Plenitude





DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.


BETA READER: Shey Snape – muito obrigada!


N. A.: Capítulo Trinta e Seis! O final do primeiro ano de Nathan, e o começo da vida familiar de Severo.


Este capítulo foi editado quanto ao conteúdo adulto. Se você quer ler a versão completa, vá ao AO3 - archiveofourown(ponto)org – e procure por ferporcel (eu!) fic, Mais Que Um Granger.




Capítulo 36: Plenitude


Sexta-feira chegou, e Severo não conseguiu se desvencilhar do que Hermione insistiu que era uma grande oportunidade para um encontro perfeitamente normal. Bem, o termo poderia ser preciso, já que ele se sentia como um adolescente desajeitado ali, esperando Hermione atender o interfone. Ela insistira que ele usasse a porta desta vez.


— Alô? — veio a voz pelo comunicador. Não soava como a de Hermione.


— Hermione? — ele perguntou de volta. Ouviu seu nome distante e depois risinhos mais perto.


— Prof. Snape, Hermione está apenas se certificando de que será a mulher mais linda do evento e estará–


Ele pode ouvir a voz de Hermione ao fundo antes de barulhos de interferência a cobrirem.


— Severo, sou eu. Descerei num momento.


— Está bem — ele respondeu, erguendo a gola da capa. A primavera estava aí, mas o vento estava mais para o frio do que o oposto.


Quando a espera começava a se tornar irritante, Severo ouviu sapatos na escada pelo lado de dentro. Logo depois, a porta do edifício se abriu para revelar uma mulher deslumbrante, coberta por um vestido de um encorpado marrom chocolate que deixava os ombros nus. O vento soprou, e o tecido esvoaçante abraçou o corpo de Hermione, contornando o que o vestido tentava esconder.


— Desculpe por lhe fazer esperar. A Érica insistiu em fazer meu cabelo, e isso sempre consome tempo sem–


— Hermione, você esqueceu o casaco.


— Ah! Obrigada, Érica. — Hermione pegou o proferido item, cobrindo a pele como pêssego de seus ombros.


— Érica Gibson. — A mulher ofereceu a mão e um sorriso desconcertante.


Cuidadosamente, Severo aceitou a mão oferecida.


— Severo Snape.


— É um prazer finalmente conhecê-lo, Prof. Snape.


— Digo o mesmo, Sra. Gibson.


As duas mulheres compartilharam um olhar antes de Érica voltar ao saguão para subir as escadas. Severo ofereceu o braço, e Hermione o tomou, presenteando-o com um sorriso estonteante – batom deixava a boca dela ainda mais convidativa.


— Onde está o carro? — ela perguntou, distraindo-o dos pensamentos de beijá-la.


— Vamos aparatar como bruxo e bruxa que somos.


Ela balançou a cabeça, mas Severo podia ver divertimento nos olhos dela. Entraram num nicho escondido em frente a um prédio mais ao final do quarteirão. Severo a puxou para mais perto, sorrateiramente colocando as mãos sob o casaco dela e sentindo o calor que passava pelo tecido fino do vestido. Antes de aparatar, ele finalmente a beijou.


~o0oOo0o~


Hermione finalmente relaxou nos braços de Severo após o beijo tranquilizador. Ela não havia percebido o quanto estava nervosa com este "encontro" até então. Nos dias que seguiram seu convite, ela não conseguira cessar a tentativa de prever como esta noite seria. Severo... Por mais que ela tenha vindo a conhecê-lo melhor nesses últimos meses, as ações dele ainda eram bem imprevisíveis. Ela ficara apreensiva de que começariam a noite com ela discutindo com ele para que mantivesse o plano de ir, mas nada disso fora necessário até agora. Na verdade, ele estava perfeitamente maravilhoso de smoking, havia tolerado graciosamente a curiosidade de Érica e era bem versado em beijar suas preocupações para bem longe.


Ela suspirou alto de felicidade.


— Onde a cerimônia maçante vai acontecer?


— Pare com isso. — Hermione tentou manter a cara séria enquanto chamava-lhe a atenção. Esses comentários degradantes se tornaram uma espécie de jogo para Severo, por mais que ela tenha tentado fazê-lo levar o evento a sério. Só para lhe provocar, ele acharia os adjetivos mais degradantes para descrever a cerimônia de premiação. Em retaliação, ela acharia os adjetivos mais pomposos e bobos que conseguia para contrariar. — A vangloriosa cerimônia de premiação acontecerá no salão. Fica do outro lado da praça, atrás daquele prédio.


Ele ofereceu o braço, e ela mais uma vez o tomou. Diferente das caminhadas na Floresta Proibida – porque Severo não se permitia abaixar a guarda e andar com ela assim nenhuma outra hora – os passos dele estavam de certa forma mais curtos, sem pressa. Quando estavam no meio da praça, ele colocou uma questão.


— Como quer fazer isso?


Hermione olhou para ele, franzindo a testa. De todas as questões possíveis que ela esperava que ele fizesse, esta sequer estivera na lista.


— O que você quer dizer com isso?


— Prefere entrar primeiro? Quer que eu entre um passo atrás de você? Quer que a deixe na porta e volte para pegá-la mais tarde? Como vai querer?


