Sonho?



Lane entrou no dormitório, ainda vazio, e deitou-se na cama. Estava cansada. Não que as aulas daquele dia tivessem sido exaustivas, muito pelo contrário, mas pela discussão que tivera com Potter antes do almoço. “Não pode acontecer de novo!” Reprimia-se Lane. “Tenho que controlar as minhas emoções!”. Ela sabia que não podia ficar tão brava, mas era inevitável. Mas para Lane, o pior de tudo era não ter com quem conversar sobre a sua situação, tinha amigas, mas nenhuma entenderia o que se passava com ela. Claro, ela sempre podia conversar com Luna Lovegood, mas Dumbledore a aconselhara a não contar a ninguém a terrível maldição que há anos assombrava a sua vida.

Pensou no que acontecera com as outras pessoas como ela, que acabaram deixando as suas emoções serem controladas, não era muito confortador, estavam todas mortas. Decidiu que iria tomar uma ducha, mas no meio do caminho ao banheiro mudou de idéia. Suas amigas ainda não tinham saído das aulas ainda, então resolveu pegar um livro e ir sentar-se para ler até a hora do jantar, afinal aquilo sempre a acalmava. Sentou-se em uma poltrona perto da janela, aproveitando os últimos raios solitários de luz que entravam na sala comunal. Assim que se sentou, um sono incontrolável tomou conta dela e ela adormeceu ali mesmo, para um sono cheio de pesadelos.

Estava em um campo, cercada por Comensais. Preparava-se para duelar, mas então uma luz roxa a atingia e ela sentia a escuridão e o frio dominá-la. Estava com medo, mas então o medo deu lugar a uma sensação de ódio, raiva, por alguém ou alguma coisa. A dor diminuía, o frio se intensificava, ela conseguia ouvir uma voz vindo de muito longe. “Resista... Pense em momentos felizes...”. Já estava difícil de ouvir a tal voz, mas então, subitamente, o frio cessava, alguém a havia salvado. Olhou para os lados, os Comensais haviam desaparecido, ela e a estranha pessoa que a salvara estavam cercado por dementadores. Veio alguma ajuda, mas os dementadores estavam por toda parte. Ela tinha que sair de lá, sentia que precisava proteger alguma coisa extremamente importante. Uma voz fria e cruel ressoava em seus ouvidos: “A maldição nunca falha! Não resista!” Ela lançava Patronos para todos os lados, mas então ela sentiu. Uma dor nunca antes experimentada, mas impossível de ser confundida. Sua alma estava sendo sugada.

Acordou em um pulo, suava frio. O que acontecera? Ela não sabia dizer, e mesmo que soubesse, não estava em condições para tanto. Repetiu os exercícios para manter a calma que ela tanto treinara, até que, lentamente, sua respiração voltava ao normal. Começou a recolocar os pensamentos em ordem, enquanto lembrava-se do terrível pesadelo. Dumbledore disse que aquilo podia acontecer, mas ela não imaginou que fosse sentir como se tudo fosse tão... real. Tentava se lembrar do rosto de quem a havia salvado, mas não conseguia. Pensou o que poderia significar aquele estranho sonho. Se ela estivesse em condições normais, o significado do sonho já teria vindo, mas ela estava incrivelmente apavorada. Apavorada como nunca havia se sentindo, desde dois anos atrás.

Resolveu ir até a sala de Dumbledore, ele saberia o que fazer. Mal havia saído da sala comunal e uma alternativa para o motivo do sonho lhe veio à cabeça. Era óbvio! Como não havia se dado conta antes? Tinha que ser alguma coisa ligada com a maldição, isso explicaria porque estavam atrás dela. Sem hesitar, Lane começou a correr em direção a sala do diretor, sem saber que outra pessoa fazia o mesmo por outro caminho.

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