A briga de Lupin e Snape

A briga de Lupin e Snape



18. A briga de Lupin e Snape


- Ah, o lobinho ficou ofendido com o que eu disse? – perguntou Snape em tom de desafio.
- Como já disse, você não tocará em Ninfadora.
- Veremos.
Nisso, o professor lançou um feitiço não-verbal, mas por sorte, Remo se desviou, saltando para o lado. Em seguida, retrucou, usando um Rictusempra,
também não- verbal. Severo se defendeu com um simples aceno da varinha. Este lançou um raio azul na direção de Lupin, que por sua vez atacou com um raio roxo. Ambos feitiços se atacaram de frente, um empurrando o outro. Ora o raio azul ganhava espaço, ora o raio roxo, mas o morcegão interrompeu a ligação, se atirando para o lado e rolando no chão. Ao cair de mal- jeito, ralou o seu joelho esquerdo e ele podia sentir um pedaço de dele arder e sangrar. Lupin avançava cada vez mais e o oponente tentava se levantar, se agarrando com dificuldade em uma arvore com neve, que estava do seu lado. Antes que o lobisomem pudesse fazer algo, um sectusempra em pensamento foi jogado nele. Graças aos seus anos de experiência, o meio-humano pôde se defender com a varinha, embora isso fosse algo difícil de ter sucesso. A luta continuava empatada; os dois eram realmente muito bons nos duelos.
- Sabia que você logo iria apelar para magia negra, porque você é um covarde; não consegue brigar limpo.
- Eu teria medo se fosse você. Afinal, está lutando com um Comensal da Morte.
- Talvez esteja, mas com um Comensal que não teve a capacidade o suficiente para fazer alguém se sentir atraído por ele próprio e teve que recorrer para o uso de poções.
Snape corou intensamente.
- Vai se arrepender por isso Lobisomem!
- Você acha...?
Porem Remo não terminou de completar a frase, pois uma maldição Crucio, vinda de Snape, o acertou em cheio no meio do peito. Era a dor que ultrapassava a dor. Algo insuportável que Remo nunca sentira em todos os seus anos de experiência contra as artes negras, até aquele momento. Pareciam mil facas entrando em seu corpo de uma única vez. Perdeu o equilíbrio e caiu no chão de uma única vez. Começou a se contorcer como se houvesse recebido um choque elétrico, se encolhendo no chão e gritando o mais alto que pode. Tinha certeza de que seus gritos seriam ouvidos nos 3 Vassouras, porem ninguém veio em seu socorro. Snape se divertia em vê- lo naquele estado: fraco, gritando de dor...aos seus pés. Querendo ainda mais o sofrimento do lobisomem, perguntou:
- Isso dói? Quer que eu continue?
Lupin não respondeu. Não porque não ouviu, mas porque não conseguia se concentrar com nada naquele momento. O professor continuou:
- E então? Não vai dizer nada nem suplicar? Vamos....suplique para que eu pare.
O oponente continuou a gritar.
- Ah, vamos...quero te ver implorar, suplicar, rastejar aos meus pés, pedindo para que
Eu pare. Assim minha noite ficará ainda melhor. E você e Tonks contribuirão com isso.
Lupin apenas entendeu o nome de Tonks em tudo em que o seboso disse.
Aquele anjo...tinha que continuar a resistir contra a maldição; não deixar Snape vencer. Porem, aos poucos sentiu que começava a perder a razão, a parte sã de seu corpo. Sentiu que jamais voltaria a pensar, a raciocinar. E iria realmente acontecer isso, caso Severo não parasse. Este, por outro lado, ao ver a expressão de angustia no rosto do lobisomem, decidiu retirar o feitiço. Não seria conveniente para ele próprio que o ex de Ninfadora ficasse louco, afinal iria ser descoberto o responsável pelo feito. Não, não poderia se arriscar, ainda mais naqueles dias em que um inocente já era mandado para Azkaban sem motivo algum, apenas para o Ministério provar sua competência para todos. Nem Dumbledore o salvaria. Estava se arriscando muito nos últimos tempos. Alguém poderia ouvir, embora tenha colocado uma magia isolante no local para ninguém perceber nada. Tirou o Crucio de Remo. Este continuou no chão, imóvel, sem dizer uma palavra. A varinha apontada a esmo, contudo ainda em sua mão direita.
- Não vou continuar, seu semi-humano imundo. Espero que lhe sirva de lição. Agora...tenho coisas mais importantes a fazer.- e sorriu maliciosamente, olhando para o Castelo de Hogwarts. Girou os calcanhares e começou a nadar novamente na direção dele, deixando Lupin ali.
