Nathalie e a Carta de Sirius



N/A: Galeraaa vlw pelos coments hehe espero q vcs continuem entrando!! Ah, nao sei se vcs viram, mas houve uma ligeira mudança hehee a mãe de Nathalie se chama Elizabeth, e nao Isabelle, ok???
Espero q estejam gostando!!! E um super beijo pra Camila, Carol, e pra Bia Aluada q tao dando moh força!!!



Capitulo Oito - Nathalie Delany e a Carta de Sirius


Edwiges bebia água de um copo em cima da mesa mais próxima, enquanto Harry lia a carta boquiaberto, e Nathalie estava mais uma vez digitando em seu notebook..


"Caro Harry


Tudo bem com você? Como vão as coisas por aí?

Mil perdões pela demora dessa carta, sei que você deve ter ficado preocupado, mas eu estava numa correria que não tinha tempo nem de pôr meus pensamentos no lugar, quanto mais de te escrever.

Fique tranqüilo, está tudo bem comigo.

E então, como está a escola?

Até onde eu sei, cheia de novidades, não?

O que está achando das aulas de Eliza? E da Katheryn?

Conte-me como elas estão indo aí em Hogwarts.

Bom, para te explicar tudo que vem acontecendo eu preciso de mais tempo, não daria para falar tudo numa carta. Por isso esteja em frente à lareira sexta-feira da semana que vem, à meia noite.

Só uma coisa já vou adiantando: se tudo correr como planejado, em breve será meu julgamento! Mas posso acreditar...

Torça por mim, Harry!

Mande a resposta por Edwiges, ela sabe onde me encontrar.



Abraços,

Snuffles."

Harry estava muito surpreso e ao mesmo tempo feliz. Uma carta de Sirius! Era tudo que ele precisava para se animar.

Essa felicidade transpareceu em seu rosto, porque logo Nathalie perguntou.

- Boas noticias? - disse ela, sem tirar os olhos do computador.

- Sim, muito boas! Ótimas! - disse Harry, mal cabendo em si.

- Que bom! E de quem era a carta?

- Hum...Do meu padrinho. -disse Harry. Provavelmente não estaria dizendo nenhuma informação confidencial, já que a menina - assim como todo o resto do mundo bruxo - não sabia que o padrinho de Harry vinha a ser Sirius Black, o "fugitivo" de Azkaban.

Pelo menos era isso que ele achava.

Nathalie finalmente tirou os olhos do notebook, e o encarou por alguns segundos.

- O que foi? - disse Harry, corando com aquela sensação de ser observado.

Ela fez sinal para que ele se aproximasse.

Harry voltou a se sentar numa poltrona, de frente para a garota.

- Sirius Black, você quer dizer? - disse ela.

Harry arregalou os olhos.

- Como...? - começou ele, incrédulo.

- Ah, não se preocupe. Eu sei que ele não tem culpa pelo assassinato de seus pais, e essas coisas. Eu sei sobre o Pettigrew.

Harry continuava sem entender nada. Percebendo isso, Nathalie continuou.

- Sirius nunca te contou?

- Contar...O que?

- Ele e minha mãe se conhecem desde os tempos de Hogwarts. Minha mãe e minha tia estudaram aqui, quero dizer...Ela me contou que Lílian Evans era uma de suas melhores amigas, e elas andavam sempre em grupo: tia Katheryn, sua mãe, a irmã de Sirius e ela.

- Sirius tem uma irmã? - disse Harry. A cada palavra ele ficava mais surpreso.

- Sim...Depois que fizeram amizade com ela, a turma acabou ficando muito amiga dele, do seu pai, do Remo e do Pettigrew. Então Lílian começou a namorar Tiago, tia Katheryn com meu tio, e ela com o Sirius. Mas o único namoro que deu certo foi o dos seus pais e o dos meus tios, não é...

- Nossa... - disse Harry. - Eu não sabia de nada disso.

- Huahuahuahua...Vai ver não houve tempo para Sirius te contar esse tipo de coisa...Mas de qualquer jeito, agora você já está sabendo né. - disse ela, sorrindo.

- Sim...Puxa...Talvez seja por isso que ele tenha perguntado sobre "Eliza" e "Katheryn" na carta...

