Novos Amantes



27. Novos Amantes

Tonks chegou numa sala de estar muito conhecida. Olhou em volta e concluiu que se houvesse gente em casa deveriam estar no andar superior. A metamorfomaga conjurou um pequeno espelho na mão esquerda para que pudesse ver seu reflexo. Seu rosto estava um pouco vermelho e seus olhos já tinham secado suas lágrimas, enfim nada que não devesse disfarçar. Guardou o espelho na bolsa e subia as escadas sem tentar fazer barulho, porem foi em vão. Ainda desconcertada com o pedido de Lupin, ela escorregou no tapete que acompanhava a escada à cima. Com isso, fez um barulho quando seu corpo coincidiu com o chão e rolou alguns degraus abaixo.
- Quem está aí? Ah, Ninfadora- perguntou a figura de Ted Tonks aparecendo no andar superior e vendo a filha caída. Assim, desceu e começou a ajuda-la a se levantar.
- O que aconteceu?
- Eu caí.
- Bem, isso não é novidade. Ah, deixe-me ver você. Não nos manda noticias a meses. Só ficamos sabendo o que acontece com você graças ao Profeta Diário. E digo que ultimamente você tem aparecido bastante nele.- disse o pai amoroso abraçando a filha e tirando seus cabelos negros da frente dos olhos para fita-la melhor.
- Nem tudo que aparece nos jornais é verdade. Como está mamãe?
- Ah, depois da manchete de hoje bem melhor.
- Por que?
- Ora, você não leu? Eu sei que a morte de um certo senhor, que parecia ser muito poderoso em seu mundo morreu, mas o jornal mencionou você como uma dos responsáveis pela salvação dos alunos. Eu e sua mãe estamos orgulhosos de você Ninfadora.
- Eu quero vê-la.
- Ela está no quarto com a Sarah.
Tonks subiu e entrou no quarto. Ao lado da janela, uma menina muito bonita, ruiva dava um sorriso para a recém-chegada e na cama sua mãe, Andrômeda, olhava para ela.
- Mamãe.- falou a bruxa se atirando nos braços da mulher.- Me perdoa, eu não queria te fazer mal. Me perdoa de ter saído de casa daquele jeito.
- Meu bebê. Não tenho o que lhe perdoar. Você está livre e comigo.
- Eu nunca mais a farei sofrer assim por minha culpa.
Andrômeda afagava os cabelos da filha e secava suas lágrimas ao mesmo tempo. Não era doença que tinha, era depressão ao ver a filha mal falada no jornal e trancada em Azkaban como uma criminosa.
- Está tudo bem meu anjo, Agora eu sei que vou me recuperar rápido. Morri de saudade de você.
- E eu de você.
- Eu soube o que aconteceu ontem à noite. Como podem existir homens com tamanha falta de vergonha e tentar se aproveitar das outras pessoas?
Tonks se soltou da mãe e a encarou. O que ela sabia? O que fora publicado no Profeta Diário? Será que seu “momento” com Snape fora publicado?
- Ma-mamãe. Não aconteceu nada. Eu estou bem.
- Mas isso ficará marcado pelo resto de sua vida. O que você faria se o pior acontecesse?
- Remo me salvou mamãe.- Tonks soluçava e suas lágrimas não cessavam ao recordar da noite anterior.
- Ele sempre foi um bom homem desde o tempo do seu primo, Sirius. Ainda não entendo como têm homens que tentam...
- SNAPE VAI PAGAR, EU JURO, MÃE.
Um silencio audível ecoou no quarto e todos os olhares se voltaram para Ninfadora.
- Snape? O que ele tem a ver com o ataque de Comensais que eu estava falando, filha?
- Be...err- disse a moça confusa. Pensava que a mãe já soubesse e que falava de Snape. – Bem, Snape matou Dumbledore.
Andrômeda fitou a filha, para o medo desta. Com todas suas forças, usou oclumencia para evitar que sua mãe soubesse de algo a mais.
- Tenho certeza que vai Ninfadora, mas mudando de assunto. O que faz nesse tempo? Arrumou emprego novo?
Tonks começou a contar tudo, ou quase tudo, que lhe aconteceu nos últimos tempos. Sua prisão, como fora solta, sua volta no grupo de aurores, porem num canto da sala, Sarah a olhava com uma sobrancelha erguida, mostrando desconfiança.






- Muito bem, pode ir contando -intimou Sarah fechando a porta e apoiando as costas na mesma, com cara de poucos amigos, depois do jantar.
- Contar o quê?- perguntou a prima fazendo cara de inocente e dando um sorrisinho para disfarçar.
