Capítulo 03



DESTINOS ENTRELAÇADOS

Autora: Rosana

Revisora: Marjarie



Capítulo 03




Cassie não conseguiu dormir muito bem àquela noite, ficara receosa de acordar as outras meninas com seus gritos e somente cochilara. Resultado, levantou-se de mau humor.

Seguiu Hermione para fora do quarto, visto que não se lembrava muito bem do caminho para o grande salão. Na sala comunal, se encontraram com Harry e Rony que lhes desejou bom dia, Hermione respondeu aos meninos e Cassie apenas resmungou algo.

- Acho que nossa amiga não gosta de levantar cedo. – Mione falou baixinho.

- Eu ouvi. – Cassie falou de mau humor, atrás dela.

Rony e Harry deram risadas enquanto Mione ficava vermelha.

Os quatro sentaram-se à mesa do salão Principal, com Rony comendo como se não tivesse engolido nada nas últimas 24 horas. Cassie comeu uma torrada sem o menor ânimo, com a cabeça apoiada em uma mão, a preguiça era tanta que o cotovelo escorregou da mesa despertando-a de repente ao som das risadas dos que estavam mais próximos.

- A festa deve ter sido boa ontem à noite. – Rony brincou com a menina.

- Você não dormiu bem? – perguntou Hermione.

- Eu não dormi nada.

- Estranhou o lugar? – Harry quis saber.

- Não. Eu.... – ia dizer algo quando de repente levantou-se rápida. – Por Vlad, eu esqueci. – arrebanhou o que viu pela frente, pãezinhos, torradas e um pedaço de torta, e saiu correndo pela porta.

- Mas o que deu nela? – Rony quis saber.

- Eu não sei, mas se ela não voltar logo vai ficar perdida de novo, e duvido que Dumbledore a ajude dessa vez.

- Dumbledore? – Harry se interessou.

- É. Foi ele que a levou até a porta do dormitório, e pareciam muito amigos se quer saber.

- Eles se conhecem? – Rony perguntou.

- Ela disse que se encontraram algumas vezes, mas tive a impressão que ela não quis dar a entender que se conhecem mais do que o necessário.

Os três olharam pensativos por onde a garota saíra correndo, cada um tentando imaginar quem era aquela garota, e o que ela estava fazendo ali. Havia muitos segredos.

HPHPHPHPHP

Cassie correu desabalada na descida até a casa de Hagrid, mas não precisou chegar lá, na metade do caminho foi derrubada por um enorme cão preto que subiu com as patas em seu peito e ficou lambendo seu rosto.

- Pára Black, seu bobão, olha só que fez? – ela falou, pois ele derrubara todos os quitutes que ela trouxera.

Black mais que rápido saiu de cima da dona e, pegando um pãozinho do chão, deitou-se começando a comer.

- Como você passou a noite? – ele a olhou como se dissesse que bem. – Sorte sua, porque a minha foi péssima, não dormi nadinha.

Ela acariciou por uns momentos a cabeça do cachorro e se levantou tentando espanar os pêlos das roupas.

- Agora preciso ir, mas assim que arrumar um tempinho, venho falar um oi.

O cachorro deu uma latida, mas continuou a comer, se tinha algo que esse cão gostava era de comida.

Cassandra seguiu rápido de volta ao castelo, nem pegara os horários de suas aulas. Entrou esbaforida soltando um suspiro de alívio ao ver Hermione saindo do grande salão.

- Aí está você. O que houve? Antes parecia pronta para dormir na mesa, e de repente parece que foi picada por uma abelha.

- Tinha que ver Black.

- Ah, o seu cachorro. – Hermione falou entendendo agora o motivo da pressa. - Aqui está seu horário. – falou entregando o papel à menina.

- Dois tempos de Poções? Quatro dias por semana? Quem é o professor? – Cassie perguntou ao dar uma olhada.

- Snape. – Rony disse se metendo no meio das duas. – Ele nos odeia.

- O diretor da Sonserina?

- Você o conhece?

- Tivemos uma breve conversa ontem à noite e ele não foi com a minha cara. Eu mereço. – falou com cara de sofredora.

- Não se preocupe, ele não vai com a cara de nenhum Grifinório.

