Falha na defesa





8- Falha na defesa


Depois daqueles dias agitados, nada melhor do que uma sexta-feira para relaxar. Apesar de quê, a “sexta” que Eva viveu não foi tão relaxante assim, pois muitos deveres de herbologia e oclumência foram passados. O sábado foi muito calmo, o dia fora passado em companhia dos integrantes de um clube de poções, alunos que se reuniam em função do aprendizado de poções extracurriculares.

Falemos um pouco sobre o domingo, onde Eva passou a manhã, a tarde e a noite fazendo os deveres. Para a sua felicidade, Régulo também os fazia. Mas não estavam a sós, e sim com dois alunos do sexto ano: Wendy Champolion e Jack Forestson. Não foi um dia muito animado, Eva saira do salão comunal apenas para comer e ir à biblioteca.O resto da semana foi... bem... julguem por si próprios:

—Rookwood, você esqueceu este livro comigo ontem a noite!

—É verdade, senti a falta dele agorinha.

—Olha só, definiram as datas de Hogsmead e do jogo de quadribol.

—Onde, Jack?

— No quadro de mensagens, olhe. — Jack Forestson apontava para o quadro de mensagens da sala.

Eva se aproximou do quadro, onde em volta havia dezenas de alunos curiosos. Estava marcada a data do passeio a Hogsmead, e também a possível data do jogo de quadribol entre Sonserina e Lufa-lufa, o primeiro da temporada.

— Já definiram a data do jogo e o nem o teste para apanhador fizemos ainda! — comentou a batedora do time da Sonserina, Aline Andrade.

— Acho bom vocês começarem a ir tomar café, pois o professor Cardiff vem vindo — alertou a monitora do quinto ano, Ingrid Bakery.

Antes que Bakery terminasse de falar, os alunos começaram a sair em massa da sala. Eva procurou por Régulo e o encontrou ao lado de Philip.

—Bom dia!

—Bom dia, como foi o dia de estudos de ontem? Divertido? — perguntou Philip.


—Nem um pouco, preferia estar no clube de duelos — respondeu Black.

—Concordo! — disse Eva.


Juntos, os três foram para o grande salão, em seguida teriam aula de feitiços. Quando estava chegando à sala do professor Flitwick, Eva viu Marrie Valence conversando com algumas alunas da Corvinal. Sentiu uma vontade muito grande de conversar com a menina, saber como ela se sentia:

—Bom dia. Como vai Marrie?

—Eu estou bem. E você, Rookwood?

— Estou bem também. Er.... e... alguma pista de quem foi o responsável pelas mortes?

—Não sei de muita coisa, nada além do que está no Profeta!

—E o que está no Profeta?

— Você não leu?... Bem, os funcionários do Ministério acreditam que o responsável por tudo isso seja uma só pessoa. E acham também que é muito provável que o assassino não mata só por matar, e nem qualquer pessoa.

—Como assim? — Eva e Marrie entravam na sala de feitiços.

— O meu pai era o responsável pelo setor de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, o casal Chambers era extremamente famoso, e tinham autorização do Ministério para profetizar aos trouxas...

—E o meu pai?

— O seu pai está vivo, Eva. Não aconteceu nada com ele, ele apenas estava no hospital na hora do ataque!

—Onde você quer chegar com isso?

— Estou querendo dizer que tudo indica que a pessoa que provoca os ataques quer extinguir os trouxas e sangues-ruim, bem como tudo que está ligado a eles!!!

—Se for isso, eu estou tranqüila!

Marrie fez uma cara de espanto:

— Tranqüila??? As pessoas estão morrendo, Eva. E ninguém pode prever quando acontecerão mais mortes!

—Toda a minha família e amigos são sangues-puro, isso não pode me atingir!

Marrie não falou mais nada, estava horrorizada com a atitude de Eva, pois apesar de saber que ela pertencia à família Rookwood, ela nunca imaginou que Eva fosse tão preconceituosa.

Eva se sentou com Judith, a aula correu sem interrupções. Ela ficara muito aliviada depois daquela conversa, pensava que se aquilo fosse verdade, o tal assassino nunca poderia a atingir. Quando a aula acabou, quase todos os alunos da Sonserina foram para a biblioteca, como Eva já havia concluído os deveres, foi em direção à sala de defesa contra as artes das trevas, procurar Cellin.

Porém, Eva havia esquecido que não estavam mais no sexto ano, e sim no sétimo, logo, o horário de Cellin havia mudado. O que encontrou não foi a sala de Cellin, mas a sala de Christopher. Os alunos da Lufa-lufa e Corvinal saiam da sala animados, com livros nas mãos, alguns estavam com uma expressão de medo.