- Acho que você não entendeu. Já disse que você não fará nada com Tonks, por mais que eu esteja mal.
E ele realmente estava. Seus corpo dolorido e sua voz saía rouca e baixa, pois mal podia abrir a boca com os músculos dormentes. Snape parou seu trajeto e se virou mais uma vez para encarar o bruxo moribundo.
- Ainda vai me enfrentar? Você é muito corajoso...ou muito idiota, mas estou quase concluindo a segunda hipótese.
A vítima ergueu a cabeça alguns centímetros com uma certa dificuldade.
- Interprete como quiser. Estou cansado de você se meter na vida dela.
- Bem, você não pensou que eu vou ficar com ela para sempre, pensou? Não, eu apenas quero o que ....digamos assim...ela tem a me oferecer. Tonks é louca. Você acha que não tenho vergonha em sair com alguém com cabelo colorido e que a cada cinco minutos derruba algo? Cinco minutos, isso se tiver sorte.
- É, agora mais do que nunca vejo como Sirius e Tiago estavam certos em pensar que você era um mal caráter. Pelo menos descobri a tempo.- Remo começava a sentir suas forças voltarem devagar. Se pudesse distrai-lo até melhorar um pouco mais...
- Sim e veja a recompensa de seus amiguinhos. Veja aonde estão. Se fosse você, deixaria Ninfadora e Eu vivermos nossas vidas. Seja esperto.- seus lábios crisparam num sorriso.
Lupin refletiu alguns segundos. Tinha que ganhar tempo. Fingiu
pensar no que lhe fora dito.
- Talvez esteja certo. Ela já tem idade o suficiente para perceber o que a rodeia. Por
Que estou atrás dela? É de você que ela gosta.
Snape o fitou, desconfiado. Era estranho o seu rival mudar tão rápido de opinião. Tentou usar a legilimência, mas Lupin se prevenira, bloqueando uma possível invasão a sua mente com a oclumência
- De fato.
Remo se levantou com uma certa dificuldade. Severo sorria ao vê-lo assim.
- Então, vá atrás de Ninfadora.
- Sim, e sabe o que mais? – O professor se aproximava perigosamente do lobisomem. Queria deixa-lo ainda pior. Fixar a idéia de que perdera Tonks- Esta noite, faremos amor e tenho certeza de que ela irá se esquecer da vez em que fez com você. – Snape estava cada vez mais perto de Lupin, os rostos a centímetros de distância – Quem sabe até tenhamos um filho e posso até garantir que ele não terá o mesmo destino que o seu bebê. Enfim... que seja bom enquanto dure.
Aquilo foi a gota d’água. Tinha certeza que se Eles tivessem uma criança aquele traidor iria abandona-la. Esqueceu de todo o seu fingimento e fez algo que jamais fizera em sua vida: reuniu todas suas forças restantes e deu um soco na cara de Snape. Ele cambaleou, porem não caiu. Notou, segundos depois, que seu nariz gancho sangrava. Realmente, algo daquele tamanho iria sangrar com facilidade. O Comensal sentiu uma breve tonteira por causa da perda do liquido vermelho, mas não se intimidou e retribuiu a agressão, acertando o estomago de seu inimigo, que perdeu todo o ar de uma só vez. Mesmo assim, Aluado colocou suas mãos envolta do pescoço de Severo e o empurrou contra um muro perto dali. Ele bateu com força a cabeça,que o deixou quase a ponto de perder os sentidos, porem continuou consciente. Não conseguia reagir. Lupin apertava cada vez mais o colarinho de Snape, deixando-o por pouco sem ar.
- Escuta aqui ranhoso: deixe Tonks em paz. Quero que ela esteja bem, mesmo longe de mim. Caso contrario, acabo com você.
- Acha-a mesmo ...que..que....ela-a não o es-squeceu? Já disse...nã-ão é necessá-ssá rio nunhuma-ma poção- comentou praticamente sufocado. – Um lobisomem não po-po-pode ficar tanto tem-tempo com alguém-m como ela. Sentiria vergonha ao sair com você.
Severo não gaguejou na ultima frase pois fez o possível para falar firmemente. Nervoso, Remo o empurrou contra o muro novamente, mas dessa vez o professor desmaiou. Ao ver isso, o meio-bruxo o soltou, deixando o corpo inerte desabar no chão. Respirou fundo e apontou a varinha para ele.
- Estupefaça- Snape deu uma breve tremida como se houvesse recebido um choque de leve, mas permaneceu inconsciente.- Essa foi por Tonks. Estupefaça - repetiu.-E esse pelo meu filho.
Dois feitiços estuporantes, assim como Tonks recebera de um Comensal da Morte e que mudara sua vida. A aparência de Snape piorou. Ficou mais pálida que o normal. Agora sim estava vingado, porem poderia fazer algo a mais. Um feitiçozinho ou talvez uma maldição...