Cassie não se sentiu muito aliviada com a informação visto que estava na Grifinória. Olhou para Harry que se manteve muito calado, tinha vontade de conversar com ele, mas sabia que tudo deveria ser feito a seu próprio tempo. Logo ele se sentiria melhor.

Quando entraram na sala de Poções viram que o professor ainda não havia chegado, Cassie ficou em dúvida sobre onde se sentar, até que uma voz severa lhe disse por trás.

- Que tal a senhorita sair do caminho?

- Ah oi professor. – ela falou animada virando-se. Quem sabe se fosse simpática ele não retribuiria?

Mas a cara que ele fez não foi nem um pouco simpática.

- Bom, na verdade não sei como as duplas são divididas, por isso estava aqui tentando decidir com quem....

- Silêncio!

Cassie piscou de susto, fechando a boca na hora.

- Talvez você queira sentar-se com Longbotton, ele é ótimo com poções. – o professor falou irônico apontando um garoto com cara sofredora que estava sozinho. – Agora! – gritou quando Cassie não se mexeu.

Rapidinho ela seguiu na direção do menino, sorrindo para ele ao se sentar, enquanto os outros alunos davam risadinhas. Queria comer aquele caldeirão se esse menino era bom em poções. Mas o que Snape pelo jeito não sabia, é que ela era boa em poções. Ele a subestimara, e provavelmente não olhara para sua ficha de Scarisoara.

- Mais um ano, e pelo que vejo alguns decidiram continuar na minha aula. Por mera sorte, acredito... - disse encarando Harry. - ... vocês conseguiram N.O.M.s suficientes para estarem aqui.

Todos os alunos mantiveram-se calados como sempre ao ouvir o professor.

- Esse ano, devo dizer será um tanto pior que o ano passado, pois quando tivermos os N.I.E.M.s, e eles serão, muito, mas muito piores. – e deu um risinho malévolo ao passar pelos alunos da Grifinória.

Houve troca de olhares, um tanto quanto aflitos entre os alunos. Cassandra pensou que esse homem deveria ser terrível mesmo.

- Agora prestem atenção ao quadro, vamos fazer a poção da sinceridade.

Cassandra leu com atenção os ingredientes da poção no quadro negro, começando a separar seus ingredientes, percebeu que Neville pegara raiz de Heléboro Negro em vez de Heléboro Branco, apesar dos nomes elas eram praticamente iguais, na aparência, mas em seu uso não. Quando ele se virou para pegar mais um ingrediente ela, rápido, substituiu o ingrediente errado pelo certo, deu uma olhadinha para frente, mas o professor estava de costas e não viu sua ação. Mas o que ela não viu foi que Harry notara sua manobra, o que causou no garoto um sorriso de satisfação, que esse sim foi percebido por Snape.

- Pelo jeito estamos nos saindo bem Sr. Potter. – como sempre, quando era alvo das zombarias de Snape, os alunos da Sonserina deram risadinhas irônicas.

Mas para surpresa de todos e mais ainda de Harry, Snape ficara somente nesse comentário, Harry olhou para Rony que deu de ombros como quem diz que também não entendera nada. Logo ficou claro o motivo dele deixar Harry em paz, tinha uma nova vítima. Cassandra.

Snape parou próximo ao caldeirão da garota, pronto para lhe chamar a atenção, mas surpreso não soube do que reclamar visto que a poção dela estava perfeita. Então seus olhos voltaram-se para Neville, e ainda mais surpreso, viu que o garoto conseguira enfim fazer uma poção decente, seus olhinhos negros fixaram de novo em Cassandra que sorria animada para Neville.

- Dez pontos a menos para Grifinória srta. Colomano.

- Ué, por quê? Posso saber? Duvido que encontre algo errado na minha poção. – ela falou surpresa olhando seu caldeirão.

- Sinto dizer senhorita que era para você fazer apenas a sua poção e não a de Longbotton.

Cassandra olhou-o pasma, aquele homem não poderia ter olhos nas costas, estava jogando verde, sentiu a fúria e a injustiça se avolumarem em seu peito.

