O brinde



15. O brinde

O natal finalmente chegou. A casa dos Tonks estava linda. As meninas não pararam um só instante de decora-la. Arvore com arranjos, luzinhas piscando, a mesa cuidadosamente arrumada, o peru assando no forno; tudo simplesmente perfeito e sem magia, pois haveriam convidados trouxas, como parentes mais afastados de Ted. Tonks vestia um vestido vermelho longo mas quente, os cabelos estavam presos num charmoso rabo-de-cavalo, embora ainda continuassem sem vida. Sarah fizera questão para que a prima ficasse linda e conseguira. A mocinha também não estava nada feia: usava uma saia preta que ia até os joelhos, um par de botas de cano alto da mesma cor e uma blusa de lã de uma cor meio que avermelhada, que combinava indiscutivelmente com os cabelos ruivos. Avós, tios, tias, primos, parentes distantes estava todos reunidos. Todos, menos a família de Andrômeda, primeiro porque não possuía quase familiares vivos e segundo porque ninguém dos que restavam gostariam de se misturar com trouxas. Os parentes de Ted Tonks reparavam muito ausência deles e a mulher sempre inventava desculpas.
- Eles estão na França, foram aproveitar essa época do ano.
Ninfadora não estava se divertindo num festa pela primeira vez na vida. Sentia-se vazia, como se lhe faltasse algo. Assim, vendo toda a família reunida e alguns de seus priminhos correndo pela casa, sentia- se com uma grande angustia.
- Tonks, pare de ficar assim. Mude de cara ou todos irão perceber.- Sarah lhe falou ao seu ouvindo.
- Vou tentar.
- Não, você vai conseguir.
Faltavam quinze minutos para a meia noite quando Ted sugeriu:
- Que tal irmos para a sala de jantar?
Todos o acompanharam. Tonks ainda estava absorta com seus pensamentos: será que Lupin estaria se divertindo na casa dos Weasley? Ou estaria tão chateado quanto ela? “Não, com certeza não” pensou. Foi a ultima a sair da sala e no momento que o fazia uma luz verde esmeralda brilhou às suas costas e chamou sua atenção. A bruxa se virou e viu Snape saindo da lareira e logo sacudindo suas vestes negras para tirar as cinzas.
- O que você faz aqui? – perguntou enquanto se certificava se ninguém o vira chegar.
- Eu disse que trocaria presentes com você no natal, lembra?
- Pensei que fosse brincadeira.
- Não, apenas me atrasei porque estava numa das festinhas de Slughorn em Hogwarts.
- Como descobriu onde eu moro?
- Tenho meus meios.
- Deu sorte. Nem consigo imaginar o teria acontecido caso você saísse da lareira enquanto todos estivessem aqui.
Ele se aproximou um pouco dela.
- Acredita em destino?
Ela o encarou. Andrômeda apareceu na porta.
- Venha Ninfadora, está quase na hora e...quem é você?
- Não se lembra de mim?
- Eu te conheço de algum lugar.....
- Lucio nos apresentou quando Narcisa fez aniversario a mais de vinte anos atrás. Sou Severo Snape.
- Snape.. Snape...Snape...não lembro apenas...espere...ranhoso. Oh, me desculpe meu primo Sirius fazia muito essa brincadeira.
- Tudo bem. Faz tanto tempo.- Uma pontada de ódio o incomodou e sorriu falsamente. – Combinei com Tonks de nos cumprimentarmos no natal então trouxe um presente para os anfitriões.- e lhe entregou um embrulho, que a senhora Tonks não hesitou em abri-lo.
- Nossa que linda esta bolsa!
- Não sabia o que comprar mas todas as bruxas gostam de uma boa bolsa de couro de dragão.
- Sim eu adoro, não precisava se incomodar é claro que irá ficar conosco essa noite, não?
- Não era essa minha intenção senhora.
- Mas agora é. Ted gostará de conhece-lo. Vamos, Ninfadora terá o prazer em lhe mostrar onde é a sala de jantar. Vou guardar meu presente.- e subiu as escadas.
Tonks o pegou ameaçadoramente pelo braço assim que a mãe desapareceu de vista.
- Não se atreva a contar nada para minha família sobre eu, o Lupin e tudo o mais.
- Não se preocupe, mas é melhor nos apressarmos não?
E se reuniram aos outros. Todos viram o novo convidado e se calaram. Ted perguntou :
- Ora, quem é ele Ninfadora?
- Pai, esse é meu colega, Severo Snape, é um conhecido da mamãe também.
Sarah fez um ruído com a boca ao saber de quem se tratava.
- Ah, um colega de minha filha. Seja bem vindo senhor.
- Obrigado e boa noite a todos. Trouxe uma lembrancinha para o senhor- e lhe entregou outro embrulho.
- Oh, um champagne francês e um dos meu favoritos, mas sente-se, senti-se.- repetiu.
