A Lágrima de Maximillian





As gêmeas de Stoneheaven


1-A Lágrima de Maximillian


Eva era uma jovem pertencente à consagrada família Rookwood, de Stoneheaven, nordeste da Escócia. Fora uma menina inocente, porém muito ambiciosa. Sempre fora boa filha, nunca fazia nada errado. Era loira, seus cabelos eram longos e lisos, viviam sempre soltos. Seus olhos eram muito pequenos e verdes claro. Tinha a face rosada, que se destacava na pele alva, o que refletia sua inocência e delicadeza.

Porém ao completar dezessete anos, tudo na vida de Eva Rookwood iria mudar radicalmente. Uma transformação que a tiraria de seu caminho, desviando-a para um destino de mistérios e incertezas.

Ia entrar em seu último ano em Hogwarts. Estava, agora, nas longas férias de verão, que seriam passadas nas montanhas. Todos os anos, nas férias, a família Rookwood viajava para encontrar outras famílias consagradas, burguesas e sangues-puro. No ano que lhes será lembrado, não fora na Rússia com a família Trotsky, nem em Portugal com a família Andrade, e sim na Itália, com a família Gallo.

Os Gallo e os Rookwood eram muito ligados, por motivos que até a autora que vos escreve desconhece. Ele, o Sr. Gallo, era um homem muito elegante, alto, cabelos pretos e curtos, olhos verdes, cara limpa. Apesar de sua idade, tinha uma aparência muito jovem. Geralmente vestido de verde e branco, uma longa capa vermelha, chapéu pontudo, era o uniforme do Ministério italiano. Michelangelo Gallo era conselheiro do Ministro da Magia italiano. Tinha uma filha de, aproximadamente, a mesma idade de Eva.

O momento que será narrado, diz respeito a um pequeno diálogo entre a srta. Gallo e a srta. Rookwood:

— Então, Hogwarts tem quatro casas, onde a chamada Sonserina é a que tem menos sangues-ruins? — perguntou Julietta Gallo, enquanto mexia em seus cabelos castanhos.

—Isso mesmo! — respondeu Eva, sorrindo e demonstrando discretos traços de orgulho — Sonserina é a minha casa.

— Que coisa mais estranha, na minha escola não são permitidos sangues-ruins, antes de entrar, a diretoria pesquisa toda a árvore genealógica da família, não pode ter nenhuma gota de sangue de trouxas — falava Julietta ao encostar-se num banco do jardim da mansão Gallo.

— Acho isso legal, queria que Hogwarts fosse assim, mas não queria que eliminasse totalmente os filhos de trouxas, poderiam deixá-los em uma casa específica para eles — argumentava Eva, colhendo algumas flores negras — Para ser sincera, não vejo muitas diferenças entre sangues-ruins e nós, eles até são legais.

— Mas, mas... Não diga besteiras — Julietta se espanta — Trouxas devem ficar em seus mundos podres, com suas famílias podres, eles não devem trazer suas podridões para nosso mundo! — nesse instante, Julietta limpava as mangas de sua capa, como se a mera citação da palavra “trouxa” a sujasse — Hei, não mexa nisso!!!

— Nisso? Nisso o quê? — perguntou Eva assustada, largando as únicas coisas que havia em suas mãos.

— Essas flores!!! — esquivou Julietta, começando a recolher as flores que havia se espalhado por uma escada que levava até a fonte da casa — Elas são muito raras, mamãe adora elas, ela não deixa nenhum elfo cuidar deste jardim. São usadas para uma poção, uma poção muito especial!

Elas estavam em um jardim de dimensões anormais, onde em volta da fonte central em forma de Harpia, tinham milhares e milhares de flores negras. O local ficava em um jardim dentro da casa, onde em toda a volta, havia paredes, e para ter acesso à rua, era necessário passar por dentro da casa.

— Adoro poções, mas não me lembro de nenhuma poção que use flores negras, nem mesmo as poções secretas que papai esconde. Que tipo de efeito essas flores acrescentam a uma poção? O que têm de especial? — Eva ajudava Julietta a recolher as flores, porém, desta vez, com mais cuidado.

— Hum... — Julietta parou de recolher, olhou para os lados, analisou os jardins e as janelas que estavam às suas cabeças — é uma poção muito complexa, demora meses para ficar pronta, é a Poção dos Sonhos.