- Eu nem olhei para a poção desse garoto senhor. – falou acentuando o senhor. – Mas se faz o senhor se sentir melhor, retirando 10 pontos da minha casa, pelo garoto ter feito a poção certa. Vá em frente. Só digo uma coisa, essa noite o senhor não vai dormir muito bem.

- Como ousa? Está jogando uma azaração em mim? – ele falou indignado.

- Eu fiz isso? – ela falou inocente. – Acho que não. Apenas disse que o senhor tomou uma medida errada, e por isso irá sentir-se extremamente culpado quando parar para pensar melhor. – explicou calmamente.

- Menos 10 pontos srta.

- O senhor já fez isso. – disse meio exasperada.

- Isso mesmo, duas vezes.

- Sei. – ela levantou-se o encarando nos olhos.

Snape sentiu-se voltar a um passado indesejável.

- O senhor tem algum problema comigo? Não, porque se tiver, eu gostaria que o senhor dissesse agora, eu poderia dar um jeitinho nisso.

- Detenção srta. Colomano. – ele gritou virando-se para não encarar mais os olhos daquela menina.

- Mas já? – quem estava perto ouviu o sussurro da garota.

- Mas o que eu poderia esperar sendo filha de quem é. – ela ainda ouviu-o resmungar.

Ia perguntar o que ele quisera dizer com isso, mas o sinal soou indicando o término da aula. Neville aproximou-se de Cassandra antes que saíssem da sala.

- Eu sinto muito. – ele disse.

- Ora, por quê? Você não fez nada. O seboso é que foi culpado.

- Você me ajudou não é?

- Olha Neville, esse cara pode ter dito isso, mas eu nem olhei para seu caldeirão.

Ela mentiu com a maior cara lavada olhando nos olhos do menino. E sentiu-se recompensada pelo sorriso que ele deu.

- Eu nunca havia acertado uma poção antes. Ele me deixa nervoso. – o garoto falou ao saírem da sala.

- É, parece que ele tem esse estranho dom.

Os dois seguiram para a próxima aula que era de feitiços. Neville ainda foi conversando, mas Cassandra pensava nas palavras do esquisito professor de poções. O que ele quisera dizer ao se referir ao fato dela ser filha de quem era? Sua mãe? Ou seu pai? Será que ele sabia?

HPHPHPHPHP

A aula de feitiços foi muito interessante e divertida, como na maioria das vezes.

Cassandra recebeu alguns olhares enviesados e cochichos, pelo jeito já estavam sabendo da perda de 20 pontos para a Grifinória e sua detenção, no primeiro dia de aula. Fez que não era com ela.

- Você deve se controlar mais na aula do Snape. – ouviu Hermione dizer baixinho na sua frente.

- Eu acho que me controlei muito bem. – respondeu, o que causou risadinhas de Rony e Dino.

- Se tivesse se controlado não teria perdido 20 pontos para a casa.

Nisso ela estava certa.

- Como faço para recuperar? – perguntou então.

- É só você responder algumas perguntas corretas, que acumula alguns pontos. – Rony falou.

- Certo. – isso seria fácil.

Como a aula já estava no final, não foi dessa vez que ela conseguiu recuperar seus 20 pontos.

Na hora do almoço Cassandra sentou-se em silêncio à mesa da Grifinória, observou que Rony e Hermione discutiam por causa de um tal F.A.L.E, mas mal prestou atenção, focalizou Harry, que comia desanimado. O garoto andava tão silencioso que cortava seu coração.

- Harry! – chamou-o.

Ele a olhou tão espantado, que ela pensou por onde poderia estar seus pensamentos.

- Quer ir ver Black comigo? Hoje de manhã ele perguntou de você. – ela falou sorrindo.

Harry ficou em silêncio durante alguns segundos, pensando no cachorro de Cassandra, ao mesmo tempo em que ficava triste ao vê-lo, sentia-se estranhamente consolado. Fez um aceno afirmativo levantando-se.

- Acha que é... – Hermione começou a dizer, no que foi impedida por Rony.

Cassie e Harry saíram do salão, juntos.

- O que foi Rony?

- Você não percebeu Mione? Harry sorri toda vez que vê aquele cachorro, seja porque motivo for, deixe-o.

Hermione preocupava-se com o amigo, mas Rony estranhamente estava com a razão dessa vez.

