Ciúmes, Saudades, e (Re)encont



Capitulo Nove - Ciúmes, saudades, e (re)encontros.



- Harry! HARRY! Acorda, cara!

Harry abriu os olhos e viu o amigo de cabelos cor d fogo, uma expressão preocupada no rosto.

- R-Ron? O que...? - ele ia dizendo, mas o garoto o interrompeu.

- Que você ta fazendo aí, cara? Esqueceu do Teste?

- QUÊ??? QUE HORAS SÃO? - gritou Harry, fazendo alguma coisa pular em seu colo.

Ele olhou para baixo e viu Nathalie massageando a parte de trás da cabeça enquanto se levantava.

- Ah!!! desculpa Naty!

- Ai...Tudo bem... - disse ela, esfregando os olhos agora que já estava acordada.

Rony observava tudo com uma sobrancelha erguida.

- Faltam vinte minutos pro teste começar e você já devia estar lá no campo!

- Nossa senhora, perdi completamente a hora - disse Harry, levantando correndo e subindo a escada do dormitório - Vai indo Ron, eu não demoro!


Harry se vestiu apressadamente e escovou os dentes, tudo o mais rápido que podia. Não teve tempo de comer nada de café da manhã, e partiu em disparada para o gramado do castelo.


Uma brisa batia em seu rosto enquanto ele corria, e o dia estava mais uma vez nublado, e as nuvens que se aproximavam mostravam que em breve choveria.

- Profª McGonnagal - disse Harry quase sem fôlego, quando chegou à extremidade do campo de Quadribol, onde ela se encontrava - Desculpe o atraso!

- Senhor Potter, irei perdoa-lo apenas porque não havíamos começado os testes ainda, mas creio que mais alguns minutos de atraso e o senhor perderia o inicio.

- Hum...Obrigado - disse Harry, respirando fundo.

Havia ali uma mesinha com vários papéis e uma prancheta, onde Minerva estava sentada; Madame Hooch estava por ali também, com sua vassoura.

Muitos alunos já se postavam próximos dali, conversando, tensos e ansiosos.

- Muito bem Potter - disse a professora Minerva, apontando a prancheta - Aqui estarão anotados o nome e a posição em que o aluno pretende jogar, o seu trabalho será voar com Madame Hooch e testar as habilidades deles no campo. Certo?

- Certo - concordou Harry. - Mas como eu lembrarei quem jogou de que jeito? Há muitos alunos aqui.

- Não se preocupe, junto com a ficha de inscrição estará uma foto, e assim que eu escrever o nome da pessoa, ficarão gravados aqui todos os movimentos que ela fizer na simulação de jogo feita por você e Hooch. Mais alguma pergunta?

- Não senhora - disse Harry.

- Pronto então? Pode pegar sua vassoura e ir para a outra extremidade do campo, enquanto eu explicarei para os alunos aqui como ocorrerá o teste.

- Tudo bem - disse Harry, montando sua Firebolt e seguindo as instruções da professora, foi para o outro lado do campo, onde ele e Madame Hooch aguardaram até o primeiro aluno vir.


Passou a manhã toda nisso, e apesar daquilo ficar extremamente cansativo depois de um tempo, ele estava bastante feliz. Muitos alunos ali eram ótimos jogadores, alguns precisavam de um pouco de prática (como era o caso de Rony), sim, mas nada que treinos puxados não resolveriam. É claro que havia exceções, e estava na cara que muitos ali só queriam entrar para o time não porque tinham talento, mas porque queriam ficar famosos ou coisa assim.


O teste durou a manhã inteira, e a chuva começou a engrossar na altura que ele saiu dos vestiários com a vassoura na mão.

Encontrou Nathalie nas arquibancadas perto dali, e estavam subindo juntos para o castelo.

- O que estava fazendo ali? - perguntava Harry.

- Esperando por você - disse ela.

- Isso eu sei, mas...Porque?

- Quero te mostrar uma coisa!

- O que?

- Quando chegarmos ao castelo eu respondo! - disse a menina, agora gritando, pois o barulho da chuva aumentava.

- Espere - disse Harry, parando. - Ponha isso!

Ele tirou sua capa de quadribol e colocou-a sobre as costas de Nathalie.

- Mas...Você vai chegar encharcado!

- Não tem problema!