— Como? Mas todo mundo sabe fazer a Poção dos Sonhos, pois fazer a pessoa sonhar ou parar de sonhar é muito fácil e os ingredientes são comuns — retrucou Eva sem entender o porquê de tanto mistério.

— Sim, sim, claro. Mas, as flores tornam os efeitos da poção um pouco diferentes — Julietta ria, sarcasticamente — Acrescentando as pétalas dessas flores à poção , muda-se de não sonho ou sonho para uma história, na qual quem controla é aquele que fez a poção.

Como todos já devem ter notado, a nossa personagem adorava a matéria de poções. Neste momento, estava sendo consumida pelo assunto, hipnotizada pelo ingrediente que acabara de conhecer. Era uma garota pouco inteligente, mas, seu interesse por acessórios de “dominação ou poder” a levava para raros momentos de intensa cultura e dedicação.

— Você está me dizendo que essa florzinha dá o poder de controlar os sonhos??? — perguntou Eva, em alto tom, muito empolgada.

— Shiiiiiiiiii — Julietta coloca o dedo em frente à boca como sinal de silêncio — Cala-te, se minha mãe descobrir que estou te contando isso, ela acaba com agente.

— Ops, desculpa — Eva senta em um degrau da escada.

— Calma, vou contar. Essas flores... — neste instante, Julietta pega uma das flores e começa a girar entre as duas mãos com o olhar fixo no centro, concentrada — Bem, elas são especiais, são chamadas de Lágrimas de Maximillian ou, simplesmente, lágrimas negras.

Uma pequena pausa, para a descrição da lágrima negra. Era muito semelhante a uma rosa, mas, suas pétalas mais externas eram como vidros, vidros negros que refletiam a imagem de quem a olhava. As demais pétalas eram negras e opacas, muito delicadas, porém resistentes. Quase impossível era retirar uma pétala da lágrima sem magia. Ao girar a flor, rapidamente, ela captava o ódio daquela que praticava esta ação.

Voltemos ao diálogo, a menina Rookwood estava cada vez mais curiosa, nunca ouvira falar em tal planta, em tal poder. Começou a imaginar o que faria se tivesse aquela poção sob sua posse.

— Por que é chamada de Lágrima de Maximillian? — perguntou Eva, baixinho.

— Você mora na Escócia e não conhece Maximillian Flaubert?!... Bem, eu vou contar a história!... — Julietta retirou a capa lilás e se sentou, no degrau, ao lado de Eva — Ele havia nascido em algum lugar no norte da França, acho que Roubaix, mas foi para Inglaterra estudar em sua escola, Hogwarts. Foi um gênio em poções, se divertia fazendo experiências em trouxas. Sofreu um acidente trágico em 1212, quando tinha apenas...

Mas Julietta não pode continuar sua história, pois naquele momento havia aparecido uma mulher alta, magra, com cabelos longos e cacheados, soltos, até a cintura. Tinha olhos negros, pele branca. Vestia uma calça larga preta, que parecia ser uma saia, um pulôver azul marinho com o brasão da dinastia Gallo, uma longa capa que arrastava no chão, preta com duas listras azuis, de veludo. Calçava uma sapatilha azul, muito delicada, que aparecia apenas quando andava. Era extremamente jovem, contudo a impressão que deixava não era de beleza e juventude, aquela mulher exalava medo!

— Julietta? Julietta? — gritava a sra. Gallo, com uma voz intensa e sotaque italiano, indo da área da mansão até as escadas da fonte, aparentemente flutuando — Ora, mas o que faz aqui? — Paola Gallo encarava a filha de lado, logo em seguida avistou a lágrima que estava em sua mão, e neste momento, a expressão que fizera não era nem um pouco agradável.

— Mama, eu estava mostrando a Rookwood o nosso jardim — respondeu Julietta ao levantar-se imediatamente, sutilmente apavorada.

— Vamos, o chá começou a ser servido há cinco minutos, os Rookwood estão esperando... — disse a sra. Gallo quando lançou à filha um olhar cortante.

Eva percebeu que a sra. Gallo não havia gostado nada de vê-las naquele jardim, com as lágrimas em mãos.








N.A: Para quem leu a fic até aqui, o rumo da história irá mudar radicalmente, sendo que este início consiste apenas uma introdução. Boa leitura e espero que gostem!

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