O cheiro de mofo era predominante naquele lugar. Poeira para todos os lados, vidros de janelas embaçados, cortinas rasgadas, os quadros e suas molduras imundas, espelhos riscados, reboque das paredes se decompondo, a lareira estava cheia de fuligem. Realmente, ali não era limpado por muitos anos. Apesar disso, alguém estava ali, numa cama, deitado sob os lençóis, que haviam sido lavados recentemente, mas era a única coisa que parecia ter passado por uma faxina.
A pessoa que se encontrava naquele quarto dormia, porem sem avisos acordou e fitou o teto por alguns minutos. Depois, levantou o tronco demoradamente e permaneceu assim, focalizando o ambiente. Conhecia aquele quarto muito bem, afinal pertencera aos seus pais em sua infância. Ele ajeitou os cabelos sebosos em torno do rosto e suspirou. Snape tentou ficar completamente de pé, mas seu corpo estava paralisado. Não demorou muito e uma mulher entrou no quarto e ele disse desanimadamente e baixinho:
- Você?!
Belatriz Lestrange entrava no local, trazendo uma bandeja que continha um cálice vazio e uma garrafa fumegando. Era sem duvidas uma poção. Ela depositou o objeto no criado mudo empoeirado e olhou para o bruxo.
- Acredite, não pedi para estar aqui.- comentou com um certo desdém na voz.
- Então?
- O Lord das Trevas me mandou para cuidar de você, junto com Rabicho- e fez uma careta.
- O que aconteceu? – perguntou Severo enquanto massageava a nuca.
- Parece que andou se metendo em brigas, não? Poderia jurar que foi por causa da mestiça da minha sobrinha.
- Você consegue ser chata quando quer Bela, mas se não se importa quero saber o
que aconteceu comigo.
- Ah, será que nunca vai abandonar a arrogância? Nem mesmo quando é estuporado?
- Estuporado? Do que está falando?- havia se esquecido de quase tudo sobre a outra noite.
- Parece que não se lembra de nada e que terei a tediosa missão de lhe contar o ocorrido.
O professor bufou. Era incrível como odiava aquela mulher. Não apenas por sua irreverência mas também por seu exibicionismo. Fazia de tudo para agradar ao Mestre e sempre tentava prejudicar ele, Snape, afinal jamais aceitara a idéia dele ser um dos mais leais ao partido das trevas. A Comensal não gostava de concorrentes.
- Então comece sua tediosa missão ou terei que comunicar ao Lord que não está ajudando exatamente como deve ser.
A puro sangue corou. Nem sempre servir ao seu amo era prazeroso e essa era uma das ocasiões.
- Foi Draco quem me contou. Parece que você teve um briguinha com um lobisomem e que ficou nocauteado e ....é incrível de como você é palerma até mesmo contra uma criaturinha dessas.
- Bem, não fui eu quem perdeu um duelo com um garoto de quase dezesseis anos no Ministério e foi necessário que o Mestre viesse em seu socorro.
Belatriz voltou a corar, enquanto Snape deu um sorriso irônico para mostrar que vencera suas provocações.
- Isso não vem ao caso. Parece que você estava caído, inconsciente, no chão e acho que Lupin, é esse mesmo, acho que era um amigo do meu adorável primo Sirius...
- Vamos logo com isso.
- ... ele apontava a varinha para você e estava prestes a te jogar um feitiço. Por sorte, Draco estava por lá e atacou o lobisomem por trás.
- Matou-o? – perguntou Snape esperançoso.
- Não, apenas atingiu-o com um feitiço Impedimenta e o deixou lá. Meu sobrinho não consegue nem matar um coelho, imagine um bruxo. Narcisa o mimou demais. É tão covarde como o pai.
- O que Draco estava fazendo em Hogsmeade no sábado à noite?
- Esperava que você soubesse. Tive a impressão de que ele foi falar com Rosmerta. Você sabe de algo?
- Não, mas ele ainda está com a idéia de matar Dumbledore e não aceita que eu o faça.
- Sim, ele está irredutível.
- É, porem suspeito que você ensina oclumência para ele, estou errado Belatriz?
Ela contraiu os lábios.
- Apenas estou ensinando-o a se defender contra o inimigo. Enfim, Draco paralisou Lupin, procurou uma lareira, foi avisar minha irmã e eu por acaso estava com ela.. Então tive que vir te salvar, se não o diretor da escola iria desconfiar de você como Comensal e acho que não seria conveniente. Uma briga entre dois membros da Ordem...Contei ao Lord sobre o que aconteceu e me disse para cuidar de você- Bela suspirou.
- Bom, eu fui estuporado e Draco me viu, e depois?
- Nãããão. Você é um idiota, sabia? Você estava com Lupin e ele te fez perder os sentidos. Antes de Draco chegar você foi estuporado duas vezes, segundo disse Guiven, sabe aquele lobisomem curandeiro? Malfoy viu Remo antes de te atacar pela terceira vez e jogou um feitiço nele. Depois, procurou Narcisa e eu estava com ela. Vim aqui, te levei para o Lord, que me mandou cuidar de você até se fortalecer aqui nesse vilarejo imundo, que estive aqui antes do inicio do ano letivo. Foi isso. Mais alguma pergunta ou seu cerebrosinho evoluiu nem que seja um pouquinho a ponto de entender o que falei?
Snape se ajeitou nas cobertas. Tomara que esse período de recuperação não demorasse muito.
- E onde está Rabicho?
- No meu quarto, lhe dei a tarefa de limpa-lo.
- Acho que não ficará satisfeito.
- Você não pode me criticar. Aposto que fazia pior com ele.
- Talvez. Quanto tempo estive aqui?
- Algumas horas. O Mestre tem um grande talento com magia, conseguiu fazer com que você se recuperasse sem demora. Felizmente, os “mocinhos”não têm esse conhecimento mágico ainda. Um estuporamento demora dias para alguém se recuperar. Contudo, deve tomar a poção Revigorante a cada cinco horas. Tome aqui. É bom que se cure logo, o Mestre espera que você volte o mais rápido possível para vigiar Dumbledore, mesmo porque não gosto de estar nesse lugar de trouxas e com você.
- Farei o possível para ir embora rápido. Agora, me dê a garrafa e o cálice.
A bruxa obedeceu. Severo se serviu e antes de beber o líquido, aspirou seu perfume.
- É, parece que está tudo em ordem.
- Não fui eu quem fiz, foi Guiven. Você sabe que sou um desastre em poções.
- Por isso fiz um teste, minha cara.
- Pois então beba logo. Vou mandar Rabicho fazer o jantar, assim posso sair e torturar alguns trouxas para me distrair.
E ela saiu, deixando-o só. Pensou em várias coisas. Em como estava ganhando a briga e de repente Lupin se fortalecera. Maldito Lobisomem....ganhou a luta. Já era uma vergonha ter que admitir que fora salvo por Belatriz e Draco, um menino ridículo do sexto ano. Aquilo ficaria marcado. Foi uma das piores humilhações de sua vida, perdendo talvez da vez em que Tiago o “salvou” de um animal enlouquecido na Casa dos Gritos e de quando os marotos tiraram suas roupas intimas na frente de todos, depois de fazer seus NOM’s. Mais um motivo para se vingar daquele pobretão. E pensar que se nada disso tivesse acontecido, ele e Tonks....o coração de Snape acelerou. Tonks. Havia se esquecido dela. A noite em que finalmente teria uma mulher em sua cama, e era a mulher, deu tudo errado. Mas a tão esperada noite ia chegar, disso ele sabia. Mais cedo ou mais tarde ia chegar...