- Tem sim! O que será do time de Quadribol se o capitão ficar doente?

Harry riu, e os dois apertaram o passo.

Chegando ao castelo, os dois tentavam torcer a barra das calças, que despejava no chão limpo uma grande quantidade de água da chuva.

- Que beleza - resmungou Harry.

- Não precisava ter me emprestado a capa, sabe - disse Nathalie, timidamente - Você pode ficar resfriado...

- E onde ficam as lições de cavalheirismo?

- Huahuahuahua...Você é um doce, Harry. - disse a menina. Os dois se encararam por um momento.

Nathalie corara levemente, mas antes que Harry pudesse perceber isso, a garota tirou algo do bolso.

- Veja - disse ela.

- O que é isso?

- É o que eu queria lhe mostrar. - respondeu a menina. - Abra!

Harry pegou um envelope de aspecto antigo e o abriu.

Tirou de dentro uma fotografia antiga, onde sete pessoas se moviam.

Um alegre Tiago abraçava Lílian, que por sua vez sorria timidamente. Remo ria ao lado de uma jovem Katheryn e um moço e uma moça que Harry não conhecia. Sirius encarava Elizabeth emburrado, e ela o encarava de volta, com os braços cruzados e parecia tão aborrecida quanto ele.

Sirius tinha os cabelos até o queixo, negros e arqueados. Elizabeth usava um belo rabo de cavalo, os cabelos compridos como atualmente. Harry viu Rabicho, a um canto da foto, observando os outros com um olhar inexpressivo.

- Esse idiota - disse o garoto, apontando Pedro - Só fez o que fez por inveja...

- Hum...Eu pensei que fosse gostar - disse Nathalie, sem jeito.

- Não, eu gostei, gostei muito, Naty! - disse Harry - A turma parecia ser bastante animada.

- Concordo... - disse ela. - Minha mãe me mostrou essa foto um tempo atrás, e achei que seria legal mostrá-la pra você também.

- Eu adorei - disse Harry, sorrindo de orelha a orelha.

Ele abraçou a menina profundamente, e Nathalie respirou fundo, sentindo o perfume do garoto mesmo eles estando completamente molhados.

Mas neste momento alguém se aproximou dos dois.

- Ham-ham - fingiu uma garota.

Harry e Naty se separaram para ver quem era, e Harry deu de cara com Cho Chang, que estava de pé ali olhando para os dois. Ela parecia não ter gostado nada daquela cena.

- A-ah...Cho!Oi! - disse Harry, com um sorriso amarelo.

- Oi Harry - disse a garota - Oi...Amiga do Harry. - com uma cara de desprezo terrível, ela observou Nathalie de cima a baixo.

- Nathalie Delany - disse Nat, estendendo-lhe a mão, fingindo que não vira o olhar da garota.

- Encantada - disse Cho, cinicamente, porém não apertou sua mão, o que deixou Nathalie extremamente sem graça. - E então, o que estavam fazendo? Atrapalhei algo?

- Claro que não Cho, eu só estava agradecendo a Naty, não é?

- É - concordou Nathalie, de cabeça baixa.

- Hum, que ótimo. Então, podemos ir?

- Mas...Eu estou todo molhado, não seria mais fácil nos encontrarmos depois?

Cho encarou Nathalie mais uma vez, e então olhou para Harry, ainda séria.

- Tudo bem. - disse ela, por fim.

- Ok então - disse Harry - me dê meia hora e te encontro aqui no saguão. Certo?

- Aham. Até mais tarde.


.Nathalie e Harry subiam as escadas para a Grifinoria, quando Nat finalmente tocou no assunto.

- Ela não gostou nem um pouco de mim, não é? - disse a garota.

- Não, acho que não é isso, Naty, ela só...Hum...

- Ficou com ciúmes? - disse Nathalie.

- Ciúmes? - perguntou Harry, surpreso. - De quê?

- Nós dois, sozinhos, abraçados...Ela pode ter pensado coisa.

- Mas ela não tem porquê pensar, nós somos só amigos!

- Ué, mas ela pode não saber disso...E você também ficaria desconfiado se a visse com alguém assim.

- Hum, eu não tinha pensado nisso...

- Ai, esses homens viu...Nunca pensam em nada.

- Ei! As mulheres é que são complicadas...

- Huahuahuahua...Fala sério, Harry.