- Ele perguntou? Posso ver? - disse Nathalie, e Harry lhe entregou a carta. - Huahuahuahua...

- O que tem de engraçado? - perguntou Harry.

- Mamãe e Sirius viviam brigando...Mas eles se amavam muito, eu vejo isso nos olhos dela. Agora o porquê deles se separarem eu não sei, ela nunca me contou. Só sei que assim que terminaram Hogwarts, ela se mudou para o Brasil. E é por isso que eu sou de lá...

- Mas...Você não é filha de Sirius então? - disse Harry.

- Não, não, claro que não...Eu não sei muito sobre o meu pai, mas com certeza não foi Sirius. Minha mãe diz que conheceu um cara no Brasil, e tudo mais...Eles nunca chegaram a se casar, mas moravam juntos. Foi daí que eu nasci. Algum tempo depois eles se separaram...E depois não sei mais nada...- ela soltou um longo suspiro. - Minha mãe não gosta de falar sobre seus problemas pessoais comigo, sabe?

- Hum, talvez ela esteja querendo te proteger...Fazer com que você não sofra. Por isso não conta esse tipo de coisa.

- É, talvez...Mas acho que eu tenho capacidade suficiente para saber dessas coisas e aprender a conviver com elas. Às vezes sinto que ela ainda me vê como criança...

- Toda mãe é assim, Nathalie - disse Harry, lembrando-se de quando Gina reclamava quando a Sra. Weasley a tratava chamava "Ginny".

- Pode até ser, Harry, mas...Eu cresci minha vida inteira convivendo só com minha mãe. Não sei nada sobre meu pai, não sei como ele era, como ele é, se ele quer me ver ou nem liga pra mim...Ele ainda está vivo, eu sinto isso...É dificil pensar que quando eu me casar, não vou ter com quem entrar na igreja...E quando eu tiver filhos, não haverá ninguém para eles chamarem de vovô... - a voz da menina ia ficando cada vez mais baixa e embargada. - Não vou tê-lo ao meu lado, me apoiando, me aconselhando...

- Pelo menos você tem uma mãe com quem contar. - disse Harry, engolindo em seco. - E sua tia, sua prima...Uma família inteira. Melhor do que não ter ninguém...

Nathalie permaneceu em silencio, e uma lágrima solitária escorreu pela face da garota.

- Ah Harry... - disse ela num sussurro quase inaudível. Levantou-se e foi até a poltrona dele, e o abraçou carinhosamente.

A garganta de Harry estava com um nó, e ele sentia a respiração de Nathalie. A menina estava chorando, por ela, por Harry, por tudo...Ele não se conteve, e logo sentiu seus olhos marejarem também.

Os dois passaram um tempo ali, apenas partilhando aquele momento, na dor de dois corações.

Finalmente se separaram...

- Que cena linda - disse Harry, sorrindo pelo canto da boca - Dois adolescentes de dezesseis anos, chorando feito bebês...

Nathalie riu.

- Faz parte... - disse ela, enxugando o rosto.

- Me desculpe por ter tocado nesse assunto...

- Bom, fui eu que comecei... - disse Nathalie. -...Eu nunca disse essas coisas a ninguém, Harry. Foi bom ter posto pra fora.

Harry sorriu.

- É bom poder contar com você. - disse ele.

- Igualmente - sorriu Nathalie. E então o relógio da parede soou, e os dois olharam naquela direção.

- 4 da manhã! - exclamou Harry.

- Caramba, nem vi o tempo passar!! - disse Nathalie. - Acho melhor irmos dormir...Ainda restam algumas horas antes do amanhecer. Temos um dia cheio hoje...

- Com certeza. Boa noite, Nathalie. - disse ele, se levantando e se espreguiçando.

- Pode chamar de Naty. E boa noite pra você também.


Nathalie era uma garota bastante acomodada, na dela. Preferia ouvir enquanto a maioria falava, e Harry percebeu que ela era muito observadora também.

Apesar do jeito desencanado, a menina perdia a paciência facilmente quando via alguma injustiça, e tentava sempre ajudar, independente de quem fosse.