HPHPHPHPHP

- Você é sempre assim? – Cassie perguntou a ele mais para puxar conversa.

- Assim como? – ele devolveu a pergunta sem entender.

- Caladão.

Harry tentou recordar-se dos outros anos em Hogwarts. Não era muito falante, mas também não ficava quieto nos cantos como nesse ano. Olhou para a garota pensando se ela sabia sobre Sirius, a notícia fora divulgada no Profeta Diário, e ela já provara ser uma assídua leitora e com suas próprias opiniões.

- Tive um mau ano. – respondeu apenas.

- Sei.

Nisso um latido foi ouvido ao longe, Black subia pelo caminho em desabalada carreira, Cassandra num movimento ágil se colocou na frente de Harry, aquele cachorro maluco era bem capaz de derrubar o menino, mas não previu a força do cão, caiu para trás quando ele impulsionou-se para cima dela, indo de encontro a Harry, ambos caindo pesadamente no chão, com Black por cima lambendo ora Cassandra ora Harry.

Ela tentava sair de cima do menino, mas havia uma confusão de vestes, braços e pernas, foi quando ela ouviu a risada de Harry, olhou para o lado e percebeu os óculos dele tortos quase caindo, os cabelos mais despenteados ainda e imaginou como deveria estar, visto que seus longos cabelos estavam soltos, uma maluca, com certeza. Acabou rindo também.

Foi assim que Hagrid encontrou os garotos, num descontrole de risos, com Black pulando em volta deles.

- Crianças. Crianças. – gritava tentando se fazer ouvir entre os latidos do cachorro.

Harry foi o primeiro a tomar fôlego e se sentar ainda com um sorriso nos lábios.

- Sua aula já começou. – Hagrid disse apenas.

Cassandra tentou se levantar, mas Black havia sentado em cima de suas pernas, empurrou-o para o lado e antes que pudesse erguer-se sentiu Harry pegando-a por ambas as mãos, para puxá-la para cima, saíram correndo em direção ao castelo, subiram as escadas em direção à torre sem nada dizer, Harry deixou a garota avançar pelo alçapão na sua frente, entraram na sala circular, escura e com um cheiro de incenso. A professora apenas os fitou não dizendo nada, os dois seguiram para uma mesinha aos fundos da sala a única que sobrara, Rony sentara-se com Neville.

- Muito bem, meus queridos, depois do desastrado ano passado, estamos de volta às nossas adivinhações. Peguem as cartas de tarô que estão à sua frente.

- O que aconteceu ano passado? – Cassie perguntou baixinho a Harry.

Mas antes que ele pudesse responder, a professora parou a sua frente.

- Querida, vejo que você está interessada em conversar, que tal dizer à classe o que são cartas de Tarô?

Cassie olhou para a professora, e deu seu sorrisinho maroto, Harry já estava se acostumando a ele, a menina levantou-se com o baralho na mão, lançou um olhar pela classe e começou a falar.

- O baralho de tarô é composto por 78 cartas ou lâminas especiais. De origem desconhecida, é usado tanto para o jogo do mesmo nome como em cartomancia. O tarô consta de 22 lâminas, denominadas arcanos maiores, e 56 lâminas que são chamados de arcanos menores. Os 22 arcanos.....

- Muito bem, muito bem. – Cassie foi interrompida pela professora, que estava perplexa com seu conhecimento. – Vejo que você conhece o tarô criança, mas devo dizer que errou em uma coisa. Não é de origem desconhecida, aliás foi criado por uma antepassada minha, que por incrível coincidência leva seu nome. Minha tetravó Cassandra Trelawney! – ela falou com evidente orgulho.

- Ela era cigana? – Cassie perguntou inocente.

- Cigana? Por Merlim, mas é claro que não, os ciganos são uma mentira, uma afronta, não são videntes, não servem nem para preverem chuva.

Cassandra franziu o cenho ante a aparente falta de cortesia da professora para com seus amigos.

- Sinto dizer professora, que a senhora está enganada. Sua tetravô até pode ter sido uma das primeiras a jogar tarô na época, talvez uma vidente de grande renome, mas ela não inventou de jeito nenhum o tarô, e acrescento que os ciganos são bem mais videntes do que muitos bruxos.