- Meu pai apreciava muito esse.- disse enquanto se acomodava numa cadeira ao lado de Tonks, enquando recordava do pai trouxa.
- Quando chegou sr. Snape? Não ouvimos a campainha.- perguntou a avó de Tonks
- Eu o vi pela janela. Ele veio de táxi- respondeu a moça antes que Snape tivesse tempo para isso.
- E de onde se conhecem?- a Sra Tonks ainda interrogava.
- Bem nos conhecemos a muitos anos mas nos encontramos meio que recentemente na Ordem d...
- Do trabalho. Snape trabalhou junto comigo. – respondeu Tonks interrompendo-o bruscamente.
- Hum...- os demais murmuraram.
Andrômeda entrou no local.
- Então, já é natal.
Todos se cumprimentaram como de costume e depois cearam. A comida toda estava deliciosa, embora uma das carnes estivesse um pouco salgada, afinal foi Tonks quem a fizera. Snape não mencionou Lupin nem o mundo da magia nas conversas em que participava. Curiosamente, não estava de cara carrancuda como sempre fora em Hogwarts. Quando todos estavam se despedindo, Snape puxou Tonks num canto e ninguém viu, pois estavam sozinhos na cozinha. Ela disse:
- Ainda não lhe entreguei seu presente de natal.- e tirou uma caixinha preta do bolso das vestes sociais.- Sei que faz tempo mas...
Tonks abriu e olhou fascinada.
- Nossa Severo, você ainda lembra!
A moça pegou o delicado relógio de pulso com detalhes de ouro e o admirou.
- Do jeito que você é cabecinha oca, acho que ainda não consertou o outro que lhe devolvi quando o perdeu no Beco Diagonal.
- Nem o usei de novo, mas agora vou usar este. Obrigada, mas fico sem jeito pois não tenho nenhum presente para você.
- E nem quero, guarde seu dinheiro. Você sabe qual é a única coisa que eu quero de você.
Ela suspirou.
- Já falamos disso antes. Não me pressione.
Snape a fitou sério, porem acrescentou:
- É claro, me desculpe. Mas veja só....nós dois não brindamos.
- Por que iríamos brindar?
- Porque é natal. Pela primeira vez, comemoramos juntos.
- Você está muito amável. Estou estranhando.
- Estou feliz por estar com você, sem falar no fato de que terei uns dias de folga.
- Entendi.
- Bom, você está me enrolando. Vou pegar aquela bebida trouxa amarela com bolinhas. Onde tem uma garrafa aberta?
- É champagne o nome. Na geladeira tem.
- Na gela-onde?
- Geladeira, aquele armário branco fechado, está na porta eu acho, ali do outro lado da parede.
Snape foi até lá e abriu a porta.
- Nossa, é meio friozinho aqui dentro.
- Por isso se chama geladeira. Serve para conservar os alimentos.
O professor pegou a garrafa semi-cheia, fechou a porta, pegou duas taças limpas no escorredor de louça. Na própria pia e de costas para a bruxa, Snape pegou em seu bolso um frasquinho azul escuro e com um conta-gotas colocou nove gotinhas vermelhas em cada taça vazia. Em seguida, acrescentou o champagne a elas. Os líquidos se misturaram e ficaram da cor da bebida alcoólica mesmo. Era agora... Severo guardou o frasquinho em seu bolso, se voltou para Ninfadora e caminhou em sua direção.
- Aqui está.
- O que você estava fazendo na pia? – perguntou a moça, enquanto aceitava sua taça cheia.
- Estava tendo problemas para abrir a garrafa- mentiu o bruxo e usou seus talentos para oclumencia, impedindo Tonks de interpretar seus pensamentos.
- Hum....Se esqueceu de que é bruxo?
- As vezes sou meio aéreo.
- Ei , essa fala é minha!
- Eu sei, você está me influenciando.
Ambos riram.
- Vamos brindar então? – Sugeriu Snape.
- Sim, a que?
- Ao natal.
- Certo, ao natal.
Ambos ergueram as taças e fizeram-nas se encostarem, produzindo um breve tinir dos vidros. Contudo, antes que bebessem, Tonks o interrompeu.
- Acha mesmo que vou cair nessa?
Snape se assustou com a pergunta.
- Do que está falando?- se fez de desentendido.
- O que você acha? Esse champagne está sabotado.
- Você está louca?
- Ainda não. Mas poderia jurar que você colocou algo nela enquanto estava de costas para mim na pia. Aposto que colocou alguma poção embora eu não tenha conseguido entrar na sua mente.
- Multicores, você está insegura depois do que aconteceu quando foi parar no meio dos lobisomens.
- E não é para estar? Ainda desconfio de você.
- Aquilo passou.
- Tudo bem então. Não se importaria se trocássemos as taças, não é? Afinal, não há nada de errado na minha, segundo você mesmo.
- Por mim está ótimo.
Os dois trocaram.
- Agora podemos brindar Snape.
- Certo, mas verá que esteve enganada.
