Correndo atrás da premonição

Correndo atrás da premonição



No dia seguinte à morte do professor de defesa, não havia tido nenhuma aula, os diretores das casas foram aos salões comunais e deixaram os alunos estudando por conta própria, supervisionando-os. O café da manhã e o almoço foram no próprio salão comunal, os alunos não puderam sair de lá até que o Ministério analisasse todo o local do crime e fizesse uma busca no castelo. Isso aconteceu apenas às seis horas da tarde, fazendo com que o grande salão fosse liberado para a janta.

Todos os alunos já estavam entediados de permanecer no salão comunal, lendo livros de poções e sendo vigiados pelo professor Cardiff:

— Ainda acho que foi o novo zelador, aquele Filch é estranho e também não estava no início do banquete!!!

— Cala a boca, Philip!!! Quer levar outra bronca do professor Cardiff? — grunhiu Ulisses, irritado.

— Outra coruja para o professor — Judith observava o professor de poções, que recebia uma quarta coruja misteriosa.

— Bom! — disse Cardiff — Acho que vocês já podem ir, o castelo está liberado e a janta será servida — concluiu ele, de bom humor.

—Aleluia — comentou Régulo.

Eva, que apenas observava os amigos e Régulo, não havia gostado muito da notícia, pois ao menos ali, presos, Régulo não tinha por onde sumir.

Os alunos foram em debandada para o salão comunal, ao chegar no topo da escada deram de frente com um enorme grupo de alunos da Corvinal, todos muito quietos e aparentemente amedrontados.

Eva se sentou ao lado de Estephanie e de frente para Régulo, nem havia reparado que na mesa dos professores estavam apenas Dumbledore e Candle:

— Lembrando que se alguma de vocês estiver com medo e for boa em fugas noturnas, pode ir dormir comigo, aposto que Régulo, Philip e Taylor nem vão se importar — dizia Ulisses a um bando de calouras do segundo ano.

— Hahahahaahaha, a minha cama também tem espaço o suficiente — apoiou Régulo.

— Hei, se forem fazer tramóias, que sejam longes do meu ouvido e do do Taylor, somos monitores!!! — retrucou Estephanie.

—É, isso é um absurdo! — disse Eva, tocada pelo apoio de Régulo.

Aparentemente, o sétimo ano da Sonserina era o único que agia de forma normal, pois todas as mesas estavam completamente quietas, comiam e se moviam como robozinhos.

Conforme os minutos iam se passando, os professores iam chegando, sem graças, e se sentando, em meio a olhares desaprovadores dos alunos e do diretor. Até Minerva chegou atrasada, e, com toda sutileza, se sentou e colocou algumas migalhas em seu prato.

Após a mesa estar completa, com exceção à cadeira do professor de defesa, as velas que iluminavam os professores paravam de flutuar uma a uma, chamando atenção de todos os alunos:

—O que é aquilo?

—Algum problema com as velas!

—Estão se apagando também!!!

Após todas as velas, na mesa dos professores, terem parado de dançar e pousado na mesa, o fogo ficava pequeno e em seguida, sumia.

— Bom — disse Dumbledore — gostaria de fazer alguns comentários a respeito do ocorrido.

Alvo iniciara um pequeno grande discurso, que incluiu uma homenagem ao professor de defesa e finalizou com:

— O Ministério resolveu que... seria conveniente que os aurores fizessem a guarda do castelo por uns tempos.

A notícia fez todos os alunos ficarem mais calmos, alguns excitados, raros descontentes:

—Isso significa: sem fugas noturnas — reclamou Ulisses.

Os fantasmas do castelo, hoje, não mais badernavam, apenas iam de um lado para o outro. Um deles atravessou a mesa dos professores, assustando Minerva, que estava distraída:

— Ah, me desculpe Alvo — disse Minerva sem graça, pois havia dado um pequeno grito, além de ter derrubado um cálice de vinho na prateada barba de Dumbledore, que agora assumia uma cor vermelha arroxeada.

Dumbledore apenas riu, ao contrário do resto dos professores e alunos, que gargalhavam, pois a cena realmente fora cômica:

— Bem que meu pai sempre me dizia que Dumbledore era um palhaço — comentou Eva.

— Um palhaço e um idiota — completou Régulo, deixando alguns fãs do diretor com caras feias na mesa ao lado.

Logo após a descontração, os alunos começavam a se retirar da mesa. Eva pensou em esperar Régulo, mas ao ver que ele enchia o seu prato pela terceira vez, desistiu. Levantou e foi indo sozinha para fora do salão. Na porta um pequeno grupinho de quintoanistas cochichavam baixinho:

—Isso é estranho, porque ele estava conosco o tempo todo.

—Mas pode ser ele sim!!!

Eva balançava a cabeça e repirava fundo, pois achava ridículo as tentativas de descobrir quem fora o culpado.

— Garner, era um sangue ruim, foi por isso, não podem me atingir — falava ela, sozinha.

—Eva — gritou alguém que saia do salão.

— Quem? — ela olhou para cima, pois já estava descendo a escada que conduzia até o salão comunal da Sonserina.

—Eu, Kail.

—Ah, Kail, agora não dá, tenho que ir...

—É rápido, só queria...

—Queria??? — perguntou impaciente.

—Te convidar para ir a Hogsmeade comigo — disse ele, de uma vez só.

— Ah, se é só isso... — Eva pensou que gostaria de ir com Régulo, mas ele não a tinha convidado ainda — A resposta é não.

— Ah.. ok... — Kail, de cabeça baixa, virou as costas e foi em direção às escadarias principais.