— Exatamente assim — disse a ele, e parte de sua incredulidade com suas dúvidas permearam em sua voz. — De braços dados está bom, Severo. E se por alguma razão não conseguirmos manter esta posição, quero você atrás de mim, tocando minhas costas, meu ombro, minha mão, o que seja. Você é meu homem – para usar suas palavras. Isto é oficialmente um encontro. Nada de segredos, nem ilusões, nem planos escusos.


Ele não disse nada, e Hermione não sabia o que discernir do silêncio dele.


— Relaxe, por favor — ela suplicou. — Quero que aproveitemos a noite, só isso. Ninguém aqui lhe conhece. Você é meu par, e isso é perfeitamente aceitável.


— Seu ex me conhece.


Ela gemeu.


— Não seja deliberadamente difícil, por favor?


Pensando melhor, ela acrescentou:


— E também não vá procurar confusão. Vou ficar de olho em você.


Eles, então, chegaram ao saguão, e bem quando estavam entrando, ele disse:


— É uma promessa?


Aquela sobrancelha, aquele sorriso malicioso… Hermione não tinha a menor chance.


~o0oOo0o~


— Então...


Severo não precisou olhar para a fonte de uma interlocução tão eloquente para saber que era o trouxa irritante – o ex dela – finalmente tendo colhões para vir dizer o que quer que tivesse para dizer desde o momento que os vira – Hermione e Severo – chegarem indiscutivelmente juntos, bem como ela pedira.


Severo não tirou a atenção das bebidas que preparava.


— Hermione está estonteante esta noite.


Severo então dirigiu seu desdém ao trouxa, esperando que aquilo o fizesse sair dali. Hermione estava estonteante naquele vestido, sem dúvidas, mas aquilo não era da conta deste cara.


— Não acho que ela saiba o quanto aquele vestido a deixa poderosa. Ela está cega demais para perceber que pode ter qualquer homem neste salão.


— Já terminou de comer minha mulher com os olhos, ou há algum outro propósito para estas observações indesejadas?


— Você é velho demais para ela, e logo ela irá–


— Eis o que você fará — Severo começou, falando devagar com o que ele sabia por experiência ser uma voz assustadora —, você vai pegar essa merda qualquer que vinha treinando em frente ao espelho para jogar em mim e vai se engasgar nela. Você também vai manter sua pessoa e suas merdas longe da Hermione–


— Só porque vocês têm um filho–


Nunca mencione meu filho novamente — Severo sibilou, seu rosto há centímetros do rosto do outro homem —, enquanto viver.


Os olhos um tanto arregalados do trouxa disseram a Severo que o homem estava apropriadamente avisado.


— Você acha que ela vai gostar de saber que está tentando controlar quem pode ou não ser amigo dela? Somos colegas, nos vemos todos os dias. Vai proibi-la de trabalhar também?


Severo estava a ponto de arrancar a cabeça do homem, quando...


— Quem está proibindo quem de trabalhar? — Hermione tomou – com algum esforço – uma das taças de champanhe da mão de Severo e enganchou o braço no dele para piscar dissimuladamente para o outro homem e depois menos dissimuladamente para ele.


— Seu colega aqui está perguntando o que eu acho sobre você trabalhar aqui — Severo respondeu, uma versão bem editada da conversa.


— E o que você acha?


— Sim, o que você acha? — O trouxa enfatizou a pergunta de Hermione, e Severo não gostou da presunção da expressão dele.


Olhando nos olhos esperançosos de Hermione, ele disse:


— Acho que está aquém de você. Você é talentosa demais para estar trancada aqui, ensinando e pesquisando numa instituição limitada cheia de pessoas igualmente limitadas como esta.


O trouxa pareceu afrontado, mas Hermione – sua brilhante e linda Hermione – olhava para ele, brilhando como o ser mais radiante do mundo. O sorriso dela envolvia seu coração e constringia sua respiração.


— Vem — ela lhe disse, colocando as bebidas para lá e arrastando-o sem esforço pela mão. — Vamos dançar.


~o0oOo0o~


Hermione se desculpara com o grupo de colegas com quem estivera conversando no momento que percebera o que a linguagem corporal de Severo significava e quem seria a vítima. Ela se aproximara de William e Severo com a intenção de evitar um escândalo ou coisa pior e...


Aqui estava, na pista de dança, o ego inflado por um homem que raramente oferecia elogios, completamente perdida nos olhos dele.


Tirar Severo do castelo e de seu apartamento estava provando ser o que seu relacionamento precisava para finalmente se transformar em algo mais além de clandestino e tentativo.


Isto era real.


— Hermione, eu não danço.


Nunca fora tão real.


— Pois deveria. — Ela pegou as mãos dele e as trouxe para sua cintura, depois o segurou pelo pescoço e começou a balançar com a música. — Mexe comigo. Não precisa ser nada elaborado. — Hermione só não queria soltá-lo. Não agora.


— Estamos fazendo papel de bobos.


Ela sorriu para ele. — Eu amo você.


Ele parou de se mover, e seu sorriso faltou.


— Não faz assim — ela lhe pediu. — Você sabe que eu amo você. Já lhe disse isso antes. Vamos, quero dançar com você.


— Eu não danço — ele insistiu.


