Capítulo X

Capítulo X




Era verdade que tinha acabado de conhecer o homem, mas mesmo assim passou a noite na companhia dele e de mais um monte de gente que dançava animada, sem notar sua presença. Dançara, rira, e, finalmente, conseguira elevar seu espírito difícil e problemático. Afinal, Hermione Granger não era das garotas que terminavam com alguém e no mesmo dia se animava. Mas algo em Robert a despertou. Uma intensa vontade de continuar vivendo, e o mundo não girava em torno dos pés dos idiotas insensíveis como Malfoy.

E ela tinha que admitir que era isso que pensava! Na sua cabeça, se terminasse com Draco, não poderia ser feliz nunca mais. E ela nem o amava! Só sentia uma simples atração que podia ser confundida com qualquer sentimento forte que fosse - o mesmo que todas as mulheres sentiam ao olharem aquele homem loiro de olhos verdes na rua, lhe dando uma moral imensa.

Enxugou o rosto e encarou o próprio reflexo no espelho: estava bem, antes fosse. Tinha passado praticamente sua noite toda em claro, na companhia de alguém que ela descobrira por acaso, e estava ótima. Acordara às onze, exatamente. Se trocou e desceu as escadas estreitas do pequeno hotél que arrumara em pouco tempo procurando. No dia anterior, voltara para aquele hotél lindo e maravilhosamente chique que ela nunca voltaria a ver novamente, para pegar suas roupas e pertences. Para sua surpresa, Draco não estava lá, nem dormia, nem tomava banho, nem lia... simplesmente, não estava no quarto! E isso foi contado como vantagem para ela, que não pretendia ver aqueles olhos verdes e frios tão cedo novamente, já que eles vieram com tanta rapidez, sairiam de sua vida na mesma velocidade.

As malas não estavam tão pesadas e nem tão expremidas, devido ao feitiço de boa qualidade que ela lançara nas malas grandes e de rodinhas, que deslizavam pela calçada com rapidez e agilidade, devido aos anos de uso intenso desta pela dona.

Pegou um táxi não muito longe de onde saíra e foi direto ao aeroporto, onde comprou uma passagem para Londres novamente. E o pior, foi que ela teve que admitir que a viagem fora mais tranqüila sem Draco ao seu lado. Ao chegar em Londres, a recepcionista a reconheceu prontamente e, feliz, informou:

- Srta. Malfoy...! Seu marido desembarcou há algumas horas! Se atrasou no aeroporto, né... ou ele tinha negócios a tratar?

Ela lhe lançou um olhar feroz e reconheu os papéis imediatamente, saindo dali. Sua sorte fora que Draco deixava os dois passaportes em cima da mesa de cabeceira no hotél, ao lado do abajur.

Saiu do aeroporto, respirou o ar fresco e úmido de Londres, que tanto lhe provocara saudades e lembranças; agora tinha a realidade cara a cara, e tiria de enfrentá-la, uma hora ou outra... E os prédios, os carros, o barulho, o ar, as pessoas, a língua... tudo lhe pareceu mais ótimo e fácil que nunca. E o melhor: se sentia em casa. Londres era a sua casa, e ela adorava viver ali, sozinha e comprometida com sigo mesma de não cometer mais enganos e aflições em relação a seus sentimentos.

Pegou um táxi novamente para o seu apartamento, e chegou lá o mais rápido que esperava. Era impressionante como o tráfego e os carros buzinando lhe deixaram feliz. Ela precisava sair do Caribe, e saíra. Agora estava na Inglaterra, em Londres, onde sempre morara e sempre fora feliz, triste, e apressada...

Seu apartamento estava como sempre, ali, esperando por ela. Suas coisas e sua cama desarrumada por ter que sair apressada para o aeroporto por causa de Draco, sem se lembrar de arrumá-la. Sua cozinha, seus sofás, sua penteadeira... tudo lhe alegrava tanto! E era bom que estivesse feliz, já que os últimos dias tinham sido preenchidos por terror e medo em sua vida.

