A Carta



Era um final de semana. Porém, não era um final de semana normal. Não era um final de semana que pudesse ser dito por Harry sendo calmo.


- Estão nervosos? –perguntou Rony sem precisão nenhuma, é claro.


- Não... Imagine... Daqui a algumas horas eu vou precisar matar alguém ou, quem sabe, ele me matar, e eu não estou nem um pouco nervoso... –disse Harry com muita ironia na voz.


Os três estavam no escritório de Lupin. Esse não estava lá, segundo ele havia ido ajeitar uns últimos e mínimos detalhes.


- Hã... Rony... Você ainda não falou nada para os seus pais sobre, hum... Você sabe... A Gina...? –perguntou Harry mudando drasticamente de assunto.


- Não... –disse Rony. Uma expressão de total raiva invadiu o rosto de Rony- Vocês não sabem como eu tenho me aquentado... –disse ele-
Sempre que olho para aquele... Aquele... Crápula, imbecil, filho da...


- Rony! –gritou Hermione.


- Tá... Desculpe... Me empolguei... –disse Rony- Mas... Vocês não sabem como é difícil agüentar olhar aquele babaca sem estrangular ele...


Harry e Hermione não puderam deixar de trocar olhares. Mesmo ainda brigados não puderam deixar. Foi automático. Mas, foi olhando sem querer para a ex-namorada que Harry se lembrou de uma coisa importante.


- Hã... Eu já volto aqui... Preciso pegar uma coisa lá no dormitório.


Rony e Hermione não entenderam o que Harry queria dizer. O garoto já estava com a Capa da Invisibilidade, que usaria simplesmente para não ser visto diretamente por Voldemort, estava com a Espada de Gryffindor que só faltava ser banhada no veneno e também estava com o Mapa do Maroto, que seria usado com segurança.


Harry saiu do escritório de Lupin. Correu até o Salão Comunal e informou a senha para a Mulher Gorda e entrou. Correu pelas escadas ignorando as chamadas de Colin Creevey, entrou no seu dormitório encontrando-se lá com Neville que ainda queria dar um jeito em Trevo e faze-lo aprender alguma coisa.


- Algum problema, Harry? –perguntou o garoto vendo a expressão de nervosismo no rosto do companheiro de quarto.


- Hum... Não Neville, obrigado. –disse Harry remexendo o malão à procura do motivo de ter vindo até lá.


Finalmente ele achou. Um envelope. Nele estava escrito com uma letra manuscrita e caprichada o máximo possível “De: Harry Potter; Para: a garota que ele mais amou na vida”.


Fez um aceno vitorioso com a cabeça ao encontrar o envelope. Era a carta que há algum tempo havia escrito para Hermione. Iria entregar para ela, mas somente quando o tempo estivesse acabando para eles. Somente quando ele já estivesse entrando na ex-Sala de Torturas de Azkaban.


Esperava que se alguma coisa acontecesse com ele, ela pudesse perdoa-lo. Colocou o envelope dentro do bolso da veste. A Espada de Gryffindor estava no coldre do cinto, o Mapa do Maroto no bolso interno da veste juntamente com a Capa da Invisibilidade.


Só esperava sinceramente que quando fosse entregar aquela carta para a garota ele não tivesse um daqueles ataques idiotas e começasse a gritar sem nenhum controle sobre si mesmo, como já havia fazendo há algum tempo.


Correu até o escritório de Lupin novamente. Quando entrou os olhares de Rony e Hermione que conversavam sobre alguma coisa (Harry calculou que era sobre a situação de Gina) olharam para o garoto e até estranharam pelo garoto não estar carregando nada mais do que já tinha.


- Nenhuma notícia do Lupin? –perguntou Harry assim que fechou a porta atrás dele.


- Bem... Nós vamos para Azkaban assim que escurecer... Talvez ele esteja chegando. –disse Rony olhando pela janela e vendo que o Sol já se punha.


- Vocês do grupo dois vão ir para o Ministério da Magia, correto? –perguntou Hermione para confirmar com Rony. Ele assentiu- E depois vão como para Azkaban?


- Acho que de vassoura... –disse Rony pensativo- Sabe... Para que Voldemort possa nos seguir.


Hermione e Harry que também tinha essa curiosidade assentiram. Mas não puderam deixar de pensar que seria uma bela viagem até Azkaban.


- Hum... Harry... Você viu a Gina? –perguntou Rony timidamente.


- Não que eu me lembre, porquê? –perguntou Harry.


- Sabe... Eu posso não sair vivo disso tudo, como também ninguém pode... Queria me desculpar por ter agido com ela daquela maneira. Eu sei que a culpa é toda o filho da... –Rony parou quando viu o olhar de censura de Hermione- Eu sei que a culpa é toda do idiota do Malfoy.


- Olha, Rony, não sei se sou eu quem devo lhe dizer isso, mas... A Gina amou o Malfoy, e acho que ainda ama, apesar de não querer isso, não seria legal você falar assim com ela... –disse Hermione- E de qualquer maneira, você precisará amar o seu sobrinho como se ele não fosse filho do Malfoy! –disse ela.


- Quem me obriga? –disse Rony em tom desafiador.


- A sua consciência. –disse Hermione- De qualquer maneira, Rony, você precisa entender que essa criança não tem culpa do pai que tem e nem de ter vindo agora. Você não pode deixa-la. Ela vai precisar de uma figura masculina na vida dela, e a pessoa que terá que ser essa figura masculina é você Rony...


Hermione falava aquilo tudo de uma forma calma, porém com severidade, Rony não pôde deixar de baixar a cabeça, como se houvesse pensado coisas absurdas. A amiga estava totalmente certa.


Harry via todo aquele “sermão” calado, encostado na parede logo ao lado da porta, braços cruzados, quando viram a porta abrir e Lupin entrar na sala rapidamente.


- Que bom que vocês já estão aqui. –disse o professor- Nós vamos daqui a pouco.


O professor entrou rapidamente e com passos longos foi até a sua mesa e de dentro de uma das gavetas tirou alguma coisa e colocou no bolso.


- Você já está com tudo aí Harry? –perguntou o professor. O garoto assentiu- Hermione e Harry, vocês, venham comigo, Rony, você vá até o Saguão de Entrada que o seu pai e seus irmãos já devem estar esperando por você lá.


Todos assentiram. Lupin foi até a porta e a abriu, esperou que todos os alunos passassem e foi também, trancou a porta do seu escritório.


- Boa sorte, Rony. –disse o professor.


- Para vocês também. –disse o ruivo ansioso e nervoso.


- Boa sorte. –disse Harry dando um abraço apertado no amigo que retribuiu.


- Boa sorte. –falou Hermione que fez o mesmo.


Após todos os “boa sorte” Lupin começou a andar apressado, Harry e Hermione se obrigaram a acompanha-lo e Rony seguiu o lado oposto. Rumo ao Saguão de Entrada onde basicamente toda a sua família estaria lhe esperando.




Ah! Fala sério! Você não tavam com saudades das "Encheções de Línguiça"????? Pois então para matar a saudade aí está o novo capítulo. E então? Ficou pelo menos plausível? COMENTEM!!!!!!!!!!!

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