— Então vamos fingir que estamos dançando, como estávamos fazendo tão bem. — Ela balançou nos braços dele, encaixando o rosto sob seu queixo.


Isto era tangível e tão real.


Ela fechou os olhos para sentir o coração dele bater. Ele não se afastara. Ele a segurava, dançando com ela.


Eles eram reais.


Muitas músicas tocaram, e eles ainda estavam ali, abraçados um ao outro.


O som parou. Hermione olhou para cima e o viu, o homem, o ser humano.


— Vamos sair daqui.


~o0oOo0o~


Hermione os aparatou diretamente para o quarto dela, tirando-lhe o fôlego. Ele sabia o que isso significava, estava na hora. Ele previra isso, vivera esta cena repetidas vezes em sua mente, mas isso não barrou o medo frio em suas entranhas. Esta noite fora unicamente bizarra. Em vários momentos, Severo sentira que estar com ela lhe dera um passe livre para a sorte de outra pessoa, o direito de ser como os outros. Agora, cara a cara com Hermione, sozinhos no quarto dela, ele estava bem ciente de quem ele era e o quanto isto poderia dar errado.


Ela o devorava com os olhos, dando-lhe forças. Sua força vital parecia vir do próprio fogo nos olhos dela. A respiração dela atingiu seus lábios, quente. A proximidade era eletrizante, como sempre. Mesmo assim, desta vez as coisas eram diferentes. Suas mãos tremiam com a necessidade de tocá-la, mas temia que sua sorte não fosse tão longe. Ela perceberia quem ele era a qualquer momento, não perceberia? Ela o afastaria, certamente não iria querer suas mãos em sua pele, então ele as manteve estáticas, nunca ousando tomar nada para si. Ele devia isso a ela. Tinha que ser uma escolha dela. Severo tomaria para si apenas o que Hermione lhe oferecesse e nada mais.


Ela primeiramente lhe ofereceu a boca, com a língua dela queimado a sua. Ela o empurrou para a cama e o montou. Ele quebrou o beijo, ofegante. Ela lambeu seus lábios e partiu para o pescoço, fazendo-o se arrepiar.


Ele estava mais consciente dos seios dela em seu peito do que nunca. Sentia-se como se ela o jogasse numa espécie de inferno, e ele se viu indo para lá de boa vontade, querendo ser consumido por suas chamas. Uma força magnética puxava suas mãos para tocá-la, mas ele continuava a lutar, forçando-as na direção oposta para pairarem ao lado do corpo dela, esperando por sabe-se Merlin que sinal de que eram bem-vindas na cintura dela, ou mais abaixo, ou mais acima, ou sob, ou dentro, ou...


Estes eram os sinais de um cérebro que derretia.


Ele segurou nas coxas, mas impediu que suas mãos deslizassem para cima, onde ele podia apenas imaginar a quantidade de calor que encontraria, o suficiente para consumi-lo todo. Ela não parecia ter as mesmas reservas e fez trabalho fácil de seus botões, queimando um caminho em seu peito nu com o dedo.


— Hermione. — Ele fez menção de pará-la.


— Quero sentir o gosto da sua pele. — Ela tentou alcançar outro botão, mas ele não soltou suas mãos. Ele não seria capaz de resistir se ela continuasse, e ele queria que ela estivesse certa disso. Ela o observou, fixando-o com fogo líquido.


— Merlin — ele sussurrou, perdendo a convicção e tomando-lhe a boca novamente.


— Eu amo você — ela sussurrou contra seus lábios. — Toque-me. Deixe-me tocá-lo.


Suas mãos não podiam mais lutar, nem mesmo se seu cérebro ainda estivesse no controle. Ele a soltou, e ela manteve os olhos nos seus enquanto voltava à exploração, deslizando dedos pescoço abaixo, como uma cobra, deixando o obstáculo de um botão para trás e trabalhando num caminho sob o pano de sua camisa, encontrando um mamilo, extraindo dele uma reação.


Ele enterrou o nariz atrás de sua orelha, criando espaço para a boca, mordiscando-lhe o pescoço. Ele sentiu o resto de seus botões sendo abertos e subiu as mãos, viajando pelas laterais da parte superior do corpo dela, finalmente. Ela empurrou seu casaco e camisa para fora do caminho e sentiu o gosto da pele que escondiam. Seus músculos ficaram deliciosamente tensos antes de derreterem sob os lábios e a língua dela, sua respiração ficando mais rápida com as batidas de seu coração.


Ele precisava saber qual era o gosto dele na boca dela, lutando para que as línguas se encontrassem, empurrando a parte inferior do corpo dela para mais perto e encontrando mais calor. Seu desejo era o de trazê-la para dentro, fundir suas peles.


— Sim — ela concordou, lutando com o vestido, jogando-o longe, em algum lugar. Ele não teve tempo de remover o sutiã e expor seus seios antes que ela mesma o fizesse, mas segurou-lhe as mãos em tempo de impedi-la de fazer o mesmo com o resto das roupas. Ela protestou com um gemido.