Estava quase sempre de bom-humor, mas se insistissem em tira-la do sério, a garota parecia se transformar.

Apesar do pouco tempo que Harry e seus amigos a conheciam, ela e Sarah já estavam bastante ligadas a eles.

Harry, particularmente, sentia como se a conhecesse há anos, como se fossem amigos de infância. Um já sabia o bastante da vida o outro, para serem ótimos amigos.

Logo, o que antes era um trio (Harry-Rony-Mione), tornou-se um quinteto, com o acréscimo das duas garotas.

Isso não deixou de gerar comentários pela escola inteira, mas o grupo não se importava; eles sabiam que eram apenas amigos, e já eram maduros o suficiente para saberem que não deviam certas explicações a ninguém.


Aquela tarde, as ultimas aulas do dia seriam de Adivinhação, justamente com Katheryn Riccy, mãe de Sarah, e tia de Nathalie.

Os alunos estavam realmente muito interessados nas aulas, já que agora eles tinham uma professora que sabia explicar; e não alguém que simplesmente fingia.

A sala de aula havia sofrido várias mudanças também. Não havia mais aquele doce e hipnótico perfume saindo na lareira, nem os xales e cortinas vermelhos.

A antiga mobília fora substituída por cadeiras estufadas e confortáveis rodeando mesinhas redondas, a sala estava mais arejada e a decoração era toda de um azul celeste; e o perfume era suave, lembrava flores silvestres.

A professora achava que adivinhação exigia muita concentração e atenção, os alunos deviam se sentir descansados e calmos; por isso houveram tais mudanças na cor e decoração.


Harry estava com Rony, Sarah e Nathalie em uma mesa quando Katheryn chegou à sala, sorrindo para todos.

- Tudo bem classe, que bom que já estão todos aqui - disse ela, em sua dócil voz - Hoje vamos começar o estudo sobre Astrologia. Por favor abram seus livros na pagina cinqüenta, sim?

Katheryn tinha sempre uma aparência muito serena, e um jeito muito delicado. Claramente se percebia que dela, Sarah só havia herdado a semelhança (e a beleza) física, pois a menina era muito agitada, extrovertida, tagarela.

Katheryn tinha o dom de ensinar, era paciente, e era muito sábia no que fazia. Harry não sabia se ela era irmã de Isabelle Delany, ou se não chegavam a ser parentes de sangue, mas com certeza as duas eram muito diferentes também.

- Bom, alguém saberia me dizer o que é Astrologia?

Parvati e Lilá ergueram as mãos freneticamente.

- Sim, senhorita Brown.

- Astrologia é a crença na influência da posição dos astros sobre a vida humana.

- Ótimo! E você poderia me dizer onde surgiu a astrologia, srta Patil?

- Surgiu na Mesopotâmia, durante o terceiro milênio a.c.

- Perfeito. Cinco pontos para a Grifinoria... - disse a professora - Muito bem, este surgimento teve dois objetivos: um científico, de estudo dos astros, e outro religioso, de comunicação com os deuses personificados pelos corpos celestes.Segundo os astrólogos, o sistema solar.

- Astrologia é a ciência que estuda a origem, a evolução, a composição, a distância e os movimentos dos astros. - continuou ela - Bom, para entender exatamente o estudo sobre Horóscopo, vamos começar com um pouco de Astronomia. Existe um número de doze constelações que quando vistas desde a TERRA parecem um cinturão, nos rodeando desde o espaço profundo. Essas constelações servem de telão de fundo à trajetória que o sol e os planetas realizam, como sabemos, ao redor da Terra.

Por mais tranqüila que a professora fosse, ela explicava tudo de um jeito que prendia a atenção dos alunos, um modo esotérico de falar, não como Sibila fazia.

- Cada uma destas constelações ocupa no céu um ângulo de 30 graus, e ainda que elas estejam em movimento, como todo o universo, apresentam-se à nossa observação terrena como um marco fixo de referência. Podemos considerar a estas essas 12 constelações como 12 portas, através das quais entram as energias que provém do espaço, e cada uma destas portas lhe imprime a essas energias uma modalidade particular.

