De Volta Para Casa




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- CAPÍTULO CINCO –
De Volta Para Casa




A manhã, que procedeu a fatídica noite do casamento interrompido, amanheceu com um céu tão azul que era difícil acreditar que aquele fosse um dia triste. Ainda que o casamento tivesse sido efetuado e as alianças trocadas, a cerimônia não tivera a comemoração merecida. Não houve a valsa, nem o brinde, nem o buquê das solteiras; a bela pista de dança permaneceu intacta, e a única música que se escutou após o “sim”, foram gritos e vozes desesperadas. Gui já havia reconfortado Fleur naquela noite mesmo, e ainda que ela insistisse que queria fazer tudo de novo, Gui a convenceu de que acima de flores e coroas, o amor era o mais importante, e isso eles já tinham antes mesmo daquela noite.

Aquela manhã também nasceu triste para Molly Weasley, afinal depois da casa cheia, ela estava prestes a ficar completamente vazia. Tia Muriel, que estava muito zangada visto que o casamento não havia seguido como pedia o protocolo, havia voltado para casa após o café. Os Delacour, muito apreensivos pelo ataque noturno, também partiram após o despertar. Carlinhos voltou após o almoço para a Romênia, onde seu árduo trabalho de Estudar Dragões o aguardava. Fleur e Gui viajaram na mesma manhã para a França, onde passariam quinze dias na Riviera Francesa, depois conheceriam os Alpes, Paris, Marselha, Toulouse...

Fred e Jorge haviam voltado para a loja de logros bem cedo aquele dia. Harry, na noite anterior pedira um favor para os gêmeos, e pediu segredo. Animados com a idéia, ambos foram rápido para a loja, e deixaram um bilhete para Harry dizendo que em breve iriam se encontrar novamente. Harry ficou satisfeito e queimou o papel com varinha.

A porta da toca fechou mais uma última vez aquela manhã, desta vez era o Sr. Weasley que partia para o Ministério da Magia, deu adeus a todos e aparatou no pedestal. Um som firme e sinistro ecoou na casa silenciosa, o Relógio havia mudado de Perigo Mortal para Viagem. Harry e Rony jogavam Snap Explosivo, Hermione lia o Profeta Diário com suas medonhas manchetes de mortes repetidas e Gina divertia-se com o livro emprestado de Hermione, Feitiços para Qualquer fim: o mundo na ponta da varinha. A Sra. Weasley olhou para a cozinha tristonha pelo fim do movimento.

- Ainda bem que tenho vocês por perto! – disse disfarçando uma tristeza muito justa – Mas acredito que iremos para Grimmauld essa semana mesmo, a Ordem continua instalada lá e após o ataque dos Fawcett não duvido muito que as coisas se alastrem por aqui também... – disse temerosa enquanto ordenava para que os pratos se lavassem e os talheres se encaminhassem para as caixas nas gavetas. Não era o melhor momento, mas Harry preferiu falar de uma vez.

- Sra. Weasley... – começou Harry, se sentido culpado por lhe dizer aquilo.

- Sim Harry! – disse sorrindo. Rony olhou para o amigo sóbrio. Hermione tremulou o jornal, inquieta. Gina deixou o livro cair com estardalhaço.

- Eu queria lhe pedir, para que... – Rony arregalou os olhos, Hermione empertigou-se na poltrona, dobrou o jornal e observou.

- Ah Harry! Não seja tímido! – comentou amarrando o avental à cintura e fingindo não saber sobre o que se tratava. - O que você quer comer de especial?

- Na verdade, não é sobre isso, Sra. Weasley. – disse Harry triste – Antes fosse comida...

- Harry você está me deixando preocupada! – disse ela num muxoxo, até as panelas e talheres, suspensos no ar, pararam para escutar Harry momentaneamente.

- Temo que você fique ainda mais receosa daqui a alguns minutos. – A Sra. Weasley começou a levantar o dedo para ralhar com Harry (o que seria a primeira vez) e Harry pediu que ela não o interrompesse. – Dumbledore deixou algo por fazer que apenas eu posso terminar.

- Seja lá o que Dumbledore tenha feito...

- Ele iria gostar de ver terminado. – Hermione completou a frase da matrona com serenidade.

- E, Harry, o que seria especificamente esse “algo”?

- Infelizmente não posso responder pelo seu bem Sra. Weasley, as informações na guerra são vitais, quem as possui, ou está com muito poder ou com um fardo muito pesado. – Harry respirou. – Adoro voltar aqui nos verões, sinto-me em casa! – os olhos da Sra. Weasley começaram a marejar – Seria um crime contar-lhe o que irei fazer a partir de amanhã.

- Amanhã? – perguntou ela estupefata – Você vai precisar do quintal?

- Mamãe! – disse Gina rapidamente, sendo direta como sempre. – Harry está falando que vai viajar, não vai ficar aqui na Toca, não é mesmo? – Gina olhou fixamente para Harry.

A Sra. Weasley seguiu a invisível linha do olhar e chegou a Harry.

- Sim.

- E nós vamos com ele! – sentenciou Rony.