PLAFT.
Esse foi o barulho que acordou Tonks no domingo de manhã. Ela se levantou num pulo e, como outrora aprendera a se defender para ser uma auror, tinha bons reflexos, então apontou a varinha, embora não tivesse exatamente uma direção certa. Olhou para o seu redor à procura do causador do som. Foi aí que viu Monstro apagando a lareira magicamente fazendo ruídos desnecessários. O elfo se voltou para a bruxa, horrorizado.
- Que Vergonha! Você?! Uma imunda mestiça mas que possui o mínimo possível de sangue da minha senhora correndo nas veias sendo encontrada num quarto de um homem solteiro? Ah, que vergonha ter umazinha assim na família Black! A Filha da Rejeitada mas que ainda é sobrinha da minha Senhora. Aonde chegamos...Parece mais uma...
- Quieto Monstro! Não me obrigue a ...- e mirou a varinha na criatura. Já descobrira que o medo deles, além de receber roupas, era uma ameaça mais séria.
- Você jogou o nome dos Black na lama vindo se encontrar a sós com aquele
“oleoso”. – comentou Monstro com nojo em sua voz.
- Retire o que disse.
- Não, Monstro apenas tem a tarefa de arrumar os quartos e quando chega aqui vê a mestiça ...
- Saia daqui seu elfo traidor, antes que eu....- mas ele desapareceu, produzindo um pequeno estalo ao sair.
Ninfadora bufou longamente . Odiava alguns “integrantes”de sua família materna, porem já se acostumara a viver com suas indiferenças. Antes de fazer algo,deu uma boa olhada no lugar que se encontrava. Era um quarto muito bonito, mas não se lembrava como chegou nele. “Ótima, fui seqüestrada de novo” pensou. Observou mais atentamente tudo e mudou de conclusão. Finalmente, conseguiu recordar de tudo. Da saída com Snape, da proposta romântica, de seu transporte pela rede de flu e sua looooooonga espera pelo seu “amado”. Ela havia sentado numa cadeira defronte a lareira e aguardaria o professor aparecer. Não soube quanto tempo ficou ali, mas parecia uma eternidade quando pegou no sono. Dormira sentada na própria cadeira de estofado marrom, com a cabeça jogada para trás, apoiada no encosto. Então, no dia seguinte Monstro a desperta. Nenhuma das pessoas dos quadros estavam, a cama continuava arrumada, tudo igual a noite anterior. Era certo que Snape não voltara. Brincou com ela, deixou-a esperando a noite inteira e ...nada. Mas Tonks não se importava. Amava-o muito e suportaria tudo, embora não pudesse esconder uma profunda mágoa por ter ficado ali à toa e um mal-humor crescente. Permaneceu no quarto por alguns minutos mas desistiu de espera-lo. Iria dar lhe uma noite inesquecível, porem não faltaria oportunidade. Era obvio que Amortentia estava fazendo efeito naquele exato momento. A metamorfomaga deixou o lugar e foi até Hogsmeade para aparatar para a casa dos pais.