- Como assim o quê? Eu e você sabemos perfeitamente que o que te deixou alterada a pouco não foi o fato de Snape ter matado o Dumbledore. O que aconteceu para você falar assim dele?
- Nada.
- Ninfadora...
- Não me cham...
- Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora....
- Tá bom, chega. Não aconteceu nada
Sarah ficou quieta por alguns instantes, mas prosseguiu.
- Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora, Ninfadora....
- Ahh...pára com isso! Você não tem que ir para casa?
- Eu ia, mas como você vai passar a noite aqui, eu liguei para o meu pai e avisei que também ficaria. Sua mãe melhorou ao te ver.
- É eu sei.
Sarah sentou na cama da anfitriã e ficou observando Tonks conjurar uma outra para ela dormir.
- Você não vai contar mesmo?- sussurrou a prima.- Vai guardar para si e esconder da sua melhor amiga?
A bruxa parou o que estava fazendo e começou a chorar, ajoelhando-se no chão. Sarah veio e a abraçou, tentando conforta-la.
- Voc-ce ju-jura que não contara-ra para ni-ninguem?
- Alguma vez eu contei?- Sarah sorriu.- Pode confiar em mim como nos velhos tempos.
Ninfadora contou tudo desde sua saída de Azkaban até quando Remo a salvou.
- Ele tentou fazer... O QUÊ?
- Shiii...meus pais estão aqui do lado, vão te ouvir.
- Tonks, eu não acredito no que você me contou. Sempre soube que aquele Snape era um cara que não prestava, mas fazer isso. É demais.
- Eu ainda o persegui, mas a pedra Ônix o protegia de qualquer coisa.
- Eu bem que te falei que não devia ter dado aquilo para ele.
- Ah, Obrigada Sarah, isso me faz me sentir bem melhor.- Tonks falou fazendo uma careta.
- Ao menos o seu lobisomem te salvou. Eu não disse que ele gostava de você?
- Ele faria isso com qualquer pessoa Sarah. Ah, você não sabe a nova dele.
- O que aconteceu?
E mais uma vez Ninfadora contou sobre a noite anterior e passagens da tarde quando foi para Hogwarts. Contou tudo que Remo lhe disse. O sorriso de Sarah crescia a cada segundo, até que num momento da historia ela simplesmente passou a olhar Tonks com uma cara de psicopata.
- Você disse...O QUÊ?!
- Francamente, não dá pra contar nada para você sem que esteja amordaçada.
- Tonks, ele pede para que comecem um romance e de um jeito bem tradicional e você diz que não? Não me diga que você pretende não aceitar.
- Eu não vou aceitar. Tem algumas complicações.
- Você está grávida de outro?!
- Não.
- Você foi ameaçada de morte por alguma das fãs dele?!
- Não.
- Ai, meu Deus, você é lésbica!?
Tonks a olhou com uma profunda irritação.
- Se você disser mais alguma de suas teorias brilhantes antes de eu continuar, você não sai daqui vida.- disse com sarcasmo.
- Certo, certo, mas não entendo o quê a impede de ficar com ele.
- Sarah, é o que ele quer para que depois venha tacar na minha cara que não é digno de estar comigo, que é pobre, que é vitima de uma maldição e bla bla bla. Já conheço tudo isso de cor.Eu não agüento mais sofrer por causa dele. Quando tudo está bem, ele vem e me diz que não pode mais continuar comigo.
A ruiva entrou debaixo das cobertas de sua cama e passou a apoiar a cabeça no cotovelo, ainda olhando a prima, que trocava de roupa.
- Mas você não acha que se ele te pegou, te levou para uma sala vazia para não serem interrompidos e pediu para que começassem tudo de novo, não acha que ele pensou muito bem antes de faze-lo para não se arrepender depois?
Tonks parou. Todas as vezes que ficavam juntos era por impulso. A primeira quando ele praticamente invadiu sua casa numa noite chuvosa e ambos acabaram por....dormirem juntos. A segunda foi quando ele estava na Ala Hospitalar e ela o visitara e os dois quase cometeriam uma loucura se não fosse o aviso de Snape do lado de fora. Realmente, nunca haviam se compromissado seriamente, apenas julgavam compromissados. Lupin nunca a puxou e lhe pediu para voltassem e que nunca a abandonaria de novo.
- Talvez, tenha sido impulso.
- O que ele disse exatamente que sonhou?
- Ele não disse. Só mencionou que me viu grávida e com outra pessoa.
- Sabe, há lendas que contam que os sonhos se realizam. Talvez isso tenha feito ele abrir os olhos.
- Claro que não. Acho que eu gostaria de realmente ter uma família com outro bruxo.
- E se ele tivesse uma família com outra mulher, como você ficaria?