- Essas constelações são os doze signos zodiacais. Por exemplo, no amanhecer do dia 21 de Março, o sol nasce tendo como telão de fundo ao 1° da Constelação de ARIES. E isso ocorrerá até o dia 22 de Abril, onde o sol nascerá no 1° dia da Constelação de TOURO. E assim sucessivamente, passando por todos os signos do zodíaco. Agora, eu quero que vocês vejam em seus livros o signo de cada um, e o que está escrito sobre ele.

- Vocês farão uma pesquisa sobre o signo de vocês e sobre os regentes e ascendentes, etc, tudo o que puderem encontrar sobre isso. Procurem sobre a influencia das fases da lua, e de como cada signo se comporta, suas principais características. Esta será a tarefa de vocês, se não conseguirem terminar hoje, quero um relatório para a próxima aula. Podem começar.


Harry olhou para seus colegas de mesa.

- Isso aqui ta parecendo coisa de trouxa - comentou ele.

- Ta mesmo - disse Nathalie - Mas a astrologia bruxa é muito mais complexa e se baseia em muito mais coisa do que o que os trouxas acreditam.

- Bah, eu acho tudo uma baboseira... - disse Sarah, abrindo seu livro sem muita emoção.

- Então não sei por que faz aula de adivinhação - respondeu a prima.

- Vai começar com o sermão? - disse Sarah, secamente.

- Ih, qual é Sarah! Eu não to dando sermão em ninguém, só estou comentando!

- Esse tipo de comentário eu dispenso, ok?

- Olha, só porque você acordou de mau-humor não precisa descontar nos outros!

- Eu não estou descontando nada! E não to de mau-humor também!

- Ainda por cima é orgulhosa! -disse Nathalie, rindo.

- Ah me deixa quieta, vai...

- O pior de tudo é que quem dá a aula é sua mãe...Você podia mostrar pelo menos um pouco de interesse.

- Já disse pra me deixar em paz! - respondeu Sarah, um pouco alto demais.

Harry e Ron estavam bastante embaraçados. Olhavam de uma para outra, sem saber direito se deviam ou não intervir na discussão.

Por azar, Katheryn estava passando por ali naquele momento e, assim como resto da sala, percebeu aquela movimentação.

- Algum problema, meninas? - disse ela, desconfiada.

- Não, nenhum, tia Kathy... - murmurou Nathalie, corada, olhando significantemente para a prima. - Ta tudo bem.

Ela, que não era boba nem nada, olhou para sua filha, entendendo tudo (ou quem sabe lendo sua mente?).

- Sarah, Sarah...Controle esse seu gênio, filha. Vamos, comece o trabalho senão não terá tempo de termina-lo.

- Não to a fim de fazer, posso me retirar?

- Se sair, vai daqui para a sala do Dumbledore. Você escolhe. - disse a mãe, severamente.

- Eu sabia que não devia ter me inscrito nessa aula... - resmungou a menina.

- Muito bem, assim que o sinal tocar você irá até Minerva e peça para que ela mude seus horários, está bem assim?

- Ta ótimo. - disse Sarah.

Katheryn observou, então, Rony e Harry que apenas observavam a cena.

- Tudo bem aí? -disse ela, sorrindo.

- Tudo sim - disse Harry, enquanto Rony voltava sua atenção para o livro.

Harry sustentou o olhar penetrante da vidente. Ela então, abaixou-se ao lado dele e falou numa voz quase inaudível.

- Noticias de seu padrinho, querido?

Harry não ficou tão chocado dessa vez. Afinal, ela era amiga dele, e era vidente...

- Sim...Ele mandou um olá.

- Claro que mandou. Ele sempre foi um bobalhão... - disse ela, sorrindo amigavelmente.- Diga a ele que Isabelle não esqueceu do presente, ok?

- Ham...Ta legal - disse Harry, não entendendo nada. Percebendo isso, ela acrescentou:

- Ele saberá do que se trata. Agora continue a tarefa, querido, você será um grande bruxo assim como seu pai foi um dia...

Harry continuou com uma cara de ponto de interrogação enquanto a professora se afastava. O que seu pai tinha a ver com a história? Achou melhor continuar o exercício, em meio aos olhares zangados de Sarah para Nathalie e à falsa concentração de Rony.


