Pedidos



Harry corria o mais rápido que conseguia. Sabia que tinha que avisar Dumbledore sobre o ‘sonho’ que tivera, pois se realmente era um plano dos Comensais, a Ordem devia saber disso o mais rápido possível. Virou-se para entrar no corredor que levava até a sala do corredor quando viu que tinha mais alguém indo na mesma direção. Tentou desviar o caminho, mas era tarde demais, os dois se esbarraram e ambos caíram no chão. Harry levantou-se rapidamente para ver em quem havia batido, era Lane! Ela levantou os olhos e não conseguiu esconder a surpresa que obviamente sentira ao perceber em quem havia se esbarrado. Passada a surpresa inicial, Harry percebeu que ela estava incrivelmente pálida, então prontamente ofereceu a mão para ela se levantar. Ela aceitou, enquanto ambos murmuravam um ‘me desculpe’.

Harry virou-se e andou em direção à estátua que dava passagem ao escritório de Dumbledore. Percebeu que Lane ia pelo mesmo caminho, virou-se quase no mesmo tempo que ela, e ambos se encararam surpresos, pela segunda vez naquele dia.

-Onde você está indo? – perguntou Lane secamente. “Tenho que me controlar”, repetiu pela milésima vez.

-Parece que para o mesmo lugar que você. – respondeu Harry no mesmo tom. Não ia deixar que ela fosse grossa novamente.

-Tenho certeza de que o seu assunto com o diretor deve ser muito importante, provavelmente quer voltar a ser o apanhador da Grifinória, mas o meu assunto é mais urgente, então, se você não se importa, com licença. – Lane falou tudo aquilo muito rápido, andando quase que correndo os últimos passos até a estátua.

Lembrando-se do motivo pelo o qual lhe trouxera até ali, Harry rapidamente alcançou Lane já falando a senha na porta da passagem e acompanhou-se pela escada em espiral. Antes que ela reclamasse os seus direitos sobre ser atendida primeiro novamente, Harry correu até a porta da sala de Dumbledore e bateu na porta, sendo alcançado por Lane logo em seguida. Lane lançou-lhe um olhar de “deixemos o diretor decidir”, que foi respondido por um olhar sem a menor expressão de Harry. Em seguida, ouviu-se a voz de Dumbledore vindo de dentro da sala mandando-os entrarem.

A sala do diretor estava exatamente como no final do último período letivo, como que um aviso indireto aos alunos de que tudo estava bem. A maioria dos quadros nas paredes estavam cochilando, ou estavam fora, Fawkes deveria ter acabado de renascer, pois viam-se uns vestígios de cinzas perto de um filhote de Fênix. O diretor estava sentado na sua cadeira atrás da escrivaninha, quando levantou os olhos para ver quem entrara, Harry notou um olhar de surpresa, logo seguido por um brilho momentâneo de felicidade. Com um gesto, Dumbledore convidou-os a se sentarem.

-Então? – perguntou calmamente o diretor. – O que os traz aqui?

-Professor, - pronunciou-se rapidamente Harry – tenho um assuntou muito importante para lhe informar e que precisa ser tratado agora mesmo.

Percebendo o olhar ansioso de Harry, o diretor olhou para Lane, como que perguntando o motivo da visita.

-Professor, com todo o respeito, creio que o assunto de Potter pode esperar. – Disse Lane, enquanto Harry a olhava de relance. – O motivo que me trouxe aqui foi o assunto que o senhor já discutiu comigo durante as férias.

Dumbledore observou a cara pálida de Lane, então sorriu e disse com a maior calma do mundo:

- Bem, eu já pretendia chamá-los para tratar de um assunto que com certeza tem a ver com o que ambos tem para me contar. – ignorando a cara de espanto dos dois, o diretor prosseguiu. – Harry, por que você não começa.

O garoto respirou fundo e começou a narrar o acontecimento que ocorrera poucos instantes antes, tomando o cuidado para descrever o mais precisamente possível a sensação que tivera. Não pode deixar de notar, com uma pontada de orgulho, que Lane desistira de manter o comportamento, olhando para ele espantada, com toda a cor finalmente desaparecendo do seu rosto. Ao Harry terminar o relato, o diretor manteve-se uns minutos em silêncio, até que virou-se para um quadro de uma mulher à sua esquerda que o observava atentamente.

-Malarina, você pode repetir o que ouviu ao Sr. Lupin? O mais breve possível, por favor.

A mulher assentiu e saiu imediatamente. O diretor sentou-se novamente e então virou-se para Lane.

-Srta. Cliverland, por favor, conte-me o motivo de sua visita.

Lane parou um momento, como que pensando em como começar, então começou a contar ao diretor, e a Harry que a ouvia atentamente, o estranho ‘sonho’ que tivera, tentando ao máximo, expressar o sentimento de realidade que sentira. Com a cor lentamente voltando ao seu rosto, Lane pode perceber que agora quem começava a ficar pálido era Harry, mas não conseguiu nem ao menos pensar nisso, a lembrança do sonho ainda a apavorava. Terminado o relato, o diretor olhou os dois alunos com o ar de serenidade que quase nunca o abandonava.

-Eu tinha razão, o motivo que trouxe ambos aqui serve perfeitamente para o assunto que eu tinha que falar. – Dumbledore disse aquilo com um pouco de satisfação na voz, o que fez, tanto Harry como Lane, intensificarem a expressão de expectativa que já estava se formando nos seus rostos. – Srta. Cliverland, Sr. Potter, a ambos tenho pedidos a fazer.

-Harry, - continuou o diretor assim que os garotos assentiram – você sabe que ano passado tentamos lhe ensinar Oclumência, o que não deu muito resultado. Bem, como este ano você foi aceito para fazer o curso de auror, peço-lhe que tenha aulas de duelo com alguém, pois é de extrema importância aprimorarmos suas capacidades de duelo para o futuro.

Já entendendo um pouco mais, Harry prontamente concordou, sabia que tinha que treinar mais por causa da profecia. Algo que o incomodava era o porquê de Lane estar ouvindo aquilo, afinal, o que será que o diretor poderia querer com ela? Lane parecia compartilhar do mesmo pensamento que ele, pois ainda estava conservando uma expressão de quem estava totalmente perdida no assunto, no rosto.

-É aí que você entra, Lane. – continuou o diretor sorrindo. – Você sabe muito sobre Defesa contra as Artes das Trevas, além de outras habilidades que nós já discutimos. Peço que você dê aulas de duelo a Harry. De preferência comecem nesta sexta-feira.

O tom do diretor certamente não era de pedido e não iria admitir controvérsias. Lane e Harry entreolharam-se, os dois estavam pensando a mesma coisa: aquilo não ia dar certo...

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