Capítulo 15



Capítulo 15

— Vou ter que casar minha filha.

Silêncio. Podia ouvir o pio da coruja que estava na floresta que rodeava o castelo, o barulho dos servos preparando as mesas para o jantar. E nenhum barulho no solário do Duque. Porém, se prestasse um pouquinho mais de atenção escutaria a batida frenética do coração do Sir Tiago Potter.

Não que ele deixasse transparecer o quanto tinha ficado perturbado com a declaração do Duque. Nem podia deixar transparecer, afinal, o que ele tinha haver com a decisão do Duque.

Mesmo declarando para si mesmo que nada tinha haver, indagou:

— Acha mesmo necessário, Vossa Graça?

Todos envolta dele olharam-no espantados, pois, nunca em tanto ano de convivência, Tiago tinha desafiado o Duque, direta ou indiretamente como era o caso.

Mesmo consciente de que estava sendo desrespeitado, o Duque resolveu responder.

— Meu caro, quando eu trouxe a Lili para o castelo sabia muito bem do que nós teríamos que enfrentar. Infelizmente para ela não pesei todas as artimanhas que meus adversários iriam usar. Não conseguia ver mais nada do que a felicidade de ter encontrado minha filha depois de tantos anos que achei que bastava eu para protegê-la.

O Duque suspirou e continuou.

— Chegando ao Castelo precisou tanto da Rainha quanto da minha sobrinha me avisarei aquilo que eu já sabia, mas não queria ver que a Lílian não estaria protegida só comigo. Por isso a cerimônia com o Rei. Nesse ponto mais uma vez me iludi, achei que agora sim ela estaria protegida.

O Duque então sentou parecendo derrotado. Ninguém falou nada enquanto ele não acabou de desabafar.

— Com o que vocês acabaram de me falar acaba de vez com essa ilusão. A Lili precisa sim de proteção. E proteção do casamento.

O primeiro a falar foi o Sirius, sem o seu costumeiro ar de deboche ou sarcástico, já que sabia que o assunto era sério.

— Já tem alguém em mente, Duque?

— Infelizmente ainda não. Por que eu não queria obrigar minha filha a se casar sem amor, afinal, foi contra isso que lutei há vinte tantos anos atrás.

O sempre sensato Lupin sugeriu:

— O Senhor não vai decidir nada agora, principalmente com a cabeça cheia das novidades de hoje. Então vamos jantar, e então dormir sobre o assunto que amanhã é um novo dia e com novas expectativas.

— Sempre o sábio Lupin. — Disse Sirius debochado.

Começaram então a se levantar e se dirigir à porta para sair, quando o Sirius fez um sinal discreto para o Duque de que queria falar com ele sem a presença dos demais. O Duque balançou a cabeça em sinal de que tinha entendido dando um desculpa qualquer para ficar para trás.

O Sirius nem teve que dar desculpa, pois que os outros três estavam discutindo outros assuntos que nem perceberam que ele não estava junto.

— O que queria me dizer rapaz, que não pode ser na frente dos outros.

— Sei quem pode casar com a Lili.

O Duque já conhecendo o jeito brincalhão do Sirius disse.

— Imagino que você vá dizer que é você.

— Não. Ainda não estou pronto para o casamento. Mesmo que seja com a bela Lili.

— Sim, sim. Então pode me dizer quem é ele.

— Tiago.

— Por que ele? — Perguntou somente para confirmar suas suspeitas.

— Por que ele mora relativamente perto do deste Castelo o que facilitaria a sua visita a sua filha. Ele mais o Conde são fortes, além é claro do Senhor e do próprio Rei, o senhor teria uma proteção sem igual a sua filha.

— Certo. Vou pensar nesse assunto e amanhã eu te falo a minha resposta.

— Acredito assim que seus inimigos não mais tentariam matar sua filha. E acima de tudo e o mais importante ele ama sua filha mesmo que ainda não tenha consciência disto, e ela a ele. — Depois que falou tudo o que tinha para falar Sirius pediu licença e saiu da sala deixando o Duque pensando em tudo o que ele tinha falado.

Lady Gwen estava jantando junto com os demais membros da família, quando percebeu certa apreensão no ambiente. Seu tio o Duque sempre alegre estava pensativo, por que não dizer triste ou com alguma coisa preocupando. O mesmo não se podia dizer daquele estafermo do Conde Sirius sempre alegre, como se tivesse descoberto alguma coisa que ninguém mais saberia, somente ele. Depois de colocar mais um pedaço de enguia na boca, Gwen virou para observar os demais, e chegou à mesma constatação que com exceção do estafermo todos estavam mais preocupados do que triste.

Desde muito pequena ela tinha esse dom que sua mãe fez questão de que ela aprimorasse mesmo que escondido do pai e da irmã mais velha. O dom de perceber o que se passava envolta dela e além de saber quem esta mentindo ou não.

Passou mais uma olhada nos membros da família, foi quando notou ao mesmo tempo em que seu tio dando um sinal que queria falar com ela e aquele estafermo encarando-a. Já ia encarar de volta quando a Rainha balançou a cabeça em sinal de negativa e repreendo-a.

O Rei então acabo de comer e levantou.

Depois disso todos foram liberados para se levantarem.