- Ao natal.- falou a moça
- Ao natal.
Repetiram o breve ritual e dessa vez beberam os líquidos. Severo esvaziou a taça, mas Tonks deixou um restinho. Foi tão fácil....como os dois copos continham amortentia, ela tomaria a poção de qualquer jeito. Ele também ingeriu o liquido, porem não poderia se apaixonar por si mesmo....assim, a poção não lhe fazia efeito.
- Tome tudo, seria um desperdício se não o fizesse.
- Não quero mais.
- Então eu tomo.
O champagne não precisava ser esvaziado inteiro, porem não queria que mais alguém o tomasse . Não seria muito agradável se alguém da casa Tonks por acidente resolvesse acabar com o restinho da bebia e caísse de amores pelo o bruxo. Era melhor não deixar vestígios. Esvaziou a taça dela também. Não sabia exatamente quanto tempo iria começar a fazer efeito, isso varia muito de pessoa.
- Eu já vou indo. Até mais.- e se direcionou para a porta.
- Severo, espere.
Ele parou. Será? Tão rápido...
- Sim? –voltou-se para ela.
- Ainda é cedo. Fique mais.
- Preciso ir.
- Não, não precisa. Quem precisa de algo aqui sou eu.
- E de que você precisa?
Ela hesitou.
- De você.
Snape piscou.
- Eu vi, percebi, que você não está me enrolando, que o que me disse é verdade.
- Sobre?
- O fato de me amar. Eu... eu me sinto bem com você, não quero que nos separemos.
- Bem....isso é um pouco difícil, não?
- Não, não é. Tudo em você me fascina, seus olhos, seus cabelos, seu corpo.
- Eu? Mas e o Lupin?- perguntou. Estava adorando aquelas atenções e elogios.
- Quem...? Ah, ele. Bem, não quero mais sofrer por ele. Quero alguém mais como você.
- E como eu sou?
- Alguém que me deixa louca. Que me desperte sensações. – ela se aproximava dele perigosamente- Que me entenda. Que me ame.
- Você não pode ter mudado de repente de opinião. – tentou-se fazer de inocente.
- Estive cega. Não quero mais saber de Lupin, nem de filho, nem de nada. Só você me interessa.
Ele sorriu. Aquilo não poderia estar melhor. Ela nem se importava mais com o lobisomem nem com o filho. Realmente, essa poção a deixava com os pensamentos nele diretamente. Tonks estava a centímetros de distancia de Snape.
- Me perdoe, só agora eu percebi o quão você é especial. Nunca quis me matar e tudo o mais. Agora cheguei numa conclusão: eu te amo.
Era o que ele queria ouvir. Sem avisos, Tonks o envolveu lentamente pelo pescoço e ergueu a própria cabeça até que encontrou os lábios pálidos de Snape. Ele sentiu seu estomago cair, levou as duas mãos para as costas da moça, lentamente. Fazia tanto tempo que não se relacionava assim com alguém....essa nunca foi uma grande ambição na sua vida. As bocas ficaram assim por alguns instantes, até que Ninfadora aprofundou as caricias com os lábios e a língua e, inacreditavelmente, ele a acompanhou conforme o ritmo, afinal sentia prazer ao ficar assim com ela.
Poucos minutos depois, ambos se separaram, meio que ofegantes.
- Satisfeita?
- Sim, mas você também gostou.
- Sem duvidas. Tenho que ir agora.
- Desse jeito? Sem se despedir?
Ela se aproximou e repetiu a cena novamente. Quando terminou...
- Adeus.
- Adeus não. Quero te ver de novo.
- Sim, assim será
Deu um selinho nela e foi para a sala. No caminho encontrou com o casal Tonks e Sarah em se encalço.Esta olhava-o com desconfiança. Os todos se despediram e, antes que sumisse nas chamas verde-esmeraldas, Ted lhe perguntou:
- Gostou de passar o natal conosco?
- Sim- respondeu Snape- Foi muito melhor que eu imaginava.
E desapareceu.




N/A: Hum........ agora a historia pegou fogo......o q acharam da nova Tonks?

Espero q tenham gostado do novo capitulo......o próximo soh semana q vm.......

Agradecimentos:

Fernanda Galvão Carvalho: Oba....leitora nova..... fiquei muito feliz em saber q vc viciou.....ficou até as 3 da manha lendo? Nossa, fiquei pasma e ao mesmo tempo feliz. Tambem adoro esse casal...pretendo escrever outras fics, mas d outros casais tambem. O fato do Snape brincar com a Tonks....bem....ele é cínico assim no 6o livro da serie não? Pq não poderia ser com uma mulher. Obrigada por tudo.

Juhhhhhhhh: Q bom q vc voltou a ler minha fic. T adoro

Nie Colare: Q aconteceu moça? Eu mandei um e-mail avisando a atualização.


Mais uma vez obrigada, d verdade. E peço d novo para q comentem......adoro saber opiniões.

Beijos

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