Enquanto Harry e Cho aproveitaram a tarde para passear, pois a chuva havia parado por um tempo; Nathalie estava há horas na biblioteca, tirando o atraso em transfiguração.

Rony e Mione estavam por aí pelo castelo (ultimamente os sumiços dos dois estavam cada vez mais freqüentes... Já dá pra imaginar porque, não?), Sarah também estava por aí (tudo menos desperdiçar seu sábado numa biblioteca, né!), e Gina e Neville estavam passeando pelos jardins.

Naty estava realmente compenetrada em meio ao seu bolo de livro, e deu um pulo enorme quando um garoto se aproximou dela.

- Delany - murmurou ele, fazendo a garota assustar-se.

- Ai! - gritou ela.

- Shhh, fale baixo.


Nathalie encarou Draco Malfoy.

- O que você quer, Malfoy? - disse ela, sem dar muita atenção ao garoto.

- Preciso falar com você.

- Acho que não temos nada para conversar.

- Temos sim, eu...Eu...

- Você o que?

- Eu...Preciso da sua ajuda.


Nathalie encarou o Sonserino novamente, desta vez muito admirada.

- Ora, ora...Um Malfoy pedindo ajuda? E para mim????

Malfoy corou, encarando seus sapatos.

- Bom, deve ser um assunto de importância não é, para você descer do seu pedestal desse jeito...

- Olha, eu não tenho o dia todo! Você vai me ajudar ou não? - disse ele, impaciente.

- Depende...Do que se trata?

- Hum...Da Sarah.


Malfoy estava realmente embaraçado, estava muito vermelho. Mas Nathalie se segurou para não sorrir.

- Pois bem. Senta aí - disse ela, apontando a cadeira. - O que é?

- Hum...Olha Nathalie, eu não quero que pense que está sendo fácil pra mim fazer isso, por que não está. Nós garotos, e principalmente os Malfoy, sabe, temos nosso orgulho e...Bom, você entende, mas esse é o único jeito que encontrei. Eu e a Sarah...Hum...No tempo em que éramos amigos, ou quem sabe mais que isso...Eu...Eu nunca havia me sentido daquele jeito com ninguém. Sua prima é uma pessoa especial, ela é...Diferente. Mas eu não dei tamanha importância, e agi com ela do mesmo jeito que ajo com todas as pessoas...Eu sempre tentava parecer superior, mas...Era só para tentar chamar a atenção dela, entende - agora ele estava completamente constrangido - Mas acabei perdendo não só a atenção, mas a amizade, e a chance que ela me deu para ser uma pessoa melhor. E é por isso que eu quero sua ajuda, Nathalie, eu...Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas...Eu preciso ter a Sarah de volta.


O queixo de Nat estava no chão. Ela não acreditara que estava ouvindo aquilo da boca de um sonserino, quanto mais de Draco Malfoy! "Bom... - pensou ela - Depois ainda dizem que o amor não faz milagres".

- Hum...Draco, eu...Eu entendo tudo que você está me dizendo, e não vou esconder o quanto estou chocada com essa atitude. Apesar de você ser um filhinho-de-papai, mimado, e totalmente mesquinho; parece que a Sarah conseguiu derreter o gelo desse coração aí dentro...E foi realmente uma atitude muito madura e humilde você ter vindo falar comigo, parabéns, já é um bom começo.

- É... - disse o garoto, sem saber se devia agradecer pelo elogio ou ficar bravo pela crítica do começo.

- Agora, não fique convencido com o que eu vou falar, mas a Sarah ficou super mal também quando vocês pararam de se falar, ela estava mau-humorada e nada tinha tanta graça pra ela, eu conheço minha prima e sei que o mal dela é você. Eu só vou te ajudar por causa disso, eu não quero vê-la sofrendo, e o único jeito de devolver o sorriso pro rosto dela é vocês dois fazerem as pazes.

- Hum...Então vai me ajudar?

- Sim, mas com uma condição...

- Diga - disse Draco, com uma sobrancelha erguida.

- Você vai estar sujeito às minhas criticas e tem que prometer que vai prestar atenção às instruções que eu vou te dar, não vai ser fácil, as pessoas não mudam suas personalidades de um dia pro outro, mas você terá que mudar algumas coisinhas para traze-la de volta. Ok?

- C-certo... - respondeu ele - Mas não pode exagerar nas críticas também!