— Mais devagar — ele sussurrou, respirando uma, duas vezes, e na terceira ele rolou seus corpos, terminado em cima dela no meio da cama. A sensação de tê-la sob seu corpo vestindo nada além de uma tira de pano era poderosa. Ele podia ouvi-la respirando – irregular. Havia algo sobre o som abafado – sangue, pulso. Os olhos dela eram vida... os olhos dela. Ele a queria mais do que qualquer coisa, e ao mesmo tempo... Tempo era inexistente, inconsciente, subconsciente – podia ver décadas, anos, meses, dias, agora. Severo esperava.


Uma mão tocou seu rosto – tão quente. Os olhos de Hermione – tão intensos – esquentavam seu coração.


— Sinta — ela lhe disse.


Ela acariciou seu rosto – tão macia. Os olhos de Hermione – tão repletos – abraçavam sua alma.


— Consegue sentir? — ela sussurrou. — Mostre o que sente.


Severo a observou fechar os olhos sob a pressão de seu beijo gentil. Seus lábios viajaram levemente pela pele abaixo dos olhos. Um beijo na ponta do nariz, um nariz tocando-lhe a orelha e depois viajando pela extensão do pescoço, inspirando. Saboreou seu aroma.


Ele se alimentou da pele mais quente e macia do pescoço, mordiscando e beijando. Um dedo tímido tocou primeiro o pondo úmido que sua boca deixara, e logo outros dedos se juntaram ao primeiro, descendo para mapear a curva que lhe moldava o coração, possessivamente agarrando a carne ao redor dele.


— Sim — ela disse em aceitação, entrelaçando os dedos em seus cabelos.


Ele prosseguiu com a demonstração de seus sentimentos ao mapear os seios, a barriga e o ventre, onde seus lábios seguiram em adoração. Ele depositou um beijo trêmulo abaixo do ventre em gratidão pelo presente que lhe produzira.


Quando pensou em olhar para cima e pedir por mais um presente desmerecido, Severo viu uma lágrima silenciosa cair dos olhos dela, e seu coração se afundou no medo.


Ele não poderia se redimir. Severo quis deixar a cama, mas ela se agarrou a sua camisa aberta. Ele se afastou, fazendo-a se sentar no colchão para não largar suas roupas. Ele desviou o rosto.


— Severo.


— Sinto muito. — Sua voz quebrou.


— Não sinta — ela pediu. — Eu também amo você. — Ela puxou seu rosto para olhar para ela, tendo como alvo seus olhos. — Eu amo tanto você. É tão bonito. Eu... Eu nunca pensei que sentiria tanto assim. Preciso tanto de você. Preciso que me complete. Sou menos do que deveria ser sem você, e preciso ser mais, estar com você. Complete-me, Severo. Faça amor comigo, por favor.


Severo sentiu a garganta se fechar, a mente largar o domínio sobre a memória, e seus sentimentos por esta mulher tomarem conta. Ele também precisava dela, mais do que qualquer coisa neste mundo – mais que ar, mais que sol, mais que água. Neste momento, ela era tudo; ela era ele; eles eram parte de um todo.


— Hermione.


Ele a beijou profundamente e fez amor com ela. Tudo que ele queria era fazê-la explodir em prazer, tornar esta noite memorável, compensá-la agora por aquela noite há mais de doze anos.


Depois, quando estavam ambos saciados e sonolentos, ele ouviu a voz dela e não tinha certeza se já estava sonhando.


— Passe a noite aqui — ela pediu, e Severo apenas fez um som com a boca e a puxou para si, desligando o cérebro por completo.


~o0oOo0o~


Ela abriu os olhos para encontrar os de Severo e sorriu com satisfação. Ela tirou o cabelo desgrenhado dele da frente e o beijou.


— Bom dia.


A mão dele veio acariciar seu cabelo e depois descer pelo seu corpo, fazendo-a se arrepiar.


— Ainda não é dia.


— Hmm. — Ela se contorceu e espreguiçou o corpo nu para mandar o torpor do sono para longe.


Ele sorria para ela, realmente sorria. Isso trouxe uma perspectiva nova ao rosto dele, uma que ela não conseguia compreender bem. Não era serenidade, como quando ela o acordara do sono no sofá com o Nathan nos braços, embora tivesse algo disso. Poderia ser uma leveza de espírito, embora ela não fosse tola de acreditar que o peso do passado ainda não estivesse ali, protelando-se. Não era beleza, mas era absolutamente lindo.


Os dedos dele circulavam levemente seu umbigo, distraindo-a de suas contemplações. Fazia cócegas. Ela se contorceu para mais perto para evitar as cócegas.


O sorriso misterioso foi vagarosamente sendo substituído por uma intensidade que ela sabia exatamente como responder.


— Ainda não é dia, você disse?


Os lábios dele estavam nos seus ao mesmo tempo os rolava para ficar sobre ela mais uma vez. Sua necessidade, seu desespero por uma repetição das sensações maravilhosas que só ele podia incitar, a deixavam impetuosa.


Ela o tomou, e o amor que fizeram foi tão bom quanto o que fizeram antes.


Eles passaram de volta ao sono nos braços um do outro, corpo e coração mais uma vez saciados.


~o0oOo0o~


O som de metal em porcelana fez Severo abrir os olhos. Hermione o observava, sorrindo adoravelmente para ele do pé da cama, segurando uma xícara do que seu nariz dizia ser chá.


— Chá? — ela ofereceu, confirmando sua avaliação.


