A Arvore Genealógica dos Black

A Arvore Genealógica dos Black




Horas se passaram, e o calor insuportável tomava conta daquele cômodo abafado, sem janelas ou sequer uma fresta para a entrada de ar.
Tonks, agora mais controlada e menos histérica, abria a porta da escada que dava para o porão, a fim de entrar ar, mas sem sucesso. Estava suada, descabelada e cansada depois de ter passado horas vasculhando caixas, baús, e outras quinquilharias a fim de joga-las fora. Remus há muito despira a capa, e agora, só estava de camisa, de mangas arregaçadas. Estava sentado no chão, mexendo numa canastra particularmente interessante. Mas não tão interessante ao ponto de deixa-lo acordado.
Era incrível que, mesmo já terem feito muita coisa, ainda faltava muitíssimo mais, o que deixava ambos a ponto de arrancarem os cabelos.

- A, desisto Remus. Não consigo fazer ar entrar aqui. A não ser que quebre uma parede. - Dizia Tonks, mal humorada, se sentando, no chão, perto de uma das caixas que vasculhava. Remus, sentado no chão, encostado na parede, coçava a testa e com a cara de tédio.
- Nem precisa.. Tenho certeza que eu vou entrar em estado vegetativo daqui a pouco.
- Credo Remo!!
- Não duvide... Ah, não dá... A gente precisa de alguma coisa gelada, um suco, algo assim
- Ou a gente morre...
- Não devem ter esquecido de nós aqui né?
- Hm... Não duvido
- Também não duvido nada disso... Eii!!!
- Que foi?
- Olha só isso Tonks, acho que você vai achar interessante...
- O que?
- Isso aqui... - Remus agora tirava de dentro de um baú uma saca de veludo vermelho - sangue, grande, amarrada com uma corda dourada.
- Que é isso Remus?
- Isso é o projeto inicial daquele tapete da arvore genealógica dos Black
- Hm? Serio? Como assim projeto inicial?

Remus não respondeu. Tirava cuidadosamente um gigantesco rolo de pergaminho velho de dentro da saca.

- Grandinho não? - Exclamou Tonks, indo até ao lado de Remus, observando atentamente aquele pergaminho misterioso.
- Pois é... Tonks, me ajude a desenrolar a parte mais nova.
- Pra já - E foi desenrolando a parte que parecia ser a mais recente do pergaminho.

Somente a parte nova do pergaminho ocupava todo o porão, que não era nada pequeno. Depois de desenrolar, Tonks voltou ao lado de Remus, e ambos começaram a observar que pedaço de papel. Era muito interessante. Mais do que a do tapete. Feito a pena, detalhadamente, explicava cada detalhe da pessoa. Com quem casou, seus filhos, data de nascimento (com uma estrela), e a data da morte, com uma cruz. Dava dados pequenos dos familiares, como o que fez da vida e como morreu, ou se esta desaparecido, e ninguém sabe seu paradeiro.
Durante um tempo Tonks e Remo ficaram em silencio, quase que deitados no chão, somente vendo os nomes de cada familiar. Se divertiram, e riram um pouco com os nomes mais bizarros (Astreguslufrigulo Frívolo Tivulo Black), com os nomes mais curtos e de significado duvidoso, como It Black ( N/A: Algo como "Coisa Black")com as mortes mais bizarras ( Antonieta Black, enfeitiçada eternamente por um elfo domestico ), ou só vendo os destinos de cada um. Depois de um certo tempo pensando, Remus fez uma colocação muito importante:

- Tonks... Essa arvore, diferentemente da do tapete, não pode ser apagada... Nenhum integrante é apagado
- Serio?
- Serio... Olhe só, Asfargus Black, avo do Sirius esta aqui... O próprio Sirius tambem esta aqui, olhe: Sirius Black, *1959, desaparecido... e ambos foram apagados do tapete
- Então quer dizer que..
- Você esta aqui também... Veja, aqui: Ninfadora Tonks Black... Não sabia que vc mantinha o nome Black Tonks..
- Minha mãe deixou no nome dela, eu deixei no meu... Mas que maneiro!!! Olha só!!
- Segundo aqui, você nasceu em 1967, é aurora, tem poderes especiais... Isso tudo eu já sabia, mas é interessante.

Tonks riu. Quem diria que Lupin, que sempre foi visto por ela como uma pessoa muito seria, poderia ser tão divertido? Esse pensamento se afastou de sua cabeça quando reparou num pequeno detalhe sobre ela mesma na Arvore.

- Ei!!! O que é isso? - Apontou para o quadradinho detalhado do qual seu nome se encontrava. Normal, por exceção de um detalhe: Um risco começava a aparecer no canto direito.
- Um risco... Deve ser borrado de tinta.
- Não, não, é um traço, e esta crescendo. Olha! - E apontou amais uma vez. Tinha razão. Era quase imperceptível, mas um risco ao lado do seu nome se formava a cada minuto. - O que será isso?

Remus pareceu ligeiramente corado. Balbuciou alguma coisa que Tonks não intendeu.
- Que você disse Remus?
- Bom, isso é o nome da pessoa que você deve ficar se formando
- Ah?
- É, olhe o da sua mãe.. Tem um risco igual ligando o nome de Andromeda ao de Ted Tonks, seu pai.
- Meu deus... É mesmo. E-Eu n-ão sei o que dizer - Tonks estava chocada. Sabia muito bem quem ela queria que estivesse com o nome ao lado do seu na Arvore. Essa pessoa estava justamente do seu lado naquele momento.
- A-acho que isso quer dizer que você já conhece essa pessoa... - Remus demonstrava ansiedade e nervosismo no rosto. Pensava a mesma coisa que Tonks, mesmo que não quisesse admitir para si mesmo.
- Q-quem será? - Tonks agora estava mais nervosa do que Remus. Se é que isso era possível.
- Eu não sei... - (Mas sabia muito bem que queria)
- Nem eu, muito menos -(Mas também desejava aquilo)
- Bom... Essa pessoa pode se estar mais perto do que se imagina - Remus agora virava o rosto para o lado para evitar contato visual com a garota.
- É-é-é m-mesmo... Pode estar bemm ao meu lad.. Ah, esquece, é besteira.
- É besteira mesmo. Vamos tomar alguma coisa Tonks.
- Ok, vamos, que esse calor esta insuportável.
- Ok...

E subiram as escadas sem dar uma palavra sequer trocar uma palavra, mas com a nítida impressão que acabaram de perceber o que sentiam um pelo outro.

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