Curiosidade



Desculpem-me...

Bom, muito obrigado pelos comentários. :lol: :oops: E vamos ao cap. (capítulo esse que eu odiei , mas tudo bem...).

Capítulo 4 – Curiosidade

Enquanto estava na fila de conferência de autorizações, o rapaz não conseguia parar de sentir-se tentado pelo modo da amiga. Era curiosíssimo seu jeito.
Como havia planejado sua vida. Sem imprevisto, problemas ou enganos. Em como fora restrita e fria ao excluir seus possíveis sentimentos. Não a culpava, no entanto, por não querer sofrer... Mas privar-se por esse medo? Essa não era a Hermione que conhecia.
Ou talvez fosse... Com toda essa precaução, que era uma característica gritante na morena. Ela age e planejou a vida ignorando tantas coisas, como se houvesse uma pré-disposição genética para nunca se apaixonar – e Hermione tivesse esse gene.
Pensando em tudo, ele não queria que ela se machucasse de verdade, mas há certas coisas que não se aprendem em livros, e que a menina também teria que passar e, se preciso, se reerguer e se fortalecer com as próprias quedas, do mesmo modo que tantas outras pessoas.
Hermione não poderia ficar em seu mundinho pro resto da vida, isso ele sabia. O problema era apenas lhe fazer enxergar o quanto estava sendo infantil com essa mentalidade. Quando ela iria aprender que se machucar faz parte, assim como a alegria, a paixão, a angustia, o frisson, a sofreguidão? Ele teria que ensiná-la...? E aquilo estava ficando cada vez mais interessante.
Estranho. A garota planejara toda sua vida, mas quando se encontrou com ele e Rony, sua vida mudou, seus planos idem... Afinal, Harry não conhecia ninguém tão “errado” quanto ele e Rony – mas o ruivo estava até mais responsável (não que ele fizesse seus exercícios com antecedência) – para a Srta. ‘Regra’ Granger tornar-se amiga. Com seus surtos de detetive e todas as peripécias que fizeram durante a estadia em Hogwarts – onde, por incrível que parece, a mesma arquitetou diversas.

Harry Potter sentiu um estranho divertimento enquanto divagava. Seu olhar perdido para mais a frente, onde a fila começava. Hermione, ao seu lado, contava alguns galeões que encontrara em algum lugar – esquecido - de seu bolso.

-O que há lá na frente? – ela perguntou.

-Estou lembrando de um pequeno vexame, que vocês me fizeram pagar.

-“Vocês” trata-se exatamente de quem?

-Rony e você, obviamente.

-Ah é?

-Sim. Eu achei que Rony estava te traindo com a Lilá – Harry fez uma careta.

Hermione ergueu a sobrancelha. – E se ele estivesse, o que você fazia? Me contaria?

-Não.

-Não?! – se surpreendeu. - Belo amigo você, hein?

-Não contaria, porque, primeiro: não tenho nada a ver com seu relacionamento, e segundo: Ele mesmo contaria, nem que eu tivesse que azará-lo.

-Claro.

-Hermione. Eu o faria contar – franziu a testa. – E se a Gina me traísse? Você me contaria?

-Ela não te trairia.

Harry revirou os olhos. – Tudo bem. Mudando o questionamento: Se eu a traísse? O que você faria?

Hermione ponderou. – Achou que azararia você. Por ser tão desprezível.

-Por que é mais fácil me ver fazendo coisas erradas?

-Pelo simples fato de você ser homem.

-Não vou discutir isso, mulher.

Harry logo voltou às suas divagações. Hermione era tão “politicamente correta”, tão na dela.
Quando descobriria que o amor se torna mais forte em quem mais resiste a ele? Será que ela seria, algum dia, possuída pelo amor? Será que ela se negaria a acreditar?
Hermione não deveria apostar todas suas fichas nesse seu ideal de “não se apaixonar”... Harry achava que a garota não deveria apostar nada. Aquilo era um jogo perdido. Agora deveria demonstrar a ela... mesmo ainda sendo um mistério (ou talvez não) como.

-Quer dizer que você é um “rapaz romântico”? – Hermione perguntou com uma pontada de ironia, enquanto se dirigiam finalmente para Hogsmead.

-Você não? – ela o olhou sarcástica. – A Granger é muito rígida para se alegrar quando recebe um buquê de flores. Ela, na certa, jogaria no lixo – Harry disse com uma voz maldosa.

-Apenas acho besteira.

-Você já recebeu um buquê de flores?

-Não.

-Então é por isso que acha besteira.

-Não seja tolo.

-Mione. O que você gostaria de ganhar de presente, não vale livros!

Ela ponderou. – Um diário, talvez.

-E o que você escreveria nele? O que aprendeu no dia de hoje? – Harry indagou sem se conter. – Ou como todos os apaixonados são ridículos? Ou melhor, cem maneiras para não se apaixonar nunca?

-Você é completamente-

-Não fale - interrompeu. – Você sabe que-

-Tem razão? Não sei mesmo – disse revirando os olhos. – E, por favor, até quando você vai me importunar sobre isso?

-Te incomoda?

-Olha para o meu rosto e me diz o que você acha quando chegar a uma conclusão.

-Ei, relaxa. Que bobagem.

-Então me deixa em paz. Essa é uma opção minha, sobre a minha vida. Não te afeta em nada, então o você quer?

-Só quero fazer você acordar. Você realmente acha que essa sua idéia maluca pode dar certo?

-Não é uma idéia maluca – soou ofendida.

Eles estavam parados no meio da rua, discutindo em voz baixa. Enquanto os alunos que passavam por eles os observavam curiosos.