Outra avaliação que Severo fez foi a de que ele estava deitado nu na cama dela enquanto ela estava em pé coberta por um robe. Ele se sentiu pouco à vontade e desconfortável. Esta era a primeira vez que passava a noite na cama de uma mulher.


Ele limpou a garganta.


— Roupas primeiro, talvez?


A qualidade do sorriso dela mudou enquanto transfigurava algo em um roupão preto. Ela o ofereceu para ele de onde estava, longe o suficiente para fazê-lo deixar a cobertura dos lençóis para chegar até ela.


Ele ergueu uma sobrancelha.


Ela bufou, estalou a língua, mas apiedou-se, levando o roupão até ele.


— Estraga prazeres.


Ela o beijou na boca, deixando o quarto para dar-lhe um pouco de privacidade.


Ele se juntou a ela à mesa, onde estava uma bandeja carregando o café da manhã.


— Eu tinha planos de mantê-lo na cama — ela explicou, fazendo-o corar.


— Nossa ausência seria percebida no castelo. — Severo nunca ficara para uma refeição e conversa fiada com nenhuma das mulheres com quem fizera sexo. Ele sabia que isto era diferente, que Hermione não era apenas qualquer mulher, e que ele queria dividir uma cama com ela de novo e de novo e de novo, até o final de seus dias. Severo só não sabia bem como agir, o que dizer.


Levou um tempo para perceber que ela também estava em silêncio, tomando seu chá e o observando.


— Você não precisa ficar.


— Só estou dizendo que as pessoas notarão que não estamos lá. — Ele pegou uma xícara e começou a preparar seu chá.


— E se elas notarem?


— Hermione, elas vão concluir-


— E se concluírem? Por que se importa? — ela o interrompeu, colocando a xícara na mesa com mais força que o necessário, fazendo-a tilintar alto. — Nós estamos juntos. Passamos a noite nos amando. Por que se importa se as pessoas souberem disso?


Severo suspirou e depois se amaldiçoou por tomar um gole de chá antes de colocar açúcar.


— O verão está chegando — ela continuou numa voz mais calma. — O semestre está quase acabando. Como pretende esconder o fato de que estamos juntos do Nathan quando ele estiver de volta morando aqui?


— Isso não tem nada a ver com ele — ele respondeu irritado.


— Não entendo. — Ela balançou a cabeça na negativa, visivelmente desapontada.


— Também não tem nada a ver com você. Hermione... Eu simplesmente não consigo, ainda não. Elas vão me julgar, e a você, e eu não... — Ele suspirou e desvencilhou as mãos dela do nó que faziam no robe, tomando-as nas suas e olhando-a nos olhos. — Nunca fiz isso antes. Você é a primeira mulher com quem acordei na vida. A primeira que não quero deixar assim que o sexo acabou. Estou tentando descobrir como fazer isso com você.


Ela soltou o lábio inferior do abuso dos dentes.


— Não vou mentir para o meu filho.


Severo assentiu com a cabeça. Ele também não queria mentir para o Nathan.


— Se ele perguntar, não negaremos.


— Severo-


— Não quero ninguém no meio — ele disse antes que ela pudesse reclamar.


— Mas o Nathan-


— Eu sei, eu sei. Ele é nosso filho; já está no meio. Estou falando dos outros, Minerva, Potter, os alunos.


— Isso é egoísmo — ela reclamou, mas pareceu de certa forma apaziguada.


— Eu sou egoísta — ele concordou. — Quero você toda para mim, pelo maior tempo possível. — Ele a puxou para um beijo.


— Até as férias de verão — ela concedeu.


~o0oOo0o~


— Mãe, você vai continuar a pesquisa quando o semestre acabar?


Hermione contou as últimas duas mexidas.


— Se a Minerva permitir, sim. Por que a pergunta?


— Só estava pensando... Você acha que a Diretora McGonagall vai deixar você continuar?


— Sim, não vejo porque não deixaria. — Nathan a observou extinguir as chamas sob o caldeirão. — Vai levar pelo menos uma hora para esfriar. Quer pegar algo para comer?


— Está bem.


O que Nathan realmente queria era algo que lhe dissesse o que aconteceria quando as aulas terminassem. Ele não conseguiu encontrar nada específico ao seu caso em Hogwarts: uma História. Os monitores não pareciam saber de nada sobre o que os adultos do castelo faziam durante as férias de verão. Ele quase perguntou ao Prof. Lupin sobre isso, mas depois lembrou que ele tinha uma esposa, que ela morava fora do castelo, e que ele a visitava constantemente nos finais de semana, o que significava que eles tinham uma casa em algum outro lugar e viveriam lá o tempo todo quando o semestre acabasse.


Nathan poderia bem ser o único filho de um professor na história de Hogwarts cuja mãe não era casada com o pai.


— Sanduíches?


Ele assentiu com a cabeça.


— O que quer beber?


— Suco de abóbora.


Ele tomou o assento em frente à escrivaninha do pai no escritório, como de praxe. Sua mãe se juntou a ele para esperar pelos elfos domésticos.


— Onde o meu pai está?


— Não sei. Ele pode estar nos aposentos dele, ou talvez esteja patrulhando os corredores.


Nathan assentiu afirmativamente. Ele não sabia por que, mas com o final do semestre se aproximando, ele sentia a necessidade de estar com o pai mais do que nunca.