Se jogou na cama, deitando-se de costas. Viu um bilhete na sua mesinha de cabeceira, que deveria ter entrado pela janela por aviãozinho. Desdobrou-o rapidamente, e pôde lê-lo, apressada:

"Hermione,

Eu poderia ter te contado antes, eu não te amo. Nunca te amei. Mas vi em seus olhos coisas que nunca ninguém me mostrou. Sim, eu te usei, princesa, mas há coisas que devem ser devidamente explicadas.

Sabe, querida, você vai entender, tenho certeza. Vai me odiar menos quando souber quem também está por trás de tudo isso, tenho certeza.

Apareça hoje às nove da noite, na frente da cabine telefônica do Ministério. Vá sozinha, querida, o que ouvir tem que ser calado plenamente e nunca mais repetido.

Beijos,

Draco Malfoy."

Hermione amassou a carta com força e a jogou contra a parede, com raiva, grunhindo. Ele tinha que acabar com qualquer felicidade instantênea que aparecesse. E ainda admitir que a usara! Ela estava feita. Completamente obscura e sensível em relação aos seus sentimentos, ela arrumou os cabelos e desceu, no intuito de arrumar um lugar diferente para tomar café.

Mas o único lugar que teve capacidade de passar pela sua cabeça num momento daquele foi Coffe of Moment. E mesmo sabendo que doeria voltar novamente para um lugar como aquele, em que passara tantos momentos bons com Harry, foi até lá o mais pacificamente possível, andando com as mãos nos bolsos, despreocupada e pensativa.

Entrou no lugar e sentiu o odor suave e lento adentrar suas narinas rapidamente, e ela não pôde evitar fechar os olhos e deixar o momento e o lugar possuí-la, assim como as lembranças ali passadas. O calor humano era presente ali mais que em qualquer lugar de Londres que ela pudera sentir ou presenciar, havia algo especial ali.

Ao abrir os olhos, ninguém a notara, e suspirou, agradecendo por isto. Jogando os cabelos para trás e sentindo as pernas pedindo por descanso, ela se sentou em uma mesa próxima à frente de vidro do Café. Ver o lugar dali era especial: todos andavam apressados e preocupados, enquanto ela podia estar só ali, de licença, observando-os, envolta por uma capa segura e firme. Mas algo a amedrontava, ela não se sentia completamente feliz, como esperava estar se sentindo.

Oras... ela tinha que se sentir de algum modo. Então se sentia infeliz. Infeliz e incomodada. O que eles queriam, afinal? Não bastava terem feito ela passar por todos os testes possíveis, ainda queriam esmagá-la para probar que eram melhor do que ela? Hermione antes era uma pessoa forte, tinha que admitir. Mas a testaram, a usaram e a enganaram demais... ela teve que, involuntariamente, se tornar vulnerável. Mesmo não querendo.

O mundo era grande e extenso, cheio de aventuras e lugares exóticos lá fora; e ela preferia ficar ali dentro, no calor e no cheiro de café suave, onde tantas coisas maravilhosas tinham acontecido, onde tantas emoções suas lhe foram despertadas, onde sentira tanta felicidade... e agora... estava sozinha. Quando estudava em Hogwarts, se imaginava sozinha, firme e feliz, quando se tornasse uma aurora respeitada; só não imaginava sentir tanta falta de alguém ao seu lado.

- Vai querrer algo, Senhorrita Grangerr? - a voz rude e com sotaque russo de Olívia Kostinov feriu-lhe os ouvidos, parecendo querer ser delicada e apreensiva.

- Um café expresso com chantilly e duas panquecas, com mel, por favor. - ela pediu com um sorriso.

Olívia pareceu relaxar e deu um sorriso espremido, balançando a cabeça curtamente para cima e para baixo, e andando lentamente de costas. Se virou completamente e andou decidida até o balcão.

Algumas pessoas e costumes nunca mudam, ela tinha que admitir. Não se lembrava de nenhuma vez a Sra. Kostinov ter dito "ok" ou "mais alguma coisa?" e sair andando de costas prontamente para eles; ela sempre fazia os mesmos gestos que fez. E, por algum motivo, Hermione agradeceu por isso.