- Como assim nós? – perguntou nervosa, já apoiando as mãos na cadeira mais próxima.

- Eu, Rony e Harry, Sra. Weasley. – disse Hermione muito seriamente.

- E eu! – completou Gina rapidamente.

- Você não! – vociferou Harry Potter e Molly Weasley em uníssono.

- Isso é um complô? – perguntou Gina levantando-se. Tinha os olhos em fogo, estava lívida. – Mamãe, você não vai me impedir! – e olhando para Harry – E você não me convencerá do contrário!

- Vou te impedir sim, mocinha! – disse a Sra. Weasley recobrando forças para gritar e sacudir a varinha no nariz de Gina. – O que Harry irá fazer é algo perigoso!

- Exato! – Gina bufou - Gina! – pediu Harry massageando a têmpora – Eu já lhe expliquei, comigo você se torna um alvo, você viu o que aconteceu com os mais próximos!

- Você não vai me convencer Potter! – disse Gina já de pé, o pé direito batendo com força no chão.

- Meus pais, Sirius e agora Dumbledore! Não quero você nessa lista! – terminou Harry sobrepondo-se à voz da menina. Houve um silêncio à menção do nome de Dumbledore que fez todos pensarem um pouco mais antes de falar.

- Harry, - começou a Sra. Weasley, chegando mais próximo do garoto e segurando-lhe pela mão – creio que você deva terminar aquilo que Dumbledore começou, mas também acredito que você necessita analisar o que está fazendo. Dumbledore era o bruxo mais poderoso de todos os tempos! Até mesmo Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado temia as forças...

- Agora...

- Não me interrompa Ginevra Weasley! – disse a Sra. Weasley mudando o tom de afável para ríspido e, para afável no novamente. Tudo isso em poucos segundos. – de Alvo.

Rony e Hermione entreolharam-se.

- Mamãe! – disse Gina nervosa – Posso falar agora?

- Sim, Gina!

- Vocês não percebem? Vocês estão cegos a este ponto!

- Do que está falando Gina? – disse Rony erguendo as sobrancelhas.

- Seu farosutil idiota!

A Sra. Weasley largou a mão de Harry e ralhou com os dois pro brigarem nas horas erradas.

- Eu sei o que você está pensando Gina. – sorriu Hermione, e Harry soube que o que quer que fosse que Gina dissesse fora plantado em sua mente por Hermione na noite anterior. – Belo argumento.

- Agora, você é o único que Você-Sabe-Quem teme! – disse Gina com veemência encarando o garoto e, virando-se para a mãe comentou – E qualquer lugar que eu esteja, não será mais seguro do que ao lado de Harry Potter, o menino-que-sobreviveu, O Eleito.

Não somente a Sra. Weasley ficou estática como todos na sala. Até mesmo Harry, que já havia pensando naquilo, levou um baque. Escutar aquilo da boca de alguém conhecido e confiável era muito mais forte e real.

- Gina! – disse a Sra. Weasley com as mãos tremendo, os olhos marejados de lágrimas tristes e felizes. – Rony! – a Sra. Weasley desabou, caindo de joelhos, abriu os braços e recebeu os filhos em um abraço apertado. Hermione e Harry se levantaram e abraçaram-se fraternamente, sabia que mais do que nunca a amizade seria o único fio de confiança que poderia levar na bolsa.

- Minha nossa! – disse a Sra. Weasley levantando-se, com os filhos abraçados ainda. – Ainda ontem vocês não tinham nem varinha e agora vão conjurar a própria sorte! O tempo é demasiado rápido para um coração de mãe. – A Sra. Weasley puxou as barras amareladas do avental antigo e enxugou o rosto. – Vocês dois! – indicou Harry e Hermione – Venham aqui também.

Os quatro jovens bruxos abraçaram-se com força, desejando que tudo aquilo fosse desnecessário, mas já não era sem tempo, e era mais que uma missão, era o destino guiando-os pelas veredas mais escuras e espinhosas que ele poderia lhes dar. Eram somente os quatros, partindo para talvez, voltarem. Haviam comprado apenas uma passagem de ida, sem saber, portanto, quanto lhes custaria voltar.


***


A manhã da partida for precedida por um fúnebre jantar melancólico com apenas o Sr. e a Sra. Weasley. Ainda que deliciosa, a comida não os entreteve, o estômago de todos insistia em se retorcer de um medo perverso e amargo. O medo do desconhecido feroz e do conhecido bárbaro. Não saberiam distinguir o que seria pior. A pouca conversa que tiveram foi sobre a morte do casal Fawcett, que por sorte, tinham a filha viajando. De fato eles a enviaram para a casa dos pais no norte do Canadá, temendo por um ataque, que infelizmente havia se concretizado.