— Você quer ir procurá-lo? Ou talvez passar um tempo com seus amigos na sala comunal? Já lhe disse várias vezes que esta pesquisa não é sua. Você não precisa ficar aqui sempre que estou trabalhando na poção.


— Eu gosto de trabalhar no laboratório. — Ele usou seu sorriso mais radiante para transmitir a alegria que normalmente sentia quando passavam a tarde trabalhando juntos. Sua alegria seria mais genuína se pudesse fazer as duas coisas: trabalhar no laboratório e ficar com seu pai. — O meu pai às vezes se junta a nós, e eu estava pensando em onde ele está hoje.


— Você anda pensando sobre um monte de coisas ultimamente. Tem alguma coisa lhe preocupando? Ou lhe inquietando?


Caramba!


— Não! — ele foi rápido em responder. — Nadinha! — Sua mãe era perceptiva demais às vezes.


Ele podia ver pelas linhas na testa da mãe que não a convencera, mas Nathan não queria a atenção e nem a preocupação da mãe.


— O que foi? É algo que fez ou que está planejando fazer?


— Nenhum dos dois! Você se preocupa demais.


— Você sempre diz isso e depois acaba na Ala Hospitalar ou numa detenção.


Um elfo doméstico surgiu com uma bandeja, salvando Nathan de ter que achar uma resposta para aquilo. Eles comeram em silêncio, com os olhos de sua mãe tentando dissecar Nathan vivo.


— Quais são os planos para o verão? — ele então perguntou. Talvez pudesse distraí-la e descobrir alguma coisa ao mesmo tempo. — Vamos visitar o vovô e a vovó?


— Sim, claro. Eles estão morrendo de saudades de você. Aposto que estão lhe enchendo de perguntas sobre o que quer fazer quando nós os visitarmos, não estão?


— Eles querem ir conosco ao Beco Diagonal. É permitido?


— Eles estiveram lá várias vezes no passado comigo. Poderia ser uma ótima ideia levá-los lá novamente. — Sua mãe sorriu. A distração estava funcionando muito bem.


— Talvez meu pai fosse conosco também.


— Poderíamos perguntar a ele.


— Você acha que ele vai estar ocupado quando as aulas acabarem?


— Não sei. Ele pode querer usar o tempo extra para pesquisar ou participar de uma conferência.


— Há conferências neste verão?


— Não para mim. Poderíamos passar um tempo na praia, o que acha?


— Acho bom. — Nathan gostava da praia, mas gostaria ainda mais se seu pai fosse com eles. — Você acha que o meu pai viria nos visitar em Londres por um tempo? Talvez ele goste de praia também.


— Você vai ver seu pai durante as férias. Não precisa se preocupar, está bem?


— Está bem. — Pelo menos ele podia ter certeza disso agora.


— Quando ele disse que as insígnias ficariam prontas? — sua mãe perguntou, mudando de assunto.


— Semana que vem. Ele disse que precisavam ficar expostas aos vapores da poção por pelo menos uma semana.


— Há algum tipo de ritual para o qual precisamos nos preparar?


— Não tenho certeza. Os livros não diziam nada sobre insígnias novas, só sobre as que já existiam, e estas são passadas aos herdeiros quando completam doze anos. Há um ritual para isso, onde o chefe da família recita votos e coisas do tipo. Mas os livros foram claros em dizer que o ritual era mais tradição do que algo essencial.


Sua mãe fez um barulho com a boca, pensativa.


— Lembre-me de perguntar a seu pai sobre isso.


Nathan concordou, e a conversa foi para outras direções, tirando seu pensamento do futuro de sua nova família.


~o0oOo0o~


— Nathan está preocupado com o verão.


Estavam deitados na cama, Severo acariciando a pele abaixo de seus seios.


— E o que está preocupando você?


— Estou preocupada que as coisas mudem quando o Nathan estiver de volta morando aqui, que você irá encontrar motivos para ficar muito ocupado toda vez que o convidarmos para uma visita.


— Não vou desaparecer — ele garantiu, beijando as costas de seu ombro. — Não há nenhum outro lugar que eu queira estar. Pensei que soubesse disso.


Ela se virou para encará-lo.


— Venha ficar conosco, então. O Nathan ficaria muito feliz.


— O Nathan ficaria? — Ele sorriu com malícia.


— Eu ficaria também. — Ela tirou a presunção do rosto dele com um beijo. — Estamos juntos quase todas as noites, de qualquer forma. Sentiria terrivelmente a sua falta se tivesse que ficar sem você por uma semana toda, quem dirá as férias inteiras de verão.


— Não vou há lugar algum. — Ele disse isso olhando direto nos seus olhos, e depois, tirando o cabelo de seu rosto, a beijou profunda e completamente.


~o0oOo0o~


Nathan passara o último dia do semestre com seu pai, se recusando a deixar a companhia do homem antes que fosse a hora. Quando questionado, dissera ao pai que seu malão estava feito, que seus amigos sabiam que estava com ele e que o encontrariam no Banquete, de onde partiriam para a sala comunal e, pela manhã, para o Expresso de Hogwarts.


— Você estará em Hogsmeade quando o trem partir?


— Não, tenho minhas obrigações aqui no castelo.