- Ah, ah... e você conhece muitos não é mesmo? – a professora não era muito afrontada, mas ter a sua antepassada desmentida para ela era o que haveria de pior.

- Para dizer a verdade eu conheço sim, afinal venho de um país onde os rons sempre foram bem recebidos, e se olharmos na minha árvore genealógica poderemos até encontrar alguma antepassada cigana.

- Ah! Ah! – a professora caiu em si e viu que tinha sem querer ofendido a garota. - Muito bem, muito bem. Vamos ver pelas respostas corretas da srta. Colomano 10 pontos para Grifinória. – e deixou o assunto por isso mesmo.

Cassandra estava muito chateada com a mulher. Quem ela pensava que era para desfazer de seus amigos? Bom, pelo menos já tinha conseguido 10 pontos que havia perdido para sua casa. Pegou o baralho mexendo-o como uma profissional.

- Há várias maneiras de se jogar tarô, vamos começar com uma simples. Embaralhem as cartas e peçam a seus companheiros para cortar no meio.

Cassie entregou o monte a Harry, que estava espantado com a defesa aos ciganos e a maestria com as cartas,

- Coloquem os dois montes na mesa, e retirem a primeira de cima.

Harry fez o que a professora disse e pegou uma carta, a Morte. Tinha que ser não é? Ele apenas esperou o que viria.

- Ó querido! Ó querido! – disse Trelawney que havia se aproximado sem Harry perceber. – Você não tem mesmo sorte, essa carta é terrível, terrível.

Cassie esticou o pescoço para ver a carta.

- Tira mais duas Harry, esta carta sozinha não diz nada. – falou para a surpresa da professora.

Harry sorriu e fez o que ela disse, as duas próximas eram o Louco e a Torre.

- No Tarô, nem tudo que você tira é ruim, combinados com outras cartas. – ela explicou. - A Torre demonstra o desmoronamento de certas estruturas que aparentemente já estavam caindo. O Louco é a carta da confusão, indecisão, mas que leva você rumo ao desconhecido que é exatamente onde entra a Morte, não quer dizer que você vai morrer. Ela indica renovação, a vida se transformando num nível profundo. Vê só como as três cartas se ligaram? – continuou apontando para as três cartas escolhidas. - Sua antiga vida desmoronando, a confusão em que você se encontra, e a morte do seu antigo eu. Podemos dizer que você está entrando numa nova fase da sua vida Harry... – foi interrompida pela professora.

- Você pensa saber muito, não? Mas o que não sabe é que esse garoto tem uma vida de azar intensa, muito intensa. – a professora Trelawney estava decididamente afrontada com aquela menina e todos os alunos pasmos com o conhecimento e as explicações da garota.

- Eu sei da vida dele, e não o acho azarado. – falou Cassie virando-se para a professora, nem percebeu o olhar espantado de Harry para si. – Aliás, professora Trelawney, essa palavra azarado, nem deveria existir, trás acontecimentos ruins para a pessoa que a diz. A senhora sabia disso?

Rony trocou com Harry um olhar intrigado. De que maneira ela conheceria a vida de Harry?

Nesse momento a aula findou, para alívio de todos.

- Muito bem, muito bem. Quero uma pesquisa sobre as origens do tarô, onde eram usadas, por quem... – as palavras da professora foram encobertas pelo alvoroço dos alunos.

Cassie arrumou sua mochila ainda meio chateada com a professora, quando ela aproximou-se.

- No futuro querida, melhor você deixar as explicações para mim, não quero alunos esperançosos de que tarô existe apenas para lhes dizer coisas boas.

- Então a senhora prefere prever coisas ruins?

- Eu não disse isso, não disse mesmo.

- Olha só professora eu não quis passar por cima de seu conhecimento, mas eu conheço as cartas do tarô, e conheço muito, quanto às previsões, boas ou ruins, melhor não tê-las. – e dizendo isso saiu da sala.

Cassandra andava rápida em direção à próxima aula, sabia que seria lá fora, pois era aula de herbologia, vira algumas estufas quando fora ver Black de manhã. Quando virou rápido um corredor deu de cara com Rony e Harry.