- Prometo que serão apenas construtivas.

- Então temos um acordo - disse Draco, com um quase sorriso nos lábios.

- Pode crer - concordou a garota. - Mas como vamos começar?

- Bom, eu...Pensei que você podia tentar descobrir algo dela, sabe, se ainda tenho chances...E depois ir me falando o que eu tenho que fazer...

- Tudo bem, mas não vai ser muito fácil não, Sarah não funciona sobre pressão, ela só fala quando ela quer. Mas mesmo assim eu tento perguntar...Agora precisamos de um código ou coisa assim para nos comunicarmos sem ninguém saber, se não nosso plano vai por água abaixo.


Sorte dos dois que a biblioteca estava vazia àquela hora, pois puderam passar um bom tempo combinando o que fariam. E convenhamos, seria bem estranho se alguém os encontrasse ali, conversando como parceiros.


-------------//--------------


A semana se passou bem corrida, estava difícil dar conta da pilha de deveres que cada professor estava passando, e num piscar de olhos a sexta-feira chegou novamente.

Harry estava bastante ansioso, pois seria a meia noite deste dia que Sirius apareceria na lareira para falar com ele.

Ele já se encontrava na Sala Comunal, passavam das onze, os alunos pouco a pouco iam se retirando, cansados de mais uma semana de trabalho.

Ron e Hermione esperaram ficar sozinhos com Harry, para finalmente comentarem.

- Então... - começou Hermione. - Acho melhor deixarmos você a sós com Sirius.

- É Harry - disse Ron - assim vocês podem conversar melhor e...Bom, depois você conta tudo pra gente.

- Tudo bem, vocês quem sabe.

- Boa sorte então - disse Mione, em meio a um bocejo. - Vou dormir. Você vem, Rony?

- Sim - disse o garoto, se levantando. - Te mais, Harry. Qualquer coisa, pode me acordar.

- Ok, boa noite pra vocês... - disse Harry, sorrindo enquanto os amigos iam cada um para seu dormitório.


Harry aguardou mais uma meia hora, e contava cada segundo no relógio.

A meia noite chegou, Harry estava com tantas saudades do padrinho...Meia noite e dez...Meia noite e vinte.

"Por que ele está demorando?", pensou o menino. Começou então, a andar de um lado para o outro.

- Vai acabar afundando o chão desse jeito, Harry! - disse uma voz seguida pelo barulho de deslocamento de ar, que fizeram Harry dar um pulo.

Ele se virou para a direção da lareira e lá estava ele - sim, finalmente!!!

Sirius estava ali, com seu rosto não mais tão cravado por rugas, ele parecia bem melhor, e mais alegre também. Sorria para o afilhado.

Pela primeira vez em anos, Sirius não só apareceu com a cabeça na lareira, mas ele havia aparatado ali, e estava com os braços abertos, pronto para dar um abraço apertado no afilhado.

Harry o abraçou, rindo. Não fazia idéia de como ele havia aparatado ali, já que de acordo com "Hogwarts - uma história" (sim, eles finalmente leram o livro! Graças a Hermione, é claro), não era possível aparatar nos terrenos de Hogwarts. Mas não importava, pois finalmente ele estava ali com o padrinho, e estava muito feliz.

- Sirius, quanto tempo! - disse ele - Sente-se!

Os dois sentaram-se em duas poltronas perto da lareira.

- Você está ótimo! - disse Harry.

- Você também, Harry! Cresceu pra caramba, já é um mocinho hein? - zombou o padrinho.

- Hahaha, qual é... - riu Harry, sem jeito. - Como conseguiu aparatar por aqui?

- Hum, uma pequena ajuda do nosso amigo Dumbledore - sorriu Sirius, piscando para ele. - Como vão as coisas por aqui, falando nisso?

- Ah, tudo certo...E com você? E o ministério? E Pettigrew?

- Calma, calma! Uma coisa de cada vez - disse Sirius. - Esta tudo bem comigo sim, e trouxe ótimas novidades.


Os dois passaram horas conversando, e Harry mal podia acreditar no que ouvia.

Parece que depois de tanto tempo procurando, o ministério finalmente tinha pistas de onde Pedro Pettigrew estava, e era justamente no Brasil. Sirius foi para lá, junto com Dumbledore e outros aurores, e encontraram-no depois de meses.