— Entendo...


— Deveríamos estar indo para o Salão Principal.


Era isso. O primeiro ano de Nathan estava prestes a terminar. Deveria estar pulando de alegria, como seus amigos, mas se sentia efetivamente pesado demais para pular.


— Mas primeiro, precisamos afixar isto às suas vestes.


Nathan observou o pai afixar a nova insígnia Granger-Snape em suas vestes, entoando algo em latim. O símbolo da família recém-nascida brilhou numa luz branca, lançando sombras sobre os ângulos do rosto de seu pai. Nathan estava certo que seu sorriso estava tão radiante quando a luz do encantamento.


— Ficou perfeito em você — seu pai comentou.


— Onde está o seu?


— Preciso que alguém lance o encantamento antes que possa usá-lo.


— Eu posso lançar! — Nathan ofereceu.


— Sua magia não é matura o suficiente para este tipo de encantamento. Pediremos a sua mãe da próxima vez que a virmos.


— Quando será isso?


— Não agora. Não podemos nos atrasar para o Banquete de Despedida, e há algo que precisamos fazer antes disso.


O bruxo não deu a Nathan nenhum tempo para descobrir sobre o que falava. Eles andaram rapidamente pelos corredores das masmorras, mas pararam inesperadamente antes de chegarem ao Salão Principal. Nathan franziu a testa em confusão. Eles estavam parados em frente às ampulhetas das Casas.


— Por que paramos aqui? — Nathan perguntou.


Por um momento, não pareceu que uma resposta viria, e depois Severo trouxe o rosto para mais perto do ouvido de Nathan e disse numa voz que só ele poderia ouvir:


— Cinquenta pontos para a Grifinória.


Eles observaram os rubis caírem na ampulheta – Nathan boquiaberto, Severo com um sorriso torto de satisfação no rosto.


Nathan se virou para o pai, os olhos arregalados. — Você me deu pontos. — Ele ainda estava chocado.


— Negarei se alguém me perguntar. — O sorriso distorcido ainda estava lá, e os olhos dançavam divertidos.


— Os pontos são pelo quê?


As feições de seu pai ficaram, então, bem sérias.


— Por ser o melhor aluno do primeiro ano que já ensinei desde que sua mãe foi aluna aqui.


Borboletas dançaram no estômago e no peito de Nathan, e ele sentiu um formigamento por trás dos olhos. Mordeu o lábio inferior, mantendo-se bem parado, senão começaria a chorar como um bebê. Todo o reconhecimento que esperara conseguir... Aguardara o ano todo por este momento. Nathan piscou, e uma lágrima escapou seu controle e correu. Uma mão quente a limpou para ele.


— Obrigado — Nathan sussurrou.


— Não, obrigado você, Filho.


~o0oOo0o~


Os cinquenta pontos que seu pai lhe dera no último minuto não foram suficientes para trazer a Copa das Casas para a Grifinória, mas Nathan não se importou. Ele se sentia jubiloso e orgulhoso de si mesmo por conseguir o que dissera a mãe que conseguiria: ser o melhor aluno que Hogwarts já vira em anos. Bom, pelo menos aos olhos de seu professor mais exigente.


Agora, olhando para a cortina vermelha de sua cama, Nathan brincava com a insígnia – o metal ainda estava quente pela carga de magia – e pensava sobre o quanto sentiria saudades do pai durante o verão.


Como seria maravilhoso se seu pai pudesse morar com ele. Tinha tanta coisa que queria lhe mostrar, coisas de sua vida em casa, seus livros, jogos, lugares preferidos... Queria apresentar seu pai ao Jeremy, jogar futebol com o menino e o pai dele, como costumavam fazer, só que agora os pensamentos de Nathan acrescentavam seu próprio pai com eles, jogando também.


Aquela imagem fez Nathan rir. Era difícil imaginar seu pai fazendo algo tão trivial quanto chutar uma bola de futebol. Será que ele sequer gostava dessas coisas de touxa? Será que ele gostava de filmes, por exemplo? Nathan nunca perguntara. Poderiam ir juntos ao cinema, se seu pai morasse com ele. Poderiam visitar o parque do outro lado do quarteirão, olhar os pássaros, brincar de pega-pega.


Essas eram coisas que Nathan sempre imaginara que faria quando finalmente conhecesse o pai.


Parecia tudo muito bobo agora.


A realidade era bem diferente de seus devaneios do passado. Ele nem sabia quando seria a próxima vez que veria seu pai, e isso deixava Nathan angustiado. A razão lhe dizia que veria seu pai em algum momento durante as férias de verão, mas seu coração doía assim mesmo. Não era assim que Nathan queria que as coisas fossem. Ele queria ser capaz de estar com seu pai sempre que sentisse saudades dele.


A vida real era uma porcaria.


Pela manhã, Nathan partiria com o Expresso de Hogwarts, e só Merlin sabia quando veria o pai novamente.


~o0oOo0o~


Hermione esperou até que o trem parasse totalmente na Plataforma Nove e Meio. Ela estava ansiosa para levar seu menininho para casa com ela. Passar tempo com ele em Hogwarts não era a mesma coisa, independente do que os outros dissessem. Ela esperava ansiosamente para ter Nathan preenchendo o apartamento com barulho e vida.