- O que você quis dizer quando falou que sabe da minha vida? – Harry perguntou de chofre.

- O quê? – pega de surpresa não soube de imediato do que ele estava falando.

- Você disse a Trelawney que sabe da minha vida. O que você sabe?

- Falei por falar. – desconversou, tentando passar por ele.

- Não. – ele falou pegando-a pelo braço. – Você falou com muita certeza. – o Harry da hora do almoço havia sumido completamente, esse mostrava-se desconfiado e cheio de suspeitas.

- Ah Harry, sei lá, talvez por todos conhecerem você, pelo que sai no Profeta…

- O Profeta só diz mentiras. – ele quase gritou.

- Acho que eu sei distinguir mentira da verdade. – ela falou séria encarando-o, não gostava muito quando gritavam com ela, soltou o braço e saiu caminhando. – Agora vamos que estamos atrasados para a aula de herbologia que eu nem sei onde fica.

- Eu não terminei. - ele falou indo atrás dela.

- Você pode ir me interrogando enquanto andamos, ou não sabe andar e falar ao mesmo tempo? – ela provocou. Não estava gostando do rumo da conversa.

Rony deu uma risadinha pela resposta atravessada, e recebeu um olhar mortal de Harry.

- Você chegou de repente, e foi se envolvendo muito rápido com a gente, estou começando a achar muito estranho isso.

- Esse é o problema? – ela parou tão de repente que o garoto que vinha atrás quase a derrubou no encontrão. – Eu não pedi para você ser meu amigo, aliás quem é que quer um amigo que vive nos questionando? Eu me aproximei porque percebi a sua tristeza, quis ajudar, achei que Black havia te animado, mas se você não quer ajuda, se prefere ficar no seu mundinho privado sendo apontado por todos, fique à vontade. Sinta pena de si mesmo, encoste num canto e deixe a vida passar por você. – falou encarando-o nos olhos.

Harry engoliu em seco ao encará-la, ela o fitava de uma maneira que lembrava muito Sirius quando ficava com raiva, pareciam soltar chamas de seus olhos.

- Eu vou para minha aula. Preciso recuperar ainda 10 pontos. – e com isso afastou-se deles.

Os dois meninos ficaram olhando-a sair com passos pesados, mais marchando que andando.

- Acho que ela ficou chateada. – disse Rony que havia ficado o tempo todo em silêncio.

- Ela está escondendo algo.

- É. Mas não acho que seja algo que o prejudique.

Harry olhou para o amigo, pensando a mesma coisa, mas por algum motivo acreditava que o que ela revelaria mudaria sua vida.

HPHPHPHP

Quando os dois entraram na estufa viram Cassie ao lado de Neville, aproximaram-se, mas ela não levantou os olhos para eles, se mostrando muito concentrada na terra do vaso que tinha a sua frente.

- Muito bem classe. Quem pode me dizer o que é funcho? – a Profª. Sprout perguntou.

- Foeniculum Vulgare, mais conhecida como Erva-doce, que é um vegetal rico em celulose – respondeu Cassie rápida não fazendo conta das mãos de Hermione e Neville erguidas para responder. – Tem propriedades alcalinizantes, por isso é um bom expectorante. Estimula a digestão. Contém cálcio, Fósforo e vitaminas do Complexo B, principalmente Niacina.

- Muito bem, 5 pontos para Grifinória.

Ótimo, faltavam 5, Cassie pensou.

- A erva-doce, já foi considerada de grande importância medicinal, perdendo espaço para outras plantas hoje em dia. – completou a professora. – E este arbusto? Alguém o conhece? – a professora mal terminou de falar , mostrando a casca de uma árvore, quando Cassie levantou o braço.

- Pilocarpus Microphyllus, das folhas se extrai o alcalóide pilocarpina, considerado um sudorípero enérgico, que é antagônico à atropina, conseqüentemente diminuindo os batimentos cardíacos, já que a atropina os acelera.

- Mais 5 pontos para Grifinória.

Beleza, tudo limpo, agora era só cumprir a detenção do seboso. Mione ficou olhando de boca aberta para a garota, ela mal tivera tempo de erguer o braço e a menina já desandara a falar.

