Conversas e tombos a meia noit

Conversas e tombos a meia noit




Tonks vestiu o roupão e saiu do quarto. Era mais ou menos 1 da manha aquela hora, e provavelmente era a única acordada na Ordem. Provavelmente.
Não conseguira dormir direito, embora que com sono, pela primeira vez em anos! Ela, que era uma dorminhoca assumida, não conseguindo dormir? Tinha que ter alguma coisa de razão.
Ou melhor, “alguem” de razão.
Depois daquela historia toda com a Arvore Genealógica, ela e Lupin não voltaram mais ao serviço aquela tarde. Molly Weasley os liberaram para descansar o resto do dia, e Lupin só tomara um suco com ela, e depois se retirou, provavelmente para conversar com Quim ou ler. Tonks continuou um tempo na cozinha, mas decidiu que estava cansada e foi tentar dormir. Tentar, porque conseguir, nada. Se revirou na cama a noite inteira, e, depois de horas tentando dormir sem sucesso, percebeu que era sair daquele quarto.
E lá estava ela agora, de roupão rosa com bolinhas brancas, o cabelo mais em pé do que nunca, descalço e de camisola por baixo. E muito sonolenta, o que era estranho.
Devagar e molemente, foi andando escada abaixo.
Ou melhor.
Rolando seria a palavra certa.
Escorregou numa tábua solta da escada, e por metade da escada foi tombando. Bateu com a cabeça no corrimão, sua perna torceu horrivelmente num degrau e ao fim, caiu doída no chão, e semi inconsciente. Sua cabeça, braço, e pernas doíam. Não conseguia pensar em nadinha, parecia que tinha bebido umas 20 poções de desmaio que não tinha feito direito. Estava literalmente grogue.
Não conseguia mover nem um dedo, quanto mais sair dali. Não sentia sua perna esquerda. Olhou em volta, viu passos correm em sua direção. Estava tudo borrado, então não tinha a mínima ideia de quem a acudia naquele momento. Só ouvia vozes distaaantes de sua cabeça.
- Tonks? Você esta bem? Tonks?
Lupin estava ao lado de Tonks, caida, ajoelhado e olhando para ela. Parecia muito preucupado. Reparou que tinha um enorme corte na cabeça da garota, e o sangue escorria, manchando os cabelos cor de rosa de um vermelho escuro. A perna dela se encontrava numa posição que normalmente não estaria, provando que a perna estava realmente quebrada.
- Tonks?

Tonks virou um pouco a cabeça para poder ver quem era. Focalizou Lupin, com a face preucupada.
- Eu cai..
- Tonks, vc caiu da escada. Eu ouvi.
- Aha
- Você precisa ter mais cuidado. Vc consegue levantar?
- Não...
- Foi o que eu pensei. Eu te carrego. – E, com um pouco de dificuldade colocou no colo. Não era muito pesada. Tonks tinha estatura mediana, e pelo que parecia era bem leve. Olhou para ela, agora em seu colo. A cabeça de Tonks se apoiava molemente no peito de Lupin, e passou os braços por volta do pescoço dele, fazendo o sentir um calafrio estranho. Lupin tentava não pensar nisso, mas era tão bom ter ela ali, tão pertinho dele...
- Para com isso Remus – Murmurrou para si mesmo, balançando a cabeça. Mas ele sabia que era verdade, isso ele sabia.
A carregou até a sala de visitas, e a deitou no sofá principal. Mexeu um pouco nos cabelo dela, e perguntou:
- Tonks, me diga, o que dói?

Ela gemeu um pouco para olha-lo, e falou, baixinho:
- Minha perna e a cabeça...
- Pois é, acho que você quebrou a perna, e esta com um corte enorme na cabeça...
- Ai ai...
- Eu vou ver o que eu posso fazer, acho que não sou um curandeiro tão ruim.
- Eu sei
- Hehe... deixa eu ver então.

Com extremo cuidado, e um pouco de carinho talvez, Lupin observou o corte na cabeça de Tonks. Depois de um tempo analisando, falou para ela, agora encolhida no sofá, olhando para ele:
- Hum... O corete não é muito fundo. Só um feitiçozinho de fechamento de cortes já resolve..... Fecharius

E no mesmo instante o corte se fechou sozinho.
- Melhoro... Brigado Remus... – E Tonks sorriu para ele.
- Nada... Tonks, seu tornozelo esta quebrado – Disse Lupin, examinando com cautela o tornozelo de Tonks.
- Você pode fazer alguma coisa?
- Sim, mas vai doer..
- Mas so um feitiço não resolve?
- Só os curandeiros sabem fazer isso, quer dizer, os curandeiros formados.. Eu não aprendi isso. Mas eu sei um metodo trouxa...

Tonks fez cara de panico
- Co-mo?
- Sirius me ensinou, na escola uma vez. Tiago tinha quebrado o tornozelo num treino de quadribol e não queria ir a ala hospitalar se não Madame Pomfrey não ia deixa-lo jogar. Bom, eu vou puxar seu tornozelo até ouvir um estralar, e você que empurrar a perna. Vai doer, mas não tem o que fazer. A não ser que você prefira que eu a leve no St Mungus...
- N-não... pod-de fazer... – Mas Tonks tinha medo na voz. Estava em pânico, para dizer a verdade.
- Tem certeza?
- A-acho que s-sim...
- Ok... Quando eu eu dizer já vc respira fundo ok?
- Ta....

