De volta ao Três Vassouras




De volta ao Três Vassouras


- Continue falando... – Aquele suspense deixava Rony nervoso e se não fosse pela beleza da garota ele já a teria obrigado a falar tudo na hora, já Harry estava mais curioso do que qualquer outra coisa.
- Acho que nós todos temos certeza que isso tudo esta ligado com o que ouve semana passada quando a Hermione entrou mudada no salão comunal, mas o que importa para nós agora é saber o que ouve antes de ela aparecer, o que a Mione fez durante a noite.
- Vamos, continue, não pule nenhuma parte. – Harry também pega sua caneca e toma toda a cerveja que continha nela.
- Nós sabemos que a Hermione esteve na casa de Hagrid, e é lá que tudo começa.
- Como assim? – Nunca havia passado pela mente de Rony que Hagrid podia ter ligação com o que estava acontecendo na escola nessa ultima semana.
- A uns dez ou nove dias, não sei se vocês se lembram, que nós não tivemos aula de trato de criaturas mágicas por que ele tinha ido ao Beco Diagonal, vocês lembram?
- É, eu lembro, o Hagrid tinha me dito que não ia poder dar aula, parece que havia chegado alguma coisa muito importante e ele tinha que ir pessoalmente buscar. – Harry começou a lembrar da conversa que teve com o amigo há dias atrás, mas logo teve que esquecer para continuar a prestar atenção em Parvati.
- É, foi mais ou menos isso que aconteceu, mas o que realmente ouve, foi o seguinte, Hagrid não foi até o Beco Diagonal, e sim a Travessa do Tranco, se encontrar com um velho amigo. Não sei o que eles conversaram, mas esse homem entregou a ele uma pequena caixa, parecida um baú. Esse encontro foi muito rápido, mal conversaram e cada um já seguia o seu caminho, e o do amigo de vocês era Hogwarts.
- Você não esta insinuando que o Hagrid tenha algo haver com o que esta acontecendo agora, tem? – Os dois garotos a encaravam com faces intimidadoras, Gina a olhava com repreensão, mas ela não se deixou abalar e continuou a falar no mesmo tom.
- Não estou dizendo que ele tem toda a culpa do que está ocorrendo, mas inconscientemente cooperou para nossa situação.
- Hagrid nunca faria nada de mal! Você só pode estar enganada! – Harry também tinha perdido a paciência com a garota, nenhum insulto a amigo seu iria passar despercebido.
- Eu não falei que ele tinha intenção de causar mal a qualquer um, mas o fato é esse, ele contribuiu para isso... Agora, se vocês deixarem eu continuar sem interrupções eu acabarei de contar o que ouve. – Agora era a vez dela censura-los.
- Claro, continue, mas fique sabendo que você não está sendo muito convincente. – Rony deixou claro em suas palavras que não toleraria mais insultos a Hagrid e a mais ninguém.
- Bem, ele trouxe a pequena caixa e a deixou guardada em sua casa, isso até o dia que a Hermione foi lá. Para vocês, ela provavelmente o visitou sem motivo, mas não, ela foi chamada, de algum jeito.
- Hagrid a convidou a ir? É isso que você quer dizer? – Gina não entendia muito bem o que sua amiga contava.
- Não Gina, algo a chamou, algo de outro lugar... Quando ela chegou na cabana, ele a atendeu como sempre faz, tomaram chá, comeram biscoitos e conversaram, até a Mione ver o pequeno baú escondido embaixo de algumas peles. Não sei o que ouve com ela, mas a caixa a fascinou de tal forma que sem ver o seu conteúdo a garota não iria sair dali. Hagrid depois de algum tempo cedeu a insistência dela.
- Sim e o que havia lá dentro? – Harry apesar da pouca credibilidade que dava a história estava curioso.
- Uma espécie de pedra preciosa, não sei dizer de qual tipo, mas ela era negra como a noite. – Ela para por um breve instante, a imagem da gema e do que ouve com a amiga volta a sua mente como uma pancada, as lembranças desse acontecimento hediondo a deixam um pouco atordoada. – Essa pedra não era normal, ela era má, de algum jeito demoníaca, ela nunca devia ter sido extraída dessa terra maldita que a criou...
- Continue, por favor... – Depois de ver o olhar da amiga se perder nos pensamentos Gina passou a acreditar que o que ela sabia era horrível de mais para poder sair dos seus lábios.
- Depois dela saciar a vontade de ver a caixa, Hermione saiu da casa, mas não saiu sozinha, alguma coisa a acompanhava... Foi nessa hora, quando voltava para o castelo que ela notou a Lua, que realmente brilhava como nunca antes.
- Você disse que alguma coisa a acompanhava, o que era? – Desta vez foi Rony que a interrompeu.
- Não sei explicar, era negra como a própria noite, disforme, mas ao mesmo tempo tinha uma forma... Foi enquanto a Hermione observava a lua que ela atacou.
- Atacou? Mas como, se quando nós a vimos ela não tinha nenhuma espécie de ferimento. – Harry ainda não acreditava no que ela contava.
- Não foi bem um ataque, essa criatura se aproximou dela como um felino, mas não ouve ataque, ela simplesmente a atravessou desaparecendo em seguida... A coitada nem percebeu... – Mais lagrimas escorriam por sua face que agora estava pálida. – O que aconteceu com ela foi tão horrível e agonizante que eu nem encontro força para contar a vocês...
- Agora não pare! Conte Tudo! – Rony não podia aceitar que ela não contasse a parte do que ouve que ele estava interessado.
- Bem... Ela começou vomitar violentamente, até não ter mais o que sair do estomago... Frio, ela sentia muito frio, tão frio que parecia que sua pele estava sendo cortava, eu até podia sentir as terríveis cólicas que faziam ela se contorcer pelo chão... Sangue... Tinha muito sangue, ela vomitava muito sangue, foi horrível, não tenho coragem para dizer o que mais a Hermione passou... Foi muito cruel...
- Não se preocupe, isso já foi o bastante para mim... – Harry olhou para Rony e Gina, eles também continham a melancolia em seus semblantes.
- Eu não posso continuar agora, esperem um pouco, vou pegar algo para beber. – A garota sai da mesa passa pelas outras pessoas que ali se encontravam e que nada sabiam do que ocorria com eles e chega até o balcão, deixando os três novamente a sós para conversarem.
- Harry, como ela soube de tudo aquilo? – Rony não sabia se acreditava nas palavras da garota ou em sua razão.
- Não sei, mas vou esperar ela voltar e acabar, para depois perguntar. Olha ai vem ela. – A garota se senta e toma um pouco da sua cerveja, a coloca na mesa e olha para os três. – Parvati, você sabe como a Mione foi parar na ala hospitalar?
- Sim, eu tenho uma idéia vaga... Acredito que ela sofreu tudo outra vez, só que mais intensamente...

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