Gwen viu então o tio pegar o braço da filha para acompanhá-la, em vez de ir com ela na direção dos aposentos dela, foi na direção oposta, ou seja, do solário dele. Ao mesmo tempo em que percebeu que o asqueroso do seu cunhado, tentando passar despercebido começando a segui-los. O que deixou Gwen muito mais preocupada, já que ela tinha notado a tensão no ar, por que então o Malfoy também não. Bastou então olhar na direção do estafermo do Sirius e depois para o Malfoy para que ele chegasse à mesma conclusão que ela.

Malfoy iria tentar ouvir a conversa entre pai e filha.

Gwen e Sirius pensaram ao mesmo tempo: Tem que fazer alguma coisa.

Sirius rapidamente chegou por trás do Conde Malfoy e perguntou em tom de deboche.

— Perdeu alguma coisa, Senhor Conde?

Apesar de não demonstrar, Malfoy levou um tremendo susto, com a chegada do Sirius.

— Não, realmente não perdi nada. Mas acho que vou acabar perdendo minha paciência é com você se continuar se intrometendo aonde não é chamado. — disse com certo grau de desprezo na voz. — Conde Black.

— Como tenho certeza, absoluta, que você não estava espionando o Duque para o seu sogro. Já que é de conhecimento de todos que o grande Conde Malfoy, não é moleque de recado do sogro, como alguns dizem. — Sirius então Malfoy ficar mais branco do que já era. E completou. — Acredito então que você só tenha errado para que lado fica o solário destinado ao seu sogro é que você usa quando ele não vem ao castelo.

Malfoy nem resposta deu, passou pelo o Sirius e depois pelos os demais sem nem dar atenção. Mas todos perceberam que ele estava com muita raiva.

Lupin então chegou perto do Sirius e indagou:

— O que você com o Malfoy? Por que eu estava esperando a hora dele puxar a espada da cintura e te atacar.

— Isso... — Com o seu famoso tom de descaso e apontando para o lado que Malfoy tinha saído. — Não foi nada. Só lembrei a ele que ele é somente um moleque de recado do sogro. — E riu da cara que o Lupin fez.

Lílian sentiu que seu pai estava preocupado com alguma coisa. E o que estava preocupado era alguma coisa relacionada á ela. Que não sabia por onde Começar a falar. Então ela decidiu.

— O que está acontecendo, Vossa Graça?

— Está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo, entretanto, no momento quero saber de você. Você está gostando de morar aqui?

— Ainda não estou acostumada com tanto luxo, mas, estou gostando sim. Por que agora sei que encontrei minha família.

— Ficou feliz. Mas em relação às amizades.

— Por que gostaria de saber?

— Por que gostaria de saber de tudo em que você está envolvida, isto é se não fizer objeção que eu saiba.

— Não. Eu converso mais com Lady Cassandra e com Lady Ana.

— São realmente ótimas companhias. Conheço suas famílias. E em relação a alguns dos meninos?

— Meninos? — perguntou não entendendo de que ele falava.

Vendo que ela realmente não associou meninos aos cavaleiros e o acompanhava, esclareceu:

— Sirius, Remo e Tiago.

— Hã. Os seus cavaleiros. E tão estranho, Vossa graça, chama-los de meninos, aqueles homens feitos.

— Com certeza. Porém conheço-os desde os cueros. Então tenho esse privilégio. E mesmo que não tenha visto à senhorita crescer, não pode me enrolar, não está bem.

Lili ficou vermelha, já que era isso mesmo que estava fazendo.

— Não nada contra eles, acho-os até interessantes. Sirius tem todo aquele jeito de debochado e brincalhão. Já o Remo é mais sério, estudioso, e sempre que pode me dá uma mãozinha nas aulas que estou tendo.

— Entendo. — Duque achou muito interessante que a filha não tivesse descrito o Tiago. Fez uma anotação mental para voltar naquele assunto.

— Mas por que quer saber?

O Duque então respirou fundo. E desviou o assunto.

— Minha querida, o que você sabe do incidente da égua de hoje à tarde?

— Falando francamente quase nada. Somente que égua da correria machucou a pata. Por isso fui obrigada a montar junto com Sir Tiago.

Quando Lílian pronunciou o nome do amado o Duque viu um brilho diferente no olhar e gostou.

— Realmente ela se machucou, mas, não foi na pata.

Interrompendo o pai, indagou.

— Onde?

— Na coluna dela. E antes que me interrompa de novo, me deixa explicar tudo.

Não tendo outro jeito senão concordar. Balançou a cabeça em afirmativo.

— Foi colocado entre a manta e o lombo da égua um caule de espinho de rosas. Que faria a égua disparar quando alguém subisse na sela que estava nela. Assim machucando a égua e o cavaleiro, no seu caso, amazona.

Antecipando a pergunta dela, respondeu:

— A pessoa que fez queria machucar ou até na pior das hipóteses, matar o cavaleiro ou a amazona.

De repente Lili ficou muito pálida o Duque achou que ela foi desmaiar.

Ela perguntou num fio de voz:

— Todos sabiam que seria eu a cavalgar na égua. Por que tentaram me matar?

Ainda vendo-a transtornada com a notícia, mas não tendo outro jeito a não ser a verdade. Declarou:

— Meus inimigos.

Depois da declaração do Duque tudo ficou em silêncio.

Então ainda surpreendente que o silêncio entre eles foi a reação da Lili.

— Pai... — então respirou ainda mais fundo e disse: — Pai o que eu devo fazer?

Griffindor encarou então a Lili com as faces banhadas de lágrimas e a abraçou.

N/A: Acho que esse capítulo foi mais rápido que depois de ter postado o anterior.

Espero que gostem... Novamente agradeço os comentários...

Bjos

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