Lupin também acordou num cenário que não era o que estava acostumado. Olhou a sua volta, porem reconheceu-o imediatamente. A Ala Hospitalar de Hogwarts. Quantas vezes viera ali após a lua cheia? Quantas vezes recebeu visitas? Quantas vezes viera ali para visitar os seus amigos, que se metiam em encrenca e nem sempre se saíam bem dela? Ou talvez, quantas vezes viera ali para acompanhar algum aluno durante uma detenção de intitular rótulos de poções curativas sem varinha? Pelas janelas, raios tímidos de sol entravam. Daqui uns dias a neve iria desaparecer totalmente. Estava se levantando quando Madame Pomfrey avançava em sua direção.
- Ah, Remo. Que bom que acordou.- disse a mulher.
- O que estou fazendo aqui? Quem me trouxe? Não consigo me lembrar de nada.
- Vá com calma. Quem te trouxe aqui foi....deixe me ver....era Tonks, sim Tonks, Sarah Tonks, agora me lembro.
- Quem? – Lupin não conseguia assimilar o que lhe dizia.
- Sim, Sarah Tonks. Acho que é parente daquela moça de cabelos coloridos da Ordem da Fênix. Lembro-me que aquela garota sempre vinha até a Ala porque se machucava. Ela era muito desastrada. Conhece essa Sarah?
O lobisomem assentiu.
- Como....como...como ela me encontrou...onde eu estava?
- Ah, eu não entendi muito bem, parecia que ela estava com pressa, mas me disse algumas coisas. Parece que ela voltou para a casa, retornou para o 3 Vassouras e queria saber o que você ia fazer com relação a um certo assunto que não sei qual é. Aí, ela foi atrás de você e te encontrou desmaiado em Hogsmeade. Veio correndo para a escola e encontrou Hagrid no portão. Bem, ele trouxe você para mim e a menina se foi. Não queria entrar em Hogwarts, não sei porque. Mas garanto que nunca a vi por aqui. E se quer minha opinião, acho que ela é trouxa. Um simples contra- feitiço o traria de volta e como os terrenos daqui aceitam receber trouxas...é possível que...
- Quem me deixou inconsciente?
- Ah, eu não sei. Ninguém sabe. Sorte sua a garota ter aparecido, há tantos bruxos das trevas por aí disfarçados e também...aonde você vai, Remo?
- Já fiquei tempo demais aqui. Tenho que ir. Os Weasley devem estar preocupados.- falou depois de se levantar e ajeitar o casaco.
- Está bem, sua recuperação foi fácil e rápida. Vá então.
- Obrigado por tudo Madame Pomfrey. – E fez uma reverência. Em seguida caminhou até Hogsmeade para aparatar.