E, delicadamente, Lupin segurou o tornozelo de Tonks, e, tentando distrai-la, percebendo seu medo, falou:
- Tonks, você não estava conseguindo dormir?
- Não...
- Porque?
- Não sei AAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!! – Tonks deu um berro, que por pouco não acordou a casa inteira. Lupin, disfarçadamente, a surpreendera, puxando seu tornozelo sem aviza-la.
- Fiz seu tornozelo voltar ao lugar.
- AIIII!!!! REMUS!! Vc disse que ia me avisarrrr!!!
- Assim era melhor. Você não ia perceber, nem ficar nervosa.
- Ai deus como doi!!
- Eu sei Tonks. Consegue sentar agora?
- Acho que sim...
- Vou ter que enfaixar – E com mais um movimento, da ponta de sua varinha saiu uma tira fina de um tecido, que se enrolou de forma uniforma na perna de Tonks. Esta se sentou, com cuidado, com a perna esquerda levemente esticada.
- Thankkss.
- Não tem de que... – Lupin sentou-se ao lado dela, e ambos ficaram um tempo observando o nada, sem tem o que falar. Os minutos de silencio são cortados por Lupin, que, sem assunto, perguntou a primeira coisa que lhe veio a cabeça:
- Com é ser metamorfomaga?
Tonks riu. Ninguém nunca tinha feito aquela pergunta a ela. Se alguém tivesse lhe perguntado, que não fosse Remus, ela teria ficado calada, sem saber o que dizer o que pensava, mas com ele não. Se sentia a vontade pra dizer o que queria, mesmo que embora as vezes tivesse vergonha:
- Ah, é legal. Eu posso ter o visual que eu quiser, comer pra caramba e não me preocupar com peso, como a Ermelina Vance, com aquela paranóia de magreza.
- Hum, bom.. Parece ser legal mesmo.
- Mas...
- Mas o que?
- As vezes eu me sito sem indentidade própria sabe? Não tenho as minhas características nem um rosto de verdade, sabe?
- Acho que entendo. Mas tem as suas vantagens, claro
- Claro, claro.. Tudo tem as suas vantagens...
- Não no meu caso, acho
- Ai desculpa! Nem lembrei!
- Não foi nada. É a vida.
- Pois é – E, lembrando-se de uma frase do nada, disse – “A vida tem seus altos e baixos, e acho que estou suspensa pelo bungee jump da vida”

Lupin a olhou com cara de desentendido. Não tinha intendido patavinas.
- ah?
- Charlie Brown! Snoopy! Vc nunca leu as tirinhas de Snoopy Charlie Brown??
- Tonks, eu não estou entendendo nada... Quem é Snoopy e esse tal de Bungee Jump?
- Não é Esse tal!! Snoop é um uma historia em quadrinhos trouxa, sobre um cachorrinho beagle.
- Ah? E quem é esse tal de bungue jomp?
- BUNGEE JUMP. É uma esporte trouxa, que a pessoa é presa num elástico, e pula de grandes alturas – Mas vendo que Lupin não estava entendo nada do que ela estava falandom logo desistiu – Esqueça.. Não é nada importante.
- A sim, porque para mim você estava falando japonês.
- Outro dia eu explico.
- Espero esse dia. Vou marcar junto com a aula de iniciantes em japonês.

Tonks riu de se acabar. As vezes ele era tão divertido!

- Ok, não marque no mesmo horário.
- Pode crer que não. – Lupin estava quase não se agüentando de rir agora. Uma noite mal dormida tinha se tornado uma noite muito boa, e com ótima companhia. Mas infelizmente, o sono começava a bater agora. Nele e em Tonks.
- Remus, to com sono, acho que vou dormir.
- Eu tambem. Precisa de ajuda?
- Não, eu vou aparatando mesmo – E tirou sua varinha, escondida no bolso do roupão.
- Ok, boa noite.
- Boa noite pra você também.

Tonks vez mensão de aparatar, mas, por um estante, recuou, e disse:
- Sabe...
- Hum? – Remus já estava na escada, com as mãos nos bolsos.
- Eu gostei dessa noite. Claro, tirando a dor tremenda que eu senti, e pelo tombo, mas foi divertido até.
- Eu também gostei, e...
- E?
- Bom, seria legal se a gente repetisse mais vezes isso sabe?
- Acho que sim. – Tonks deu um sorriso, e completou, quando Remus a olhou novamente- Sabe de outra coisa? Acho que eu já descobri de que eu gosto.

Remus sentiu uma tremanda vontade de ir ali e... e... Mas se controlou, e disse, sensato:
- Eu já desconfiava. Eu conheço?
- Melhor que você imagina.

E, sem chance para Remus falar alguma coisa, Tonks aparatou, deixando Remus sozinho na escada, com as mãos nos bolsos, mas mais radiante do que nunca.
- Eu acho que eu também descobri agora de quem eu realmente amo Tonks...

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