—Bom dia, Srta. Rookwood!

— Bom dia professor Garner — Eva cumprimentara o professor de defesa contra as artes das trevas.

— Evaaaa!!! O que você faz aqui? — perguntara um menino loirinho que carregava vários livros e uma vassoura da escola.

—Estava... ah... O que te importa?

—Nada, só estou feliz em ver você. Tudo bem?

— Sim, sim... Você foi para Londres, não foi? Viu o papai? Sabe o que aconteceu? — Eva encostara seu irmão na parede e o interrogava.

— Fui, vi o papai, ele está bem. Na verdade, não aconteceu nada com ele! A única coisa estranha, foi que no meio de ataque, ele não teve tempo de sair do hospital, e os aurores o acharam!

—A mamãe falou isso na carta!

—Ela mandou cartas para você?

—Sim, para você não?

—Não, nem uma!

—Quem manda ir para a casa errada?


— Não entendo este negócio de casas, mas estou gostando daqui. Só tem um motivo pelo qual eu gostaria de estar na Sonserina!

—E qual é?

— Gostaria de poder conversar mais com o professor de poções, o professor Cardiff, não estou indo muito bem com isso!

— Então por que não pede ajuda a sua irmã? Ela se dá muito bem em poções! — disse Cellin, que chegava.

—Você me ajuda, Eva? — perguntou Christopher.

—Ajudar?

—Sim! — Christopher olhava Eva, esperançoso.

—Sinto muito, sem chance.

—Ora, mas por quê? — Cellin perguntara, incrédula.

— Porque ele é da Lufa-lufa, se eu o ajudasse, estaria colaborando para que a casa adversária ganhasse pontos!

— Que besteira, ele é seu irmão!!! — Cellin encarava Eva — Bom, Christopher, se você quiser, eu posso te ajudar... — olhava o garotinho, receosa.

—Sério??? Mas é claro que eu quero a sua ajuda! Porque eu não quereria?

—Bem, a sua família não gosta muito de mim, não é?

— A minha família não gosta de ninguém, Cellin. Posso te chamar assim? — Christopher olhava Cellin, com um sorriso de orelha a orelha.

— Mas é claro que pode. Veja só, eu estarei na biblioteca hoje à noite, depois das aulas. Se você quiser, te ajudo hoje mesmo!

—Feito, estarei lá!!!

—Bom, tchau para vocês, vou almoçar! — Eva virava as costas para os dois.

—Tchau, Eva! — Cellin se despedia, sem entender o porquê da saída repentina.

Eva ia caminhando apressadamente pelos corredores mais externos, indo rumo ao grande salão, passou no banheiro feminino para lavar as mãos e seguiu:

—Francamente, a Cellin pirou de vez! — queixava-se sozinha.

—O que quê tem a Cellin? — perguntou uma voz próxima.

— Ela resolveu ajudar o meu... — Eva olhou para a porta que conectava os corredores com o saguão.

—O seu?

—Bah, deixa para lá!

— Será que eu poderia conversar com você um minuto? — Irvine parava de frente para Eva.

—Hum... — ela respirava fundo — Um minuto!

— Bem, primeiro eu queria saber o que aconteceu. — Irvine notara a expressão de desentendimento de Eva — Me refiro ao treino de quadribol! — Irvine puxara, delicadamente, Eva pelo braço, guiando-a para um banco no saguão.

—Isso não é da sua conta!

— Nossa, calma, eu quis apenas ajudar!

— Mais alguma coisa?

— Sinceramente, não consigo entender você. Numa hora você é simpática, na outra você é grossa!

—Grossa?!

— É! Quero dizer... o que eu acho mesmo é que você não é assim, ou pelo menos não naturalmente. Você age assim para agradar os trogloditas da Sonserina.

—Não fale assim do Régulo!

— Isso mesmo, Régulo Black! É especificamente ele quem você quer agradar, não é?

Eva tentava retrucar, mas as palavras não mais saiam.

— Tudo bem, Eva. Isso não é mais novidade. Nos treinos de quadribol, todos já sabem.

—Já sabem? O que todos já sabem?

—Que existe algo entre vocês...

—Entre eu e Régulo?

— Sim, ele deixa bem claro a todos que quem der em cima de você vai se ver com ele!

—Sério?

—Sim! — Irvine olhou para o teto e fechou a cara, Eva sorria de leve.

— Mas eu acho ele um idiota — antes que Eva pudesse interromper, ele prosseguira — No quinto ano, Kail te convidou para ir ao baile, ele não gostou e reuniu os seus amigos troglotrasgos para acertar as contas, mas assim que eu e o Herbert percebemos fomos ajudar Kail.

—Herbert?