Ao passar os portões da escola, o loiro continuou a caminhar mesmo
que não precisasse mais para sumir. Quem o teria feito desmaiar? Cada vez que pensava menos concluía algo. Snape estava inconsciente no chão. Havia sido alguém por trás, mas quem? E Tonks? Será que conseguiu passar a noite com aquele Ranhoso? Será que a mesma pessoa que o atacou fez com que o professor voltasse ao normal e pudesse ir atrás de Ninfadora? Será que eles...? O estômago de Lupin se revirava só em pensar naquilo. Era obvio que a bruxa havia tido a primeira vez com ele próprio, mas não suportava a idéia de outro a possuir. Ele a amava muito, embora ele cometera alguns erros. A noite com Alicie foi um deles.
Andava com esses pensamentos na cabeça, quando de repente viu uma cabeleira laranja caminhando numa das travessas da rua em que Remo se encontrava. Sua amada ia despreocupada esua cara era de pouco amigos. Estava com a mesma roupa do dia anterior... o bruxo engoliu em seco. Ela dava passos firmes. Será que ela e Snape... Lupin chacoalhou a cabeça negando a idéia. Tinha que falar com ela; contar Snape não a ama, que ele deu uma poção do amor para ela. Sim, pois tinha certeza de que era uma. Correu em direção a moça e iria chamar seu segundo nome, contudo...a ex-auror desaparatou. O lobisomem parou e fitou o local onde ela sumira. Perdeu a chance...e perdeu sua Ninfa.