Tonks, vestida com seu pijama de tartaruguinha, se jogou em sua cama e pensou por alguns instantes.
- Eu não ligaria a mínima.
- É mesmo? Da outra vez que nos encontramos você me disse que uma manhã o viu com marca de batom no colarinho da camisa e cheirando a perfume barato de mulher. Se você fica assim só dele se relacionar uma noite com uma mulher o que faria se o visse com filhos?
Um silencio marcou a conversa. Não, não podia deixar Sarah lhe convencer a dar outra oportunidade para Lupin embora isso era o que ela mais queria. Sabia que não agüentaria ver ele com outra e também sabia que ela nunca acharia um homem como ele apesar de seus “probleminhas noturnos”.
- Você acha mesmo que ele vai viajar?- Tonks perguntou à prima murmurando.
- Se eu estivesse no lugar dele, já teria ido. O que o prende aqui? A Ordem da Fênix praticamente acabou, Dumbledore morreu, não tem mais amigos, ele não tem emprego, não tem família, não tem casa própria, iria para um lugar onde ninguém o conhece e tentaria refazer sua vida. Acho que já vai tarde.
- Sarah!
- Ah, viu? Você ainda gosta dele, mas não quer mostrar.
Tonks sorriu.
- Vamos prima, você tem que impedir. Ninguém é perfeito e depois que ele sair daqui já era e você não terá motivos do que reclamar. Lembre-se: nós plantamos nosso presente e colhemos nosso futuro. O que quer que você faça, terá conseqüências depois. Depende de você se as conseqüências são boas ou não. Boa noite.
Pensando nisso, Ninfadora passou horas acordada, chegando até mesmo se levantar da cama e pegar sua capa para ir até a pensão onde seu amado estava, porem desistia e voltava para a cama, pois não sabia onde ele morava agora. Chorou por um bom tempo em silencio e ouviu Sarah se mexer e até murmurar algo durante seu sono. A trouxa estava certa, não podia ficar sem Lupin e mesmo que o seu pedido enchia seu coração de medo de ser desprezada mais uma vez, também o enchia de esperança, fazendo-a pensar que finalmente se acertaria na vida. Ainda sorrindo e com o pensamento de que tudo daria certo, ela dormiu.



Tonks acordou bem cedo com a idéia fixa de resolver tudo com Remo. Se levantou, colocou uma roupa de bruxa de reserva que tinha no armário, escreveu um bilhete à sua família, dizendo que precisava ir ao enterro de Dumbledore que aconteceria em poucas horas.
Tomou um rápido café da manhã e saiu pela lareira, aparecendo em Hogwarts na sala de Minerva. “Será que Remo está aqui? Acho que ele iria ao enterro antes de viajar” pensou a moça, explorando os corredores à procura de alguém. Era obvio que todos estavam dentro de suas Salas Comunais, tristes por causa do evento que logo aconteceria. Por sorte a metamorfomaga só começaria a trabalhar no dia seguinte, pois pediu permissão a Scrimgeor para assistir ao enterro.
Depois de tanto andar pelo Castelo e não encontrar ninguém, concluiu que deveria procurar nos jardins. Os quadros, fantasmas e até mesmo cada tijolo que era feita a escola pareciam desanimados. Aquele lugar nunca voltaria a ser o mesmo, infelizmente.
Ao entrar nos jardins, viu Hagrid organizando várias fileiras de cadeiras numa das planícies. Sua aparência não era a melhor: rosto inchado, olheiras, lágrimas nos olhos e pareciam que suas costas estavam o incomodando. Provavelmente dormiu em más condições.
- Hagrid.- chamou a garota se aproximando.
O meio gigante se virou e fungou ao olha-la.
- Olá, Tonks. O que faz aqui tão cedo?
- Eu... bem... estava procurando uma pessoa. Mas vejo que não está aqui. Posso te ajudar a organizar as cadeiras?
- Eu agradeço, mas prefiro fazer isso sozinho. Não é nada pessoal, apenas não quero companhia agora.- disse com a voz embargada.
Ninfadora não insistiu. Sabia que era difícil para o amigo aquela situação.Alvo fora muito bom para ele e sua morte o deixava muito mal.
- Certo, tudo bem. Você viu ...
- Lupin? Não. Ele me disse que ia viajar.- interrompeu Rubeo.
- É. Eu vou dar uma volta por aí. Até mais.
- Até.
Ele não podia ter viajado. Tinha que ter outra chance. Por que quando agiu com a razão sempre terminava em fracasso? Definitivamente, ela não era um dos pontos positivos na vida de Tonks. Enquanto andava sem rumo certo e com lagrimas escorrendo no rosto, o casal Wealey e Lupin saíam da lareira da sala de McGonagall e iam conversando ao longo dos corredores.
