua gravata feminina. – Quem sabe outro dia?

-- Ah! – o lábio projetou-se num biquinho e ela encostou-se nele, que a repeliu rapidamente.

-- Pare com isso, ruiva. – ele riu enquanto afundou-a na banheira.

Ele observou quando a água gelada fez o primeiro contato no corpo quente dela. Ela arfou, rapidamente. Todo o ar esvaindo-se de seus pulmões.

-- Está friiiiiaaaaaaaa!

-- Eu sei. – ele sorriu, agradando seus cabelos. – Você vai estar mais lúcida ao sair daí de dentro, e amanha a ressaca vai ser menor. Confie em mim.

Ele engoliu um seco ao percebeu que a camisa branca da garota grudara em seu corpo, revelando o sutiã angelical, de renda branca.

-- Mas está muito friiia! – uma pausa, onde ela pareceu pensar submersa. –- Estou idiota, não?

Ele riu.

-- Você nunca é idiota, nem bêbada. – sorriu -- São só mais alguns minutos. – inspirou fundo e notou como os cabelos dela quando molhados ficavam de um flamejante escuro.

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Nota da Autora:

Ai, voltei! Demorei mas os próximos vem mais rápido. Os rascunhos já estão todos no papel. To meio embananada com a seqüência, mas to conseguindo dar um jeito. Nossa, não sabia que era tão difícil reescrever! É mais difícil do que escrever! Hahaha.

Enfim, to passando meio rapidinho. De volta a rotina é um saco! Mas bem, obrigada pelos comentários minhas lindas! E espero que tenham gostado desse.

Stay Beautiful.

P.

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