Tonks chegou em casa e subiu imediatamente para o seu quarto. Ao abrir a porta, viu Sarah sentada numa cadeira, muito concentrada, lendo um livro de algum autor trouxa. A garota parecia nem notar a presença da prima. Nenhumas delas disse uma só palavra. Ninfadora depositou sua bolsa na penteadeira e rumou para o banheiro, mas parou, ao ouvir:
- Perdeu a educação com as pessoas não- bruxas?
Tonks parou, porem não se virou.
- O que você quer dizer com isso?
- Que você sequer me comprimentou. O que houve? Está de mal-humor? – perguntou sem tirar os olhos do livro
- E se estiver? O que lhe interessa?
- Nossa, realmente está. Mas por ter passado a noite fora, posso adivinhar o que aconteceu. Snape não se encontrou com você, não?
Os lábio de Tonks tremeram.
- Você não sabe de nada.- murmurou.
- Quando vai me ouvir? Esse cara só quer se aproveitar de você . Seja mais esperta.
- Eu pedi sua opinião por acaso? Não! Não me meto na sua vida, então não se meta na minha!
- Tonks, por favor...
- Você é igual aos outros: não acredita que Severo mudou. Ele é outra pessoa e não vou permitir que fale mal dele na minha frente.- e apontou a varinha para a prima, que arregalou os olhos e recuou alguns passos. Apesar de estar magoada com Severo, ela ainda iria defende-lo ate o fim.
- Tonks, não faria isso. – comentou, desviando os olhos da leitura.
- Se voltar a falar algo assim do Snape, juro que o farei.
- Entenda, quero o seu bem. Eu e o Lupin.
- O que Lupin tem a ver com isso? – ela ergueu uma sobrancelha.
- Nós vimos aquele cara colocando um líquido na sua bebida ontem no 3 Vassouras.
- Estava me espionando?!
- Bem, não ...exatamente. Tinha que falar com o seu ex, e você por acaso apareceu lá.
- Acha que vou acreditar nisso?- perguntou a bruxa, aumentando o seu tom de voz.
- É a verdade, Tonks. Remo te ama e no fundo você também o ama, mas está confusa por causa da poção.
- Que poção?
- A poção do amor que aquele Morcegao lhe deu.
Tonks jogou um feitiço na direção de Sarah, que por sorte se atirou para o lado. A mágica fez a janela se estilhaçar em pedacinhos.
- Eu disse para deixa-lo em paz. Você e Lupin não devem se meter entre eu e Severo. Aquele lobo me fez sofrer muito. Prometi a mim mesma que não iria derramar uma única lágrima por ele. Felizmente, me apaixonei pelo Snape.
- Felizmente? Tonks, deixe me te ajudar. Entenda...ele não presta, ele matou, indiretamente, seu primo, te mandou para os lobisomens, é o principal causador das morte de seu filho, um traidor, mentiroso, covarde, ai...
Ninfadora lançou outro feitiço e a prima se desviou pó pouco. A metamorfomaga avançou em direção a Sarah, que começou a correr pelo corredor, desceu até a sala, com Tonks em seu encalço.
- Pára, você vai me machucar, não tenho como me defender.- gritou.
- Você não é digna de falar uma palavra contra o meu namorado.
- Por favor compreenda...- já caiam lágrimas no rosto de Sarah.
- Não, cansei de você, seu pessimismo, ma sabe? Eu imaginou qual seja o seu problema. Está com inveja de eu ter alguém que me ame, enquanto você não.
- Está louca! Por favor, Tonks, somos amigas desde crianças, não pode deixar de confiar em mim.
- Não preciso de você. SAIA DAQUI.
Nisso, Andrômeda e Ted chegaram em casa e entraram pela porta da sala, apressados e pararam ao ver a cena: a filha apontando a varinha para a sobrinha.
- Ninfadora, o que significa isso? Ouvimos gritos lá de fora.- perguntou a Sra, Tonks.
- Essa menina está me provocando.
- Mas com o quê? – perguntou Ted.
- Snape, o namorado dela, a engana, brincando com seus sentimentos. Tenho tentado avisar desde o começo, mas ela não quer acreditar.
- Calma meninas. Não é motivo para tanto.