- Remo, entenda, não estou apoiando Tonks, mas é muito compreensiva a atitude dela. Ela está cansada de sofrer, de ser desprezada. Ela não quer outra desilusão e tem medo que isso aconteça.
- Eu sei Molly, mas não era o que ela queria? Eu lhe dei minha palavra de que não machucaria de novo.
- Talvez ela venha lhe falar ainda hoje, antes de sua viagem para a Irlanda.
- Não, ela quer me esquecer, Artur.
- Será? Eu acho que não.- acrescentou o senhor Weasley ao ver uma linda jovem andando de cabeça baixa no corredor indo de encontro a eles.
Quando estavam prestes a se trombarem de frente, Tonks levantou a cabeça e pulou para trás. Não soube ao certo se o motivo disso foi a surpresa de ver que quase colidiu com alguém ou se foi porque avistou alguém diante de seus olhos.
- Er..bom dia.
- Bom dia .- responderam os três, porem Remo desviou seu olhar ao perceber que ele era o alvo que Tonks fitava.
- Bem...vamos indo querido, talvez Hagrid queria ajuda lá fora.- disse a sra Weasley pegando no braço direito do marido e o levando para fora, com a finalidade de deixar o lobisomem e a auror sozinhos.
Lupin fez menção de segui-los, porem Tonks se interpôs em sua frente.
- Espere Remo. Eu gostaria de trocar uma palavrinha com você.
- Pensei que não queria mais saber nada de mim.
- Por favor, não me faça sentir pior que já estou.
O bruxo suspirou. Ele não queria ouvir. Não queria que ela jogasse em sua cara tudo de novo.
- Tonks, acho melhor não.- e fez menção em sair, porem a garota o segurou pelo pulso e fitou seus olhos azuis.
- Por favor, é muito importante para mim.
Ele suspirou de novo. Como ela era insistente!
- Está bem, o que quer me falar?
- Aqui não. Vamos.
E segurando sua mão, ela o arrastou para a sala mais próxima, que era a de Defesa Contra as Artes das Trevas, o mesmíssimo lugar onde conversaram no dia anterior. Tonks o guiou até a mesa do professor e ela se sentou na mesma. Tudo igualzinho da outra vez. Ambos olhares se encontraram por um momento.
- O que você quer me dizer?- perguntou Remo desviando o olhar- Veio jogar na cara tudo o que eu fiz?
- Na..não ...eu queria que me perdoasse por ontem.
- Acho que não há nada o que perdoar senhorita. Você me disse apenas o que pensava. É perfeitamente compreensivo.
- Eu não devia ter tratado você daquela forma, me perdoe.
Lupin hesitou por um momento, mas continuou, depois de dar um sorriso amarelo.
- Tudo bem, esqueça, sim? Agora, com licença. Logo vai começar o enterro.
- Ainda vai demorar. Remo, por favor, eu não sinto que você tenha me perdoado.
- Impressão sua.
Ele se adiantou e começou a andar em direção à porta. “Pensa Tonks, pensa!” falava a bruxa para si mesma.
- Eu quero ficar com você!
As palavras saíram de sua boca num impulso. Remo parou seu caminhar e virou para olha-la.
- Você não sabe o que diz.- murmurou de um modo veemente.
- Sim eu sei- Ninfadora afirmou- Eu...eu sei que falei barbaridades ontem, mas refleti e percebi que não devia te-lo feito. Eu te amo e você me ama. Não tem sentido ficarmos separados.
Lupin suspirou. Aquilo era real?
- Talvez se não conseguimos ficar juntos até agora é porque o destino...
A moça o interrompeu.
- OLHA, EU ERREI E VOCE TAMBEM. SÓ AGORA CONSEGUIMOS RECONHECER ISSO. VAMOS PARAR DE AGIR COMO CRIANÇAS PORQUE EU NÃO AGUENTO MAIS.- Tonks gritou no meio do choro.
Lupin suspirou de novo. Odiava aquela situação, que vinha se repetindo a meses. Tinha que por um ponto final naquilo tudo e o faria já.
- É verdade. Acho que o meio mais fácil é abandonarmos tudo e seguir nossa vida.
“O que ele queria dizer com aquilo?” pensou Ninfadora.
- Se tem que ser, será. Os problemas teremos de qualquer jeito, mas acho que seria mais agradável se os enfrentássemos juntos.
Tonks quase que caiu da mesa ao ouvir aquilo. Será que endoidara?
- Remo...Remo...você está dizendo que....me aceita?
- Bem, acho que quando alguém tem o apoio de outra pessoa a situação melhora e ...