Ultimamente, Severo estivera desempenhando este papel, mas Hermione era uma bruxa gananciosa; queria tanto Nathan quando Severo deixando sua vida vibrante com energia e alegria.


A plataforma se inundava com crianças felizes, agora. Ela procurou na multidão por sua criança feliz, mas quando avistou Nathan, ele não era um dos meninos vibrantes. Ela foi de encontro a ele, usando sua felicidade com orgulho no rosto, e conseguiu tirar um sorriso como resposta.


— Bem-vindo ao lar, querido. — Hermione o abraçou apertado, beijando o topo de sua cabeça.


— Obrigado, Mãe. Poderia deixar meu malão mais leve, por favor? É uma merda não poder usar magia.


— Olha a boca — Hermione o repreendeu, segurando um suspiro enquanto executava o feitiço requerido.


— Desculpa.


Infeliz e de mau humor — Hermione supôs. Eles começaram a saída lenta para a parte trouxa de Londres.


— Jeremy tem perguntado quando você chegaria em casa. Acredito que tenha algum jogo novo que quer compartilhar com você desesperadamente.


Outro sorriso. Bom. Todo esse mau humor deve fazer parte da transformação de menino em adolescente, infelizmente.


— Sabe, deveríamos passar uma semana estritamente trouxa. O que acha? Visitar parques, ir ao cinema, talvez convidar os Gibson para assistir uma partida de futebol...


— Parece ótimo, Mãe.


Aparentemente, esta última sugestão fizera Nathan perder o pouco de alegria que demonstrara até então.


Ela chamou um taxi e tolerou a corrida silenciosa até em casa com paciência.


~o0oOo0o~


Sua mãe não mencionara seu pai uma vez sequer. Talvez Nathan estivesse errado esse tempo todo. Talvez a esperança que estivera alimentando de seus pais estarem juntos, namorando, fora só isso mesmo: um desejo. Seus pais provavelmente só se encontravam ou passavam tempo juntos no castelo. Ele teria sorte se tivesse a oportunidade de ver seu pai uma vez sequer antes das aulas recomeçarem.


— Cansado? — sua mãe perguntou. — Estamos quase em casa.


Ele forçou um sorriso por ela. Nathan sabia que a mãe só estava tentando lhe animar. Quando o taxi parou, Nathan olhou para o prédio em que vivera desde que se conhecia por gente e tentou novamente sentir mais felicidade do que tristeza por vir para casa. Ele sempre gostara de morar aqui com sua mãe, perto de todos os amigos. Entretanto, agora, seus amigos não estavam todos aqui e sua família estava incompleta. Só morar com a mãe já não era mais suficiente para ele.


Puxou a alça do malão, e ele não se moveu.


— Tive que retirar o feitiço, senão o taxista perceberia. Pronto. — Ela reaplicou o feitiço que deixava seu malão mais leve, sorrindo.


— Obrigado.


Eles seguiram escada acima, Nathan pensando sobre quem havia deixado para trás em Hogwarts. Ele inconscientemente esfregava a insígnia em sua camisa enquanto Hermione destrancava a porta para eles. Nathan puxou seu malão para o meio da sala de estar.


— Bem na hora do chá.


O malão atingiu o chão com um som surdo com aquela voz.


— Pai!


Nathan não se importou se vira o homem no dia anterior, correu e atirou os braços em volta dele, abraçando forte.


— Você não contou para ele? — ouviu seu pai perguntar.


— Pensei melhor e decidi que o Nathan gostaria da surpresa — sua mãe respondeu e veio ficar ao lado deles. — Obrigada por preparar meu chá preferido. — Ela então ficou na ponta dos pés e beijou seu pai nos lábios.


— Eu sabia! — Nathan disse animado. — Vocês estão namorando!


Seu pai gemeu, e sua mãe falou:


— Eu disse que ele já sabia.


— Grifinórios...


Aquilo fez sua mãe rir. Nathan se juntou a ela no riso.


Este era o dia mais feliz de sua vida, e ele estava preparado para fazer dele o primeiro de muitos.




N.A.: É isso aí, pessoal! Este é o final feliz prometido para o Nathan, a Hermione e o Severo. :0D


No próximo capítulo… O Epílogo™



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Comentários (4)

  • TTS - Tábata

    AIII Q LINNNDDDOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Eu esperava ansiosamente seus posts!!!!!!!!!!!!Nossa, meu coração disparava e se torcia em praticamento todas as partes da fic....está MARAVILHOOOSSSAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

    2012-06-14
  • Morgana Flamel

    Lindo capítulo, emocionante.... Mas como assim já o epílogo?? O coraçãozinho ficou apertado agora...

    2012-06-06
  • Anna Malfoy

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa estou batendo os pes e dançando de felicidades, nossa eh tao bom, acompanho a fic desde sempre e ta tao linda agora, AMO hermione e snape e nao podia fim melhor, ja o epilogo???? foi lindo o fim desse capitulo

    2012-06-04
  • Thaiana Tolkki Snape

    Fer, que capítulo encantador! Estou com lágrimas nos olhos, ainda mais por ver essa história magnífica que acompanho há tantos anos enxergando seu fim desta maneira tão intensa. Ansiosérrima pelo epílogo.

    2012-06-03
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