—Herbert Moonwave, Grifinória.

—E o que aconteceu?

— Régulo e Ulisses partiram para cima de Kail, e os dois apanharam. Eu e Herbert apenas seguramos Ulisses, para ser mais justo.

—Nenhum professor viu isso?

—O professor Candle, foram mais de cem pontos perdidos.

—Quer dizer que Régulo brigou por mim?

— Não acho que tenha sido por você, prefiro crer que foi por ignorância mesmo! Mas, não foi deste assunto que eu vim tratar!

—Então fale logo!

—Cellin!

— O que tem ela? Não me venha pedir para que eu aceite aquela história de ajudar o Chris...

—Não, não! Nada disso...

—Então o que?

—Bem... posso confiar em você?


—Vai logo, não vai sobrar almoço!

—Eu... eu gosto dela.

—Da Cellin?

—Não... Da professora Minerva!

—O que???

—É lógico que é da Cellin...

—Ahhhh! E o que eu tenho com isso?

—Eu sei que você é muito amiga dela e... Urg... você acha que eu tenho chances?!

— Acho que sim, mas agora eu vou indo! Tchau, Irvine. — Eva ia almoçar, deixando para trás um Irvine feliz da vida.

— Pois é, Rookwood, você consegue ser simpática quando quer... e quando Black não está por perto!

O almoço se passou, apetitoso como sempre, assim como a janta. Nesta noite a janta era sopa, e torta de frutas como sobremesa. O salão começava a ficar vazio, Régulo e seus amigos levantaram da mesa para sair, quando, estranhamente, voltava a se encher:

—Mas o que está havendo? — perguntou Minerva a Dumbledore.

— Por que não estão em seus dormitórios? — Dumbledore encarava um enorme grupo de alunos do terceiro ano.

—Senhor, o professor Garner...

Dumbledore olhou para a cadeira vazia do professor de defesa e voltou a encarar a menina que falava.

— Nós tínhamos tido a última aula com ele e... a sala inteira tomou uma detenção por mau comportamento. — a menina estava muito pálida e falava em meio a soluços. Todos encaravam a menina assustados, pois o professor Ártemis Garner era muito calmo para tomar uma decisão tão assombrosa!

—O que foi que a sala fez? — se intrometeu Minerva.

— Nós não estávamos conseguindo trancar um bicho papão — respondeu outra menina.


—Prossiga — disse Dumbledore à primeira menina.

—Ele disse que íamos ficar sem janta, porque íamos ter uma aula extra de defesa contra as artes das trevas.

Dumbledore fazia uma expressão de profunda descrença, enquanto todos que estavam presentes no salão ficavam boquiabertos:

—Nós fomos até a sala dele, como o combinado e o encontramos...

—Morto! — concluiu a segunda menina, chamada Meline Greenhouse.
Todos os professores se levantaram da mesa:

—Como? — perguntou uma outra professora, apavorada.

—Ele ainda está lá, caído, no chão de sua sala — concluiu Meline.

—Monitores, levem os alunos para os dormitórios, agora — disse Dumbledore.

Todos acompanharam os monitores, o castelo estava quieto, nenhum som a não ser a marcha dos alunos rumo aos salões comunais. Eva fora com Estephanie e Philip, chegou no seu dormitório, tomou um banho e pensou, pensou por um bom tempo na cena que acabara de presenciar.

Saia do banheiro, ainda pensativa, quando se deparou com a sua coruja azul em cima da sua cama, portando um pequeno pergaminho vermelho. Ela pegou o pergaminho, acariciou a coruja:

— Obrigada, Max. Agora, vá, é melhor você ir para a sua torre, o clima aqui não é dos melhores — abria o pergaminho.

“ Evinha, minha irmãzinha. Naturalmente que eu já sabia das diversões peculiares do nosso querido Régulo, eu ando muito muito muito ocupada, mas nunca me esqueço de você, além do mais, minha bola de cristal me chama quando a premunição é quente.

Bem, não precisa se preocupar, isso passa... Não tenho muito o que dizer, para ser sincera, não tive tempo para pensar no que te dizer. Só posso dizer para você ter muita calma e paciência...

Bem, como não vi nada na bola de cristal, resolvi apelar a outros métodos e acabei vendo algo que pode te acalmar: Vi a tal “outra” indo embora, isso é só!

Bom, ainda não tenho nenhuma novidade sobre o casamento, assim que tiver te aviso.

Te amo muito,
Saris J. Rookwood”

— Nossa! Mas que coisa mais útil!!! — Eva, furiosa, jogou a carta debaixo da cama, tirou o acolchoado, se deitou e cobriu a cabeça — Indo embora, quando? Para onde? — adormecera rapidamente.

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