Apesar de não ser fácil reconhecer aquele rato, eles capturaram-no, e ele estava numa prisão de segurança máxima, que não era Azkaban, óbvio...(Dumbledore ainda não mudara sua opinião sobre os dementadores).

O julgamento de Sirius, e a sentença de Pedro, seriam avaliados no mesmo dia.

Dumbledore, e o próprio Sirius, estavam muito otimistas quanto a isso, eles já haviam reunido muitas provas, e era quase certeza que Sirius sairia com a ficha limpa de tudo isso.

Ele estava tão emocionado quanto Harry, ao dizer que ele finalmente poderia levar o afilhado para morar com ele.

- Depois de tanto tempo preso - disse Sirius, a voz rouca - Vou poder tirar você daqueles imbecis dos Dursley, Harry...E ocupar o lugar de seu padrinho de verdade.

- Sirius, você não sabe o quanto eu te agradeço por isso!...

Sirius deu uma palmadinha no ombro do garoto, os olhos marejados. Ele riu.

- E era isso que eu queria te contar. Mal posso acreditar, mas acho que finalmente a sorte virou pro meu lado.

- Assim seja! - disse Harry, sorrindo de orelha a orelha.


Depois disso ainda passaram um bom tempo conversando sobre trivialidades da vida dos dois; Harry contou sobre o quadribol (o fato dele ser capitão deixou Sirius com o peito estufado de orgulho), sobre as irritações de Snape, as aulas de animagia que começariam a ter a partir do mês seguinte, a amizade com as novas garotas, etc.

Neste momento estavam conversando sobre o possível namoro com Cho.

- Bom, eu já não posso lhe ser tão útil nesse assunto, Harry. Tive várias...Hum...Ficantes. Podemos chamar assim, a maioria não passou de uma semana ou duas. E namoro já é uma coisa mais séria...

- Sua vida amorosa foi meio turbulenta, não é? - disse Harry.

- Até demais...E olha Harry, se tem uma coisa que eu posso te aconselhar, é que não vale tanto a pena quanto parece. Você pode ser livre, e tudo, mas...Mais cedo ou mais tarde vai faltar alguma coisa. Você pretende namorar a Chang?

- Ah, eu não sei, a Cho sempre foi meio que um... "Sonho de consumo" para mim, ela é linda, e gosta de quadribol, e tem muitas outras qualidades...Mas é muito ciumenta. Ela não suporta a Nathalie. E essa semana nós ficamos juntos quase todos os dias, e... Às vezes não é como eu pensei.

- É, aí você tem um problema garoto...Muitas vezes esse tipo de coisa decepciona mesmo. Quando você passa a conviver com a garota as coisas mudam...Mas não se preocupe, você saberá o que fazer, e se não der certo também, bola pra frente... - disse o padrinho, piscando para ele.

De repente o buraco do retrato se abriu e Sirius se abaixou na poltrona, num impulso. Ambos prenderam a respiração, o que fariam se alguém visse o homem ali?

Porém a voz da pessoa que ia entrando tranqüilizou Harry, pois ele a reconheceu...

- Eu já disse que não adianta, mamãe, eu não vou conseg... - dizia uma menina, que assim que virou-se viu Harry apoiado nas costas do sofá próximo a lareira, e levantou uma sobrancelha - Hei...O que está fazendo acordado?

Harry sorriu, e mal teve tempo de responder quando Eliza apareceu atrás da filha.

- Se você não tentar, nunca vai saber se dará certo, Na... - e a mãe fez a mesma coisa, ao ver Harry parou o assunto e perguntou-lhe - Olá Harry! O que faz aí há essa hora?


Sirius teve um arrepio ao ouvir aquela voz outra vez. Fechou os olhos, e sem pensar, levantou-se do sofá. Eliza, Nathalie e até mesmo Harry arregalaram os olhos para este gesto, as duas moças ficaram realmente muito espantadas em vê-lo ali.

- S-Sirius! - disse a Liza, gaguejando por um instante.

- Elizabeth. - respondeu ele.

Ambos se encararam por um momento, em silencio, Harry e Naty também não se atreviam a respirar.

- O que faz aqui? Pensei que... - começou Eliza, tentando parecer inabalada.

- Tive uma ajuda de Dumbledore.

- Eu me referia a Azkaban.