Mas quando falava, Tonks veio correndo até Remo e o abraçou, fazendo com que os dois perdessem o equilíbrio e caíssem no chão. A bruxa, que ficou em cima do lobisomem, estava com a cabeça mergulhada em seu peito de tanta força que o abraçava. Lupin começou a afagar aqueles cabelos e se perguntou como conseguiu viver todos aqueles meses sem seu cheiro campestre. Ambos se encararam novamente e sorrisos nasceram de cada lábio. Finalmente, depois de tanto tempo. Aos poucos, os rostos foram se aproximando e os olhos se fechando, ate que num momento os lábios levemente começaram a se roçar, reconhecendo aquela parte do corpo do parceiro. Ficaram dando beijinhos por algum tempo, mas depois os beijos começaram a ficar mais ardente, mostrando realmente a necessidade que sentiam de ter alguém para amar. Tonks fazia carinho no peito de Lupin, enquanto este fazia menção de colocar as mãos nas costas da amada, tentando a cada segundo entrar com elas embaixo da blusa da mulher. Ao perceber isso, outra recordação de Snape forçando-a naquela noite veio à cabeça da auror.
Rapidamente, ela afastou as mãos de Lupin, que estavam acariciando seu corpo perto do sutiã, e se levantou de cima dele, sentando-se no chão frio. Ao perceber a reação dela, Remo também se sentou ao seu lado.
- Ninfa, o que foi?
- Eu, eu, eu acho melhor irmos devagar. Você sabe...ainda tenho ...lembranças...- sua voz foi sumindo enquanto olhava para os sapatos.
- Eu...ah...esqueci daquilo..me desculpa. Não quero te forçar a nada.
- Eu sei. Mas quero te pedir algo.
- O que? – perguntou beijando sua mão direita carinhosamente.
- Vá com calma. Depois daquilo, eu me sinto insegura. Parece que minha vida amorosa está começando agora. Me dê tempo.
Lupin notou no beijo que Tonks ainda tinha medo e trauma, porem concordou fazer tudo que ele pedisse.
- Não forçarei a nada, nunca. Você decidirá o que é bom para você e eu respeitarei isso.
Tonks sorriu. Só podia estar sonhando...mas queria que nunca acordasse.
- Eu te amo- disse
- Eu também te amo- Lupin respondeu e voltou a beija-la de uma forma delicada. Não queria fazer nada que deixasse Tonks mal.
Quando terminaram e abriram os olhos, Lupin sorriu mecanicamente, porem fez um ruído com a boca e se afastou alguns centímetros da moça como se ele visse o próprio Lord Voldemort na frente.
- O que foi?- perguntou Ninfadora.
- Veja você mesmo.- ele falou, entregando lhe um espelho que acabou de conjurar.
Tonks viu se reflexo, mas levou um susto e deixou o objeto cair no chão e rachar. Pegando sua varinha e murmurando um “Reparo!”, tudo foi consertado e a menina pôde se ver melhor: seus cabelos voltaram a ficar rosa choque e curtos. A ultima vez que os vira coloridos foi quando Snape sumiu em seu aniversário.
- Nossa, acho que a metamorfomagia voltou.- e sorriu.
Ainda se encarando no espelho, ela começou a mudar varias vezes a cor dos cabelos seguidamente.
- Agora eu sei porque os Comensais te chamam de Multicores.
E ambos riram. Aquilo era ótimo. O que faltava em sua vida era que se ajeitasse com o homem que amava. Quando deixou os cabelos curtos e rosa choque mesmo, Lupin pensou que seria bom se dissesse que essa não era o melhor visual para ir num enterro, contudo a namorada parecia tão feliz com a volta de seus poderes que resolveu ficar quieto.
Os dois continuaram ali por mais algum tempo, conversando, namorando até quando faltram alguns minutos para o enterro começar. Quem disse que é só aluno que se beija escondido em sala de aula?





Snape estava sentado numa poltrona de couro de dragão pensando no que aconteceria com sua vida agora. Lord Voldemort havia ficado realmente satisfeito com seu serviço, porem não se podia dizer o mesmo de Draco. Desde que se reuniram na Casa abandonada de trouxa há dois dias atrás, ele não soube nada do garoto ou de sua mãe. Talvez eles já estivessem mortos ou pagando pela incompetência do rapaz. O fato era que ele, Severo Snape, tinha feito o Voto Perpétuo e se não matasse Dumbledore, quem morreria seria ele próprio. Tomou um gole da taça que continha hidromel que estava numa de suas mãos.