A visão das mochilas prontas, com roupas dobradas e lavadas, era uma boa perspectiva para aquele dia, que até então, Harry só sabia como iria começar. Harry recusou-se a levar alguma ferramenta (ainda que Hermione insistisse em levar um caldeirão e duas panelas, Harry as retirou da apertada mochila de livros da amiga), quanto menos, melhor. Em qualquer situação de fuga ou perigo, uma pluma poderia lhes atrasar e acabar com seus destinos. Também era fato que tanto ele, quanto Rony e Mione estariam aptos a conjurar o que necessitassem de imediato, fosse comida ou barraca para acampar. Gina ainda que formada apenas até o quinto ano, sabia uma cunha maior de feitiços que muitos alunos formados nos N.I.E.M.’s. Harry a viu descer, com sua mochila, com tristeza, preferia que ela fosse para Grimmauld, onde as fortificações do pai de Sirius eram fortes o bastante, senão dizer as próprias mágicas que Dumbledore havia feito.

- Bom dia! – disse Gina com um sorriso amarelado, pela primeira vez Harry notou medo na voz da caçula Weasley. Hermione que descia com mais dois livros e os reduzia ao tamanho de caixas de fósforo para que assim coubessem na mochila (já eram 19 títulos no total dos “mini-livros” de Hermione).

- Aposto como será! – afirmou Hermione satisfeita guardando a varinha no interior da jaqueta trouxa. Rony acabara de aparecer no portal da tortuosa escada da Toca, e carregava um pesado malão. Harry não entendeu muito bem, afinal, as quatro mochilas já estavam lá em baixo. Inconformado e curioso questionou.

- O que faz com mais um malão, cara? – disse erguendo uma sobrancelha. Antes que terminasse a frase, o garoto largou o malão que rolou do terceiro degrau e caiu com um baque surdo no assoalho de madeira. Com um estalo gélido, o malão se abriu, e longos vestidos e roupas de senhora caíram no chão.

- Ronald! – resmungou a Sra. Weasley atrás do filho que arfava. – Como pode deixar cair meu malão?

- Ninguém mandou você enfeitiçá-lo, para que só você pudesse levitá-lo! – resmungou Rony limpando a poeira da capa negra de viagem e sacudindo a varinha para que tudo voltasse para dentro.

- Como ia explicando ao Rony – começou a Sra. Weasley ignorando o acidente do malão -, não vou ficar mais aqui sozinha. Afinal todos se foram, não sou eu que vou ficar! – sentenciou.

- Você não está pensando em no acompanhar, não é? – perguntou Gina nervosa, os punhos fechados e os olhos desolados, como se um infalível plano estivesse pronto a trincar em sua falha mais escondida. Ela contornou a mesa e olhou para mãe. – Não é?

- Bem, - disse Molly divertindo-se com a apreensão da filha. E olhando para Harry e Gina disse – Eu sinceramente deveria lhe proibir de ir. No entanto, como seu avô Ignatius sempre me autorizou à viajar com seu avô Septimus, devo dizer que confio em Harry, e essa idéia nem me ocorreu. Senão agora. – Hermione segurou uma risada, e antes que alguém desconfiasse, ela encantou as mochilas para que perdessem seu peso real e ficassem leves como plumas. – Avisei Lupin e Alastor que estaria de partida para a Ordem esta manhã, a minha presença aqui não se justifica!

- Harry, - disse a menina consultando o relógio. O sol já começava a brilhar com força, a manhã já erguia-se – temos de ir rápido, ou então não alcançaremos meus pais.

- Seus pais? – perguntou Rony assustado quase caindo no sofá vazio.

- Hermione vai apenas passar na casa dos pais! – disse Gina balançando a cabeça com visível desprezo. – Ela não vai te apresentar, muito menos vocês irão noivar em uma cena patética, onde você provavelmente desmaiaria...

- Eu não achei nada disso! – disse um Rony muito vermelho, como tingida rispidez na voz –Você só nos trará problemas...

- Preciso de vocês dois! – disse Harry sorrindo – Juntos e do mesmo lado, não brigando.

- Ah Harry! – disse a Sra. Weasley arrumando seu chapéu violeta na cabeça e abraçando-o – Tão jovem e tão responsável! – e com um forte abraço e uma pesada lágrima que molhou a orelha de Harry a Sra. Weasley despediu-se. Beijou Hermione e os filhos, desejou boa sorte, e adentrou dentro da lareira, onde enormes línguas de fogo verde lhe conduziriam pela vasta e perigosa Rede do Flú até o Largo Grimmauld, número doze.

- Acho que devemos partir. – disse Harry pegando sua mochila e pondo nas costas. Os três fizeram o mesmo e aguardaram ansiosos. Estavam apreensivos e felizes, preocupados e nervosos, mas acima de qualquer onda de sentimento, curtiam a amizade que circulava entre os quatro. Com uma lufada de vento, Edwiges adentrou a sala e pousou no ombro de Harry. A coruja lhe bicou a orelha e aguardou a ordem do mestre e amigo.

- Edwiges, estamos indo para a casa de Mione. – disse acariciando as orelhas da ave branca – Vá rápido e nos encontre, aparataremos. Se não nos encontrar, me procure, sei que poderá me achar. Cuidado com o solo, há mais perigos aqui do que no céu. – e com uma segunda lufada de ar, Edwiges desapareceu nas nuvens brancas do céu azul. Os quatro se entreolharam.

