Um novo ano em Hogwarts



Ao saírem do trem, Thiago foi o primeiro a avistar um homem, muito grande, acenando. Ele tinha os cabelos e barba castanhos e parecia um tanto selvagem. Os olhos, meio escondidos, eram negros e muito quentes. Tinha um sorriso bondoso e a voz, apesar de grossa, muito agradável.
- Primeiro ano aqui ! Venham ! Alunos do primeiro ano ! Oi, meninas. Não tenham medo. Ah alô Pledman. Primeiro ano ! Vamos ! Oi, Thiago. - falava o homem.
- Oi, Hagrid. - respondeu Thiago, quase gritando. Rúbeo Hagrid era o gigante mais amigável que Thiago conhecia. Pensando melhor, era o único gigante que ele conhecia. Thiago virou de costas para Hagrid, acenando para ele. Sirius e Pedro também o viram e também acenaram e berraram. Remo fora monitorar a movimentação. Eles foram andando com o resto dos alunos até chegarem nas carruagens. Antes de entrar, Thiago olhou para os lados, sempre bagunçando os cabelos e, quando viu que Lilian estava uma carruagem atrás dele, sorriu. Tomou um susto quando Sirius disse para ele andar logo e entrou no coche.
Depois de alguns minutos, a carruagem parou. Sirius abriu a porta e saiu. Estavam em frente a uma escada de pedra que levava ao castelo de Hogwarts. Todos subiam ao mesmo tempo, provocando um certo tumulto. Passaram por grandes portas de carvalho e entraram num saguão que mais parecia uma caverna, iluminado por tochas, onde havia uma imponente escada de mármore. Todos subiram e entraram por uma enorme porta de madeira. Muitos dos alunos fizeram exclamações ao entrar no Salão Principal. O teto, que era enfeitiçado, estava coberto de nuvens muito brancas e havia um sol se pondo em cima de uma montanha, no final do corredor. Parecia um belo final de tarde e a luz alaranjada do sol iluminava o salão. Parecia que havia sido enfeitado para acalmar os alunos depois do ocorrido no trem. Haviam 4 grandes e compridas mesas pelo salão e uma no final do corredor, onde estavam sentados os professores da escola. As mesas estavam decoradas de acordo com as cores de suas casas: Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Os alunos do 7º ano caminharam e sentaram-se em suas devidas mesas. Remo já estava sentado na mesa da Grifinória. Sirius sentou-se ao seu lado, Pedro na frente de Remo e Thiago ao lado de Pedro. Thiago esticou o pescoço e viu Lilian e suas amigas sentando-se não muito longe deles. Em pouco tempo, mais alunos entraram pela porta de madeira. Estes, bem mais novos, fizeram muito mais exclamações e alguns deles deram gritinhos ao ver os fantasmas que flutuavam por cima das mesas. Eles se aglomeraram num espaço amplo que havia no meio do salão e esperaram, curiosos. Todos os alunos conversavam animadamente agora, porém, calaram-se quase que de imediato quando a prof.ª McGonagall, uma bruxa alta, de cabelos pretos presos num coque e óculos de armação fina, veio carregando um banquinho e um chapéu que parecia ter sido muito usado. A prof.ª pôs o banquinho em frente a mesa dos professores e o chapéu em cima e se afastou um pouco. O chapéu, então, começou a cantar. Cantava uma canção sobre as casas de Hogwarts e seus criadores. Mencionou também palavras como nobreza, dor, espírito e astúcia. Quando ele terminou a canção, o salão inteiro aplaudiu e o chapéu fez um movimento que pareceu uma reverência. Depois disso, a prof. McGonagall tirou um pergaminho das vestes e uma pena e leu, em voz alta:
- Jessica Colle.
Uma menina pequena, de cabelos escuros e com ar muito tímido passou tropeçando entre os colegas. Ela sentou-se no banquinho, tremendo, e a prof. McGonagall pôs o chapéu surrado em sua cabeça. Depois de um tempinho, o chapéu anunciou, em voz clara e alta:
- Corvinal !