Saindo da torre de Adivinhação e indo em direção à sala da Grifinoria, Harry e Rony andavam alegremente, conversando sobre Quadribol - que novidade! - e Nathalie e Sarah saíram cada uma para um lado.

Os garotos passaram por um grande grupo de alunas da Corvinal na escada, quando uma voz que Harry reconheceu sendo a de Cho chamou seu nome.

- Harry! - disse ela, acenando. - Aqui!

- Oi! - disse ele, quando ela os alcançou.

- Tudo bem? - disse Cho, dando-lhe um beijo no rosto e sorrindo.

- Tudo, e com você? - retribuiu ele.

- Também.

- Ham-ham - Rony fingiu tossir - Harry, vou atrás da Mione, ok?

- Ta bem! - disse Harry, enquanto o amigo se afastava.

- Então, quanto tempo não nos falamos - comentou Cho, sorrindo para ele novamente.

- Pois é...

- O que aconteceu? Esqueceu de mim?

- Não, claro que não - disse ele, corado. A verdade é que estava tão preocupado com as detenções de Snape, as tarefas, o time de Quadribol que se formaria no sábado a tarde...

- Eu entendo, você deve estar ocupado. Eu também estava um pouco...Mas tudo bem. Você vai estar ocupado amanhã?

- Bom, tem o teste para o novo time de Quadribol. Minerva quer que eu esteja presente.

- Ah isso eu sei! Haverá testes para o time da Corvinal também, mas na semana que vem...Enfim, no resto da tarde, você vai estar ocupado?

- Bom, até agora não tenho planos...

- Ótimo! Que acha de passarmos a tarde juntos? - disse a garota, sorrindo com meiguice.

- C-Claro...

- Ok então! Preciso passar na Sala Comunal antes de ir jantar, te vejo amanhã então - disse ela.

Erguendo a ponta dos pés - Harry era bem mais alto que ela - Cho deu-lhe um selinho e desceu as escadas. Harry ficou um pouco surpreso, mas não podia dizer que não tinha gostado...


Chegando ao Salão Principal, Harry viu que Ron e Mione não estavam lá como combinado - isso estava ficando cada vez mais freqüente, e o garoto não entendia o porquê. Deu de ombros e já ia sentar-se quando viu Nathalie vindo na direção da porta do salão, onde ele se encontrava.

- E aí Naty - disse ele, observando a garota que trazia um pedaço de pergaminho nas mãos.

- E aí Harry - disse a menina, sem tirar os olhos do pergaminho.

- O que é isso aí?

- Um pedido de desculpas da Sarah - respondeu ela, olhando pra ele dessa vez e sorrindo meio de lado.

- E porque ela escreveu em vez de te falar pessoalmente? - disse ele, uma sobrancelha erguida.

- Sarah não é muito boa em pedir desculpas sabe...Ela é muito teimosa, fala as coisas sem pensar...Mas não tem problema, eu não fiquei chateada, já ta tudo bem.

- Hum, que bom então...Você viu Ron e Mione por aí? Já é a quinta vez que a gente combina de se encontrar e eles me dão esse bolo... - disse Harry, observando os rostos no salão.

- Ah...Hum...Que estranho né? Não sei onde eles estão não! - disse a garota, guardando o papel no bolso e dando um sorriso amarelo - Mas e aí, quem era a garota com quem você conversava hoje na escada?

- Ah, era a Cho Chang, e...Esperai, como você sabe que uma garota veio falar comigo?

- Ora, como se você não soubesse o quanto as noticias correm rápido aqui em Hogwarts...

- Ta loco viu - riu Harry. - Não se pode nem ganhar um beijo de uma garota que a escola inteira já está comentando!

- Opa! Calmaê, pára tudo! Desse beijo eu não tava sabendo!!! Pode ir contando tudo, mocinho! - disse Nathalie, empolgada, enquanto os dois subiam de braços dados para a Torre da Grifinoria, rindo.


No final da tarde estavam num grande grupo reunido em frente à lareira da Grifinoria.

Gina e Neville jogavam xadrez, e Hermione os assistia; Sarah e Harry poliam suas vassouras (Sarah tinha uma Nimbus 2004 - o mais novo modelo) enquanto conversavam com Naty e Rony.