-Tudo bem. Eu não vou falar mais sobre isso, nesse momento. Vamos sair daqui, estão nos observando.

-Preciso comprar minha pena.

-Tudo bem. Vai indo, tenho que resolver uma coisa aqui perto.

-Tá certo. Vai demorar muito?

-Nem um pouco.

-Então, quando terminar de comprar, vou te esperar em frente da loja. Está bem?

-Ótimo. Ou melhor, sabe aquele café que tem aqui perto?

-Sei sim. Eu de espero lá, então.
***

Fora naquela loja uma vez com Cho. E outras vezes com Gina, Hermione e Rony, num típico encontro duplo.
Quando entrou, todos o olharam. Estava começando a se arrepender de ter escolhido aquele lugar, tinha esquecido que era tão pequeno.
Entrou Hermione numa das mesas no canto esquerdo, ao fundo. Enquanto passava, viu Rony, aos beijos com Lilá (ele só os via assim, de todo jeito...). Dirigiu-se, finalmente, para onde a amiga estava, sendo seguido por olhares curiosos.

-Resolveu seu assunto?

-Resolvi. E tenho uma coisa pra você.

-Para mim? – perguntou enquanto Harry lhe entregava algo dentro de uma caixa de presente.

-Ainda bem que comprou penas novas – Hermione olhou sem entender a caixa a sua frente.

-Deseja alguma coisa?

-Um café – Harry respondeu, a mulher logo se afastou depois de anotar seu pedido.

Enquanto isso, Hermione abria a caixa de presente. A menina encarou o rapaz incrédula. – Você é louco? – indagou baixinho. Harry riu. Hermione retirou da caixa um grande livro com capa de couro negra. Onde, no rodapé, estava escrito em ouro, com uma caligrafia muito bela: Pertence à jovem Hermione Jane Granger. A morena o abriu e deparou-se com folhas e mais folhas em branco.

-Então agora você pode escrever o que quiser.

-Você enlouqueceu – balançou a cabeça negativamente.

-É. Pelo jeito você gostou muito – retrucou ainda rindo.

-Por que você fez isso?

-Não gostou? Não quer?

-Não é nada disso. Claro que gostei. Mas-

-Seu café.

-Obrigada. Depois daqui onde você quer ir? – bebeu um pouco do café.

-Tanto faz – murmurou dando de ombros, enquanto olhava a volta e depois encarando novamente Harry.

-Eu escolho, então.

-Certo, menos a casa dos gritos.

-O que nós faríamos lá, Mione? – indagou erguendo a sobrancelha. – Cassaríamos “fantasmas”? Acho que não é um bom programa – disse ironicamente.

Enquanto Hermione guardava seu presente, Harry sentiu um olhar peculiar sobre si. Virando-se, deparou com os olhos de Rony, que logo em seguida os abaixou, voltando a conversar com Lilá.

-Talvez não seja muito legal nós estarmos aqui – o moreno disse. Hermione ergueu os olhos para encará-lo.

-Por que? – Harry apontou vagamente com a cabeça. – O que tem? – ela franziu a testa depois de encontrar Lilá, olhando certeiramente e sem disfarçar, para si.

-Se não percebeu- – Harry parou. – Esquece.

-Você está mais estranho que de costume.

-Só não reclama depois.

-Por Merlim, Harry. Não vou reclamar. E daí que a Lilá está olhando pra cá?

-A Lilá e todo estabelecimento.

-Não vou sair porque estão me olhando! É ridículo - Harry só esperava que a garota não ficasse irritada com os boatos maldosos que depois viriam. – Não vou me preocupar – Harry lhe olhou e a menina continuou. – Podem falar o que quiserem, sei o que sou. E sei o que você é. Ponto.

Por que ela não entendia? Todos – ou muitos deles – sempre acharam que o rapaz e ela tinham um ‘affair’ não resolvido. Ele não estava com vontade de dar as mesmas declarações que alguns anos atrás.

-Vamos Mione?

-Mas eu não acabei meu-

-Compro para você uma cerveja amanteigada no três vassouras, o que me diz? - ela ponderou. – Tudo bem, que tal alguns doces? – ela o olhou esperando. – Você não quer flores não é? – perguntou fingindo estar confuso. A morena revirou os olhos. – Vem, vamos – chamou lhe segurando o braço.

-Você é realmente chato – retrucou quando, por fim, cedeu aos caprichos do amigo. – Não pense que eu esqueci dos doces que me prometeu – reclamou enquanto era encaminhada para fora do estabelecimento.

-Eu sei, boba – riu-se.


Mais ao canto, em uma pequena mesa próxima à janela fechada, havia três amigas que estavam bem interessadas na dupla que acabara de sair do lugar.

-Quer dizer que Potter e Granger estão saindo?

-Não tenho idéia. Mas até onde sei, ela estava namorando o Ronald Weasley e ele a irmã do Weasley, Ginevra – murmurou de volta olhando pra mesa ao lado. – Mas o Weasley está aos beijos com a Brown. E pelo jeito Hermione não ligou muito, não.

-Eles terminaram há uns dois dias, se não me engano.

-Mas não posso culpar a Granger por trocar um pelo outro... Quer dizer, o Potter é muito... Como eu posso dizer...?

-Apetitoso, sensual e inteligente?

-Gostoso, rico e muito, muito, muito lindo?

Elas explodiram em risadinhas, atraindo olhares.
***
(Continua)
***

Soneto de fidelidade (Vinicius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

********

Beijo, espero que gostem.
Me desculpem novamente...

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