Eva vê Kail ir embora e se arrepende:

—Mas o Régulo não me convidou — pensou ela.

Eva saiu correndo em direção a Kail, mas desistiu.

— Já sei, vou convidar Régulo — pensou novamente. Virou e já ia voltando ao grande salão quando deu de cara com Medaline, a garota que vira beijando Régulo.

Eva a encarou com uma expressão de raiva. A menina, sem entender, olhou Eva com um certo medo, desviou e seguiu o mesmo caminho que Kail. Foi então que Rookwood, mais uma vez, mudou o rumo do caminho, decidiu seguir Medaline:

—Ela vai embora de Hogwarts? Para onde? — pensava.

Medaline subia as escadas rapidamente, Eva, ia atrás, pisando em ovos.

— E se Régulo convidou essa para ir com ele? — as idéias surgiam em sua mente — Nesse caso, vou com Kail — concluiu ela quando viu Kail na escada, subindo lentamente.

—Kail — disse ela baixinho, ao tocar o ombro dele — eu aceito!

— Aceita o quê? — perguntou ele, assustado.

—Ir a Hogsmeade com você! — sussurrou.

—O que?

— Ir a Hogsmeade com você! — disse ela, um pouco mais alto, mantendo os olhos em Medaline, que já sumia de vista. Começou a subir rapidamente, deixando Kail sozinho.

—Se-sério? — perguntou ele ao ver que ela se distanciava.

—Sim! — falou ela, lá de cima.

Ela recuperara a visão de Medaline, que havia parado no sétimo andar, local onde ficava o salão comunal da Grifinória.

—Bom, e então?

— Parece que sim, acho que é verdade — Medaline encostava na parede e ia lentamente sentando no chão, com as duas mãos cobrindo os olhos, e lágrimas escorrendo pelas bochechas.

—Calma, sem pânico — disse a Medaline uma garota ruiva da Corvinal.

—Lucy, fique quieta — disse Marrie — Medaline, a minha tia pode te ajudar.

—Ninguém, ninguém pode!!! — choramingava ela.

— Não fique assim — Luciene, a garota ruiva, abraçava a amiga e começava a chorar também — Nós vamos te ajudar, eu prometo.

Marrie também chorava, olhara para os lados procurando não demonstrar mais sofrimento às suas amigas.

Pirraça, o fantasma chegava pelas escadarias superiores:

—Hihihihihi, me parece que a menininha Emburgo está com sérios problemas...

Eva, percebendo o risco que era permanecer ali, começou a descer as escadas, chocada.

— Hum... espero que seja lá qual for o problema dessa idiota, que ela se afaste daqui. Saris é um gênio. — pensava, sorrindo.

Eva foi para o dormitório, escreveu para Saris dizendo as novas e foi logo dormir, meio feliz, meio triste, pois não estava animada para ir a Hogsmeade com Kail.

No dia seguinte, assim que descia do dormitório, Eva reparava que o mural tinha ganho novos cartazes:

— Para aqueles que leram o cartaz referente à seleção do novo apanhador do time... — gritava Régulo.

—Escutem bem — ressaltou Philip.

—Não aceitaremos calouros!

—Nenhum deles — disse Ulisses.

— Ou seja, apenas alunos do quarto ano em diante poderão entrar, nenhum pirralho — Régulo ria.

— E este ano não queremos demonstrações baratas — falou Allana Andrade, uma das batedoras.

— Muito menos jogadores chorões, não gostamos de chutar bundas — disse a outra batedora, Aline Andrade.

Eva admirava a supremacia de Régulo, pois todos o olhavam e aceitavam o que ele dizia. Ela o encarava, abobada, quando foi interrompida por um segundoanista:

—Hum, é uma pena, a Minerva havia dito que poderíamos participar.

—Ah... Mas o Ulisses é que é o capitão, ele decide.

— Será que não tem como eu demonstrar, sou um bom jogador, meu pai me ensina a jogar desde pequeno...

— Bem, acho que não. Não ouviu o que disseram? Não querem demonstrações baratas.

—Você é Rookwood, irmã de Christopher Rookwood, não é?

—Isso, e você...?
— Eu sou Jean, Je... — o menino foi interrompido por Régulo, que o empurrou bruscamente com o braço, prensando-o na parede.

—Precisava conversar com você a um bom tempo... — disse ele a Eva.

—É... e porque não falou?

— Bem, achei que... isso não importa, queria te explicar o porquê de eu ter sido grosso contigo naquela aula de feitiços.

—Quando?

—Quando me recusei a sentar com você!

—Ah — lembrava Eva.

— Bem, eu vi uma cena que não gostei, vi você abraçando aquela sangue ruim!!! — disse ele, com uma expressão de rancor. — Olha, se você precisar de alguém para abraçar, abrace eu!

—Tá bom — respondeu ela, sorrindo.

—Ah, você precisa ensinar o tapado do seu irmão.

—Por que?

— O idiota consegue se dar mal em uma aula de feitiços no primeiro ano! — Régulo gargalhava — Digo isso para ele não sujar o nome da sua família.

—Do que está falando?! — perguntava ela, sem entender.

—Ele sofreu um acidente, está na Ala Hospitalar.

—Sério? É grave? — perguntou ela, preocupada.

— Se for, melhor para você.. — disse ele, finalmente largando Jean e indo badernar com os amigos.

— Nossa, esse Black é realmente um bom artilheiro, tem um braço forte — disse Jean a Eva, meio tonto.

—Pois é... — respondeu ela, pensativa.

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