Medos



Capítulo 20 – Medos

Ele a estava deixando louca! – e nem sabia disso. - Às vezes, tinha certeza que a qualquer momento poderia agarrá-lo e distribuir beijos por toda e qualquer parte que alcançasse dele... “Não. Isso não pode é normal”.

Nesse momento, por exemplo, ela estava em mais uma das rodas, obrigara o rapaz a ir por outro caminho, alegando ter, desse modo, a área esquadrinhada mais rapidamente.
Ela fizera de tudo para ir o mais lentamente possível, mas agora já estava quase perto do lugar onde haviam combinado.

“Por que os corredores há essa hora tem de estar tão vazios?”

-Finalmente! – ele disse erguendo os braços. – Se não aparecesse em dez minutos iria procurá-la.

-O que queria? Estava fazendo uma ronda. Além do que, você tem o mapa do maroto, não precisava ir atrás de mim.

-Eu não o trouxe hoje, Hermione.

-Não sei por que está preocupado, estamos no castelo de Hogwarts. O que poderia ser perigoso aqui? – indagou virando os olhos.

Harry a ignorou de pronto. – Vamos – disse segurando seu braço e a puxando. - Estou cansado de ver estátuas.

-Eu não preciso de um guia – retrucou tirando sua mão da dele. Harry a encarou surpreso, mas não disse nada, apenas continuou andando.
**

No domingo, a chuva não parada cair, mas ele não estava se importando com isso quando marcou o treino de quadribol para aquela tarde. A Grifinória deveria ganhar aquele último jogo para conseguir a liderança na copa das casas. Além, é claro, de ter o nome de seu time naquele troféu. Como campeão.

Rony queixava-se, achava desnecessário aquele treino, pois ainda teriam quase duas semanas para treinar. Harry não quis ouvir sua argumentação. Ou a de qualquer outro.

Hermione não ousara – mesmo depois da insistência de Rony. - intervir na decisão de Harry, podia ver em seu semblante que estava irredutível.

-Você é monitora-chefe! Tem que dizer que é perigo para nossa saúde! – Rony implorou.

-Rony. Escute: não. Eu não vou me meter – retrucou erguendo os olhos de seu livro. – Tenho certeza que Harry sabe dos riscos. Além do que, há feitiços que–

-Tudo bem. Eu já entendi – disse emburrado. – Você não vai ajudar.

-A questão não é ajudar, Ronald. Eu apenas não quero me indispor com Harry por causa do seu medo de água!

Rony corou furiosamente. – Eu não tenho medo de água.

-Ótimo! Então prove – ela retrucou sarcástica. E então naquela tarde, eles estavam lá fora, enfrentando a natureza.

Em duas horas os integrantes do time apareceram, surpreendentemente secos. Hermione observou Rony e Gina sentarem a sua frente. – Então sobreviveram a “grande tempestade”? – indagou divertida.

-Muito engraçado – Rony murmurou olhando-a duramente.

-Eu pensei que viria mais molhado, Ronald – retrucou em remoque.

Virando os olhos, ele deixou a irmã falar. – Harry. Ele estava preparado... – disse com ar cansado. – Utilizamos um feitiço.

-Viu Rony, não foi tão mau assim – ele levantou bruscamente.

-Vou para o dormitório – disse secamente.

-O que ele tem?

-Deixe-o – Gina falou abanando as mãos, sem dar importância. – Você precisa falar com o Harry... Ele ainda está lá.

-O que há Gina? Vocês não usaram um feitiço – Gina a encarou nervosamente.

-Sim. Mas eu acho que ele está exagerando. Lá fora está muito frio e mesmo não estando molhado, pode acabar pegando alguma doença. Ele não quis nos ouvir, Hermione. Disse que iria ficar por lá mais um tempo. Não acho que seja saudável.

Hermione suspirou resignada. – Oh. Tudo eu vou.
**

Ela chegou à porta do castelo rapidamente. Antes de sair, apontou a varinha para o próprio corpo, executando um feitiço de impermeabilidade. Correu até o campo de quadribol, mas quando olhou para o céu não conseguiu vislumbrar nada, de tão escuro que este estava.

-Talvez ele possa estar no vestiário. É, talvez. Afinal está chovendo muito, ele não pode estar voando – dizia abraçando o próprio corpo. Estava frio.

De fato sabia que não encontraria ninguém ali. O armário de vassouras estava aberto, mas nenhum sinal de Harry Potter naquele lugar.
Suspirou mordendo o lábio inferior. “Harry Potter seu irresponsável!”. Dirigindo um olhar nervoso ao armário de vassouras, foi até lá e pegou uma qualquer antes de sair do local.

-Olha... Você sabe que eu não gosto de você. E creio que a recíproca seja verdadeira – ela murmurava montando a vassoura. – Mas preciso da sua ajuda. Eu juro que não voou mais em você ou qualquer amiga sua se me ajudar – continuou com um leve estremecimento da voz. Respirou fundo antes de dar impulso e logo Hermione estava no ar, voando duvidosamente no céu negro e chuvoso do campo de quadribol a procura de Harry Potter. – Ah Merlim... Não estou gostando disso... Eu não estou gostando nada disso – ela xingou Harry mentalmente. – Só você mesmo Potter, para me fazer subir em uma vassoura.