- Gina, - chamou Mione – Você vai segurar meu braço com toda a força possível e tente pensar em nada. Irei fazer com que você aparate comigo.

- Prontos? – perguntou Rony.

-Em nome de Dumbledore! – afirmou Harry.

- Birmingham, Rua Ibera Clussou, 315!

Mais uma vez em sua vida, porém, sem o desconforto inicial das primeiras lições, Harry se sentiu sem ar, uma pressão invisível em suas narinas, o nada lhe empurrando contra o infinito negro e inexistente e quando já lhe queimava o peito por oxigênio ele sentiu os pés baterem no chão duro e de joelhos caiu sobre Rony, que já estava dentro do Hall de Entrada da casa de Hermione. As garotas, no entanto, riam-se dos dois, e caminhavam pela guia de pedra que cortava o jardim. Quando Harry olhou para cima, viu uma mulher já conhecida. A Sra. Granger, mais ou menos alta, cabelos castanhos como os da filha, porém lisos. Ao seu lado, um homem alto com cabelos cacheados e cheios, também castanhos sorria com a mulher.

- Bom dia filha! – disse o homem rindo dos dois que se levantavam e tentavam se refazer. – Vejo que voltou mais cedo!

- Quase que não nos pega em casa! – completou a Sra. Granger, cumprimentando todos e pedindo para que entrassem – o consultório abre as oito, e temos... Humm, meia hora.

- É suficiente mamãe! – disse Hermione, sacando a varinha e subindo para o andar superior antes mesmo que a mãe lhe chamasse novamente. Rony estava desconfortavelmente sentado em uma cadeira lavanda ao lado de Alan Granger. Gina parecia intrigada com as balas sem açúcar, e Harry admirava um lar trouxa sem as superficialidades que existiam no número quatro da Rua dos Alfeneiros.

- Você deve ser Harry Potter! – concluiu Bruna, a mãe de Hermione. – O menino que sobreviveu, conta Mione. E você, - comentou ela rindo e olhando fixamente para o marido que trazia copos com refrigerantes sem açúcar – certamente é Ronald Weasley.

- Sem comentários Bruna! – advertiu o marido sorrindo.

- Não ousaria! – riu a dentista olhando para Gina. – Você provavelmente é Gina, a irmã de Ronald Weasley.

- Prazer! – agradeceu Gina. – Sei que ele é patético. – cochichou indicando o irmão e bebericando o refrigerante gelado.

- Excelente bebida! – disse Rony apático.

- É o que existe de pior nos mercados não-mágicos. – disse Alan triste. Antes que Rony disse outra coisa patética, Harry elogiou a casa, a filha, e o que estava ao alcance. Hermione apareceu correndo pela porta da sala rapidamente, e disse rápido.

- Mais alguns minutos! E Harry? Vou precisar de você! – os Granger arregalaram os olhos e ficaram quietos. Os copos vazios, a conversa vaga. Pelo que Harry percebera os pais de Mione tinham uma vaga idéia do que realmente se passava na Guerra Bruxa, e pareciam não muito preocupados em ter a filha na empreitada mágica que destruiria o general do mal.

- Finalmente! – disse Mione com as bochechas coradas, e os cabelos bem cheios e volumosos (o que fez com que, disfarçadamente, Bruna advertisse a filha que começou a por a mão nos cabelos doentiamente). – Mamãe, papai. – chamou Hermione. – Rony, Harry, saiam daí, deixem que eles sentem ai! – e assim o fizeram. Os pais de Mione, sentados em suas poltronas lavanda, como reis em um palacete, olharam assustados para Hermione.

- O que você está fazendo, parece tão apreensiva? – perguntou a mulher assustada.

- Não há ninguém que lhe conheça melhor, filha. Conte! – Alan levantou-se da cadeira, e Hermione mirou a varinha para o seu coração.

- Papai! Vocês não devem saber! Vocês não podem saber! – disse Mione quase chorando. – Existem coisas terríveis acontecendo que vocês sequer imaginam esteja relacionada com meu mundo!

- Filha...

- Mamãe! Não há nada para falar, estamos todos perdendo tempo! – Hermione sacudiu a varinha e uma fumaça branca inundou a sala. Quando Harry inalou o pó branco sentiu as pernas esmorecerem e caiu, em profundo sono.

- Harry! – dizia a voz de Hermione em sua cabeça, uma mão lhe sacudia. – Estão todos dormindo! Explicar aos meus pais sobre o Fidelius seria muito demorado. Escolhi você como Fiel.

- Ãh? – levantando-se Harry entendeu. Hermione encantaria a casa dos pais com o Feitiço Fidelius e para poupar o tempo com longas explicações de Feitiços Complexos que nem mesmo McGonagall tinha pleno entendimento, ela decidira adormecê-los, e desta forma realizar o Feitiço protegendo-os, sem que eles soubessem. – Eu fiel? Não Hermione! É muito arriscado!

- Como arriscado Harry!?

- Hermione, - disse Harry chamando à razão – se, por algum motivo, eu digo se acontecer, e não queremos...