- Estou totalmente empolgada pra amanhã - dizia Sarah.

- Eu também - disse Harry.

- Eu estou é nervoso, se quer saber - comentou Rony - Só de pensar me dá um frio na barriga...

- Você ainda não sabe como vai ser o teste pro Time, Harry? - perguntou Hermione, intrometendo-se de repente.

- Pior que não sei de nada...Mc Gonagall foi realmente rigorosa, não me deu nem uma dica...Talvez seja por isso mesmo, ela não quer que eu ajude os meus amigos.

- Ah, ela está certa, seria injustiça - disse Nathalie.

- Pff, injustiça é a gente ter que fazer esse teste às cegas! - comentou Gina.

- Mas é assim que tem que ser, para cada um mostrar suas verdadeiras habilidades, sem estar preparado, tem que ser coisa de momento, natural...Se não num tem graça. - disse Nathalie.

- Blá blá blá, você nem vai fazer o teste, bobona! Num tem o direito de palpitar! - disse Sarah, tacando uma almofada na prima, que riu e a tacou de volta. - Mas a verdade é que enquanto Harry não der uma vaga no time pra gente, a gente não vai parar de encher o saco dele, não é galera? - disse Sarah, ao que todos concordaram.

- Se vocês forem bons o bastante pra entrar no meu time - disse Harry, cinicamente.

Dessa vez ele foi o alvo das almofadas.

- To brincando gente, to brincando! - disse ele, aos amigos que não cessavam o ataque.

- Hauhauhahuauh - ria Nathalie, que estava de fora da brincadeira, apenas vendo.

- Não ria da desgraça dos outros! - disse Harry, quando tacaram a ultima almofada.

- Ooohhh, tadinho dele... - disse Nathalie, dando um beijo estalado na bochecha do amigo - Foram muito malvadinhos com você?

- Que bebê chorão, não consegue nem se defender da gente e ainda fica choramingando aí! - disse Rony.

- Ah é? Vamos ver então quem é o bebê-chorão! TODO MUNDO EM CIMA DO RONY!!!!

E assim eles passaram um bom tempo, brincando feito crianças de guerra de almofadas, no final até Nathalie se animou para entrar na dança também...Foi muito divertido, mas todos sabiam que não dependia de Harry para entrarem no time, e sim da professora Minerva. Harry estaria ali apenas para assessorar e dar sua opinião, pois a profª Minerva e Madame Hooch que diriam o resultado final.


Um tempinho depois o buraco do retrato se abriu, e por ele entraram dois garotinhos que não deviam passar do segundo ano. Foram falar com Nathalie e logo se afastaram.

O grupo todo olhou para ela.

- Qual é? - disse a menina, percebendo os olhares curiosos.

- Que foi isso? Os fãs de Nathalie Delany atacam novamente? - perguntou Sarah.

- Ah cala boca Sarah - disse Nathalie, corada - eles só vieram avisar que mamãe quer falar comigo...

- Como assim "atacam novamente?" - disse Harry.

- Ué, você não sabe? Naty já tem vários fãs pela escola, todo mundo babaaaando por esses lindos cabelos louros - brincou Sarah, mostrando os cabelos da menina.

- E você também não está muito atrás - disse Naty - Esqueceu o monte de garotos que já vieram te chamar pra sair?

- Todos uns paspalhos, se quer saber... - disse Sarah, indiferente, e todos começaram a rir.

- E quanto a sua mãe, Naty - disse Mione, abruptamente - Você não vai ver o que ela quer?

- Tenho que ir né...

- Quer que alguém vá junto? - disse Sarah.

- Nem precisa.

- Eu vou com você Naty, se você concordar de passar comigo no corujal depois! - disse Harry, que já acabara de polir a vassoura.

- Fechado!

Harry foi guardar sua Firebolt no dormitório e logo eles saíram em direção ao quarto andar, onde ficava a sala de D.C.ªT e o escritório de Elizabeth.


Nathalie bateu na porta de leve e esta se abriu sozinha. Ela e Harry se entreolharam, a menina deu de ombros e entrou.