-O que você está fazendo aqui? – minutos depois, ela ouviu as suas costas. Lentamente Hermione se virou.

Ela ignorou sua pergunta. Ao encontrar Harry Potter a sua frente quis esmurrá-lo. – Você enlouqueceu de vez?! Por que está todo molhado? – inquiriu olhando-o zangada. – Sabia que não é alguma divindade? E que pode morrer? – continuou estridente.

Harry a encarava chocado. Primeiro: por ela não parar de falar um minuto. E principalmente porque: “ Ah meu Merlim, ela está voando!”

-Você vai sair dessa chuva agora mesmo! – continuou já de modo rouco.

-Tudo bem – gritou de volta, jogando o cabelo para trás. – Tudo bem - repetiu sem nenhuma vontade de retrucar. “Ela odeia voar. E está a dez metros do solo numa vassoura” Harry estava bestificado.

O moreno girou a vassoura e desceu velozmente até encontrar o solo. Hermione preferiu ir com mais cautela... Dois minutos depois estava no solo e dando graças a Merlim por isso.
Eles entravam no vestiário e a morena guardou a vassoura no armário, feliz por ter feito aquela promessa. Sim, ela cumpriria de bom-grado.

Assim que guardou a vassoura, ela se voltou para Harry apontado sua varinha. – Não! – falou quando percebeu o feitiço que ela iria executar.

-Como não? – perguntou franzindo a testa, Harry lhe deu as costas abrindo outro armário. – Você pode gripar – disse se aproximando.

-Não quero que me seque – disse pegando uma toalha e passando a secar o cabelo.

-Mas é tão mais rápido...

-Hermione, se eu quisesse usar magia, eu nem me molharia – retrucou pegando a própria varinha e apontando para a porta do vestiário que se fechou num estrondo. – Você pode – ele retirou a blusa do uniforme ensopada. – Se virar, por favor?

Corando violentamente, a jovem o fez. Mas da sua cabeça não saia a sua situação atual: Estava trancada em um vestiário com Harry Potter; e este estava a cinco metros de distância às suas costas, se secando – e, só pra ressaltar, tirando a roupa...

“Tirando a roupa”. A morena suspirou resignada levantando a cabeça. Talvez tenha sido um erro, mas ela não podia se culpar se havia um espelho em um ângulo muito favorável a sua vista...

O moreno estava de costas para ela e nesse momento retirava a calça do uniforme, deixando a vista sua cueca azul-marinho. Antes que ele retirasse esta última peça – que, por sinal, Hermione reparou estar bem molhada... -, ela fechou os olhos com força, abaixando a cabeça. Suas mãos segurando – não, segurando não. - Agarrando – de cada lado – a barra da saia que usava.

“Harry Potter está nu às minhas costas!” Pensou incrédula, um de seus pés batendo impacientemente no piso. “Nu!” Abriu um dos olhos, mordendo o lábio inferior.

Então fez um leve e preciso giro da cabeça, de modo que esta ficou apoiada em seu ombro. Sorriu marotamente fechando o olho outra vez e rapidamente virando a cabeça para frente, suas mãos já não apertavam a saia.

Hermione abriu os olhos repentinamente. - Você não pretende demorar muito não é? – indagou com ar impaciente, cruzando os braços. Seu pé continuava a bater insistentemente no piso. Não que estivesse de fato irritada, sequer estava com pressa... Mas desde que aprendera a encenar, entendeu que era melhor que ninguém soubesse o que estava realmente sentindo.

-Não Hermione, já podemos ir – ela se voltou para ele. – Afinal por que está aqui?

-Gina me pediu. Disse que estava preocupada com você, achava que talvez pudesse gripar – disse andando. – Creio que ela tenha razão... Só Deus sabe quanto tempo você ficou levando chuva – retrucou balançando a cabeça. – Reze para não ficar doente – completou muito seriamente olhando-o de lado.

Ele franziu a testa. – Relaxe, eu não pedirei sua ajuda de por acaso vir a precisar – disse destrancando a porta. A jovem virou os olhos, segurando seu braço.

-Você não sai daqui sem isso – falou lentamente encarando-o, sua varinha apontada para o rapaz. Como Harry não fez objeção, lhe lançou o mesmo feitiço que fizera antes de sair do castelo.

-Eu... Oh Droga – disse depois de um espirro.

Hermione lhe lançou um olhar duro – Assim que entrarmos no castelo, iremos à madame Pomfrey.
**
(Continua)
**
Oie! Espero que gostem.
Obrigado, obrigado mesmo pelos comentários!
Quero mais viu?! Rsrsrs
Beijão,
Yasmin


PS: Dependendo da quantidade de comentários, eu posto amanhã mesmo o próximo capítulo...
Não gosto de fazer isso não, mas sabe como é né? Uma pressão básica sempre ajuda^^

Obs.: Faltam apenas três capítulos para o fic acabar XD! E este fic tem um epílogo, que será postado no mesmo dia do último capítulo...

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