- Diga logo Harry! – disse afobada olhando ao redor - Daqui há uma hora todos irão acordar!

- Hermione, - disse Harry fazendo uso de um enorme volume de ar para respirar – se eu morrer – e nesse ponto a menina arregalou os olhos –, ninguém nunca mais encontrará seus pais. Você sabe que o segredo do Fiel morre com ele, e isso é arriscado!

- Mas...

- Hermione! – concluiu Harry levantando-se – Quem mais nesse mundo deseja a proteção dos Granger?

- Eu não...

- Você Mione! – esbravejou com energia – Você deve ser o Fiel! Você confiará o segredo, e eu posso executar o feitiço, se você me explicar como.

Hermione chorou por breves segundos em um abraço mais que fraterno entre os dois. Mas antes mesmo de sentirem a emoção, Hermione começou explicar a Harry como, de que forma, quais as cabalas e os movimentos da varinha. Harry sabia que o feitiço Fidelius era extremamente complexo e que requereria todas as forças que possuísse. Proteger os pais de seus amigos era algo que ultrapassava todas as listas de prioridades. Por fim, com quase meia hora de trabalho, Harry escondeu por magia um bibelô de vidro azul que enfeitava a mesa de centro dos Granger. O garoto ficou estupefato ao ver o bibelô desaparecer na sua frente e, às palavras de Hermione, se materializar novamente.

- Excelente Harry! – disse vibrando – Você sempre foi poderoso! Sempre soube disso!

- Obrigado Mione. – sorriu – Sem suas instruções não seria possível.

- Bem, - disse cortando o assunto como flecha – Hora de executar o Fidelius na casa Harry.

Harry concordou muito sério. Eles caminharam até o centro da casa, onde seria possível o feitiço dissipar-se igualmente. Harry sabia o que deveria ser feito posicionar a varinha no coração de Mione, o Fiel do Segredo; e esta erguer a varinha para o alto. Harry se lembrou do mantra recém aprendido, dos movimentos circulares e da força interna de desejo de esconder e ajudar.

- Eu, Harry James Potter, estou escondendo a Residência dos Granger, em Birmingham, tendo por Fiel do Segredo e Guardiã do Feitiço, Hermione Jane Granger, que deverá sustentar até o fim de seus dias o segredo que lhe está sendo confiado. – Harry respirou profundamente e fechou os olhos concentrando-se. Retirou a varinha do peito da amiga e descreveu sete triângulos no ar. Quando Harry abriu os olhos uma enorme pirâmide de luz azul estava suspensa entre ele e o Fiel. – RESIDENCIE FIDELIUS!

A pirâmide se fragmentou em mil pedaços que voaram como moscas pelos corredores e espaços da casa, comendo, como traças, toda a matéria, até que não restasse vestígio algum da Residência dos Granger. Harry sentiu os joelhos dobrarem e caiu de joelhos na grama molhada pelo orvalho matinal. Quando abriu os olhos se encontrava na calçada vazia da Rua Ibera Clussou, do lado direito havia um sobrado velho e abandonado que tinha pintado em branco os números 345, do lado esquerdo havia uma padaria que tinha o número 300 entalhado em ouro e fixo na pilastra central do estabelecimento. Ao seu redor, haviam quatro corpos, que despertavam de um sono profundo. Rony, Gina e o Sr. e Sra. Granger despertavam do sono mágico imposto por Hermione, que não estava entre eles.

- Funcionou! – disse Harry aos demais. E antes que todos estivessem de pé e os pais de Mione começassem a questionar mil coisas, sobre quinhentos assuntos que resultariam em centenas de respostas, a garota surgiu do nada entre eles. Como se tivesse aparatado entre eles, portanto sem o habitual CRACK que a aparatação tinha por característica.

- Realmente funcionou Harry! – disse Hermione feliz. Ela se aproximou de Harry e cochichou em seu ouvido. – A Residência dos Granger se encontra na Rua Ibera Clussou, número 315.


***


- Eu não acredito que você teve coragem de fazer isso com seus pais! – disse Rony estupefato dentro do ônibus com rumo para Ludlow. Após as proteções feitas por Mione na Residência dos Granger, todos os quatro agradeceram a recepção foram até a rodoviária da cidade. Os quatro se apertaram no banco traseiro da minivan dos dentistas que ofereceram carona até o centro. Quando lá chegaram, foram direto aos guichês mais próximos e compraram as passagens mais baratas.

- Foi melhor assim Rony! – explicou Hermione pela milésima vez em duas horas – Como já te disse, seria muito ruim para eles pensarem no quão grandiosa é esta nossa jornada. Eles ficariam tensos e alarmados. – Hermione socava sua mochila no bagageiro superior enquanto falava. Por sorte, uma velha senhora usando um penhoar xadrez cedeu o lugar dela em troca pelo de Rony, e desta forma os quatro, ficaram juntos, em dois pares de poltronas uma em frente da outra. Gina que se sentara na poltrona da frente com Hermione perguntou preocupada.

- Onde especificamente estamos indo Harry?