- Ah...É uma longa história. Em breve estarei com o nome limpo.

- Oh. Que bom. - disse ela.


Ela e Nathalie se aproximaram de onde ele e o afilhado estavam.

- Já faz um tempo que não nos encontrávamos. - disse Sirius, quando a moça parou de frente a ele, a menos de dois metros.

- Sim, é verdade. Você...Você não mudou nada.

- Digo o mesmo. - respondeu ele.

Com o coração batendo rapidamente, e num movimento quase ao mesmo tempo, de repente os dois se abraçaram; como velhos amigos, como velhos amantes, como quem esperava por este momento há séculos.

- Por onde andou?...Eu...Eu fiquei tão perdido, você não mandou noticias, não disse nada sobre sua partida, e então Tiago e Lílian...

- Shhh, não diga nada Sirius...Não estrague este momento, eu esperei tanto tempo pra estar aqui de novo...

- Eu senti sua falta.

- Eu também Sirius, e você não imagina o quanto, mas...Foi a única coisa a fazer, você...Você não entenderia.

- Você me abandonou, Liza! A mim e a seus amigos, as únicas pessoas que te apoiaram sua vida inteira!

- Eu não te abandonei, Sirius Black! Eu...Eu fui embora, sim, mas se você soubesse os motivos...Foi minha única saída...

- Eu não SEI os motivos, Liz! Eu nunca soube! Justamente porque você não deixou nenhuma explicação, esqueceu?

- Sim, Sirius, eu não disse nada pois não era o momento de ninguém ficar sabendo, mas...Mas agora, depois de tudo que já aconteceu...Está na hora de voltar e contar toda a verdade. Nós precisamos conversar - disse ela.

- Eu sei que precisamos - respondeu ele.

- Tenho tanto o que te falar...Agora as coisas vão se acertar Sirius.

- Claro que vão. Mas...Eles têm que dormir - disse ele, se referindo aos dos adolescentes que assistiam à cena sem dizer uma única palavra. - E aqui não é o lugar mais apropriado para conversarmos.

- Sim, concordo...Eles não têm porque se envolver na história também, não seria certo, são tantas coisas mal resolvidas...Vamos falar com Dumbledore, ele me ajudará a esclarecer...Será que seria um incômodo acordá-lo?

- É por um bom motivo. - sorriu o homem.

- Está certo então. - ela respondeu - Boa noite Harry, boa noite filha...

- Tchau mãe - disse Naty, numa voz com um mescle de emoção e esperança.

- Boa noite - disse Harry.

- Bom Harry - disse o padrinho - Mantenha-me informado, agora pode me escrever a vontade, e eu lhe mandarei noticias, certo?

- Ok - disse o garoto.

Elizabeth e Sirius saíram então pelo buraco do retrato, deixando mais uma vez Nathalie e Harry sozinhos na sala comunal, juntos ao barulho do fogo crepitando na lareira e do vento uivando lá fora.

- Eu...Foi uma cena...Meio...- começou Harry.

- Emocionante? Romântica? Clima de novela mexicana? - disse Nathalie, irônica.

- Um momento histórico, eu diria... - disse ele.

- Eles têm muito que explicar um pro outro ainda... - concluiu a menina, no que Harry concordou em silêncio. Ela suspirou.

Harry sorrira.

Tinha certeza que apesar das brigas e de toda a confusão que Sirius e a mãe de Nathalie tiveram no passado, a verdade não demoraria a aparecer, e o garoto estava com um bom pressentimento sobre isso.

Além disso, matara as saudades do padrinho, que há tanto tempo não via. Estava feliz.

- Acho melhor irmos dormir mesmo - comentou Nathalie.

- Se é que vamos conseguir...Depois disso. - disse Harry.

- Claro que vamos. A única coisa a fazer é torcer pra que aqueles dois se entendam - sorriu a menina.

- Certo. Boa noite, Naty.

- Durma bem.




***

N/A: EeEee Galera, espero q vcs estejam gostandiu da fic! hehe taê mais um cap...pleeeeeeeease, comentem! nem q for pra xingar! auhauhuha....brincadera....=P...Mais uma vez eu agradeço a Cá, a Bia, a Carol, tdo mundo q tah ajudando!!!! =)
E a td mundo q comenta aki tbm, claro...;)
Sem mais enrolações...Bjoks da Gabi!



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