- Não se meta, pai. Deixe-me em paz!
- Cuidado Ninfadora- advertiu Andrômeda.
- Não vou deixar ninguém me dominar ainda mais essazinha.
Por alguns segundos, Sarah ficou paralisada com o que ouvira. Sua melhor amiga jamais disse isso dela.
- Tudo bem, prima. Se você quer assim... Obrigada por tudo tia, mas receio que chegou a hora de voltar para a casa dos meus pais. Passei muito tempo aqui, mais que o previsto.
- Não se preocupe tio. Eu ficarei bem. Sério. Se a Tonks acredita mais naquele homem do que em mim....
- Não é assim, querida.- falou Andrômeda, tentando melhorar a situação.
- É exatamente assim, mãe. Deixe-a ir.
- E você? Não tem vergonha de fazer isso com sua prima? Ameaça-la com uma varinha?
- Não pai. Ela merece.
- Não, Sarah é sua prima, não pode troca-la por um namorado. Ela sempre foi boa e atenciosa com você. – Ted parou e olhou atentamente o corpo da filha. – Ninfadora, você está com a mesma roupa de ontem. Onde passou a noite?
Todos olharam para a moça.
- Isso não interessa.- falou, desconcentrada.
- Claro que interessa. Você briga com sua prima, começa a namorar sem nos dizer nada, passa a noite fora e ...- mas a mãe puro sangue parou, sua fisionomia mudara como se tivesse sido jogado um balde de água fria em si. Ela apoiou a mão no ombro esquerdo do marido- Ah, não Ted...meu bebê...não me diga que você passou a noite com ...
- Não, mãe. Não passei.
- Então onde?
- Bem, eu ...- a bruxa não sabia o que dizer. Se falasse a verdade estaria se condenando; se mentisse, iria se complicar, como sempre. Afinal, era desastrada até com as palavras.- na verdade...eu...
- Ninfadora, não acredito que ...- Ted murmurou.
- Olha, chega de ofensas e críticas. Sou eu quem vai sair desta casa agora. Não agüento mais vocês pegando no meu pé! Vou voltar para o meu antigo apartamento. Ao menos ninguém me aborrece lá. Realmente, apenas devia ter passado aqui o Natal.- E subiu as escadas rapidamente, sem encarar nenhum dos presentes. Andrômeda, que também chorava, fez menção em segui-la, porem Ted a impediu.
- Não vá. Ela precisa aprender sozinha. São com nossas burradas que se aprende.
Em menos de trinta segundos, desceu com suas malas prontas e cara
fechada. Quando alcançou a porta do hall, falou:
- Não se preocupe mãe, pagarei todo o dinheiro que me emprestou.
Andou alguns metros e desaparatou. Sarah girou os calcanhares e se direcionou para onde os tios se encontravam.
- Me perdoem. Só quis ajudar.
Sra. Tonks soluçava e chorava, abraçada ao marido, que respondeu à sobrinha:
- Sabemos disso, não foi sua culpa.
- Mesmo assim. Acho que já fiquei aqui tempo demais. É melhor eu voltar para casa dos meus pais.
Dez minutos depois, Sarah também deixou o lar dos Tonks.


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Oba, capitulo novo....terminei d escrever esse ontem!!! Está fresquinho!!!

Entao? Gostaram da briga? Espero q sim...teve gente q me pediu para fazer esses dois c pegarem ...ai está. Coitada da Sarah, ela fez, fez e levou a pior.....agradecimentos...

Fernanda Galvao Carvalho: minha fiel leitora, fico impressionada com a rapidez q vc le os capitulos, nem termino d postar e vc já lê...me deixa muito feliz sua atencao. Q bom q gostou do Lupin, ele tava tao idiota nos ultimos capitulos, nao? Decidi faze-lo diferente. Q cor d peruca vc quer?
huahuahauahuahauhauahuahauhauahuahauhaua....beijos.....

Cici: Pensei q os avisos do Ministerio fossem mentira....hauhauahauahuaua...c quiser t dou uma peruca tambem..espero q esteja gostando da fic tambem....vc nunca coloca o q acha da historia......beijos

Obrigada meninas.....pela atencáo....

Gude Potter

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