Ao terminar de comer, ela pagou a conta e foi para o seu apartamento. O céu antes azul escuro mesclado em cinza, presumindo a chuva, agora ficava conpletamente escuro e sem sinal de retornar na decisão de chover torrencialmente. Porém, a tarde toda, houve uma hesitação entre deixar a água para mais tarde ou despencá-la no momento. Não houve chuva rala nem grossa, só não houve chuva.

Já se aproximavam das nove da noite, e ela começou a ficar ansiosa e temerosa. Era mais que óbvio que não iria a lugar nenhum a encontro daquele... marginal! Por outro lado, sua conciência hesitava entre descobrir o que acontecera, o que era a mancha escura que a história dos dois insistia em ter. Sem se conter, se trocou rapidamente. Faltavam exatamente quinze minutos para às nove horas.

Se apressando em sair, pediu um táxi e se surpreendeu ao fitar Tonny Thunder olhando-a, com um sorriso feliz:

- Eu disse que nos encontraríamos por aí, moça. - avisou, fazendo um sinal para trás - entre, eu levo você. Para onde vai? - quis saber, quando ela entrara no carro.

- Para a Rua Saturn Santus, por favor.

Ela temeu em falar, então decidiu falar uma rua antes do Ministério. Pelo menos não teria que se deparar com um trouxa tentando adivinhar onde iria.

- Você parece melhor. Resolveu o problema? - ele iniciou uma conversa tensa, quase como se soubesse de tudo o que acontecera.

- Sim. - mentiu, temendo que ele notasse a aflição em sua voz.

- Que bom.

E estas foram suas últimas palavras. Ao chegarem no devido destino, ela agradeceu e lhe pagou.

- Realmente espero que nos encontremos novamente. - falou, dando uma piscadela.

- Eu também. - ela sorriu, dando as costas para o carro.

Mas só foi realmente ao lugar quando teve absoluta certeza de que ninguém olhava. Andou pelo quarteirão vazio e abandonado, que não lhe cheirava coisa boa, em passos rápidos, os braços cruzados, a fumaça saindo-lhe das narinas pelo frio do lugar. A chuva parecia estar sendo segurada por um fio acima de sua cabeça, e a qualquer momento despencaria em Londres.

Não demorou a chegar em frente à cabine telefônica, esperando impacientemente uma cabeleira loira chegar, mesmo antes de avistá-la esperando-a no mesmo lugar.

- Ora, ora... você veio, Granger. - ele enrolou, se aproximando em passos lentos.

- Fala logo, Malfoy. - ela respondeu, fria - o tempo não foi feito pra ser gasto com coisas insignificantes.

Ele ergueu as sobrancelhas, um sorriso nos lábios. Seus olhos estavam mais verdes e acinzentados do que nunca, e agora ela podia ver o verdadeiro Malfoy. O Draco Malfoy de cinco anos atrás, estudando e pirraçando alunos na escola de Hogwarts, com seu caráter fútil e frio, agressivo e convencido. Ele a olhou profundamente, como se tentasse ler seus pensamentos atravéz dos olhos; ela não tentou ocultar a raiva que sentia dele.

- Quer saber por que eu te chamei aqui. - ele continuou, a voz rouca, numa pergunta quase afirmativa.

- Exato. - falou rapidamente, incentivando-o e obrigando-o a continuar.

- Então... eu vou dizer porque está aqui.

Hermione estremeceu, mas mesmo assim acionou a tecla "decorar" em sua mente, para cada palavra ser cravada em sua mente com uma faca pontiaguda.


N/A: Hmm... agora eu exagerei neh...
Mas espero q estejam gostando..
kkkk eu vou demorar muuuuuuuuuuito pra vcs comentarem xDD* zueraa
Mas comentem, ok?
Kro saber a opiniao d vcs, q eh essencial pra miiimmm *-*~
Bjuuuxxx,
Nah~.~'

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