E a menina de nome Jessica sorriu, e foi em direção a uma das mesas, com aplausos e vivas. Depois dela foram chamados mais vários outros nomes e várias outras crianças, muito ansiosas, caminhavam até o banquinho. Depois que Sara Meghan sentou-se na mesa da Lufa-Lufa e o banquinho foi retirado, os alunos voltaram a conversar. Logo pararam, pois um homem de vestes azul marinho se levantara. Usava um chapéu pontudo e que combinava com a capa. Tinha uma barba um tanto longa e prateada e os óculos de meia-lua abrigavam olhos muito azuis. Este era Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts. Ele abriu os braços, muito contente, e disse:
- Bem-vindos ! Bem vindos a um novo ano de Hogwarts ! Antes de iniciar nosso delicioso banquete, gostaria de dar alguns avisos a todos vocês. Primeiramente, quero dizer para que tomem muito cuidado quando foram entrar pela Floresta Negra escondidos - Thiago teve a leve impressão de que o diretor olhara para ele - pois este ano, estamos abrigando centauros. - alguns exclamaram e outros começaram a perguntar o que eram centauros, porém calaram-se - Em segundo lugar, apresento-lhes o novo, ou melhor, a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, a prof. Hanna Dawson. - a mulher que havia conversado com os garotos levantou-se e acenou, corando um pouco com os aplausos. Parecia um pouco mais jovem agora do que quando estava no trem. Ela sentou-se, ainda sorrindo. - E em terceiro e último lugar - continou o diretor, desmanchando o sorriso que tinha e mudando o tom de voz - gostaria de comunicar a todos um fato que creio que alguns já sabem do que se trata. Este ano estaremos abrigando alguns dementadores em Hogwarts. Eles estarão postados na entrada de Hogwarts e apenas na entrada. Como todos sabemos - falou Dumbledore, calmamente - um ser está se apoderando lá fora. E está ficando cada vez mais perigoso. Como todos sabemos, Voldemort está muito mais forte.
As reações dos alunos foram imediatas. Alguns fizeram barulho, outros fizeram gestos e outros simplesmente não fizeram nada. Pedro, por outro lado, fez vários barulhos, gestos e ainda caiu levemente do banco. Endireitou-se, ajudado por Thiago. Dumbledore ignorou os alunos e continou:
- Portanto, nossas visitas a Hogsmeade serão apenas uma vez a cada dois meses, e serão acompanhadas por aurores. - mais reações - E alguns de vocês não vão querer andar por aí, creio eu. - ele fez uma pequena pausa, olhando todos os alunos. Então, ele prosseguiu. - Agora, vamos ao nosso jantar. Não sei vocês, mas estou faminto. - ele bateu palmas e as travessas e jarras douradas que estavam nas mesas encheram-se de comidas e bebidas de todos os tipos e sabores. Thiago, que percebera que estava faminto, pegou um grande pastel de carne seca e deu uma grande dentada.
- Você percebeu que ele olhou para nós quando falou da Floresta Negra ? - perguntou Sirius, em voz baixa, com um avantajado pedaço de bife na boca.
- Eu percebi. Dumbledore sempre sabe de tudo. É incrível. - respondeu Pedro, também com a boca cheia de alguma coisa alaranjada. O jantar transcorreu calmamente e os meninos se deliciavam com o banquete. Depois de uma ótima taça de sorvete de doce de leite, Thiago deu um grande bocejo e disse, num tom de voz sonolento:
- Depois de tanta comida boa, o que eu quero mais é dormir.
- Espero que durma bem, pois amanhã começam as aulas. - disse Remo, que comia uma rosquinha de chocolate com geléia açucarada. Remo tinha uma paixão por doces tão grande quanto tinha uma paixão por livros.
- Ah, Aluado, por Merlim ! - reclamou Sirius, com a boca cheia de bolo de frutas vermelhas coberto de calda de caramelo.