- Pelo que sei, o vilarejo onde meus pais moravam, ficava no sudoeste do país, e bem, estamos indo para a cidade mais a sudoeste do país. – conclui desanimado por saber que não sabia para onde estavam indo.

- O que não significa nada, não é mesmo? – disse Rony meio sem graça.

- Não Rony...

- Ele está certo Mione! – disse Harry – Quando chegarmos a Ludlow, enviarei Edwiges até Lupin, para que ele nos guie... – disse decepcionado.

- Cara! – chamou Rony – Vocês dois – disse indicando para Harry e Mione -, não me entenderam! Não significa nada não saber onde é! – e num murmúrio baixo – P-o-d-e-m-o-s aparatar!

- Demoraram a concluir! – disse Gina da poltrona da frente.

A curta viagem de uma hora, não foi nem de longe a animação que sempre fora o Expresso de Hogwarts em primeiro de setembro, no entanto, os focos da conversa foram coisas totalmente banais, afinal o ônibus não estava completamente vazio, e mesmo que soubessem como, não se atreveram a utilizar um feitiço do Príncipe Mestiço para conversarem em privacidade. Hermione insistia em dizer que deveriam passar no máximo dois dias em cada local, para evitar vestígio e pistas que levassem até eles.

O sol já indicava meio-dia e o ônibus começou a diminuir sua velocidade até reduzir totalmente e parar em um pequeno terminal rodoviário que, mais se parecia com um ponto de ônibus comum de uma cidade pequena. Havia bancos de madeira ao lado dos guichês vazios com vidros sujos e empoeirados. Em um dos bancos, a mesma velha senhora usando um tartã verde e azul enrolado na cabeça, fumava um cigarro silenciosamente.

- Ludlow! – avisou o motorista na frente do ônibus. Harry e os outros retiraram suas mochilas do bagageiro de teto e desceram do ônibus, sem notar, no entanto, que a gentil senhora que lhes cedera o lugar, estava sentada na plataforma de desembarque de Ludlow. A cicatriz de Harry formigou, mas acostumado, não percebeu nada.

- Lugar estranho este! – reclamou Rony quando o ônibus já havia feito a curva, e desaparecia de vista. – Olha isso! – disse indicando para uma ruela atrás da plataforma. Não havia um estabelecimento aberto sequer, a farmácia ainda grafada com “ph” e o posto de correios estavam fechados. O açougue e o mercado local tinham os vidros quebrados, os letreiros queimados e tudo que poderia caracterizar aquele lugar como uma cidade fantasma.

- É de dar arrepios! – disse Gina sacudindo os braços.

- É. – Hermione concordou seca – Mas é melhor assim. Menos gente, menos olhos.

- Menos olhos, menos perigo. – conclui Harry, que insistira nessa frase durante a viagem. – Devemos partir para Godric’s Hollow imediatamente. Tudo bem? – perguntou aos amigos que estavam no meio da avenida fantasma. Um vento gelado e estranho perpassou por todos envolvendo-os em um frio estranho que em segundos cessou. Os pelos da nuca de Harry ficaram em pé e rapidamente ele reuniu todos, pegou no braço de Gina e aparatou pensando na casa de seus pais, na misteriosa Godric’s Hollow.

A pressão mágica mais uma vez comprimiu Harry em um vazio sólido e antes do que esperava sentiu um cheiro forte de terra molhada. Harry abriu os olhos e viu o local onde estavam. Era uma vasta charneca, que ia além dos olhos de Harry, verde e plana com alguns montes baixos que mais se assemelhavam aos calombos de um tapete antigo e verde. Ali, no entanto, o outono parecia ter chegado mais cedo e a volta de todos haviam algumas árvores esparsas, todas com as copas secas e cheias de folhas túrgidas e alaranjadas construindo um belo contraste com o verde do chão.

Ao longe, o que pareceu um quilômetro para Harry, havia uma depressão ampla onde se encontravam muitas árvores à volta, como uma cerca viva de plantas. Um cordão laranja de frondosas espécies criava uma coroa vermelha e Harry teve certeza que ali era Godric’s Hollow. Uma fina e desgastada estrada de terra guiava os passos até ao vilarejo onde seus pais moraram. Harry avisou aos amigos sobre a certeza.

- É aqui. – disse Harry aumentado a velocidade do passo e fazendo com que os amigos o seguissem. Um ímpeto de fúria mesclado a saudades que sentia dos pais o fez correr. Correu como louco até as fronteira do vilarejo, não teve nem mesmo tempo de perceber que haviam cobras mortas nas margens da estrada. Harry sentiu as pernas doerem, e viu as árvores se aproximaram e se tornaram muito grandes. A voz dos amigos às usas costas, e seus passos se tornaram surdos. A depressão afundou e Harry freou.

A estrada seguia em uma avenida única na cidade. Dela, poucas, no máximo sete ruas, se enveredavam pelas casas do vilarejo, que também eram poucas, e em sua maioria inabitadas. Na avenida principal, Harry pode ver que havia um bar funcionado, o Boca Maldita. Do outro lado da rua uma quitanda de frutas parecia funcionar apenas pelo fato de um senhor estar sentado à porta com um cachimbo na boca, visto que as frutas e legumes haviam sido consumidos pelo tempo e o tabuleiro de madeira possuía apenas poeira e mofo.