Aquela outra noite tinha sido quase perfeita, isso por causa que não atingira seu propósito com Tonks. Por que aquele lobisomem tinha que aparecer? Estava quase conseguindo... Aquela metamorfomaga era tão perfeita...e depois de meses de investidas tudo falhou. Snape bebeu outro gole de sua bebida, esvaziando assim sua taça. Com um aceno da varinha, a garrafa de hidromel, que estava numa mesinha perto de sua poltrona, veio levitando e encheu novamente a taça. Com outro longo gole, o recipiente ficou vazio.
Sem avisos, a porta se abriu e dela entrou uma mulher que foi se aproximando de Severo, pois chamou sua atenção com seu perfume tão conhecido. As mesmas roupas, o mesmo cabelo, mesma forma de andar...era ela. “Impossível”pensou Snape, mas era ela. Ninfadora Tonks.
A jovem se aproximou do bruxo. Os cabelos rosa gritante, a calça rasgada e uma camisa das Esquisitonas desbotada, os tênis gastos...era ela, tinha que ser. A jovem se aproximou do bruxo e se sentou em seu colo. Severo ficou sem reação. O que era aquilo? Depois de tudo que aconteceu na outra noite, agora ali ...ela estava ali, sentada sobre ele e o encarava de forma sedutora. Aos poucos, Tonks levou seus dedos até os lábios finos do ex professor e os acariciou lentamente. Logo, juntou suas bocas e começaram a se beijar vorazmente, como se precisassem daquilo para viver. Línguas se tocavam e dentes se entrechocavam por causa da tamanha volúpia naquele ato. Quando se desgrudaram depois de certo tempo e um pouco ofegantes, Ninfadora continuou com seus beijos, mas no pescoço de Severo, afastando seus oleósos cabelos por onde sua boca passava.
- Sabe, me impressionou. Serio, quase se enganou, porem foi quase.
Ainda beijando seu corpo e se dirigindo para a nuca do ex professor, a mulher comentou entre suspiros.
- O que você quer dizer com isso? Hum...Severo?- a voz da garota saía abafada.
- Bem, seu disfarce é perfeito e talvez nem tivesse te reconhecido, mas consegui sentir claramente o gosto da Poção Polissuco na sua boca. Acho que você não esperava por isso não é, Bellatriz Lestrange.
A mulher deu um pulo para fora da poltrona, como se Snape a tivesse xingado do nome mais vulgar que existe.
- Ah, acho que você descobriu meu disfarce.
Severo deu uma risada seca mostrando seu triunfo sobre a Comensal.
- Seu marido não iria gostar de te ver assim comigo.
- Ah, Rodolfo é um idiota. Nunca atendeu às minhas necessidades femininas e..
- Por isso tem que procurar fora do casamento.- o bruxo a interrompeu.
Bellatriz sorriu.
- Então me diga, como foi em Hogwarts?
- Por que me faz uma pergunta se já sabe a resposta?
- E por que acha que fiz a pergunta se eu já sei a resposta?
Snape bufou. Ela adorava brincar com as palavras.
- Tudo o que você já sabe. Draco não cumpriu a ordem do Lord e eu fui obrigado a fazer.
- Foi obrigado? Deixe-me corrigir, querido Severo. Você fez o Voto Perpetuo com minha irmã. Se não matasse o velho, quem teria morrido seria você.
- Bem, digamos que uma coisa levou à outra. Como estão Draco e Narcisa?
- Draco está sendo punido severamente. Aposto que ele se arrependeu de ter virado Comensal da Morte. Sempre foi um chorão, um mimado aquele garoto. E quanto à minha irmã, bem, ela fugiu. É outra que não se dedica ao Lord. Parece mais uma bonequinha de porcelana. Sabe, cheguei numa conclusão.
- E qual foi?
- Esses novos Comensais não são tão dedicados como os antigos. Nós, eu, você, Rodolfo e outros sempre fizemos tudo o que nos foi mandado. Eu recebi créditos justos pelo o que fiz, embora sempre tenha a facção da oposição que inventa fofocas como eu ser amante do Lord das Trevas.
- Você sempre aparentou isso.
- Bem, não me importo com a opinião de vocês Comensais, mas tenho que admitir que tem coisas verdadeiras que já ficaram mais que evidente.
Dizendo isso, Snape passou a ter certeza do envolvimento de seu Senhor com ela.
- Você não veio aqui para me falar de sua vida intima, veio?
- Não. Eu vim aqui unir o útil ao agradável.
- Ah é? E o que seria útil?
- Bem, pense. Nós dois somos os favoritos do Lord e há muito tempo existem briguinhas entre a gente. O que acha de nos juntarmos e esquecer do passado, assim o partido das trevas ficará mais fortalecido. O que me diz?
Snape pensou por alguns momentos. Ninguém era amigo de Bellatriz, porem, aprendera na vida que os verdadeiros amigos devem ficar próximos e inimigos mais próximos ainda. Talvez não fosse uma má idéia.