Depois que os pratos se esvaziaram, Dumbledore levantou-se novamente e disse:
- Bem, depois do nosso esplêndido banquete, acho bom vocês todos irem para suas camas. Monitores, por favor.
Todos se levantaram e houve um grande tumulto. Remo berrava para os alunos do primeiro ano da Grifinória irem por um corredor em vez de um outro e uma menina de cabelos compridos e loiros berrava como ele. Thiago, Pedro e Sirius se encaminharam para o terceiro andar e se aglomeraram com o resto dos alunos em frente a uma grande pintura de uma mulher gorda, usando um vestido rosa, que perguntou:
- Senha ?
Remo veio correndo e passou com dificuldade pelo tumulto que estava ali.
- A senha é Trufas Recheadas. - ele disse a todos. A pintura se moveu e apareceu um grande buraco ali, que lembrava uma porta. Todos passaram pelo buraco e contemplaram a sala comunal da Grifinória. Os alunos do primeiro ano fizeram mais exclamações. A sala era grande e muito espaçosa. Tinha poltronas e mais poltronas, mesas, janelas por todos os lados e uma grande lareira no centro de uma das paredes. Haviam quadros espalhados pelo cômodo e uma escada circular levava até os quartos. Todos subiram rapidamente, cheios de sono, para seus quartos. Thiago, Pedro e Sirius entraram em um dos quartos e viram seus malões postados aos pés de 3 das 5 camas que haviam ali.
- 5 camas ? - estranhou Sirius. - Ano passado eram 4, certo ? - perguntou ele.
- Eram. Vai ver fizeram uma mudança. 5 por quarto a partir de agora. - respondeu Thiago, aproximando-se de um malão. - Este é do Remo. E este aqui... - continuou ele, indo em direção a outra cama. Quando ele ia ver o nome que devia estar estampado malão, a porta se abriu. Um rapaz um pouco mais forte do que todos ali acenou e sorriu. Os cabelos eram castanhos e os olhos muito verdes.
- Olá. - ele cumprimentou.
- Ah, oi, Lélio. - respondeu Thiago, sorrindo também. - Você vai dividir o quarto conosco ?
- Hm... vou. Houve uma mudança. Não sei o motivo. Lavínia Brown que me falou. - respondeu o garoto, animado. - A monitora. - continuou ele. Lélio Pumpkin era o artilheiro e capitão do time de quadribol da Grifinória. Era um ótimo atleta e muitas meninas suspiravam por ele. Era muito simpático, mas severo no quadribol.
- Sirius Black. - disse Sirius, de repente, estendendo a mão direita.
- Prazer. Lélio Pumpkin. - falou Lélio, apertando a mão de Sirius.
- Pedro Pettigrew. Você não é o artilheiro da Grifinoria ? - perguntou Pedro enquanto apertava a mão de Lélio.
- Sou. Capitão também. Aliás, vamos ganhar a Taça esse ano, não vamos, Thiago ? - disse Lélio, animado.
- Claro que vamos. Suki também está empolgada. - respondeu Thiago, sentando-se em sua cama. Os outros fizeram a mesma coisa.
- Ah, e temos que achar outro batedor. Tom completou o ano.
- Ah... é. - lembrou Thiago. A porta abriu-se novamente e Remo entrou, reclamando.
- Esses alunos novos... perdem a noção... hmpf... fantasma... - então parou ao ver Lélio. - Ah sim... nosso novo colega de quarto. Esqueci de avisar a vocês. Dumbledore fez uma mudança nos quartos. - e parou em frente a própria cama.
- É a gente soube. Bom, se vocês me dão licença. - disse Sirius e se virou para o próprio malão. Tirou um pijama azul de dentro dele e começou a se trocar. Os outros fizeram a mesma coisa e logo os 5 garotos estavam deitados. Trocaram uma curta conversa sobre o banquete que haviam acabado de ter e logo adormeceram.

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