- Fala mãe - disse ela.

- Olá professora Delany. - cumprimentou Harry.

- Oi Harry! - disse a moça, jovialmente - Tudo certo?

- Tudo! - disse Harry.

- Bom Naty, eu te chamei aqui porque chegaram umas coisas suas lá do Brasil esta tarde...

- Ah é? Que ótimo. Só isso? - disse a garota, asperamente.

Eliza olhou para a filha admirada.

- Porque essa grosseria, Nathalie?

- Ah não sei, será que é porque você nem ao menos olhou pra mim desde que chegamos a Hogwarts?

A mãe encarou Nathalie seriamente.

- Oh Naty... - disse ela, aproximando-se. - Você sabia que eu teria bastante trabalho por aqui, filha...Mas desculpe se não tenho dado muita atenção a você! Estou numa correria só, você não faz idéia...Não foi de propósito, ok?

- Tudo bem ...Já passou... - disse Nathalie, sorrindo com o canto da boca.

- Desculpe - disse a mãe, abraçando a menina e bagunçando seu cabelo.

- Mãããe!!! Na frente das pessoas não! - disse ela, tentando se desvencilhar.

Harry riu quando a professora soltou a menina e sorriu para ele também, enquanto Naty arrumava os cabelos despenteados.

- Hum, você não precisava ter visto isso... - disse Nathalie, totalmente envergonhada.

- Hahaha não, tudo bem...

- Desculpe Harry, eu esqueci que esse tipo de coisa faz minha filha pagar "mico"... - disse Eliza, enquanto se dirigia ao fundo do escritório onde se encontravam algumas caixas de papelão.

- Como se ela não tivesse passado por isso quando tinha nossa idade... - murmurou Nathalie.

- Ei, eu ouvi isso! - disse a mãe, rindo.

Harry reparou que o sorriso de Elizabeth e Nathalie era muito parecido. A mãe tinha um jeito e uma aparência super jovial, Nathalie já havia contado que a mãe era como uma amiga para ela, mas de uns anos para cá estava um pouco ausente por causa do trabalho.

- Bom...Acho que aqui tem algumas roupas, acessórios - disse a mãe, colocando uma caixa em cima da escrivaninha.- E acho que você sentiu bastante falta disso aqui.


Ao dizer isto, ela vinha trazendo do fundo da sala uma gaiolinha onde havia um pequeno animal muito preto observando-os.

- AHHH, Meggie!! - gritou ela.

Nathalie foi correndo até a mãe, que riu da empolgação da menina; enquanto esta pegava o que Harry viu ser um gato de dentro da gaiola.

- Que bommm que você trouxe ela! Eu estava com muitas saudades de você minha lindinha - dizia Naty, agora se dirigindo ao animal em seu colo, muito carinhosa. - Harry, conheça minha gatinha Meg...Ela não é linda?

- É sim - disse Harry, divertindo-se com a alegria dela e da gata também, que parecia bastante feliz de ver a dona.

- Naty sempre teve um xodó por essa gata Harry, você nem imagina - disse Elizabeth.

- Huahuahuahua tenho ela desde pequena - disse Naty - Mas ela sempre foi pequenininha desse jeito, não cresceu um centímetro sequer...

Nathalie havia ficado muito contente com a chegada da gatinha, pediu a Harry que a ajudasse a levar as coisas para a sala Comunal da Grifinoria.

Chegando lá eles voltaram para os sofás em frente à lareira, onde o grupo de amigos os esperava.

Gina e Hermione adoraram Meg, ela era uma gata totalmente preta e olhos extremamente negros. Por um momento Harry teve a impressão de já tê-los visto antes, mas logo estava muito distraído com as brincadeiras de todos.

A gata era de uma natureza muito dócil, e adorou receber carinhos e atenção de todos que se encontravam ali.

Bichento, o gato de Mione, se identificou bastante com ela também. Ele não a havia estranhado, e pelo contrario, logo os dois estavam brincando um com o outro por toda a sala comunal.


A noite foi chegando e só restavam Harry e Nathalie na sala comunal, terminando os deveres.