- Harry... – pediu Gina arfando – Não faça isso...

- Hei! – disse Rony – O que deu em vo... Nossa! Mas que lugar estranho!

- Har... – Hermione engoliu em seco e continuou – O que é aquilo?

Aquilo que Hermione perguntara era o que fizera Harry frear abruptamente. No centro da avenida principal havia uma pequena praça, um círculo de pedra com no máximo um metro de diâmetro que interrompia a avenida. Sobre o pedestal de pedra uma longa coluna de mármore preto se erguia majestosamente. Uma placa de bronze fora fixada na parte mais alta, e sobre a coluna, uma esfera macabra de vidro vermelho estava suspensa. O conjunto parecia um túmulo, mas Harry suspeitou que fosse algo a mais.

- É um túmulo no meio da cidade? – perguntou Rony com nojo.

- Não... – disse Harry descendo por entre a depressão e caminhando em direção a pequena praça. Os passos o seguiram. O velho que fumava cachimbo pareceu espantado com a presença deles e entrou na quitanda como se estivesse com medo deles, e com avidez trancou a porta do estabelecimento. O Boca Maldita, no entanto, permaneceu com as portas abertas. Harry cobriu metade da caminhada até o centro misterioso.

- Parece que não somos bem vindos. – disse Rony ao ver o dono da quitanda esconder-se.

- Varinhas. – pediu Harry. – Qualquer movimento que acharem suspeito aparatem para a Ordem, Gina, corra até mim.

Harry chegou à altura da quitanda e viu que não havia mais ninguém ali dentro. Eles alcançaram o centro da avenida e se depararam com o pedestal de mármore negro. À frente do busto vermelho o Boca Maldita permaneceu aberto, mas curiosamente também não havia ninguém dentro do bar, tampouco do outro lado do balcão.

- Isso está muito estranho. – disse Hermione num murmúrio. – Não gosto nada, nada dessa cidade vazia. – Harry olhou para ela – Eu sei Harry...Menos gente, menos olhos... Mas continuo apreensiva!

- Ah, Mione pára!

- Vocês dois podem prestar atenção à placa? – pediu Gina.


“SIR GRYFFINDOR, O MAIS BRAVO CAVALEIRO DA BRETANHA OESTE”


- Godric? – disse Rony pasmo – Godric Gryffindor fundador de Hogwarts?

- Quantos Gryffindor você conhece? – perguntou Gina astuta.

- Mas isso não é mostrado em livro algum! – decepcionou-se a amiga – jamais em um livro de História da Magia é citado um busto de homenagem a Gryffindor! Hufflepuff possuiu um museu em Newcastle, mas foi fechado no início do século!

- Sim. – concluiu Harry muito sensato – Seja lá o que estivesse aqui, Voldemort pegou para criar uma horcruxe. – fechou em tom mais baixo para ninguém escutar.

- Mas assim? – questionou Gina silenciosamente – Ele simplesmente pegou? Você mesmo não nos contou que Dumbledore só conhecia duas relíquias de Gryffindor?

- Realmente... – pensou um pouco – Não faz sentido algum, mesmo porque Voldemort tem pego apenas troféus e isso... – suspirou - Mas é a idéia mais concreta que podemos formar!

- Bem, o que se espera ver em um busto é um busto não é mesmo? – disse Rony com logicidade.

- E não há busto algum aqui! – disse Gina erguendo as sobrancelhas para a esfera rubra de vidro.

- Exato Gina, Você-Sabe-Quem deve ter pegado. – disse Hermione

- O busto? Com um tamanho mais ou menos assim? – disse Gina abrindo os braços no tamanho do pedestal. – Muito discreto.

- É uma pena Dumbledore não estar aqui. – lamentou Harry. – Ele sentia as coisas, era tudo mais simples...

- Harry! – animou Rony. – Seja lá o que esse pedestal esconda, não há tempo para pensar nisso agora. Viemos aqui visitar o túmulo de seus pais.

- É verdade. – disse Gina passando a mão em torno de seu ombro. – Vamos.

Os quatros se afastaram do misterioso pedestal negro e caminharam até o fim da avenida que terminava em um vazio sem árvores ou gramíneas havia apenas escombros de concreto, madeira podre e os destroços do que, um dia, foi a Mansão Potter. Havia um muro também desgastado e corroído. No centro, um portão enferrujado e amassado, como se uma mão gigante tivesse envergado as varas metálicas, jazia aberto e pendente, rangendo como um gato asmático.

Harry abriu o portão com alguma dificuldade, deixando uma abertura estreita, o suficiente para passar um de cada vez. Eles passaram para o lado de dentro e aguardaram os movimentos de Harry. Ele caminhou pensativo pelo caminho gasto que se seguia à frente. Os escombros à frente eram a marca mais profunda, em Harry, da maldade de Voldemort. Harry caminhou sobre uma prancha de madeira podre, ao olhar novamente Harry viu uma bela maçaneta dourada presa à prancha, era a antiga porta de sua casa.