Quando a aula terminou, Cassandra saiu da estufa sem olhar para ninguém, foi seguida por Neville.

- Você sabe muito sobre plantas. – ele disse.

- Foi mal Neville, vi que você e a Hermione queriam responder as perguntas da professora, mas eu precisava ainda dos 10 pontos que perdi com o Seboso.

- Seboso?

- Snape. – ela falou sem sorrir.

Neville olhou para a garota percebendo que algo havia acontecido entre a aula de adivinhação e a aula de herbologia.

- Não tem problema. Mas Cassandra, tá tudo bem?

- Tá sim. – ela falou tentando sorrir. – Agora vou ver meu cachorro. Tchau Neville.

E saiu correndo disparada em direção à cabana do Hagrid ao perceber Rony, Hermione e Harry se aproximando.

- O que ela disse? – Mione perguntou.

- Pediu desculpas por ter respondido na nossa frente, mas disse que precisava recuperar os 10 pontos que o seboso tirou dela.

- Snape? Mas foram 20.

- Ela conseguiu 10 na aula da Trelawney. – Harry falou olhando a menina se afastar.

- Ah é. – concordou Rony, também olhando a menina.

- Ela é muito inteligente. – Neville a elogiou.

- Isso vai ser um problema. – Rony falou sem explicar, mas os dois garotos entenderam e olharam para Hermione que não disse nada, empinando o nariz e seguindo em direção ao castelo.

Os três garotos a seguiram com sorrisos estranhos nos rostos.

- Ela estava chateada. – Neville falou de repente, e Harry sentiu-se um tanto culpado.

Sentaram-se à mesa fazendo algumas tarefas até a hora do jantar e nada de Cassandra. Foram para a Torre da Grifinória e a menina ainda não havia aparecido.

- Acho que ela está levando o que você disse ao pé da letra. – Rony comentou.

Harry ficou em silêncio e Mione levantou-se sem dizer nada, seguindo para o dormitório das meninas, mas voltou em seguida.

- Ela já está deitada.

Harry soltou um indistinto suspiro de alívio.

- Ela nem jantou. – Rony falou olhando para Harry como quem o culpava.

HPHPHP

Cassandra percebera Hermione entrando e saindo em seguida do quarto, preferiu fingir que dormia. Não podia negar que ficara chateada com as dúvidas de Harry sobre si, mas entendia. Ele confiara nas pessoas erradas no passado e quase morrera, mas também não ia ficar mendigando a amizade dele, se quisesse que viesse conversar. Não lhe daria muita abertura, ele não merecia. Pensou magoada enquanto caía nos braços de Orfeu. Sem sonhos, ainda bem.



Continua...



N.A.:- Oi pessoal!

Foi mal a Cassie passar a perna na Hermione, mas prometo que ela para por aqui...ehehehe...Não me levem a mal, adoro a inteligência da Mione, mas de vez em qdo ela me irrita em querer ser sempre a sabe tudo, como diz o Rony.

Na aula de adivinhação, eu sei, vcs devem estar pensando, Harry provavelmente n terá adivinhação no sexto ano, mas é que depois q essa parte estava escrita q lembrei disso, e como eu gostei dessa aula, adoro tarô, resolvi deixar, OK? Eu tentei fazer o melhor na hora de interpretar as cartas q Harry tirou, espero que tenham gostado. As coisas estavam indo rápido demais não? Harry se irritou como conhecimento da Cassie sobre ele, achei natural ele desconfiar, por isso, uma leve estremecida nesse início de relacionamento.

Gente, procurem entender uma coisa, a história n se baseia apenas no q poderia vir a acontecer em HP6, e sim ela discorre da maneira q eu fui escrevendo, meio sem pensar....eheheheh......muita coisa pode n encaixar, e é p isso q vcs estão aí, p me corrigirem e ajudarem nos meus erros, OK?



Agradecimentos:-

Marjarie, valeu mana, por passar aqui e n me deixar jogada às traças..eheheheheh...realmente me animei em postar aqui somente por causa das músicas que virão...sei lá se adoram viu? Talvez não...mas vc sabe q amo a Cassie...meu bebezinho lindo....eheheheheh...valeu pelo apoio e a olhadinha geral q vc ta dando. Bjs







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