Sarah já havia ido dormir - "preciso resguardar energias!", Mione fazia um ultimo turno pelos corredores ("ser monitora-chefe tem suas vantagens, mas suas desvantagens também"), Rony fora com ela para fazer companhia.

- Não agüento mais pesquisar sobre signos... - disse o garoto, se espreguiçando.

- Deixe-me ver o que você já escreveu até agora. - disse Nathalie, puxando para si o dever do amigo.


" Leão

Pessoas deste signo são otimistas, generosos, de boa índole. Não gostam de ficar sem amigos, e esperam ser encarados como líderes. São ativos, risonhos.

Afetuosos, gostam de demonstrar seus sentimentos. No entanto a paciência não é a sua qualidade mais forte.

Criativos e exuberantes, pensam e sonham alto. Generosos, alegres, vaidosos, orgulhosos, exclusivistas e correm atrás do que querem. São muito corajosos, e por isso tendem a subestimar o quanto podem conseguir.

Um leonino zangado se torna triste e um pouco de admiração genuína e amor é tudo que precisa ter para voltar a ser confiante e otimista. Poderá se sentir atraído por empreendimentos arriscados e tem apreciação por jogos."



- Não ta ruim não, Harry - disse ela, depois de analisar o texto - Ta muito bom sim! Mas acho que você podia acrescentar um pouco mais...

- É, eu sei...Mas pra começar acho que isso ta bom, termino o resto depois...

- Ta certo...Se você quiser, eu te ajudo então, agora pode ir descansar... - disse ela, enquanto juntava alguns livros.

- Nem estou com sono, só estava cansado de escrever sobre isso... - disse ele, empurrando o pergaminho pra longe.

- Legal, então hoje vou ter companhia pra madrugada! - disse a garota.

- Hahaha você não dorme não? Ta sempre acordada no meio da madrugada, e ainda assim tem essa energia toda...

- Que exagero...Não é todo dia que eu fico acordada...Quer dizer, ta certo que eu pego no sono eu pouco mais difícil que as outras pessoas, mas também quando durmo, durmo como uma pedra e nada consegue me acordar depois!

- Aposto que um balde de água consegue...Água bem gelada!

- Huahuahuahua ninguém foi louco o suficiente pra experimentar...

- Hahaha quem sabe eu não seja o louco?

- Que desaforo! Você não teria esse atrevimento...

- Hahaha sempre tem uma primeira vez pra tudo né?


Enquanto Harry terminava os deveres, Nathalie, que se encontrava a seu lado na poltrona, lia o mesmo livro de capa surrada que acompanhava a garota todas as noites.

Meg estava por ali também, ronronando entre os pés dos dois, ou brincando com uma bola de lã que Nathalie havia encontrado para ela.

- Aaai ai - bocejou Naty - Você não ta com sono não?

- Estar eu estou, mas preciso terminar isso aqui ainda...

- Hum...Eu te espero então. - disse ela. - Se importa se eu encostar aqui?

Nathalie apontou o ombro de Harry.

- Não, pode encostar - respondeu ele, voltando aos seus deveres.

A menina colocou uma almofada no ombro do garoto e continuou lendo seu livro.


Horas se passaram quando finalmente ele terminou uma redação gigantesca de História da Magia.

- Ah, finalmente termi... - ele ia dizendo, enquanto colocava os livros de lado, mas não terminou a frase ao perceber que Nathalie estava dormindo.

Ela havia adormecido encostada em seu ombro, com o livro aberto em seu colo, e Meg dormia no chão a seu lado.

Harry colocou levemente a almofada em seu colo, e depois depositou a cabeça da menina ali para que ela não ficasse numa posição desconfortável.

Harry parou para olhar a amiga...Suas feições delicadas, os cabelos claros espalhados pelo travesseiro, e o rosto banhado pela luz da lareira, faziam com que a garota parecesse um anjo. E ela dormia tão serena, a respiração tranqüila, parecia sonhar com coisas boas, estava quase sorrindo...

Harry sorriu também. Ficou ali parado um bom tempo observando-a, perdido em pensamentos...Uma coisa dentro dele estava diferente.

Aos poucos suas pálpebras foram ficando pesadas, e em meio a pensamentos felizes, ele acabou adormecendo também.



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