Conforme caminhava, os escombros mais podres e tudo de mais velho, começaram a se encaixar em um ensaio sinistro. A um canto havia uma nuvem de vidros quebrados, junto com um mar de cacos de porcelana e uma floresta de prataria enegrecida; eram os resquícios da Sala de Jantar. Uma flâmula de fúria esgueirou-se por seu peito e com um furor transcendente seguiu a passos fundos, e como se conhece cada centímetro daquele local, deu a volta na casa, contornou um antigo carvalho, e foi até os fundos da casa. Lá encontrou um jardim florido. A profusão de cores e formas no meio de um monte de destruição transformou tudo mais doloroso. Entre as bétulas e tulipas, margaridas e cravos duas placas de mármore branco estavam dispostas lado a lado, com uma frase idêntica em cada um.


Tiago C. Potter

* 24/09/1957

+31/10/1981

For you, son:

“Until the end, necessary to fight, is.”


Lílian E. Potter

*07/07/1958

+31/10/1981

Para você filho:

“Até o fim, necessário lutar, é”.


Harry sentou-se diante dos túmulos e ficou estático, pensativo e tonto. O que outrora fora sua casa, agora era o abrigo para gambás, guaxinins e esquilos perdidos. No que outrora poderia ter sido seu berço, ou a cama de seus pais, agora era o local propício para o florescer de milhares de cogumelos das mais diversas forma e cores. Harry não percebeu por quanto tempo ficou ali parado. Sabia que fora um bom período de tempo, sabia também, que mesmo assim, aquele tempo jamais cobriria o tempo perdido. Dezesseis anos sem os pais, sabia que a saudade era mais forte que a obrigação. Queria ficar ali para sempre, pois se sentia calmo e protegido de uma forma que jamais se sentira. Fora à voz de Gina que despertou das mais de quatro horas de introspecção.

- Harry. – chamou a menina – Acho que está ficando tarde...

Harry não respondeu, permaneceu silenciosamente parado. O céu já começa a tingir-se de lilás e pouco a pouco o sol ia morrendo. Havia tonalidades de lilás à púrpura, e Harry ficou mais alguns minutos refletindo. E pensando. E sentindo.

- Levante-se! – pediu exclamou Rony apertando seu ombro. – Você não vai ganhar nada parado aqui! Leia o que eles lhe deixaram! Lute até o fim!

- É exatamente o que eu estava pensando. – disse uma voz fria sarcástica atrás do três. Eles se viraram e, viram o velhote da mercearia sendo transfigurado em um comensal alto, encapuzado com vestes negras e uma macabra máscara branca, a varinha apontada para os três. – Mesmo que não seja necessário você lutar até o fim. – O Comensal olhava fixo para ele, seus amigos estavam estáticos e assustados. – Imagine! Depois de Snape matar Dumbledore Nott mata Harry Potter. Quantas glórias por causa de um pescoço... - Harry não temeu a varinha do Comensal, a sua estava a poucos centímetros da mão; Harry apoiou a mão esquerda no chão lentamente, e ergueu-se do chão.

- Não ouse se mover Pot... EU DISSE NÃO SE MOVA!

Já era tarde, Harry estava de pé. Harry possuía um pequeno plano em sua mente, se pudesse distrair o Comensal até que tivesse a chance de pegar a varinha, ele poderia se salvar e aos três também. Um sentimento repugnante de agradecimento a Snape encheu sua mente, Harry nunca pudera fechar sua mente, mas conseguira penetrar na de Snape com bastante facilidade. Harry piscou lentamente os olhos e disse ao comensal.

- O que você quer? – antes que seus olhos abrissem novamente, por uma fração de segundo, Harry memorizou o feitiço Legilimens e, em uma medida desesperada – sentia o arfar dos amigos à volta -, executou o feitiço não-verbal, sem a varinha. Harry vislumbrou uma saleta escura, onde viu um homem se contorcendo de dor.

- Eu não quero nada Potter... – antes que qualquer movimento ocorresse, Harry vislumbrou outra cena, viu um lampejo roxo cortar sua retina. Era o comensal que ergueu a varinha e gritou – Capulos! – uma linha tênue de chamas roxa voou na direção de Harry, que preparado, sacou a varinha e empurrou os amigos para o lado. O feitiço ricocheteou na árvore e explodiu no vazio.

Harry ergueu a varinha.

Vislumbrou o nada.

- ESTUPEFAÇA! – mas foi pego de surpresa, um raio negro foi de encontro ao seu feitiço estuporante, e sobrepondo-se a este, seguiu na direção de Harry. Harry escutou passos ao seu lado, viu a nuance de cabelos ruivos perpassar seu rosto, era Gina, que enviou impetuosamente um feitiço estuporante que atingiu em cheio o comensal. Mas já era tarde, o raio negro atingiu Gina, que ficou pálida, azul, e caiu no chão inconsciente.


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