- Eu concordo. Não seremos amigo, mas ficaremos perto um do outro.
- Isso.
- E o que seria a parte agradável?
A bruxa sorriu maliciosamente e foi se aproximando perigosamente de Snape. Colocou cada perna em volta da cintura dele e as apoiou no estofado da poltrona, de modo que Severo não conseguia sair dali. Aquela imagem de Tonks perfeita na sua frente o deixava ensandecido e começou a sentir o sangue borbulhando nas veias.
- A parte agradável, bem- e ela se abaixou e sussurrou em sua orelha- nós podemos descobrir juntos.
E riu roucamente, sendo acompanhada por Severo. Ela se sentou no colo dele e sentiu uma pressão vinda do meio das pernas de Snape.
- Ah- lamentou a moça, fazendo cara de falso desagrado.- Eu ainda nem comecei e você já está assim!
- Você ainda não viu nada.
O bruxo respondeu e ouviu a bruxa rindo enquanto ele tirava sua camiseta de banda de rock sem nenhum cuidado. Bellatriz também começou a abrir as vestes do parceiro e a lamber seu peito. Conseguiu ouvir um gemido abafado saindo dos lábios do homem e passou a beijar seu corpo. Snape fez menção em pega-la no colo e leva-la para a cama, porem ela não deixou.
- Não, não. Vamos fazer aqui. Quero inovar um pouco.
- Você é uma vadia mesmo.- falou ele enquanto abria seu sutiã preto e começou a se deliciar com o que havia nele. A mulher apenas riu com o comentário.
- Mas você gosta!
- Espero que....hum...que nada disso tenha conseqüências.
- Um filho, por exemplo? Nunca deixaria ele nascer. Por que acha que nunca tivemos bebês eu e o Rodolfo?
Snape, que já havia colocado a amante deitada numa posição que fazia o formato de uma cruz com a poltrona, olhou para Bellatriz, parando de beijar sua barriga.
- Você..você...é um monstro!- e voltou com os beijos e lambidas, enquanto suas mãos começavam a baixar suas calças jeans rasgadas.
- Nunca teria um filho. Sirvo para o Lord e não para a maternidade.- ela falou entre breves ondas de prazer que lhe passavam pelo corpo.- Severo, vá mais rápido com isso!
- Não, aqui que manda sou eu.- disse colocando sua boca na virilha da mulher.
- Certo, venha para sua Tonks então. – com isso, ela sabia perfeitamente que dominava a situação.
- Como você...como você conseguiu algo del para a poção.
- Tenho meios meios. Ela trabalho no Ministério e temos alguns espiões lá. Não foi difícil arrancar...hum... fios de cabe...
Bella perdeu a firmeza na fala. Não demorou muito e gritos e gemidos foram possíveis serem ouvidos no corredor, mesmo com a porta do quarto trancada. Esse foi o primeiro de muitos encontros ardentes entre os dois às escondidas de Rodolfo.




5 MESES DEPOIS

As luzes vindas do sol entravam no quarto sem serem convidadas e acordaram uma jovem de cabelos loiros e médios. Ela abriu os olhos e viu o teto sobre sua cabeça. Por algum motivo, se sentia feliz e satisfeita, completamente realizada. Virou o rosto para encarar seu redor e sorriu ao constatar que as roupas da noite anterior ainda estavam jogadas no chão de seu quarto. Com muito cuidado, virou o corpo para o lado oposto e viu um homem de cabelos castanhos salpicados de fios brancos deitado de bruços.
Devagar, Tonks se aproximou mais ainda dele e começou a distribuir beijinhos carinhosos em sua nuca, fazendo o bruxo se mexer uns instantes e virar-se para encarar a amada, passando seu braço esquerdo pelo ombro da mulher e massageá-lo.
- Bom dia, dorminhoco!- falou Tonks alisando a bochecha do namorado e sorrindo para o mesmo.
- Hum....olá..você tinha que me acordar justo agora? Estou com o sono atrasado. Semana passada foi lua cheia sabia?- perguntou com a voz manhosa.
- Oh, desculpa. É que logo terei que entrar em missão e queria te ver acordado antes de sair.
- Hum...bem já viu, agora pode ir embora.
- Ei, vai me dispensar assim?- perguntou a moça, fingindo falsa irritação.
- É brincadeira querida- e deu um selinho na namorada, que afagava seus cabelos.
- Vai brincando meu amor ! Sabe, eu acho que não te contei sobre o que meus pais acharam de você no outro dia naquele jantar lá em casa.
- Não me diga que eles não gostaram de mim.
- Não, não, eles gostaram. Eles acham que fui muito feliz na minha escolha. Ainda estão muito gratos por ter salvo minha vida quando eu era pequena. Pensam que você colocará juízo na minha cabeça.
- Bem, já surtiu efeito. Agora você não usa com tanta freqüência aqueles cabelos escandalosos- Lupin falou analisando as madeixas loiras de Tonks.
- A Sarah me falou a mesma coisa. Eu não te disse que combinávamos?
Ela riu do próprio comentário, porem Remo olhava um ponto fixo da parede.
- Ninfa, posso te fazer uma pergunta?
- Claro.- a menina assentiu, beijando o pescoço do lobisomem.
- Como...como foi para você?
- Não entendi.- sua voz saiu abafada.
- Certo, como foi para você a noite passada? Sabe, quando nós íamos...ah...você sabe..ontem a noite...o que você sentiu?- e fez alguns gestos impacientes com as mãos. Ele era tímido até mesmo para falar sobre seus momentos mais pessoais0 com a namorada.
Tonks parou com os carinhos e subiu em cima de Lupin de modo que ficasse deitada sobre ele e seus corpos se encaixassem, assim podia ver os olhos azuis dele melhor.
- Remo, você sabe que não sou mais virgem há mais de um ano.
- Sim, sim, mas nós nunca tínhamos ficado juntos depois que Snape...- ele parou para medir suas palavras- bem...que Snape matou Dumbledore.
Ninfadora entendeu perfeitamente o que o namorado tentou ocultar e respondeu com sinceridade.
- Bem, confesso que fiquei insegura, mas quando senti você me beijando de uma forma tão..tão..cuidadosa, delicada, eu senti que nada de ruim poderia acontecer comigo com você aqui.
- Bem, eu pensei que...
A metamorfomaga colocou um dedo na boca de Lupin para cala-lo.
- Eu sei o que você pensou. Eu não estou mais traumatizada. Sei que ficamos todos esses meses sem fazer nada de mais íntimo e só ontem consegui tirar aquela cena da minha cabeça. Obrigada por não ter me forçado a nada Remo.
- Nunca faria isso, Ninfa- e ele deu um selinho nela.
- Sabe, foi muito bom. Eu tinha quase me esquecido de como era fazer amor. Acho que você foi melhor que da outra vez.
- Ah, eu não te disse? Eu tenho treinado com outras mulheres.- disse Remo, desviando o olhar e dando um leve sorriso.
- Não se atreva, Remo! Você não é nem louco.- a bruxa riu e deu um tapa no peito de Lupin.
- Brincadeira, querida.
- Me diga, tem falado com Harry?- perguntou Tonks antes de começar a brincar com os mamilos do namorado usando a boca e os dedos.
- Sim. Bem ele ainda está abatido com a morte de Artur. Foi um golpe duro para ele. A Molly então nem falo. Foi um grande choque para ela. E pensar que começaram a se entender com Percy há pouco tempo. Acho que a Hestia vai consolar a pobrezinha. AI.
- Desculpa- falou Tonks depois de ter mordido com força um mamilo de Remo.- Foi sem querer.
- Sei, me diz onde você aprendeu a fazer essas coisas?
- A pergunta é “onde” eu aprendi ou “com quem”?- e sorriu maliciosamente.
- Você não era assim.
- E nem você, que passou a ser um desavergonhado. Olha só, tem ate emprego agora em Hogsmead na Zonko’s. O mesmo emprego que eu tinha.
- Ganhei esse emprego porque ajudei a combater os Comensais no outro mês e colocaram meu nome no jornal. Só porque faço parte da Ordem da Fênix que me aceitaram no povoado. Vamos ver quanto tempo eu duro lá.
- Não fale assim, mesmo com a escola reaberta, nada de mal vai acontecer. Agora, eu tenho que ir. Tenho uma missão para cumprir no Ministério.
- Mas ainda é cedo, Ninfa. Fica mais um pouquinho.
A mulher fez um muxoxo com a boca.
- É, estou morrendo de preguiça em sair daqui. Acho que vou pensar em fazer algo aqui na cama ate dar o horário.- e Tonks fez uma cara de segundas intenções- E acho que já sei o que vou fazer.
- O que?- perguntou Lupin, embora já tivesse uma hipótese.
- Você não imagina? – ambos se olharam profundamente nos olhos e sorriram. Ninfadora beijou o peito do namorado.
- Ninfa, estou te falando que você está diferente. Você não era assim.
- Ah, então quer que eu seja uma menina certinha?
- Não, apenas quero que você seja como sempre foi.
A auror sorriu, o beijou profundamente e logo recomeçaram a se amar. O casal continuou na cama por mais algum tempo e isso fez com que a moça quase perdesse a hora.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.